sexta-feira, março 10, 2006

Língua portuguesa em mau estado (VIII) - Príncipe Valente - "se não poderem" (?)

"Se não poderem" (?)

Erro gramatical na terceira linha da 3ª vinheta da prancha 357 (Volume referente aos anos 1943-44).
 

Devia estar "se não puderem", em vez de "se não poderem"

Aqui fica uma frase - exemplo da diferença entre poderem e puderem:

O Manuel Caldas e o José Vilela vão editar o "Príncipe Valente" até poderem aguentar o investimento. 
Se puderem ir até ao último fascículo sem terem prejuízo, será caso para festejarmos. 
Oxalá o consigam!

Reprodução da prancha 357 do volume da obra Príncipe Valente - Nos Tempos do Rei Arthur, onde se inclui, na primeira tira, a vinheta sob análise

Do excelente trabalho editorial e técnico realizado por Manuel Caldas, só há razões para elogios.

Mas, claro, não é por admirar a coragem e persistência, além da perfeição técnica no trabalho que ele está a levar a cabo, que evitarei chamar a atenção para erros ortográficos que considere relevantes.

Isto por considerar que o elevado nível visual apresentado nesta edição implica igualmente uma atenta e competente revisão ortográfica.

Aliás, apenas neste mês, um ano após a saída, em Março de 2005, do álbum sob análise, relativo ao período 1943-44, primeiro a ser impresso - embora, cronologicamente, não represente o início da saga Fosteriana - me decidi a esta, ingrata e nem sempre recebida pacificamente, tarefa de chamar a atenção para alguns dos erros ortográficos, e até falhas menos importantes, que, nem uns nem outras, deveriam ter ficado a manchar o brilho global da obra.

Amigo Manuel Caldas, "sans rancune".

Para além daquele mais grave com que inicio o "post", faço o registo de outros dois erros.

Na ficha técnica, logo no início do volume, está escrito:
"contra-capa", quando o correcto é contracapa

Também me merece um reparo, mas por diferente motivo, o facto de o editor escrever, na rubrica "anotações, comentários,observações e registos vários" (que aparece na última folha do volume), referindo-se à 346ª prancha, o seguinte: "Recorrendo a caracteres góticos, Foster inaugura o novo cabeçalho, o definitivo, aquele que vem de imediato à mente dos seus leitores/visionadores quando se pronuncia o nome da série (...)"

Dito isto assim, depreende-se que ele próprio o prefere, esteticamente falando.
Então por que razão não adoptou esse grafismo para a capa?

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"Post" remissivo
 
Deste mesmo tema há 7 "posts" afixados anteriormente, nas seguintes datas:

2005 - Out. 27 - "vê-mo-nos"; Nov.12 - "pareçe"; "esqueçendo"; Nov. 28 - "gingeira";Dez.11 - "Benvindos"; 2006, Jan.7 - "Inflacção"; Jan. 16 - "Uma" fanzine; Fev. 22 - "Univos"

5 comentários:

Anónimo disse...

O erro não é aquele que tu indicas, Lino. A palavra "poderem" devia ter sido escrita com F em vez de P e a palavra "sulcar" devia ter sido suprimida.
Assim, já se compreende a metáfora de Foster, que pretendeu dialectizar as actividades agricultura terrestre/rapina marinha. Usando um vernáculo que lhe é assaz peculiar.

Geraldes Lino disse...

Olá Graça. Eu te nomeio "Rei dos trocadilhos":-)

Anónimo disse...

Caro Lino
Não fico nada chateado que me apontem os erros. De resto, ficas a saber que foram os teus elogios às qualidades da minha escrita no comentário que há vinte anos (no JORNAL DA BD) fizeste ao número 1 do NEMO (sim, fez 20 anos este mês – meu Deus!) que acabaram com o complexo que tinha de falta de talento para escrever.
Mas, a propósito de um dos erros que apontas, tenho a dizer-te que me guio pela regra de uma gramática antiga (de que infelizmente não guardei o título nem o nome do autor), da qual tenho fotocópia da seguinte explicação em versos:

POR QUE e PORQUE

Por que motivo ou razão
Este por que se mistura
Com a simples conjunção
Se tem outra contextura?!

Quando à frente vem um nome
Pelo que solicitado,
Esse que é um pronome
E o por que vem separado.

Por que caminhos andais?
Por que vias ides vós?
Por que razão vos cansais?
Por que motivo andais sós?

Como em tais frases notais,
Lá vem sempre antes dum nome,
Sempre a valer qual ou quais
No seu papel de pronome.

Em porque vens assim altivo, (?)
Porque tens esse renome (?)
O que não é relativo
Por não ter à frente um nome.

No caso agora citado
Verás, com toda a razão,
Que o porque surge ligado
Como na tal conjunção.

Não me parece que tenho cometido erro. Ora vê bem e depois diz alguma coisa.

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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