segunda-feira, abril 28, 2014

Entrevistas Antigas a Autores de BD (II) - Luís Louro




Luís Louro foi o segundo autor de BD - após Jorge Colombo - que entrevistei para o suplemento jornalístico Tablóide incluído no [extinto] vespertino Diário Popular, de grande tiragem, que se editava em Lisboa.

Como descrevi nessa primeira das entrevistas antigas a autores de BD, o dito suplemento era publicado ao Sábado, e compunha-se de duas páginas.
Na da frente era impressa a entrevista, e no reverso iniciava-se a banda desenhada, que continuava no Sábado seguinte. A reprodução da bd aqui no blogue ficará para uma próxima postagem.

(Reescrevo seguidamente  a entrevista a fim de facilitar a leitura.
Relembro que tudo aquilo que nela é dito terá de ser lido considerando que a edição do jornal data de 12 de Outubro de 1985).

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                    A BD é uma forma 
                      de me realizar

- diz Luís Louro, desenhador

Luís Louro é o desenhador que aparece hoje no Tablóide.
Apesar de ser muito jovem, as suas qualidades já foram reconhecidas publicamente: os sócios do Clube Português de Banda Desenhada votaram maioritariamente nele em 1985, para que lhe fosse atribuído um dos troféus «O Mosquito», aquele que é dedicado à Revelação da BD do ano anterior. 

Luís Alexandre Santos Louro é natural de Lisboa, onde nasceu a 14 de Junho de 1965. Já finalizou o 12º ano e, por agora, vai aguardando a chamada para o serviço militar «com bastante sofreguidão e entusiasmo, hugh!».

- Entretanto vai continuando a fazer BD, coisa que faz parte das suas necessidades vitais, desde que se conhece. Não é verdade isto, Luís Louro?

- Sim, posso dizer que desenho quase desde a barriga da minha mãe. Suponho que a deixei cheia de rabiscos...
Mas, mesmo a sério, foi há cerca de seis anos.

- O que é que a BD representa para si?

- Uma forma de expressão, de divertimento, também uma forma de me realizar. Não vou dizer que gostaria de fazer profissão da BD: além de ser habitual as pessoas dizerem isso, é utópico.

- Não sente que o ambiente à volta da BD, hoje, começa finalmente a ser favorável ao seu desenvolvimento?

- Não, pelo contrário, parece um ninho de víboras. Apesar de não parecer, nos bastidores existem muitas rivalidades, interesses, invejas.

- Mas em relação ao público - que está alheio a essas tricas -, não acha que há agora mais interesse pela BD em geral, e pela portuguesa em particular?

- Pela BD em geral, acho que sim, acho que há mais interesse, uma vez que a BD está a ser cada vez mais utilizada, até a nível didáctico.
Quanto à BD portuguesa, acho que não está suficientemente desenvolvida, por culpa dos editores, uma vez que as revistas portuguesas não são divulgadas no estrangeiro.

- Isso não será também devido ao facto de não ser fácil colocar as nossas revistas no estrangeiro? Você sabe que em Espanha, França, Bélgica ou Itália há imensas revistas e muito superiores às nossas...

- Lá há melhores, mas também há piores. Acho que seria uma maneira de fomentar a nossa BD e abrir os olhos aos editores estrangeiros, fazê-los ver que por cá também se fazem umas coisas.

- Mas também está um pouco nas vossas mãos tentarem ir pessoalmente apresentar as vossas experiências aos editores estrangeiros. Já tem havido antecedentes...

Eu concordo com isso plenamente, mas há um certo complexo nosso, criado pelos editores portugueses, que de certa forma se estão a baldar para as nossas experiências.
Portanto, se os próprios portugueses não ligam, imagine-se os estrangeiros, que já lá têm os seus próprios autores.

- Apesar desse seu cepticismo, você continua, com persistência, a desenhar. A que se deve esse facto?

- Essa é a grande prova de que eu desenho por gosto, não por necessidade ou materialismo - isto é, não desenho para vender.
Considero a BD como arte, e é nessa perspectiva que continuo a fazê-la.

- Como encara o facto de lhe ter sido aribuído, por votação entre os sócios do CPBD, «O Mosquito», considerando-o «Revelação da BD Portuguesa» em 1984?

- Espero que não me chamem convencido, o ponto de vista não é esse, mas considero que não foi nada que eu não merecesse. 
Não pretendo afirmar que sou bom ou qualquer coisa do género, mas, pelo menos, eu e o meu argumentista trabalhámos para isso. Acho que somos dos que mais trabalhámos em 1984 para nos aperfeiçoarmos.

- Quantas bandas desenhadas já fizeram vocês?

- Fizemos nove completas, sete delas incluídas numa série intitulada "Estupiditia", e ainda outras duas, mais extensas, para uma personagem.

- Quantas foram publicadas?

- Três no "Mundo de Aventuras", a mais recente das quais, no número 556 referente à 1ª quinzena de Agosto, era apresentada por uma capa feita por mim. Apareceu uma outra no fanzine "Protótipo". E estão previstas mais nessas mesmas publicações.

- Há algum desenhador português por quem tenha admiração especial?

- Não quero destacar nenhum, para não ser injusto e não ficar ninguém no esquecimento.

- Há algum tema que o atraia para vir a transformar em BD?

- De momento, o tema surge-nos e nós trabalhamos nele, seja qual for.

- Qual o desenhador estrangeiro que acha justo destacar?

- Enki Bilal e, uns graus mais abaixo, Liberatore. Gosto da "linha clara", principalmente de Daniel Torres.  

Entrevista e foto por
Geraldes Lino 
 
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Luís Louro

Síntese biobibliográfica 

Luís Alexandre Santos Louro, 14 de Junho de 1965, Lisboa.
Curso  de Técnico de Meios Audiovisuais da Escola de Artes Decorativas António Arroio (Lisboa).
Foi galardoado com os troféus: Mosquito (do Clube Português de Banda Desenhada-CPBD) em 1985, como Revelação da BD Portuguesa de 1984; Zé Pacóvio e Grilinho, para Melhor Álbum Português de 1995, e o mesmo troféu, atribuído pelo Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, dedicado ao Prémio Juventude 1995.

Jim del Monaco foi o primeiro herói desenhado por Luís Louro, sob argumento de António Simões (ou Tozé Simões), que protagonizou várias aventuras editadas em álbum com os seguintes títulos: Jim del Monaco (1986), Menatek Hara (1987), O Dragão Vermelho (1988), Em Busca das Minas de Salomão (1989), A Criatura da Lagoa Negra (1991), A Grande Ópera Sideral (1992), O Elixir do Amor (1992), Baja África (1994).
Roques e Folques foi outra série criada pela mesma dupla Louro e Simões, e que teve os seguintes álbuns: O Império das Almas (1989), e A Herança dos Templários, em dois tomos (I-1990 e II-1992, respectivamente).
Vieram a seguir as Estórias de Lisboa, em que se incluiram os episódios O Corvo (1994), Alice (1995) e Coração de Papel (1997), criados a solo por Luís Louro, autor dos argumentos e desenhos, assim como Cogito Ego Sum (2000).
Nesse mesmo ano de 2000, agora de novo com um argumentista, Rui Zink, surge O Halo Casto. Em 2002, a transformar em imagens sequenciais um argumento escrito por João Miguel Lameiras e João Ramalho Santos, foi a vez de Eden 2.0.
De novo a solo, em 2003, retomou uma das suas personagens favoritas, em O Regresso do Corvo.
Tem colaborações dispersas em vários tipos de publicações, designadamente em revistas de BD - Mundo de Aventuras (1985), O Mosquito-5ª série (1985/86), Selecções BD (1989/90, 1999 e 2001), Lx Comics (1991) em revistas de temas diferentes (Valor, 91 a 94; Visão, 95 a 2000; Ego, 1998), e em fanzines: Protótipo (1985), Hyena (1986), um zine espanhol intitulado Un fanzine llamado Camello (1986), Max (1986), Banda (1989/90), e Shock (1989/91). 
Colaborou também num jornal, o Diário Popular, no suplemento semanal Tablóide, em Outubro de 1985.
Participou, com outros autores portugueses de BD, na exposição colectiva "Perdidos no Oceano", organizada pelo Festival International de la Bande Dessinée de Angoulême, em 1998. 

G.L.
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Os interessados em ler a entrevista anterior a Jorge Colombo poderão fazê-lo clicando no item Entrevistas antigas a autores de BD visível no rodapé

sexta-feira, abril 25, 2014

Fanzines Esses Desconhecidos - Exposição







Por mera coincidência, há neste momento duas exposições dedicadas aos fanzines em simultâneo: esta de que se fala hoje aqui, preenchida por fanzines de banda desenhada e de poesia, patente ao público no Museu Etnográfico e Arqueológico Dr. Joaquim Manso, na Nazaré, e outra, só com fanzines-objecto, apresentada no edifício "A Moagem - Cidade do Engenho e das Artes", no Fundão, que está visível no "post" anterior.

Trata-se de uma situação invulgar: dois eventos dedicados em exclusivo aos fanzines, ambos a decorrerem em espaços nobres, factor excepcionalmente valorizador para estes magazines amadores.

A exposição a que se refere o presente "post" é, repete-se, composta por fanzines de banda desenhada e de poesia. Os de BD foram retirados do acervo do blóguer autor destas linhas, os de poesia pertencem à colecção de Luís Paulo Meireles, funcionário do museu, aficionado de poesia e de fanzines.

A presente mostra, intitulada "Fanzines, Esses Desconhecidos", estará patente ao público até 27 de Abril, e é apresentado pelo museu com o seguinte texto (obedecendo ao actual AO90 como, por exemplo, abril em minúsculas):
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abril / mês dedicado aos fanzines

  
Em abril, venha descobrir o "mundo dos fanzines" no Museu da Nazaré!


Exposição "Fanzines: esses desconhecidos. De Geraldes Lino"

8 a 27 abril

Em abril, no mês em que se assinala o Dia Mundial do Livro (23 de abril), o Museu Dr. Joaquim Manso promove uma exposição de fanzines de Geraldes Lino, com o apoio da editora volta d'mar, dando a conhecer a sua importância no mundo social e na criatividade e liberdade individuais.


Conversa sobre fanzines
26 de abril, a partir das 15 h

No âmbito desta exposição, o Museu propõe uma tarde de encontro com autores e editores sobre este tipo de produção artística e literária, com momentos de animação dramática e musical.
 

Presentes nesta sessão, o militante da BD e dos fanzines Geraldes Lino, e o jovem autor e ilustrador Alexandre Esgaio.

 Dos fanzines literários à edição de livros de circulação restrita, a volta d' mar, editora nascida na Nazaré, propõe uma sessão de encontro e conversas entre autores e leitores. Para além de outras editoras que navegam no mesmo espaço literário (Averno, Tea For One, Medula, Edições Mortas, Edições Besouro...) estarão presentes os autores publicados pela Volta d' Mar: Luís Paulo Meireles, M. Parissy, Rui Almeida, Jaime Rocha, Rui Tinoco, Henrique Manuel Bento Fialho, Carlos Alberto Machado, entre outros.

Lançamento do mais recente livro de poemas da Volta d' Mar, "Fragmentos Tunisinos", de Amadeu Baptista.
Apresentação e leituras por Henrique Manuel Bento Fialho.



Colaboração: Editora Volta d'Mar

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Imagens que ilustram o presente "post": 

1. Cartaz da exposição
2, 3, 4 e 5 - Fotos da exposição (fotos de Luís Paulo Meireles)



abril | mês dedicado aos Fanzines



Museu Dr. Joaquim Manso
Rua D. Fuas Roupinho – Sítio
2450-065 Nazaré
Portugal
Telef.: (+351) 262 562 801
Fax: (+351) 262 561 246
e-mail: mjmanso@drcc.pt 



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Os interessados em ver/ler os anteriores "posts" dedicados a este tema, poderão fazê-lo clicando no item "Exposições de Fanzines" visível no rodapé


terça-feira, abril 22, 2014

Webzines - Sketchbook Portugal #6


A presente edição deste sexto número do webzine Sketchbook Portugal tem como leit motif uma homenagem a Mike Mignola - singular e muito admirado autor de BD - através de cartas de fãs que lhe são dedicadas, desenhos-imitações do carismático herói Hellboy, por ilustradores/autores de BD portugueses.

O título da homenagem é "A Portuguese Love Letter to Mike Mignola" e participam nela: Andreia Rechena (também conhecida por "Dona Zarzanga"), Carla Rodrigues, Carlos Pedro, Filipe Andrade, Filipe Teixeira, GEvan, Jorge Coelho, Nuno Plati, Pedro Potier, Ricardo Reis. Só para ver as homenagens gráficas destes autores a Mike Mignola vale a pena "folhear" - virtualmente, claro - mais uma interessante edição do Sketchbook Portugal.

Mas há vários outros motivos que fazem valer a pena folheá-lo. Um deles é a valiosa colaboração de Miguel Montenegro - um dos primeiros autores portugueses de BD a trabalhar profissionalmente para a Marvel - que realizou uma banda desenhada curta de duas pranchas expressamente para esta edição, além de uma foto-novela protagonizada por ele próprio.
Imperdível também é a bem humorada rubrica dedicada aos fanzines por um crítico gozão a escrever sob o pseudónimo Cesário Arco Íris, que desta vez dedica ao fanzine Funzip a sua prosa irónica, dizendo, por exemplo, que o dito cujo zine dá espaço aos que nunca levarão para casa um Prémio Profissional de BD...   

Entre as impagáveis vantagens da world wide web está a de poder publicar um magazine (um webzine, para o efeito) de produção gratuita e de visionamento igualmente grátis, com 96 páginas!

A capa (brilhante) da presente edição do Sketchbook #6 é da autoria de Rui Inácio, músico, produtor musical e, pela amostra, bem dotado ilustrador.

Para poderem aceder ao webzine e assim apreciarem devidamente este magazine virtual, bastará clicarem no endereço abaixo indicado:

http://issuu.com/sketchbookpt/docs/sbpt_6-issuu

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Para ver a postagem anterior deste mesmo tema bastará clicar no item Webzines visível no rodapé  

domingo, abril 20, 2014

Concurso "500 Paus" (2ª edição)


Uma boa ideia merece ser repetida, na BD ou em qualquer outra área de criatividade. E o Marcos Farrajota é um imaginativo reincidente, daí que, através da Associação Chili Com Carne - CCC (de que é presidente) e da sua editora MMMNNNRRRG lance de novo um desafio aos autores portugueses de banda desenhada (tal como fez em 2013 *)

Eis o texto-anúncio, ipsis verbis, que acaba de me ser enviado:


Andava a BD portuguesa deprimida devido à sua crónica falta de iniciativa até que esta cosmopolita Associação Chili Com Carne lançou a ideia de um concurso para fazer um livro em Banda Desenhada.


Esta ideia do concurso é tão boa que realmente ficámos a pensar porque não nos lembrámos dela antes?


Passados alguns meses depois do sucesso da primeira edição, decidimos avançar com a nova edição do concurso interno Toma lá 500 paus e faz uma BD!

 Mais que um vencedor o que nos interessou o ano passado é que graças a este  concurso foram-nos apresentados novos autores que não conhecíamos... Sedendos por mais não quisemos esperar! 

Eis de volta o concurso "500 paus" com algumas melhorias,  mas a ideia continua a ser a mesma - compensar monetariamente quem produza BD de autor e ainda editar o livro vencedor, que todos gostaríamos de ler!


Instruções (não muito complicadas):

Para quem? 

Para Sócios da CCC com as quotas em dia - não é sócio? então é clicar neste LINK.


O prémio é monetário? 

É sim! 500 paus! 500 Euros!

Para além de que o trabalho será publicado!

E, para a próxima edição, o vencedor é convidado a fazer o cartaz e a integrar o júri!


Quem decide o vencedor?

Uma parte da actual Direcção da Associação Chili Com Carne e o vencedor da edição passada - a saber: Francisco Sousa Lobo (autor e vencedor da edição anterior), Joana Pires (designer da MMMNNNRRRG e da colecção LowCCCost), Marcos Farrajota (Presidente da Associação, autor e editor), Margarida Borges (membro da Direcção e designer) e Rafael Dionísio (escritor). 

O Júri reserva-se o direito de não atribuir o prémio caso não encontre qualidade nos trabalhos propostos.



Datas?

20 de Julho é a entrega dos projectos!

27 de Julho é anunciado o vencedor!

O livro é publicado em 2015!



 Regras de apresentação dos trabalhos

- O livro não tem limite de páginas e de formato mas porque desejamos inseri-lo nas nossas colecções já existentes - Colecção CCC, QCDA, LowCCCost (de viagens), THISCOvery CCChannel (de ensaio, embora ainda não tenhamos editado nada em BD nesta colecção), etc... por isso o projecto terá mais hipóteses de ganhar se for apresentado num formato das colecções.

- Preferimos o preto e branco mas a cor não está totalmente afastada!

- Envio do seguinte material:

a) texto de apresentação do(s) autor(es),

b) sinopse do projecto

c) planeamento por fases (com datas)

d) envio de 20% do total da BD, sendo que o mínimo serão 4 páginas seguidas acabadas e 16 planeadas.

- Todos estes elementos devem ser entregues em PDF, em serviço de descarga em linha (sendspace, wetransfer,...) cujo endereço deve ser enviado para o e-mail ccc@chilicomcarne.com



Que projecto afinal pode ser apresentado? 

- Uma BD longa de um autor ou com parceiros

- Um livro com várias BDs do mesmo autor (desde que tenham uma ligação estética ou de conteúdo)

- Uma antologia de vários autores com um tema comum



Boa sorte!

CCC

Este projecto tem o apoio do IPDJ e da Trem Azul


(*) Veja-se, nesta etiqueta "Concursos de Banda Desenhada" a postagem afixada em Julho de 2013
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Algum visitante deste blogue que queira ver anteriores regulamentos de concursos de BD, poderá fazê-lo clicando no item Concursos de Banda Desenhada visível no rodapé 

sábado, abril 19, 2014

Concurso de BD - Tu e o Ambiente


A protecção do ambiente: eis um tema que preocupa cada vez mais as pessoas conscientes que temem a insanidade ambiental do futuro para as gerações vindouras. E é positivo que isso seja tema para um concurso de BD. Tu e o Ambiente é o título da iniciativa que aproveita as potencialidades da banda desenhada, e que desafia todos os que se sentem com capacidade para realizar uma bd sob um tema obrigatório.

Leiam-se pormenores descritos pela entidade organizadora, a Águas do Algarve S.A.:

Queremos que os nossos artistas sejam criativos, e que nos contem uma história. Uma história contada em português que  promova os valores ambientais, a proteção da natureza, a proteção da vida no Planeta. 

Os nossos concorrentes poderão explorar vários sub-temas para estes trabalhos, entre eles: 
Ambiente em geral – água da torneira– água residual -  natureza – mar - 
ser humano... entre outros.
A paleta de sub-temas é muito vasta! 
Apenas terão de dar asas à imaginação!
 
Para efeitos de análise e de prémios finais, serão considerados 2 escalões:


Escalão A – para autores que tenham entre 13 e 18 anos (inclusive).
Escalão B – para autores que tenham 19 ou mais anos
 

Os primeiros três melhores classificados por escalão, receberão os seguintes prémios:

Escalão A:

1º prémio : €250,00 em material de desenho
2º prémio - €50,00 em material de desenho
3º prémio - €25,00 em material de desenho
   
 
Escalão B:

1º prémio : €400,00 em material de desenho profissional
2º prémio - €100,00 em material de desenho profissional
3º prémio - €50,00 em material de desenho profissional
 

A data limite para entrega dos trabalhos é a 30 de Maio de 2014
no edifício sede da Águas do Algarve, SA, 
sita na Rua do Repouso em Faro, nº 10
8000-302 Faro

A/C: Drª Teresa Fernandes, 
Gabinete de Comunicação e Educação Ambiental, 

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Mais algumas informações do regulamento:

- Cada concorrente pode enviar um máximo de 5 trabalhos (bandas desenhadas) originais (as cópias, coloridas ou a preto e branco, serão automaticamente excluídas do concurso),inéditos, e devem ser identificados no verso com o nome, morada, e-mail e contacto telefónico.

- Os trabalhos (as bandas desenhadas, digo eu, blóguer) podem ser apresentados a cores ou a preto e branco, em qualquer técnica ou suporte físico, e em formato A3 (297x420mm)

- Os trabalhos (as bandas desenhadas) realizados com o auxílio do computador devem ser enviados em CD ou DVD, no programa onde foram concebidos (Photoshop, por exemplo) e em formato TIFF ou JPEG (numa resolução mínima de 300 dpi), acompanhados de uma impressão de boa qualidade, em papel fotográfico.
Nos casos em que apenas a legendagem é feita a computador, os concorrentes devem enviar os originais e uma impressão de boa qualidade, em papel fotográfico, com o trabalho legendado.

- Os textos, quando os houver, devem ser apresentados em português (excetuam-se* naturalmente, expressões avulso ou estrangeirismos).
Os erros ortográficos pesarão na decisão dojúri,em caso de empate entre dois ou mais concorrentes.

- Os concorrentes serão agrupados em dois escalões:

Escalão A - para autores que, à data limite de entrega de trabalhos, tenham entre 13 e 18 anos (inclusive).

Escalão B - para autores que, à data limite de entrega de trabalhos, tenham 19 ou mais anos.

- Número máximo de pranchas:
O número de pranchas pode variar entre uma (mínimo) e cinco (máximo).
No verso das pranchas deve ser indicada a ordem das mesmas.

- Os trabalhos serão obrigatoriamente remetidos em envelope fechado identificado no exterior.

- Envio de Declaração de transmissão de direitos de utilização dos trabalhos para a Águas do Algarve, e o formulário de identificação do concorrente.

- Os trabalhos deverão ser entregues na sede da Águas do Algarve, sita na Rua do Repouso, nº 10, em Faro, com indicação de 
Concurso de Banda Desenhada 
A/C Gabinete de Comunicação e Educação Ambiental - Drª Teresa Fernandes
até às 18h00 horas do dia 30 de Maio de 2014.

- A Águas do Algarve S.A. não se responsabilizará por danos ou extravios de trabalhos, pelo que se sugere que os mesmos sejam enviados conjuntamente com um cartão rígido (para proteger o melhor possível os originais) e em correio registado, de modo a garantir a sua entrada no concurso.

- Todos os trabalhos serão expostos em local e data a informar posteriormente.

- Os trabalhos ficarão em poder das Águas do Algarve, reservando esta para si o direito de reprodução e difusão das obras recebidas no concurso.

- Dúvidas e sugestões podem ser enviadas para:

Águas do Algarve, S.A.
Gabinete de Comunicação
A/C: Teresa Fernandes
Email: t.fernandes@aguasdoalgarve.pt 

* Percebe-se, pela grafia de "excetuam-se" (em vez de exceptuam-se, como se usava no AO45), que a entidade organizadora está a optar pelo AO90, o que pressupõe presumir que os autores deverão usar o novo acordo ortográfico, o que, de facto, não está especificamente indicado no regulamento.
E a pergunta que este blóguer faz é a seguinte: e se o concorrente fizer a legendagem com a ortografia do AO45, as palavras serão consideradas erradas?
    
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Algum visitante deste blogue que queira ver anteriores regulamentos de concursos de BD, poderá fazê-lo clicando no item Concursos de Banda Desenhada visível no rodapé

sexta-feira, abril 18, 2014

Webmag #6 de The Lisboa Studio


Entre muitos outros motivos de interesse, o webmag #6 (Abril/Maio 2014) editado pelo colectivo The Lisboa Studio inclui uma excepcional banda desenhada da autoria de Pedro Brito, cujo título é "Outra Vida" que, só por si, justifica a edição deste excelente magazine virtual (*)
E outro pormenor a destacar, pela sua excepcional qualidade, é a capa de Ricardo Drumond.

Para dar uma ideia do interesse do conteúdo, reproduzo o texto do colectivo editorial:

Este número tem como destaques o livro "INK - Lisbon Tattoos" de Marta Teives (editado pela sua Choco Com Tinta); o episódio gratuito "Praxe do Gangue das Capas Negras" (do jogo Inspector Zé e Robot Palhaço em Crime no Hotel Lisboa) da Nerd Monkeys; as apresentações de Living Will #2 (André Oliveira e Joana Afonso, pela Ave Rara) e Tiras do Baralho! (André Oliveira e Pedro Carvalho, pela El Pep); curtas de BD por Pepedelrey, Pedro Brito, Nuno Saraiva e Pedro Moura e Amanda Baeza.  


Para confirmação do interesse deste sexto número do magazine, os visitantes poderão ver/ler o conteúdo, clicando sobre o seguinte endereço:

http://issuu.com/thelisbonstudio/docs/tls_mag6


(*) Declaração de interesses: Reconheço que sou suspeito no elogio, visto que também já reproduzi a bd "Outra Vida" neste mesmo blogue, na etiqueta "Curtas de BD (Autores portugueses"), num "post" datado de Out. 11, 2009 (!). Mas merece de facto a reposição.

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Para ver postagens anteriores deste mesmo tema bastará clicar no item Webzines visível no rodapé 

segunda-feira, abril 14, 2014

Cadavre Exquis aliás Cadáver Esqusito - Realizado no Anicomics / Lisboa 2014







Eis um surpreendente "cadáver esquisito", desenhado por Osvaldo Medina, João Sequeira, André Pereira, Rudolfo, Inês Falcão Ferreira e Carlos Pedro (as vinhetas/pranchas estão montadas por esta ordem). 

(No pequeno universo - passe o contra-senso - da BD portuguesa, haverá quem não conheça o nome de Inês Falcão Ferreira. De facto, ela vive na Holanda, em Roterdão, é essencialmente ilustradora, mas colaborou como colorista na obra "HAWK", recentemente editada pela Kingpin Books.)

A realização, em improviso, da extravagante banda desenhada que ilustra a presente postagem teve lugar no Domingo, 13 de Abril, último dia do animado e copiosamente frequentado Anicomics (5ª edição, 2014, em Lisboa) de que afixei notícia no "post" anterior. 

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Os visitantes interessados em verem os "posts" anteriores que contêm os "cadavre exquis" feitos no AMADORABD, poderão fazê-lo com um simples clique no item Cadavre Exquis visível aqui por baixo no rodapé.

sexta-feira, abril 11, 2014

Festivais, Salões BD e afins - ANICOMICS - Lisboa 2014


Na 5ª edição do evento anual Anicomics, destaco apenas os aspectos relacionados mais directamente com BD, que se distribuem pelos dias 12 e 13 de Abril, Sábado e Domingo, e  que são os seguintes:

Actividades permanentes (no Piso 0 da Biblioteca):

Exposição de pranchas de banda desenhada (originais e/ou "prints"), dos autores:
1- André Pereira em "Super-Pig: O Impaciente Inglês"
2 - Osvaldo Medina (desenho), Inês Falcão Ferreira (colorização) em "Hawk"
3 - Joana Afonso (desenho), André Oliveira (argumento/guião) em "Living Will" #2
4 - João Sequeira (desenho), Nuno Duarte (argumento/guião) em "F(r)icções"
5 - Colectivo QCDA - Afonso Ferreira, André Pereira, Rudolfo, Zé Burnay


Sábado - 12 Abril
1. No piso 2 da Biblioteca

10h30 - Workshop de BD

2. No Auditório:
a) 14h00 - Lançamento do mini-comic Living Will nº 2, estando presentes os autores: Joana Afonso, desenhadora, e André Oliveira, argumentista/guionista;

b) 14h20 - Apresentação do álbum de BD F(r)icções (Edições ElPep) com a presença de João Sequeira, desenhador, e Nuno Duarte, argumentista/guionista;

c) 14h40 - Apresentação da antologia QCDA #1000 (Ed. Chili Com Carne), com os autores Afonso Ferreira, André Pereira, Rudolfo e Zé Burnay

d) 15h00 - Antevisão do ano editorial da Editora Kingpin Books, com a presença de vários autores que com ela têm colaborado, designadamente André Oliveira, Mário Freitas, Osvaldo Medina.

e) 16h00 - Biblioteca, Piso 2
Sessão de autógrafos com os autores  
André Oliveira, Inês Falcão Ferreira, Joana Afonso, Nuno Duarte, Osvaldo Medina, João Sequeira, André Pereira, Afonso Ferreira, Rudolfo e Zé Burnay. 

f) 16h30 - Apresentação dos Nomeados para os Prémios Profissionais de BD 2014

Domingo - 13 Abril

No piso 2 da Biblioteca

1 - 10h30: Workshop de BD/Mangá, com Carlos Pedro: uma prancha de BD em duas horas

2 - 13h00: Revisão de portfólios com o editor/argumentista/guionista/arte-finalista/legendador Mário Freitas e o ilustrador Carlos Pedro

3 - 16h00: Sessão de autógrafos com os autores:
André Oliveira, Inês Falcão Ferreira, Joana Afonso, Nuno Duarte, Osvaldo Medina, João Sequeira, André Pereira, Afonso Ferreira, Rudolfo e Zé Burnay.


4 - 17h00: Sessões de autógrafos

LOCAL DO EVENTO: 
BIBLIOTECA ORLANDO RIBEIRO
TELHEIRAS (Antigo Solar da Nora)
Estrada de Telheiras, 146
Lisboa


Para mais informações sobre o evento:
www.anicomics-lisboa.net/exposicoes.html


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Para ver as postagens anteriores referentes a eventos de banda desenhada, ou que a incluam, bastará clicar no item: Festivais, Salões BD e afins, visível no rodapé    

quarta-feira, abril 09, 2014

Cartune por Autor de BD (I)


O Cartune com que se inicia a 101ª etiqueta deste blogue é de António Jorge Gonçalves. Que não é um cartunista de raiz. De facto, nos seus inícios, foi a BD que teve preponderância, tanto a fazer bandas desenhadas para o fanzine Graphic, que ele próprio editou, em 1978, como mais tarde, em 1992, a transformar em desenhos sequenciais os argumentos de Nuno Artur Silva dedicados à personagem Filipe Seems, Detective Particular, para o semanário Sete, e em 1997, dessa vez em co-autoria com Rui Zink, a desenhar a novela gráfica A Arte Suprema.

Mas como, infelizmente, por muito talento que um autor tenha para a BD, não lhe é possível viver só dela em Portugal - a menos que se trabalhe para os Estados Unidos, como hoje em dia está a acontecer com alguns novos autores portugueses -, o AJG (como por vezes assina, outras apenas J) tem feito ilustração, caricatura, participação em peças de teatro com projecção de desenhos improvisados, e até foi criador gráfico e técnico de uma performance de desenhos luminosos nas muralhas do castelo de S. Jorge. 
Enfim, o meu amigo António Jorge tem sido suficientemente ecléctico para dar vazão à sua criatividade e para sobreviver economicamente.

O cartune que aqui se apresenta, em que contracenam três figuras (ou melhor: figurões) da cena política portuguesa - é quase pleonasmo escrever os nomes de Durão Barroso, Cavaco Silva e Vítor Constâncio - demonstra bem o talento de AJG, colaborador com cartunes semanais em "O Inimigo Público", suplemento do jornal Público (neste caso, a edição é de 4 de Abril de 2014).
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ANTÓNIO JORGE GONÇALVES

Síntese biográfica

António Jorge de Almeida Gonçalves, 1964, Lisboa.

Licenciado em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, e Mestre em Design para teatro pela SLADE - School of Fine Arts, em Inglaterra.

Iniciou-se em publicações amadoras, a primeira das quais foi o fanzine Graphic, no qual teve a dupla função de editautor. Colaborou em vários outros fanzines, designadamente no Boletim do Clube Português de Banda Desenhada, Aqui Banda, Ritmo, Eros, Videograma, entre outros.

Publicou bedês curtas em vários jornais, em especial no semanário Sete, onde criou a rubrica "Disco na Prancheta", também colaborou nos jornais A Capital e Correio da Manhã, e no suplemento Tablóide do Diário Popular.

Em 1989, para a editora italiana Mondatori, realizou a bd "Lisboa de Taxi" para a obra "Viaggio a Fumetti Tra le Citta d'Europa".

Sob argumentos de Nuno Artur Silva realizou várias obras entre 1993 e 2003: Ana, Lisboa às Cores, À Procura do F.I.M., Lisboa '94 Capital Europeia da Cultura, A História do Tesouro Perdido, Plano Estratégico de Lisboa, e A Tribo dos Sonhos Cruzados.

Em 1997, criou com o argumentista Rui Zink, A Arte Suprema, que se pode considerar como primeira novela gráfica portuguesa (assim a classificou o estudioso e historiador Leonardo De Sá).

É numa revista da Portugal Telecom que cria, "a solo", a série O Sr. Abílio, que viria a ser editada em livro, em 1999. 
      

segunda-feira, abril 07, 2014

Comic Jam (2ª fase - Nº 10 - Total 63)


Já faz parte indispensável do funcionamento dos encontros mensais da Tertúlia BD de Lisboa, a realização de uma banda desenhada por seis ilustradores. 
O esquema tem-se mantido uniforme: uma folha A4, dividida em seis vinhetas, cuja primeira é sempre preenchida pelo(a) Convidado(a) Especial, e as cinco restantes por outros tantos "tertulianos" que aceitam participar.

Desta vez, o elenco dos autores foi o seguinte:

1. Bruno Matos ..................................2. Filipe Duarte
3. João Amaral ...................................4. José Abrantes
5. Nuno Duarte "Outro Nuno"...........  6. Falcato

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Os visitantes interessados em verem os "posts" anteriores que contêm os "comic jam" realizados na Tertúlia BD de Lisboa, poderão fazê-lo com um simples clique no item Comic Jam visível no rodapé 

sexta-feira, abril 04, 2014

Improvisos na Toalha de Mesa (XIX)


 Falcato, ou Miguel Falcato, é um talentoso ilustrador/autor de BD que, de vez em quando, participa nos convívios bedéfilos da Tertúlia BD de Lisboa. E, tal como muitos outros dos participantes, o meu amigo Falcato tem a tendência irreprimível de desenhar no papel que está mais à mão num restaurante: a toalha de mesa. E aqui fica uma engraçada composição que tive a sorte de ir a tempo de recortar.

Esclareço: houve bastantes mais improvisos, mas também houve mais interessados que se me anteciparam, como aconteceu com o meu amigo João Vidigal. Que não tem blogue, simplesmente gosta de coleccionar estes desenhos feitos, quase distraidamente, nas toalhas de mesa do restaurante onde se efectua a TBDL, agora na Casa do Alentejo. E no dia 1 de Abril, foi num local grandioso: no respectivo Salão Nobre (verdade!).

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Para o caso de alguém querer ver outras ilustrações improvisadas reproduzidas nos 18 "posts" anteriores, poderá fazê-lo clicando sobre o item Improvisos na toalha de mesa, visível no rodapé