quarta-feira, novembro 19, 2014
Saramago em BD - A Viagem do Elefante
João Amaral é um autor de BD que gosta de transformar em imagens sequenciais, vulgo banda desenhada, grandes obras literárias.
Depois de o ter feito com "A Voz dos Deuses", de João Aguiar, consolidou o gosto por este género de tarefas exigentes, e ei-lo que, após dois anos e meio de trabalho intenso, apresenta em adaptação à BD "A Viagem do Elefante", romance de José Saramago.
Em conversa com o casal João Amaral e Cristina Amaral, fiquei a saber que tinha sido ela que, após leitura do romance, aconselhou o marido a lê-lo também. Cristina é uma leitora compulsiva, conhece bem o marido, sabe que ele tem capacidade para se abalançar a este tipo de tarefas exigentes e muito trabalhosas. A reacção de João Amaral foi entusiástica ao longo da leitura do romance e, conforme me disse em conversa casual, as imagens começaram de imediato a formar-se na sua imaginação.
Assim, sob o efeito ainda da leitura, lançou-se à concretização gráfica.
Claro que a passagem para figuração narrativa de uma extensa obra literária por um único autor representa um trabalho imenso, estou a referir-me às várias e exigentes tarefas de adaptar para guião o texto original de José Saramago, que é o verdadeiro argumento; em seguida esboçar num layout cento e vinte pranchas, cada uma delas com várias vinhetas - veja-se a prancha aqui ao lado -, depois passá-las a tinta, em seguida fazer a legendagem, tanto as legendas didascálicas sob as vinhetas, como as que têm de ser inseridas dentro dos balões de fala. E, finalmente, colorir todas as pranchas (repito: cento e vinte!), ou seja, fazer a arte final.
Após todo este trabalho ecléctico - uma banda desenhada, quando feita por um único autor, exige que ele seja polivalente, o que é o caso de João Amaral -, teve ainda o trabalho de capista, isto é, fazer uma ilustração para a capa, e só então deu por terminada a obra, que demorou a realizar, como acima já ficou dito, cerca de dois anos e meio, numa média de oito horas de trabalho por dia, considerando o pormenor de que houve pranchas que levaram uma semana a fazer (quanto tempo terá levado José Saramago a escrever o romance?).
"A Viagem do Elefante" em BD está enfim pronta, e será posta à venda no próximo dia 21 do corrente mês de Novembro em todas as livrarias do país.
Quanto ao lançamento oficial, está previsto para mais tarde, em data e local a divulgar em devido tempo.
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JOÃO AMARAL
Biobibliografia
João Carlos Saraiva Amaral, Lisboa, Novembro de 1966. Frequentou o 2ºano do Curso de Gestão de Empresas do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa - ISCTE, e possui um curso de Design Gráfico assistido por computador.
A sua entrada na banda desenhada, em 1994, foi pela porta grande, como inferirá do título do seu primeiro álbum, A Voz dos Deuses, quem tiver lido o romance homónimo de João Aguiar, base para a adaptação literária realizada por Rui Carlos Cunha..
Cinco anos depois colabora na revista Selecções BD (2ª série) com a banda desenhada a preto e branco, Quid Novi in Imperium? - Que Há de Novo no Império?, dividida em dois capítulos, intitulando-se o primeiro O Fim Coroa a Obra, e Dias de Cólera o segundo, publicados naquela revista em Agosto de 1999 e Junho de 2000, respectivamente.
Meses mais tarde, nessa mesma 2ª série de Selecções BD, entre Dezembro de 2000 e Fevereiro de 2001, foi publicada outra obra sua, tal como a anterior também a preto e branco, intitulada O Fim da Linha, para cujo argumento João Amaral se baseou num antigo filme, protagonizado por Gary Cooper e Grace Kelly, "O Comboio Apitou Três Vezes", um "western", mas localizando a acção da banda desenhada numa vila portuguesa .
Missão Quase Impossível é o título do episódio que realizou em sete pranchas, sob argumento de Jorge Magalhães, para a obra homenageante Vasco Granja - Uma Vida... 1000 Imagens, editada em Maio de 2003.
Em 2006 volta a ser editado em álbum, dessa vez com A História de Manteigas no Coração da Estrela.
Foi-lhe publicada mensalmente, a partir de Abril de 2006, a bd O Gui, a Nô... e os Outros, a preto e branco, no jornal paroquiano A Cruz Alta, da igreja de Sintra. João Amaral usou o pseudónimo "Joca", e a banda desenhada teve argumento de Isabel Afonso, que assinava como "Gui", tendo terminado em Outubro de 2008.
Posteriormente, já no seu blogue http://joaocamaral.blogspot.com
criou, desta vez "a solo", em tiras, a 24 de Dezembro de 2010, outra série aparentemente infantil, intitulada "Fred & Companhia", mas de vincado carácter crítico e satírico, que também está visível numa importante rede social, no endereço http://facebook.com/fredecompanhia
No seu blogue, o dinâmico autor tem reproduzido bandas desenhadas inicialmente publicadas na revista Selecções BD, que aparecem igualmente no jornal Alentejo Popular, na rubrica "Através da Banda Desenhada" (sob coordenação de Armando Corrêa/Luiz Beira), onde já foi reproduzida a bd Ok Corral (com argumento de Jorge Magalhães), em 2008.
Antes, em Fevereiro de 2007, realizara numa só prancha o episódio Sonhos para a obra colectiva "Príncipe Valente no século XXI", publicada no fanzine Efeméride (nº2).
Quid Novi in Imperium? - Que Há de Novo no Império?, banda desenhada de grande fôlego, que teve início nas Selecções BD, com os dois primeiros episódios, e que ficou incompleta por desaparecimento daquela revista, tem tido continuidade na blogosfera, com o seguinte alinhamento:
"Acabou a Representação", 3º episódio (10 pranchas), em 11 de Janeiro de 2010
"Ao Homem!" 4º episódio (12 pranchas), em 19 e 20 de Janeiro de 2010
"O Dente do Lobo" (9 pranchas), em 4, 5, 6 e 7 de Maio de 2010, sendo que este último episódio foi igualmente publicado no citado jornal Alentejo Popular em 2012.
Ao nível mais elevado de edição da BD, ou seja, na publicação em álbum, este prolífico autor tem também as seguintes obras: Bernardo Santareno (2006), História de Fornos de Algodres (2008), Cinzas da Revolta (2012) e A Viagem do Elefante (2014).
Excepto Cinzas da Revolta, excepcionalmente assinada por um pseudónimo, Jhion, e feita sob argumento de Miguel Peres, todas as restantes obras publicadas em álbum são de sua completa autoria.
João Amaral foi o Convidado Especial da Tertúlia BD de Lisboa em Maio de 1999.
Geraldes Lino
Foto de Cristina Amaral
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Os interessados em ver/ler as bandas desenhadas que se inserem nos temas Literatura em BD e Preview, poderão fazê-lo clicando nesses itens visíveis em rodapé
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24 comentários:
Caríssimo Geraldes Lino
Esta Obra e este Autor merecem o teu destaque neste post, porquanto uma é de uma grandiosidade autoral e histórica, o outro é um Autor de Bd que tem demonstrado que está em grande nível, sendo uma das figuras mais proeminentes da BD portuguesa.
João Amaral é um autor de grande nível, trabalhando a BD em todos os seus níveis, incluindo o digital (que faz com mestria), mas é também um Autor com grande capacidade de trabalho - direi incansável - e de ser, como pessoa e como participante na arte, um companheiro e uma presença, direi quase ou mesmo assídua, nos certames, nos lançamentos, em tertúlias e em eventos ligados à BD. Digo isto porque, sem eu estar presente praticamente em tudo isso, leio e encontro o nome do João Amaral nessas circunstâncias. Como exemplo, lembro que, dos poucos presentes no lançamento do mei álbum pela ASA, o João Amaral e a esposa Cristina, estavam lá, como tu também estiveste.
E lembro também que, no jantar de Viseu (Feira de S. Mateus)estando o João Amaral a jantar (como todos nós, inclusivé tu e eu, que estávamos um ao lado do outro) interrompeu-o, a meu pedido, para autografar um álbum de BD que eu levava dele. Podia ter respondido que o faria no fim e que eu podia esperar, mas não o fez, optando por pacientemente corresponder a esse pedido extemporâneo.
João Amaral tem outra obra - Cinzas da Revolta - que é uma arrojada incursão, com argumento do Miguel Peres, num tema não explorado da BD - a Guerra do Ultramar.
Esta "Viagem do Elefante" é um livro que eu adquiro com gosto e que, na primeira oportunidade que a insularidade continental me facilite, levarei a um autógrafo do João Amaral, sem lhe interromper a refeição.
Um abraço para ti e, através desta caixa, outro para ele e para a Esposa, que é, pela sua constância e cultuta (para além de excelente fotógrafa)uma colaboradora da Bd nacional.
Santos Costa
um autor mediocre que vai arrastar a BD prá lama porque o Saramago vende... quem o ler nesta BD horrível vai-se sentir desfraudado! Amaral quer apanhar o comboio das "graphic novels" e como ninguém percebe de BD neste país (que funciona ainda no regime antigo dos fachos das adaptações históricas e literárias) deixaram-no assassinar uma obra literária em forma de BD. só é mau prá BD, não para o Saramago!
António Freitas
Caro Senhor, criticar algo que se desconhece não me parece que seja correcto ou de bom senso.Denoto uma certa animosidade pelo autor João Amaral, talvez porque tenha sido impossível a si alcançar este patamar de talento e conseguir adaptar a obra de um dos nossos maiores escritores de todos os tempos.
Santos Costa,
Fico sem palavras depois desse extenso comentário. Sabes que terei sempre todo o prazer em te dar um autógrafo, como também tenho a lata para tos pedir (eh! eh! eh!), conforme fiz no lançamento dos "Piratas do Deserto", até porque também eu tenho admiração pela obra que tens produzido há já vários anos. Posso-te dizer, ainda sem confirmação oficial que sou capaz de estar presente no lançamento do livro e da banda sonora da peça teatral, baseada precisamente em "A Viagem do Elefante", em Tondela, no dia 7 de Dezembro. Ainda não te posso confirmar isto, mas escreve para o meu e-mail que vem no canto direito do meu blogue que eu à medida que for tendo certezas te informarei. Grande abraço.
António Freitas
É uma opinião que obviamente eu respeito e o que disse nem sequer me merece mais comentários.
Marta Rodrigues,
Agradeço as palavras, mas como disse anteriormente o assunto não me merece mais comentários.
Caro João Amaral
Vou fazer tudo para estar em Tondela no dia 7 de Dezembro.
Há uma peça teatral, que é a Viagem do Elefante por Viseu Dão Lafões, do teatro ACERT, um excelente grupo que eu tive oportunidade de contratar enquanto
presidente da empresa municipal.
É feliz esta conjunção de datas para a peça e para o livro, o que prova que a Banda Desenhada "casa" bem com todas as formas de cultura e de lazer.
Desejo que esta Viagem do Elefante seja longa e que tu, nessa tua constante mobilidade e dinamismo, faças tantas viagens quantas aquelas que esta tua Obra
o exija.
Um grande abraço
Santos Costa
Para ti, Lino
que és o anfitrião desta casa (caixa), também o desejo de que a
divulgação da BD - que tão bem conheces desde há muitos anos - percorra com a mesma persistência de sempre, principalmente na amostra de obras de valor, como é o caso desta do João.
Um grande abraço
Santos Costa
Pois Santos Costa, o livro de fotografias que vai sair e a banda sonora têm precisamente a ver com a peça de teatro do grupo ACERT cujo espectáculo pude ver em Figueira de Castelo Rodrigo e em Lisboa e adorei. Como te disse, envia-me um e-mail que assim que tenha isto tudo acertado comunicar-te-ei. Um abraço.
Ao visitante desconhecido (para mim)
António Freitas
Antes de mais, tenho a agradecer-lhe a visita ao meu blogue.
Quanto à sua opinião acerca do autor João Amaral, respeitá-la-ei, admitindo que ela terá sido formada através do conhecimento das obras anteriores dele. Tem esse direito democrático de fazer uma crítica pública.
Mas já quanto à crítica que faz da obra, em que diz "nesta BD horrível", levanta-se-me a dúvida: como pode fazer tal afirmação, se o álbum só vai ser posto à venda hoje, dia 21?
E quando faz a afirmação "como ninguém percebe de BD neste país", pode depreender-se que o António Freitas, que é deste país, também não percebe de BD? Ou será você a única excepção?
Permita-me que lhe diga que é bastante ofensiva a sua frase: "[neste país] que funciona ainda no regime antigo dos fachos das adaptações históricas e literárias"
Em todos os países os autores de BD já fizeram adaptações de obras literárias, desde Cervantes ou Shakespeare até Edgar Allan Pöe, entre muitos outros.
Será que, na sua opinião, todos eles são fachos que pertenceram ao antigo regime a que se refere?
Da obra de João Amaral conheço os trabalhos publicados nas Selecções BD e o álbum Cinzas da Revolta.
Gosto bastante da forma com desenha e do modo como constrói as páginas, da capacidade que os seus desenhos têm de orientar o leitor pela sequência de leitura adequada. As poucas imagens que já se conhecem de A viagem do elefante fazem-me aguardar com expetativa a saída do álbum.
Caro confrade Paulo Viegas, do blogue "Colecionador de BD"
Agradeço a visita e o comentário crítico.
Espero que o autor João Amaral o leia, para compensar o balde de água fria que constitui a crítica de António Freitas.
Quanto à saída do álbum, segundo me disse o próprio autor, seria no dia 21 do corrente mês de Novembro.
Saudações cordiais.
Caro Costa
O meu agradecimento pelas tuas amáveis palavras.
Peço-te desculpa de não ter feito o mesmo com a tua adaptação da obra de Salgari, "Os Piratas do Deserto".
Abraço.
Bom dia,
Não querendo de forma alguma magoar o João Amaral, por quem nutro respeito e simpatia pessoal, há que situar os patamares e não fazer dele o autor que ele manifestamente não é. Admiro-lhe a tenacidade e capacidade de trabalho e denoto alguma evolução ao longos dos álbuns, mas o seu desenho permanece repleto de insuficiências, algumas das quais algo incompreensíveis para alguém com a sua experiência.
Admito que um dos problemas do João seja nunca ter lidado com um editor real, que lhe apontasse e pedisse correcções, e estar inserido num círculo de amigos com excesso de entusiasmo e défice de apetência crítica.
As personagens humanas têm um problema de rigidez corporal e facial e falta de normal desenvoltura no movimento, como atestam algumas cenas do Cinzas da Revolta, em que socos são desenhados com o braço paralelo ao torso e o indivíduo socado a não ser projectado mais dos que uns meros centímetros. Depois, a tal utilização digital de que o Santos Costa tanto gosta, só serve para dar uma ideia de frieza fotográfica aos fundos, como se perante um fotonovela estivéssemos. Depois, há a eterna mania de desenhar aqueles balões em forma de raio, que conferem sempre uma deselegância e agressividade ao aspecto das páginas, fora o espaço que ocupam, chegando a transitar para vinhetas acima ou abaixo daquela em que se incluem, causando confusão narrativa (e uma pequena dica, João: nunca se devem espetar setas de balões nas caras das personagens).
As pessoas que aqui estão conhecem-me: não sou nenhum radical, percebo bastante de BD nas suas várias vertentes (questionem isso se quiserem), e tal acontece porque leio dezenas de livros de BD por mês e estou sempre actualizado, o que me permite uma perspectiva distanciada de "eras" ou "estilos" e centrada fundamentalmente na qualidade.
Não vou falar de fachos nem quejandos, mas é manifesto que existe em Portugal um tipo de BD e uma geração que nunca se actualizou ou modernizou, e que vive na eterna reverência dos "mestres" de outrora.
Pela minha parte, reafirmo, não pretendo hostilizar ou ferir o João Amaral, mas há coisas que têm, algum dia, de ser ditas, para bem do(s) próprio(s) autor(es), sob pena de estes viverem na eterna ilusão que já não há mais nada para evoluir. E há sempre; até ao fim dos nossos dias.
Colecionador,
Obrigado pelas suas palavras e espero que o livro não desiluda as suas expectativas. Um abraço.
Mário Freitas,
Agradeço a tua opinião sincera e, fica descansado que dela saberei retirar as devidas ilações, como aliás o tenho feito ao longo da minha vida. Mas deixa-me dizer-te que nunca tive a pretensão de ser o melhor desenhador de Portugal e arredores. E, existe por aí gente cujo trabalho admiro bastante e que considero até ser até muito mais talentosa do que eu. Ao contrário do que tu julgas, sei que tenho as minhas limitações e tento superá-las em cada trabalho que faço.
Por isso, a minha única pretensão é a de tentar melhorar sempre a minha arte, tentando explorar novos rumos e soluções que anteriormente não havia explorado. Mas, também tenho perfeita consciência de que faça o que fizer, enfrentarei sempre vozes dissonantes. É sempre impossível agradar a gregos e a troianos...
E, também eu considero que és um editor trabalhador e empenhado em fazer o melhor possível o teu trabalho. Porém, sem te querer ofender e com o devido respeito, isso não quer dizer que gosto de tudo aquilo que tu editas. Digo-te mesmo que tens obras publicadas cuja temática não me diz rigorosamente nada e outras cujo desenho, coloração ou design francamente não gosto. No entanto, isso é apenas a minha opinião pessoal e, obviamente, vale o que vale, apesar de eu como tu também ler muita banda desenhada. E, não é por causa disso que não deixo de te desejar sucesso, tanto como aquele que desejo para mim próprio, até porque eu sou completamente a favor da diversidade e considero que só com diversidade é que crescemos.
Pronto, esta é a minha opinião e não me importarei de discutir pessoalmente contigo os assuntos que abordas. Aqui, considero que não é o lugar apropriado e, por isso, e peço desculpas ao Lino, por ter invadido o seu espaço para termos esta troca de opiniões, mas não podia deixar passar em claro o teu extenso comentário sem te dar uma resposta.
E, para finalizar, deixa-me dizer-te que há uma coisa em que eu concordo contigo a 100%: o desenho é a arte de uma vida e temos sempre capacidade para aprender e evoluir até morrer. Um abraço.
Meu caro amigo Geraldes Lino!
Acabo de publicar a entrevista com João Amaral, estou lhe enviando o link.
http://wwwwelcometonocturnia.blogspot.it/2014/11/intervista-con-joao-amaral.html
Esta talvez seja a primeira entrevista de um autor Português com um blogueiro italiano.
Eu ficaria feliz em saber a sua opinião sobre a entrevista
Espero encontrar você alguma convenção de quadrinhos.
Um grande abraço
Nick Parisi
Caro Mário,
Relativamente ao livro e ao trabalho do João, acho perfeitamente natural que haja pessoas que gostem e outras, como tu, que não gostem. São opções pessoais e no fundo, nisto da edição quem decide é o leitor: ou compra, ou não compra.
O que eu já não acho natural é pronunciareste sobre assuntos que não conheces: ao longo de 20 anos de carreira na BD, o João Amaral teve vários editores entre eles o Jorge Magalhães, o João Rodrigues, o Baptista Lopes, eu própria, agora o Manuel Valente…
Pelo teu texto fico a saber que somos todos editores “virtuais”. E pergunto-me (apesar de nos conferires a todos nós um défice de apetência crítica): alguma vez terás assistido a alguma reunião com os outros editores e o João? A uma reunião comigo, nunca assististe. Por isso não te confiro o direito de falares do que não sabes: não sabes se fiz e que sugestões fiz ao João Amaral e se ele as terá aceite ou não.
Acho sinceremante infeliz as questiúnculas que se geram neste país em torno da BD. “Bate-se” em quem faz tudo por tudo para divulgar a banda desenhada e dar-lhe visibilidade nomeadamente junto das escolas e de novos públicos. Bate-se porque graficamente não se gosta. Lembro-me que graficamente o Hugo Pratt também tinha muita gente que não gostava do que ele fazia… O Manara suscitou nos Estados Unidos um pedido de desculpa da Marvel…
E pergunto-me: com os sistemáticos comentários destrutivos em torno da pouca BD que por cá se faz, se publica e se divulga junto de novos públicos, que leitores teremos, amanhã, em Portugal, para a banda desenhada?
E sem leitores não há editores. Nem mesmo os “reais”.
Como já percebeste, e não querendo pronunciar-me em nome dos outros editores, acho ofensivo da tua parte o facto de nos teres catalogado a todos da forma como catalogaste. (cada um usa os adjectivos que quer e vê de si próprio, ao espelho, a imagem que entender. Mas isto soa como na história: Espelho meu, Espelho meu...).
Maria José Magalhães Pereira
Se alguém que aponta críticas válidas é tido como alguém com espírito destrutivo (sobretudo alguém que se olha diariamente ao espelho com orgulho do que tem feito, mas questionando-se permanentemente se o fez bem ou como o fará a seguir), parece-me nítido que aquilo que, isso sim, é realmente nocivo para a BD portuguesa é este cerrar de fileiras e trincheiras em torno de obras ou autores que muito beneficiariam de um olhar crítico apurado.
De resto, lamento que as minhas palavras firam quem quer que seja, mas não vou honestamente retirar uma palavra ao que disse, acrescentando apenas que acho estranho mencionar o Pratt ou o Manara no contexto deste debate.
Caro Lino e companheiros comentaristas
Tenho andado a viajar por outras "galáxias" e regresso à "Terra" para pôr em dia as leituras. E que leio? Opiniões, presumo que todas elas sinceras e directas, concorde ou não com elas.
Não sei por quê, Lino, quando inicio comentários no teu blogue, "acarreto" sempre polémicas, muito embora nem sempre as promova, como é o caso; se assim fosse, era, como diz o povo "deitar os cães à moita e ficar de fora". É claro que cães é um vocábulo figurativo do axioma e não propriamente o tratamento que eu dou a mim ou aos companheiros que aqui comentam. Longe de mim outra qualquer alusão acintosa!
Ponto um:
olha, Lino, julgo que fizeste a divulgação dos "Piratas"; mais ainda, foste à apresentação do livro num dia em que nem era suposto apareceres, porque tinhas uma festa de aniversário - mas apareceste. Por isso, não tens que pedir qualquer desculpa e, se insistires, terei de dizer que estás desculpado.
Ponto Dois:
Aprecio os trabalhos do João Amaral, porque gosto da forma como ele desenha e reproduz a arte final, coisa que eu não consigo.
Ponto Três:
Adquiro tudo o que tem saído da Kingpin, porque acho um bom trabalho que o Mário, como autor e editor, está a fazer. É certo que nem todos os trabalhos, a nível do desenho, me agradam, mas há os que sinceramente me agradam.
A Kingpin e a Polvo estão a apostar bem e em força, o que me leva a enfatizar o que digo.
Relativamente à modernização e à colagem aos mestres do passado, onde certamente me incluo, ainda não consigo desenhar um cavalo com um borrão de tinta ou um comboio como se fosse uma centopeia, quiçá primores de algumas obras vanguardistas que começam com o rótulo de "underground". Chegado a ese estádio, diria como Aquilino: quis fazer uma gamela, saiu-me um tamanco!
Não é, Miguel, o caso das edições da Kingpin, tenho de deixar essa ressalva, embora haja lá autores cujo traço não venha de escolas e de mestrias passadas.
*Continua, pois o HTML não pode ter mais de 4 096 caracteres, chiça!
*Depois de fintar o número máximo de caracteres do HTML, segue:
Ponto último:
O Mário expressou uma opinião, que é contrária à minha, mas é a sua opinião e expressou-a com frontalidade; fê-lo com demasiada frontalidade talvez, porque pormenores de balões espetados e murros "soft" há pela banda desenhada aos pontapés ou aos "murrapés". Lembro que o Pratt, por exemplo, marimbava-se nesses pormenores, fazendo por vezes balões com vinheta acoplada. São estilos próprios que podem ganhar ou fazer repudiar leitores, mas é um risco que todos corremos.
No meu caso, já dei por desenhos em que traço o nariz de uma personagem em bico, para o abatatar na vinheta seguinte - e olhem que faço retrato à vista!
Não vim defender o João Amaral, nem tão pouco acho que os dois Freitas, o António e o Miguel, o quisessem atacar, embora o António tenha empregue termos que eu não compreendo numa crítica séria. São pontos de vista divergentes, às vezes expressos com uns laivos de agressividade (ou elogios) que possam ser mal interpretados, mas que são efectivamente coerentes quando sinceros.
Ora, elogiando o João Amaral, faço-o pelo que lá li e vi publicado dele e, em breve, o farei em relação à Viagem do Elefante.
Acrescento mais: com este último álbum, o João lança a Banda Desenhada de forma a penetrar nos leitores que não são propriamente adquirentes deste género, arrojando fazê-lo através de um texto de um grande escritor português. Mesmo que eu não lesse o álbum - e fá-lo-ei em breve - só por isto já lhe dava 10 numa escala de 20 valores.
Para amenizar o ambiente, e sem que tenha a ver com os comentários aqui expressos: com ou sem balões espetados, estou certo que o João se fartou de desenhar "trombas" de elefante, tal como eu já o fiz, há uns anos, quando desenhei outras "trombas" da política.
Sonre elefantes, posso confidenciar que desenhei alguns para uma adaptação de "O Último Elefante Branco", de Salgari. Desisti quando percebi que este meu elefante seria, de facto, um "elefante branco" a abater, depois de vistas algumas bordoadas que levaram os camelos e os piratas do deserto.
Para a Maria José:
Gostei de a voltar a ler, acutilante na defesa dos seus valores,sempre atenta ao meio da BD, que nunca abandonou.
Para todos:
um abraço
Santos Costa
Regresso para corrigir o termo que abre o penúltimo parágrafo - onde está Sonre deve ler-se Sobre.
Outras quaisquer imperfeições devem ser assacadas ao Ed Sheeran, porque escrevi ao som do "I See Fire", que recomendo ouvir.
Abraço
Caro amantes da BD neste país pequenino e de gente pequenina.
Um amigo indignado, alertou-me para comentários inscritos no blog pelo Mário Freitas, relativamente à adaptação da Viagem do Elefante do João Amaral, assim como à qualidade dos EDITORES com quem tem trabalhado.
Após uma leitura atenta, começaria por dizer que a alguém que diz “… percebo bastante de BD…” apenas posso lembrar o sábio ditado popular – Presunção e água benta cada qual toma a que quer.
O post de Mário Freitas é a meu ver, não o expressar de uma opinião a que tem direito, mas sim um conjunto de afirmações reveladoras de imaturidade e ausência de sensibilidade, quer humana quer artística.
Nem ao Cristiano Ronaldo, de quem dizem ter também um ego do tamanho do mundo, ouvi alguma vez semelhante coisa. Quem lhe reconhece a extraordinária capacidade como jogador são os seus pares, os jornalistas e a esmagadora maioria dos amantes do futebol. A ele apenas tenho ouvido dizer que trabalha para a equipa e que se esforça para dar sempre o seu melhor.
Como comentários deste tipo, não sei que espelho é que o Mário Freitas terá em casa mas deve ser daqueles que havia dantes na Feira Popular que faziam as pessoas parecerem muito maiores do que aquilo que verdadeiramente são.
Gostei da forma educada como o João Amaral respondeu – tem a consciência que não sendo o maior desenhador português, procura incessantemente melhorar o seu trabalho, embora eu duvide que mentores como o Mário Freitas lhe possam ser minimamente úteis para tal.
Apreciei a forma como também a Maria José Pereira respondeu. Foram já vários os EDITORES que trabalharam com o João Amaral e acho no mínimo medíocre a forma como a todos o Mário Freitas tratou. A sua saída em defesa da sua honra e dos seus pares foi um acto corajoso e digno do papel que tem desempenhado ao longo de mais de duas décadas em prol da BD.
Em relação ao Mário Freitas se estivéssemos a falar de um EDITOR inequivocamente consagrado, reconhecido como tal pelos seus PARES, pelos AUTORES e/ou pelo PÚBLICO, embora dificilmente, ainda poderia ter alguma atenuante, contudo, não sendo o caso nem por uns nem por outros, não deixa de ser condenável a pobreza dos seus comentários.
Tal como o João Amaral eu também não gosto particularmente do trabalho do Mário Freitas; como argumentista considero-o fraco, como desenhador, demasiado fraco (se não fosse ele a editar-se a si próprio, duvido que alguém pegasse no seu trabalho), e quanto a editor… bem, apostou numa linha que terá certamente os seus seguidores aos quais reconheço toda a legitimidade, mas que na qual nem eu nem garantidamente a esmagadora dos amantes de BD se revêem.
Mas, e em defesa da BD que se publica em Portugal, devemos mesmo assim estar-lhe agradecidos. Mais vale um editor a quem não é reconhecida grande notoriedade que vá publicando, que não haver publicação.
Relativamente ao cavar de trincheiras do seu segundo post, espero honestamente que tenha sido cavada uma trincheira bem larga, bem funda e cheia de lama que, a bem da BD, torne difícil a convivência entre EDITORES e editores - A César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.
Não posso deixar de saudar os últimos post do Santos Costa, que, tarimbeiro nestas coisas da BD e com a educação que lhe é conhecida, deu a meu ver, e sub-repticiamente, uma lição teórica de desenho ao Mário Freitas.
Para a obra do João Amaral os meus parabéns. Agarrar em José Saramago e dar-lhe uma nova expressão artística é louvável em qualquer país do mundo, apenas neste país onde a mediocridade ainda impera, tal possa ser questionável. Gosto da palete de cores, que quanto a mim apenas peca por ser um pouco demasiado digital, mas são coisas dos tempos e dos gostos, gosto dos planos, da adaptação e da narrativa.
Não posso deixar de valorizar o imenso trabalho de pesquisa que uma obra deste calibre obriga. Não é garantidamente aquilo tipo de BD que se faz nos guardanapos ou em sketch books do Continente. Parabéns João e continue, mesmo tendo contra si todos os Freitas deste mundo.
A bela introdução da Pilar del Rio não deverá ser esquecida. Companheira de Saramago, parece ter encontrado na adaptação do João Amaral, imagens que lhe foram familiares a quando da sua criação literária pelo grande José Saramago.
Uma última palavra de apreço à Porto Editora que, apesar de parecer nunca ter olhado para a Banda Desenhada como uma arte, ter apostado na obra produzindo um livro bem conseguido e bem cuidado, esperando apenas que não tenha sido feliz acaso.
Nada me espantaria que a curto trecho venhamos a ver o trabalho do João Amaral publicado (e vendido) noutros países e noutras línguas, deixando assim na lama os seus detractores.
Com desaparecimento da Meribérica e o notório desinvestimento da ASA/Leya na BD, começa a sentir-se a falta uma grande EDITORA que volte a colocar a BD no lugar que merece.
Apenas uma curiosidade que gostaria de ver satisfeita pelo João Amaral: Se Saramago não tivesse sido retirado à Caminho a obra teria sido editada pela Leya?
E para fazer justiça ao trabalho do João Amaral acabaria o meu post apenas assim:
Oferecido por D. João III com presente de casamento ao Arquiduque Maximiliano da Áustria, conduzido por um grupo de destemidos Portugueses e um tratador Indiano, durante a viagem até Viena, muitos cães vadios terão certamente ladrado à passagem de tão imponente animal, pelas aldeias e cidades por onde terá passado.
Do elefante, e particularmente graças a José Saramago e agora ao trabalho do João Amaral, sabe-se o nome – Salomão - dos cães… bem desses não reza a história - não se sabe o nome a raça ou mesmo se realmente existiram.
Senhor João Luís Santos,
Não sei quem o senhor seja, pelo menos de nome. Pelos vistos, também não sabe quem eu sou, caso contrário saberia certamente que eu não sou desenhador, sendo assim difícil ser fraco em algo que não faço (é que eu tenho noção das minhas limitações e fraquezas, sabe?).
Quanto a eu não ter o reconhecimentos dos meus pares, deve com certeza andar também bastante distraído (ou então não conhecer-me mesmo de todo ou estar a confundir-me com qualquer outro Mário ou qualquer outro Freitas); informo-o apenas que a Kingpin Books, da qual sou editor (de mim próprio e da maioria dos melhores autores portugueses da actualidade) tem tido, felizmente e graças ao nosso trabalho, enorme reconhecimento do público e da crítica, sendo, de longe, a editora com mais prémios e nomeações em Portugal nos 2 últimos anos.
Finalmente, há os que se escusam em falsas modéstias para ir arrastando a sua mediocridade e outros há que vão evoluindo, mesmo com erros pelo meio, não pedindo desculpa pela sua existência ou pela qualidade do seu trabalho. E mal seria que eu não pudesse criticar uma obra ou opções editoriais, mesmo sem saber as conversas privadas de cada um. O trabalho editorial é bastas vezes invisível e a única forma de o avaliarmos é pela qualidade final das obras, pesando as suas qualidades e defeitos. E, para mim, é incompreensível assistir a erros primários de narrativa, desenho e legendagem de livros que parecem ter sido editados estilo "chave na mão: toma lá, tá feito, agora publica". Há editores e publicadores; confundem-se muito os termos em Portugal.
Bem-haja ao Santos Costa, que permanece um Senhor, mesmo com discordâncias artísticas comigo, não contra-atacando de forma tosca e ignorante, qual criança a fazer birrinha por eu não querer brincar com o brinquedo dele.
Cumprimentos.
Meu caro senhor,
Tinha prometido a mim próprio que, depois do meu post, não iria dar mais importância a este tema, mas, depois da sua resposta, acho que mais alguns bits na estratosfera não irão ter grande impacto no lixo informático que se diariamente se produz e que infelizmente o seu post, me fez também produzir.
Fazendo uma analogia ao seu segundo post, não retiraria nem um grão de pó à folha onde teria escrito os meus comentários se o tivesse escrito a caneta, mas, como o fiz no computador, nem um bit retiro.
O conhecimento que tenho de si é o mesmo que tenho de outros EDITORES – participação anónima em alguns eventos de BD e muito particularmente da Amadora, pois detesto protagonismos e protagonistas. Saliento que não fiz nenhuma crítica a qualquer Mário Freitas na qualidade de cidadão comum, mas sim a um Mário Freitas que teceu comentários de carácter público, sobre um trabalho de um AUTOR de BD e à fraca apetência crítica dos EDITORES de BD em Portugal, com quem o AUTOR terá trabalhado, e esse, julgo ser você.
Era cínico da minha parte dizer que não tenho o prazer de o conhecer pessoalmente porque seria falso. Escolho criteriosamente as pessoas com quem tenho prazer de me comunicar e, não me revendo nas suas escolhas, além de bom dia ou boa tarde, pouco ou nada teria para lhe dizer. Espero também que não tenha a pretensão de querer ser conhecido ou adorado por todas as pessoas do mundo.
Relativamente ao seu prestígio. Tirando este ano acho que nunca o tinha visto ganhar os tantos prémios que tanto lhe incharam o ego. Vi-o sim este ano na Amadora, a ganhar uma mão cheia de prémios, num ano em que produção de BD caiu abruptamente, os editores do costume não apareceram e o material a concurso, a meu ver e sublinho a meu ver, salvo honrosas excepções, foi caracterizado pela vulgaridade.
Tal como se comentava à boca cheia nos corredores após a entrega de prémios, quando um álbum como o Ardalén tem de concorrer com os outros álbuns a concurso e não ganha… eu apenas diria – não mudem de júri não! – A meu ver, quem decide daquela forma, não espanta que também lhe tenha atribuído a si tantos galardões, ou optaram, “em terra de cegos…”
Como referi, apesar de o considerar um sofrível publicador de livros de BD (tal como trata os seus “COLEGAS”) e não me rever minimamente nas suas escolhas, acho louvável que, independentemente da qualidade sempre discutível que estas possam ter, vá publicando BD, no mínimo sempre contribui para que algumas pessoas tenham trabalho e a subsistência das suas famílias nestes tempos de crise.
Assim, termino. Peço que me desculpem de não voltar a este tema, mas atendendo à forma como o publicador de livros, Mário Freitas, redigiu o seu post, não lhe pretendo dar mais protagonismo ou importância do que aquela que julga ter. Não sou apologista do “falem mal de mim, mas falem de mim”. É dar demasiada importância a quem tece tal tipo de comentários e para esses peditórios, não dou.
Prefiro um milhão de vezes apoiar causas como a do João Amaral e outros AUTORES e EDITORES, que, com o seu esforço, dedicação e sacrifício, sempre contribuiram para a divulgação da BD, fidelizando e conquistando novos públicos e abrindo novos horizontes de que a BD tanto necessita.
Ver as mesmas caras, embora cada vez menos e mais envelhecidas, ano após ano, nos mesmos festivais, também estes incapazes de se renovar, é triste, decadente e cansativo e este tipo de críticas, a um AUTOR que agita as águas e aos EDITORES que sempre o incentivaram a continuar, são de uma mediocridade a toda a prova e indignas de alguém que tem pretensões a ser reconhecido como um EDITOR.
As minhas sinceras desculpas ao Geraldes Lino pela eventual polémica que os meus posts possam ter causado, mas num nicho de mercado cada vez mais pequeno, como a BD se tem tornado, serem os supostos defensores da causa a questionarem o trabalho daqueles que ainda resistem como o João Amaral, isso sim é que é empurrar a BD para a lama de onde assim dificilmente sairá.
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