quinta-feira, junho 30, 2011

Autores portugueses editados no estrangeiro (V) - Nelson Martins



Não é nada vulgar o caso de Nelson Martins (Alhos-Vedros, 1973), co-autor da banda desenhada Tout sur les Célibataires: tendo ele um curso de Design de Comunicação (nada a ver com BD), e ainda sem qualquer bd editada, decidiu-se a ir, e era a primeira vez que o fazia, ao Festival International de Bande Dessinée d'Angoulême. Isto em 2009.

E quando lá chegou, começou de imediato a movimentar-se junto das editoras - há que ser lesto, porque aquele grande festival BD, o maior da Europa, dura apenas três dias! -, e a mostrar o portefólio com as suas ilustrações e personagens.

"Quem porfia mata caça", diz o povo. E assim aconteceu com o Nelson: um representante da editora belga Joker Éditions, ao apreciar o conteúdo do portefólio, apercebeu-se de que o estilo do artista português se encaixava no género humorístico de uma colecção da Joker, já com bastantes volumes publicados, e cujos títulos são bastante explícitos quanto aos temas tratados: "Tout sur les Agents Immobiliers", "Les Avocats", "Tout sur les Banquiers", "Tout sur les Mairies"...
Ora depois de gozar com agentes imobiliários, advogados, banqueiros, presidentes de Cãmaras Municipais, e outros cromos de idêntico quilate, por que não dirigir o enfoque sobre os celibatários - tanto masculinos (os chamados "solteirões") como femininos...

Foi essa a tarefa que os patrões da editora bruxelense deram ao nosso compatriota, e puseram-no a trabalhar em equipa com o argumentista Valéry Der-Sarkissian. O resultado final traduziu-se em quarenta e seis "gags" de uma página cada, uns mais divertidos do que outros - fazer humor que nos faça rir quarenta e seis vezes seguidas é muito difícil! - mas sempre, isso sim, com o estilo de desenho e caracterização de figuras de forma eficiente e de boa comicidade, parte que tem de ser creditada a Nelson Martins, um artista português da BD desconhecido no nosso país.

Tout sur les Célibataires - Joker Éditions, Bruxelas, 2010 - Álbum cartonado, 48 páginas em policromia.

Nelson Martins vai ser o Convidado Especial
da Tertúlia BD de Lisboa,
no seu próximo encontro, dia 5 de Julho
(a TBDL realiza-se na primeira 3ª feira do mês, como sempre acontece há 26 anos).
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Os interessados em visitar anteriores "posts", relacionados com os autores:

António Jorge Gonçalves, Filipe Abranches, Luís Henriques, Jorge Coelho, Eduardo Teixeira Coelho, Vasco Colombo

poderão fazê-lo facilmente, bastando para isso um simples clic no item Etiquetas: Autores portugueses editados no estrangeiro, visível no rodapé

sábado, junho 25, 2011

Lisboa na Banda Desenhada (XV)
















 
Rui Lacas, autor de BD, é lisboeta, por isso são tão fidedignas as várias imagens de Lisboa que inclui na biografia dos Sétima Legião em banda desenhada, em mais um volume da colecção BD Pop-Rock português.

Bom conhecedor da sua (nossa) cidade, Rui Lacas (aliás, Rui Miguel Rodrigues, Lisboa, 1974) mostra malhas urbanas que raramente são focadas na BD, por não serem muito características de Lisboa, mas que correspondem aos locais a que estão ligados vários dos elementos da banda, bem como responsáveis da Fundação Atlântica, editora alternativa com quem se estrearam.

Daí que surjam várias perspectivas das avenidas novas, incluindo a estátua de Stº António, na Praça de Alvalade, o cinema Alvalade (entretanto desaparecido) e até pastelarias/cafés/restaurantes tradicionais do bairro, casos das pastelarias Luanda e Suprema - locais de encontro da juventude dos finais da década de setenta e inícios de oitenta, em que pontificava a figura orelhuda de Miguel Esteves Cardoso, um dos responsáveis da citada Fundação Atlântica -, terminando o passeio figurativo num conhecido edifício da Avenida de Roma, um dos "arranha-céus" lisboetas da época...
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Os interessados em ver as quatorze imagens de Lisboa anteriores nesta rubrica, poderão fazê-lo clicando no item Etiquetas: Lisboa na Banda Desenhada, visível aqui por baixo no rodapé.
Irão visionar aspectos da cidade da autoria de (por ordem decrescente):


Aude Samama
Juan Cavia
Philippe Aymond
Luís Correia
Ricardo Cabrita
Filipe Alves
Ana Saúde
C. Moreno
António Jorge Gonçalves
Filipe Andrade
Ricardo Cabral
Zé Paulo
Victor Mesquita

quinta-feira, junho 23, 2011

Concurso Mix com BD na Madeira



Não faço ideia se na Região Autónoma da Madeira - RAM haverá aficionados de banda desenhada que visitem este blogue de vez em quando - espero que sim. Seja como for, visto que me enviaram o regulamento deste concurso que inclui BD, não me sentiria bem, enquanto divulgador da especialidade em todo o território português, se não registasse aqui no blogue esta iniciativa.

Assim, aqui fica um resumo do

CONCURSO DE JOVENS CRIADORES RAM(Região Autónoma da Madeira)2011
"CONCURSO INCUBADORA CRIATIVA"

"A Incubadora Criativa é um concurso que visa dinamizar e promover o desenvolvimento das artes contemporâneas no Arquipélago da Madeira (...)

(...) As áreas contempladas no concurso são: Artes Plásticas, Banda Desenhada, Dança, Design Gráfico, Fotografia, Literatura, Moda, Música; Teatro, Vídeo.

Pormenores importantes:

1. Com idades até aos 35 anos (à data de 31.12.2011), podem candidatar-se:
A - Todos os nascidos na Região Autónoma da Madeira
B - Todos os residentes (pressupõe-se, claro, que não importa a nacionalidade) com o mesmo limite de idade.

2. Data limite de inscrição: 15 de Agosto de 2011

3. Os concorrentes podem apresentar-se individualmente ou em grupo

4. A entrega em mão da ficha de candidatura deverá ser feita no Centro das Artes Casa das Mudas.
Pode ser enviada pelo correio para:

Concurso Incubadora Criativa
Centro das Artes da Casa das Mudas
Estrada Simão Gonçalves da Câmara, nº 37
9370-139 Calheta

PRÉMIOS

Os prémios atribuídos pelo júri (*) serão repartidos do seguinte modo:
- 1000€ por área, totalizando 10.000€ em prémios monetários;
- Os vencedores integrarão a Mostra Itinerante;
- Poderão ser atribuídas Menções Honrosas, até um máximo de 3 por área;
- Caso a organização assim o decida, algumas das menções honrosas podem fazer parte da Mostra Itinerante (ou do espectáculo, no caso das artes performativas).

(*) O júri da banda desenhada será constituído pelas seguintes personalidades:
Jorge Freitas Sousa
Ricardo Ferreira
Roberto Macedo Alves (autor de BD e dono da Livraria Sétima Dimensão)

ATENÇÃO MADEIRENSES E RESIDENTES QUE GOSTAM DE FAZER BD:
As duas áreas menos participadas darão, no ano seguinte, lugar a novas vertentes artísticas, havendo assim uma renovação contínua das áreas a concurso.

PORTANTO, PESSOAL DA BD: CONCORRAM!
MESMO QUE NÃO SEJA PARA GANHAR PRÉMIOS, SERVIRÁ PARA MANTER A BANDA DESENHADA COMO ÁREA A CONCURSO!!!

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Para concorrer será necessário preencher uma FICHA DE CANDIDATURA que inclui várias exigências, e que pode ser vista (e obtida, através de download) no sítio

http://incubadoracriativa.com/

domingo, junho 19, 2011

Política e BD (II)






A campanha eleitoral já lá vai há duas semanas, a nova máquina política iniciou entretanto a marcha. Adquire especial sabor confrontar, com a realidade que nos rodeia neste momento, a caricatura política feita em banda desenhada por António Jorge Gonçalves, apesar de ter sido publicada pouco antes da dita campanha (*).

A concretização gráfica repete o traço habitual de AJG, que atinge nível especialmente elevado na 5ª prancha, onde se vêem alguns dos líderes políticos portugueses - da esquerda da página para a direita: José Sócrates, Francisco Louçã, Jerónimo de Sousa, Paulo Portas e Pedro Passos Coelho - excelentemente caricaturados, surgem como que cavaleiros do Apocalipse (excepto Sócrates, que "vai de gatas") sobre fundo vermelho. Metáfora?

(*) Edições sabadais do jornal Público, dias 21 e 28 de Maio, e 3 de Junho)
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ANTÓNIO JORGE GONÇALVES

Biobibliografia

António Jorge de Almeida Gonçalves nasceu em Lisboa, a 19 de Outubro de 1964. O seu interesse pela BD começou cedo: aos quatorze anos já ele era o editautor do fanzine Graphic, visto que o editava e preenchia com bandas desenhadas suas, o que fez durante os treze números do seu magazine amador, publicado entre 1978 e 1979.

Colaborou ainda nos seguintes fanzines: Boletim do CPBD, Jornal da BD (num zine assim intitulado, não na revista homónima editada entre 1982 e 1987), BD Álbum 1, Aqui Banda, Ponta & Mola, Stylus, Videograma, Dossier BD, Cábula, Crocão, Ritmo, Eros, Azul BD Três, entre 1978 e 1985.

Entretanto era aluno da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, onde se licenciou em Design de Comunicação. Posteriormente obteve o grau de Mestre em Design para Teatro pela School of Fine Arts - SLADE, Inglaterra.

Publicou bedês curtas em alguns jornais, designadamente A Capital, Correio da Manhã, Sete (para onde criou a rubrica semanal "Disco na Prancheta"), Diário Popular (num suplemento de BD intitulado "Tablóide", por ser esse o formato do jornal).

Em 1987 participou na Bienal de Jovens Criadores da Europa Mediterrânica, realizada dessa vez em Barcelona.

Em 1989 colaborou com a bd de oito páginas "Lisboa, de Táxi" num projecto internacional da Comuna de Milano intitulado "Eurovisioni - Viaggio a Fumetti Tra le Cittá d'Europa", obra colectiva que teve igualmente a participação de Buzzelli, Mattotti, Crepax e Manara, entre outros.

Em equipa com o argumentista Nuno Artur Silva, A.J. Gonçalves fez a bd de grande fôlego "As Aventuras de Filipe Seems, Detective Particular", cujo início se verificou no semanário Sete em 1992, e que acabou englobada em dois álbuns, "Ana" (1993) e "A História do Tesouro Perdido" (1994).

Naquele mesmo ano de 94 foi-lhe publicada, sob a égide de "Lisboa 94 Capital Europeia da Cultura", a obra "À Procura do F.I.M.".

E com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa - Departamento de Plano Estratégico de Lisboa" realiza a bd "Plano Estratégico de Lisboa", editada em 1995 num álbum de grandes dimensões, com 24 páginas e uma separata desdobrável em quatro partes, com um mapa de Lisboa também desenhado por ele.

A fazer duo com diferente argumentista, Rui Zink, concretiza a novela gráfica"A Arte Suprema" (1997).

Veio a seguir "O Senhor Abílio", obra totalmente sua (argumento e desenho), também em 1997.

Entretanto participou, englobado num conjunto de 17 autores portugueses, na exposição "Perdidos no Oceano", montada no Festival International de la Bande Dessinée d'Angoulême/1998.

"A Tribo dos Sonhos Cruzados - Uma Investigação de Filipe Seems", álbum editado em 2003, constitui o terceiro tomo do percurso do detective criado graficamente por A.J.Gonçalves, sob ficção da autoria do argumentista Nuno Artur Silva.

Em Dezembro de 2010, numa edição do Instituto dos Museus e da Conservação/MNAC - Museu do Chiado - surge a obra "O Grupo do Leão", desenhada por A.J.Gonçalves e texto do escritor/argumentista Rui Zink., num estupendo álbum de grandes dimensões (34x25cm), luxuosamente encadernado, com o miolo em papel couché de elevada gramagem.

A mais recente aparição na BD de A.J.Gonçalves é precisamente a composição de cariz político apresentada neste post, mas inicialmente reproduzida em seis páginas do jornal Público, nos dias 21 e 28 de Maio, e 3 de Junho de 2011 (sempre sábados), ao ritmo de duas páginas em cada exemplar.
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Os visitantes interessados em ver a postagem anterior englobada neste tema, poderão fazê-lo clicando no item "Política e BD" visível aqui por baixo em rodapé

quinta-feira, junho 16, 2011

Conferências sobre BD

Com antecedência apropriada, numa demonstração de pragmatismo e rigor não muito comuns entre nós, começaram a ser anunciadas as 1ªs. Conferências de Banda Desenhada- CBD2011, que se irão realizar nos dias 22 e 23 de Setembro de 2011, no IFP - Institut Français du Portugal, em Lisboa (também denominado Instituto França em Portugal, em substituição da antiga denominação Instituto Franco-Português).

Trata-se de mais uma iniciativa do crítico e investigador de banda desenhada, também bloguista sobre o mesmo tema (blogue LerBD*), Pedro Vieira de Moura, que já tem a seu crédito dois momentos relevantes: o primeiro data de 29 de Julho a 6 de Agosto de 2007, no qual foi co-responsável, com o realizador Paulo Seabra, do programa televisivo VerBD - dividido em cinco partes de 25 minutos cada-, em que, pela primeira vez, a televisão portuguesa transmitiu pelo seu canal RTP2 um extenso trabalho dedicado à banda desenhada lusa; o segundo, em data recente - 2011, 10 de Janeiro a 7 de Março - comissariou a exposição de BD portuguesa Tinta nos Nervos, instalada no Museu da Colecção Berardo - Centro Cultural de Belém.

Estamos agora perante a preparação, por Pedro Moura, de novo evento, igualmente prestigiante. Estas anunciadas conferências, a serem obviamente protagonizadas por estudiosos, historiadores e críticos portugueses, essencialmente debruçados sobre a nossa realidade - actual ou pretérita - irão decerto consubstanciar um abrangente fórum onde se debaterão pontos de vista e em que haverá troca de perspectivas sobre a BD e áreas afins: ilustração, caricatura, cartune editorial.

A intenção primordial destas conferências (também apresentadas no texto de divulgação como 1ªs Conferências de Banda Desenhada em Portugal - CBDPT), é a de "aproximar os vários investigadores portugueses de forma a criar uma massa crítica sobre banda desenhada em Portugal".

Para tal desiderato, o organizador convida todos os que desejem apresentar uma comunicação, a inscreverem-se. Não há quaisquer restrições de tipo académico, e os temas são totalmente livres, embora seja recomendável que incidam na produção portuguesa e de expressão portuguesa.

Todas as propostas serão lidas por uma Comissão de Apreciação, constituída pelos seguintes elementos:
Professora Doutora Maria Cristina Álvares, investigadora de Literatura Francesa;
Dr. João Paiva Boléo, investigador da história da banda desenhada portuguesa, editor e comissário de vários eventos em Portugal relacionados com a BD;
Pintor Fernando Brito, artista plástico e autor de banda desenhada;
Mestre Sara Figueiredo Costa, crítica literária e de banda desenhada, investigadora de BD e Ilustração;
Mestre Alexandra Dias, doutoranda em Literaturas e Culturas Românicas, com tese de mestrado sobre a transposição intersemiótica em banda desenhada;
Mestre Pedro Vieira de Moura, candidato a doutoramento em Literatura Comparada, crítico, professor e investigador de banda desenhada, organizador de vários eventos em torno dessa arte.

Regras de participação

1. As propostas devem ser apresentadas num documento Word (extensão doc ou equivalentes), de uma página, com um breve resumo do tema e/ou investigação aapresentar (num máximo de 1000 palavras), assim como da bibliografia, quer primária quer secundária.

2. Todas as propostas deverão ser enviadas até 1 de Julho de 2011 para o seguinte endereço electrónico:
bd+@+wakeup.com.pt
O processo de selecção será feito no espaço de duas semanas.
Os trabalhos seleccionados serão divulgados, no dia 29 de Julho, no blogue http://www.blog.wakeup.com.pt/
Mais informações: arianefeijo@wakeup.com.pt

3. Após o processo de apreciação e publicitação dos resultados (com aviso aos participantes), as comunicaçõesaprovadas deverão ser enviadas numa versão completa e publicável (para publicação das Actas) até 1 de Setembro de 2011.
Atenção:
A não entrega destes textos poderá implicar a eliminação do painel de apresentações públicas.

4. Todas as comunicações devem ser elaboradas num quadro de apresentação pública de 15 a 20 minutos, não sendo necessário que a apresentação se cinja à leitura da comunicação escrita.
As versões escritas podem conter anexos textuais e/ou de imagem adicionais à apresentação pública, devendo os participantes comunicar à organização quaisquer necessidades técnicas especiais com antecedência (contemplar-se-á equipamento para projecção de imagens, PowerPoints, DVDs, ficheiros sonoros, entre outros).

5. As sessões de apresentação e discussão públicas terão lugar durante as CBD2011, no Instituto França em Portugal, nos dias 22 e 23 de Setembro. Outros pormenores da sua organização serão divulgados atempadamente.

6. Após as sessões de apresentação e discussão públicas, os autores terão até dia 28 de Outubro de 2011 para proceder a quaisquer alterações que desejem nas suas versões a publicar no livro de actas (caso contrário, será publicada a versão entregue anteriormente).

7. Prevê-se a edição de todas as comunicações nas actas da CBDP (ou CBDPT) até início de 2012 (pormenores em relação a esta edição serão divulgados em devido tempo).

(*)LerBD - http://www.lerbd.blogspot.com/
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Nota: A ilustrar este "post" está uma imagem do episódio "Trabântia. As Fundações da Sociedade Perfeita", pertencente à obra "A Metrópole Feérica - Terra Incógnita - Vol.I" da autoria de Luís Henriques (desenho) e José Carlos Fernandes (argumento)

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Sem qualquer intenção de minimizar a presente iniciativa, apenas como mero registo histórico, foco aqui o facto de ter havido uma iniciativa similar, em Julho de 1997, organizada pelo Clube Português de Banda Desenhada - CPBD, coordenada por mim e Luís Salvado, realizada nas antigas instalações da RTP, na Av.5 de Outubro, a que demos o nome de Congresso de Banda Desenhada. 
Nele participaram, através de palestras, personalidades apreciadoras de BD, mas ligadas a diversas outras actividades, com a única excepção, a de um autor de banda desenhada. Os nomes dos intervenientes: José Garcês, Rui Zink, António Marques Bessa (no primeiro dia, sábado); Nuno Artur Silva, Artur Varatojo e Jaime Nogueira Pinto (no segundo dia, e último, um domingo).  


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domingo, junho 12, 2011

Política e BD (I)



Nas democracias não há inimigos, afirma o título desta bd, e a ironia está lançada... É inquestionável que o cartune - ou, em português genuíno, a caricatura - vive mais da política do que a banda desenhada, mas esta também não lhe é indiferente.

Nuno Saraiva, autor (desenhador e argumentista) que semanalmente, cria episódios desenhados em duas páginas na revista Tabu, suplemento do jornal Sol (*), foca os mais diversos tópicos, sendo que a política está entre eles, como não podia deixar de ser, num tempo de liberdade de opinião que tornou a política um dos mais populares temas de conversa.

Em especial na recorrente tendência da pequena política de se limitar a bater sistematicamente no dirigente que estiver mais em foco no governo (era o JS, José Sócrates, seguiu-se o PC, Passos Coelho, quem se seguirá, o PP, Paulo Portas?)

(*) O episódio que ilustra o presente "post" foi publicado na edição de 3 de Junho

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                           Nuno Saraiva

                                                        Biobibliografia

Nuno Jorge de Avelar Teixeira Saraiva é natural de Lisboa, onde nasceu a 27 de Agosto de 1969. Como habilitações literárias não tem nenhum curso completo, mas sim frequências, nos cursos de Design de Comunicação (IADE), de Design (3º ano na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa - FBAUL) e de Pintura (2º ano, também na FBUL).

Assinando habitualmente com o seu primeiro nome e último apelido, mas usando por vezes pseudónimos (SIR, Ketch, ou simplesmente N.S.), tem bandas desenhadas curtas reproduzidas nas revistas Jornal da BD, Selecções BD, LX Comics, Ai-Ai, estas especializadas em BD. Mas também há colaborações suas em revistas sem serem da especialidade, tais como Ego e Cosmopolitan, e bem assim noutro tipo de publicações, nomeadamente no jornal Combate, no mini-álbum "Transcomix", e na Agenda Cultural (edição da C.M. de Lisboa).

Já está publicado em vários álbuns, com início em 1989 através do título "Os Dias de Bartolomeu", a que se seguiu, em 1995, "Filosofia de Ponta" recolha da publicação que tinha sido feita ao ritmo de duas páginas no semanário Independente, em colaboração com o argumentista Júlio Pinto, com êxito suficiente para que lhe fossem dedicados mais dois álbuns, um em 1998, outro em 1999.

Antes dessas segundas edições, a partir de 1997, e de novo a fazer dupla com Júlio Pinto, Nuno Saraiva desenhou "Arnaldo o Pós-cataléptico" ainda para o citado semanário, obra que posteriormente (1999) foi recolhida em álbum.

Também com Júlio Pinto realizou a desconcertante série "A Guarda Abília", uma agente de polícia muito descontraída e radical, série que teve direito a álbum em 2000.

Neste mesmo ano viu passadas a álbum as "Aventuras Extra Ordinárias dum Falo Barato", que tinha concretizado a solo.

Após o falecimento de Júlio Pinto, em 2000, Saraiva passou a trabalhar com apoio de diferente argumentista - Paulo Patrício - para o semanário Expresso, entre 10 Janeiro 2004 e 6 Novembro 2004, no qual criaram a série "Escrita Fina", usando o habitual esquema de duas páginas a cores para cada episódio.

A solo mais uma vez, Nuno Saraiva lançou-se em 2006 (16 Set.) na tarefa de imaginar argumentos e desenhá-los semanalmente, cada um em duas pranchas coloridas - o que tem feito com talento, imaginação e bastante liberdade criativa - para a revista Tabu, suplemento do jornal Sol, na série intitulada "Na Terra como no Céu", a que pertence o episódio que ilustra o presente "post".

Nascido no bairro bem lisboeta da Mouraria (embora tenha vivido a infância em Almada, pelo que se considera almadense de alma e coração), N.S. colaborou nos dois números já editados pela associação "Animar a Mouraria" do jornal gratuito Rosa Maria, com a série " Vida em Rosa", com uma prancha a cores de meia página em cada número.

Tem participado em vários álbuns colectivos, designadamente "Noites de Vidro", "Amnistia Internacional em BD", "José Muñoz, Cidade, Jazz da Solidão", "Síndrome de Babel e outras estórias", "Para Além dos Olivais" e "Os Putos de Agora Não Sabem Nada do 25 de Abril".

Há colaborações suas em alguns fanzines: "Banda", Boletim do CPBD", "Esponjiforme", "Hips", "Ménage à Trois" - este último produzido pelo trio formado por ele próprio, Jorge Mateus e Fernando Relvas - e, em data mais recente, no "Efeméride".

Presentemente, Nuno Saraiva acumula a sua actividade de ilustrador e autor de BD com a de professor de Banda Desenhada e Cartune Político no [Centro de Artes e Comunicação] Ar.Co.

Um panorama bastante completo da série que realizou para o semanário Sol, até 27 Janeiro de 2012, pode ser visto no homónimo blogue "Na Terra como no Céu", no endereço.

http://naterracomonoceu.blogspot.com/

quinta-feira, junho 09, 2011

Comic Jam - 30ª prancha




Apresento a 31ª banda desenhada feita de improviso (o tal "cadáver esquisito") na Tertúlia BD de Lisboa, por seis autores presentes na tertúlia - não necessariamente os mesmos do mês anterior.

Desta vez, os participantes foram os seguintes:
1ª vinheta - José Abrantes (o homenageado da sessão)
2ª vinheta - Luís Pinto Coelho (e, claro, tinha de aparecer "Tom Vitoín", o seu alter-ego
3ª vinheta - Ricardo Leite (um desenhador que raramente tem feito BD)
4ªvinheta - Álvaro (saindo um pouco do seu registo habitual)
5ª vinheta - Mascarenhas, a pôr o seu "Menino Triste" a contracenar com José Abrantes
6ª vinheta - Zé Manel, a frescura de um ilustrador veterano

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Os interessados em ver as 29 bandas desenhadas improvisadas anteriormente, poderão fazê-lo clicando no item Comic Jam visível no rodapé

Tertúlia BD de Lisboa - Autores Homenageados

As homenagens prestadas pela Tertúlia BD de Lisboa, desde Agosto de 1985, através da atribuição de DIPLOMA DE HONRA aos homenageados, têm contemplado:

I - Autores de Banda Desenhada (desenhadores e argumentistas), portugueses e estrangeiros, tanto consagrados como outros de menor dimensão, distinguidos, sempre que possível, por ordem cronológica (eventualmente a título póstumo).

II - Personalidades diversas, além de autores, que se englobaram em ciclos específicos, até agora os seguintes:
- Estudiosos, investigadores, críticos e divulgadores de BD (a continuar)
- Colaboradores literários de revistas de banda desenhada
- Editores e directores de revistas de banda desenhada, directores artísticos, responsáveis gráficos, chefes de redacção e coordenadores (a continuar)
- A Mulher Portuguesa e a Banda Desenhada
- Revista de BD "Visão"
- Editores de fanzines - Ano 1972 (Ano I dos fanzines portugueses)
- Ilustradores
- Cartunistas (só os que também já fizeram BD, mesmo que escassa)
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Vista assim, esta lista dos Autores Homenageados da Tertúlia BD de Lisboa está praticamente ilegível. Mas, como sabem todos os visitantes mais experientes, para aumentar bastante o texto bastará clicar-lhe em cima duas vezes (a primeira com o cursor em forma de mãozinha, a segunda já com o cursor a apresentar-se sob a forma de lente de aumentar)

Tertúlia BD de Lisboa - Autores Convidados Especiais

Ciclo: Nova BD portuguesa

Este ciclo, a decorrer permanentemente desde Junho de 1985, tem a finalidade de distinguir, com DIPLOMA DE INCENTIVO, gente da BD a vários níveis:

1) Autores jovens em princípio de carreira, mas com obra publicada - embora escassa - quer em fanzines, jornais, revistas ou, eventualmente, em álbuns (por edição alternativa, seja com apoio autárquico ou de empresa privada, até mesmo em edição de autor);

2) Autores já com obra significativa,mas demasiado novos para serem homenageados;

3) Autores que fizeram banda desenhada, de forma esporádica, há uns tantos anos, tendo desistido da BD e optado por diferente actividade (Incentivo de tipo retroactivo);

4) Desenhadores adultos que só tardiamente tiveram BD editada, sendo-lhes dado este incentivo pela TBDL, independentemente da sua idade.
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Vista assim, esta lista dos Autores Convidados Especiais da Tertúlia BD de Lisboa está praticamente ilegível. Mas, como sabem todos os visitantes mais experientes, para aumentar bastante o texto bastará clicar-lhe em cima duas vezes (a primeira com o cursor em forma de mãozinha, a segunda já com o cursor a apresentar-se sob a forma de lente de aumentar)

quarta-feira, junho 08, 2011

Banda Desenhada portuguesa nos jornais (CXXIX)

Há muito tempo que não via nos jornais uma banda desenhada da autoria de António Jorge Gonçalves
Mas, subitamente, no jornal Público datado do terceiro sábado de Maio, deparam-se-me duas páginas, as iniciais, a prometer seguimento - com a clássica expressão "continua na próxima semana -, no estilo inconfundível de AJG. 
Intitula-se "A Vida Secreta de Teresa B", compõe-se de seis pranchas editadas em quadricromia, duas por semana, sensivelmente no formato tablóide do jornal Público.

(in jornal Público, edições de 21 e 28 de Maio, e 3 de Junho)


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Para ver postagens anteriores deste mesmo tema bastará clicar no item "Etiquetas: Banda Desenhada portuguesa nos jornais", visível no rodapé

domingo, junho 05, 2011

Tertúlia BD de Lisboa - 323º Encontro









José Abrantes faz parte do restrito número de autores de BD especializado na banda desenhada infantil. Os títulos dos álbuns constantes da sua relativamente extensa produção, consultável na biobibliografia (visível na parte de baixo deste blogue), são bem exemplificativos dessa tendência. Mas também as suas colaborações em dois suplementos infantis - "PimPamPum", do desaparecido jornal O Século, e "Correio das Crianças", do diário Correio da Manhã, constituem boas provas da actividade artística que tem desenvolvido nessa vertente, pouco apoiada pelas editoras que é a BD dedicada à infância.

(Claro que, de vez em quando, também faz incursões na área adulta, como se pode comprovar pelas três últimas imagens que ilustram o topo do "post", em que se vê a capa do nº 1 do prozine Cadernos José Abrantes, a última página da sua autobibliografia em banda desenhada, e a paródia Tintim na Seca XXI, incluída no tema "Tintim no Século XXI").

Pois vai ser José Abrantes o autor de BD em foco na Tertúlia BD de Lisboa, no encontro de 7 de Maio (no local do costume: Parque Mayer, restaurante A Gina).

Após ter sido Convidado Especial naquela Associação Informal, em Setembro de 1985, ele passa agora ao nível superior de Homenageado, por ter mantido uma constante actividade criativa, malgrado as reduzidas possibilidades existentes em Portugal, ao longo de um percurso já com trinta e seis anos (como se pode verificar na biobibliografia abaixo registada, e também no engraçado episódio que criou em BD propositadamente para o fanzine Tertúlia BDzine, de que no topo se vêem três pranchas, mas que pode ser visto na totalidade no "post" anterior).

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JOSÉ ABRANTES

Biobibliografia

José Abrantes, aliás, José Maria da Piedade de Lancastre e Távora, nasceu a 9 de Setembro de 1960, em Lisboa, onde frequentou o antigo curso liceal e concluíu o 4ºano.

A sua actividade como autor de BD teve início visível em 1975, a 8 de Novembro, numa publicação chamada Folha CDS, panfleto monocromático distribuído na rua, onde fez uma tira sob o pseudónimo "Zeta", obtido pela abreviação de José (Zé) em contracção com a primeira sílaba do apelido Távora. Faria ainda mais duas tiras nas seguintes edições desse panfleto.

Em Outubro de 1976 iniciou a bd Os homens não são ilhas no mensário infantil, de índole católica, O Farol. Essa história, com a extensão de cinco pranchas, durou até ao nº4 , já em 1977, e tinha argumento de Isabel Mendonça Soares. Com ela, e no mesmo jornal, fez ainda mais duas bedês, Uma Pista Perigosa e No Museu Naval. Foi nesta última, datada de Março de 1978, que usou pela primeira vez e semi-pseudónimo José Abrantes.

Colaborou posteriormente com BD num grande número de publicações, entre revistas, jornais, álbuns e fanzines: na revista Girassol (1982-85); no jornal Correio da Manhã, onde foram reproduzidas, em 1984; As Viagens de Gularth, dois episódios de quinze pranchas cada; na revista O Mosquito (V Série, 1985); no "Tablóide" (suplemento BD do jornal Diário Popular, 1986, em que se estrearam duas personagens efémeras, Hungon e Imber, no episódio História possível de um amor impossível; "PimPamPum" (suplemento infantil do jornal O Século, 1989); Selecções BD (1ª série, 1991); Jornal do Gil (1996/97); mini-álbum com a bd 3 num 8, sob argumento de António Torrado, em edição do Instituto do Consumidor (Ministério do Ambiente, 1997); "Clube Rik Rok" (1998-2000) e "Correio das Crianças" (suplemento infantil do jornal Correio da Manhã, 2003-04), no qual foram reproduzidas bandas desenhadas das personagens Zu, Homodonte e Orn Bigom. Há igualmente bedês suas nos fanzines Protótipo e Eros, ambos dos anos 1980 (1985 e 87, respectivamente), no Boletim do Clube Português de Banda Desenhada, no Lady Blitz Fan-Club (1995), no Tertúlia BDzine (bedês publicadas nos anos 1998, 2010, 2011), e no Efeméride, tendo feito neste último, no nº 2 (2007) e nº 4 (2009), paródias a cores, em formato A3, às personagens Príncipe Valente e Tintim.

José Abrantes teve uma bd de carácter político, caso raro na sua obra, inserida no catálogo da exposição Uma revolução desenhada. O 25 de Abril e a BD (1999) realizada sob o Alto Patrocínio da Comissão para as Comemorações Oficiais dos 25 anos do 25 de Abril. Esse catálogo apresenta-se como obra colectiva composta por textos e bandas desenhadas de vários autores, sendo que a colaboração de José Abrantes foi um episódio controverso (em quatro pranchas a preto e branco, sem título) onde sugere que Ditadura e Democracia são semelhantes.

Quanto a edições em álbum, tem dois títulos realizados em colaboração: Contos do Nordeste Transmontano, com argumento de Jorge Magalhães (1990), e Dakar o Minossauro (dois tomos, 1997 e 1998), com argumento de Luís Diferr.
Obras totalmente suas, ou seja, argumento, desenho, legendagem e colorização, são as seguintes: Aventura em Valverde e Os Fundos Perdidos (série "As Aventuras de Tobias Bigom"), O Eclipse, Histórias de Natal, O Ladrão Insolente, Luta de Galos, O Lago Iluminado, Horus-Uma Vida de Cão, e a série "As Aventuras do Zu" (1999-2001) participante de várias aventuras: A Ilha das Tartarugas, O Natal do Lobo, O Hipopótamo Cantor, O Passeio à Lua, Murcão Desenhador, A Farsa da Nespereira, Um Dia na Praia, O Crocodilo Chorão, Os Anos da Rita.

Outra personagem totalmente sua protagonizou e deu nome à banda desenhada Morgana e o Poço Misterioso (2005).

Recentemente (Maio 2010) começou a editar Cadernos José Abrantes, prozine a cores, formato A5, em que reedita colaborações suas nos jornais O Diabo e O Crime, e cria algumas novas bedês, alternando-as com ilustrações e rubricas humorísticas. Estão editados seis números até Dezembro 2010.

Os seus espaços na internet:
http://www.jose-abrantes.blogspot.com/
http://www.interdinamica.pt/abrantes

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Lista de presenças no 323º Encontroda TBDL
(Lista inserida "a posteriori")

1. Adelina Menaia
2. Álvaro
3. Ana Saúde
4. António Amaral
5. António Isidro
6. Falcato
7. Fernando Martins
8. Gastão Travado
9. Geraldes Lino
10. Helder Jotta
11. Isabel Viçoso
12. J. Mascarenhas
13. João Antunes
14. João Figueiredo
15. João Monsanto
16. José Abrantes (Homenageado)
17. Luís Pinto-Coelho
18. Machado-Dias
19. MALS
20. Manuel Valente
21. Miguel Ferreira
22. Milhano
23. Moreno
24.Nuno Duarte "Outro Nuno"
25. Nuno Leal "Untxura"
26. Nuno Neves
27. Paulo Marques
28. Pedro Bouça
29. Ricardo Leite
30. Rui Domingues
31. Rui Rôlo
32. Sá-Chaves
33. Simões dos Santos
34. Zé Manel

sexta-feira, junho 03, 2011

Fanzines esses desconhecidos (XLV)

Uma das características mais importantes dos fanzines, e que os distinguem das revistas comerciais/profissionais, é a de não terem de se preocupar com a eventual escassa popularidade dos temas que abordam, porque a sua existência não depende do lucro das vendas, mas sim da disponibilidade económica dos seus faneditores, que os editam por gosto, geralmente em pequenas tiragens.

Daí que um fanzine tanto possa ser dedicado à banda desenhada - o tema mais comum -, como à poesia, à música (pop ou erudita), ao cinema (onde tem prevalecido o "gore"), à ficção científica, enfim, o conteúdo de um fanzine depende do interesse cultural, artístico ou de carácter simplesmente lúdico de quem o faz.

Todavia, um tema que era inédito até agora entre nós, tanto quanto sei, é o de ser dedicado, na sua totalidade, à autobiografia ou autobibliografia - ou às duas componentes em conjunto - de um único autor de BD.

Ora acontece exactamente isso no Tertúlia BDzine (exemplar nº 160 - 2011, Jun. 7), em que o autor José Abrantes (*) fala da sua bibliografia de BD, em jeito de narração figurativa (como se pode ver na imagem que ilustra o presente "post").

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(*) José Abrantes vai ser o autor homenageado no próximo encontro da Tertúlia BD de Lisboa, na próxima 3ª feira, dia 7 de Julho, no local do costume.
Isto é, no Parque Mayer (restaurante A Gina).
E será oferecido um exemplar do fanzine a todos os presentes

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Os interessados em ver as 43 postagens anteriores poderão fazê-lo facilmente clicando no item Fanzines esses desconhecidos visível no rodapé