Imagem da primeira prancha da banda desenhada Eternus 9 - Regresso do nada, de Victor Mesquita, no nº 1 (Abril 1975) da revista Visão
Falei aqui no blogue, em Abril de 2005, da revista Visão, surgida trinta anos antes, exactamente em Abril de 1975.
Volto agora, trinta anos após o seu fim - Maio de 1976 - a homenageá-la, falando (ou tentando falar), a pouco e pouco, com os mais representativos autores-artistas que constituiram o núcleo de maior importância na breve vida da revista. E que eu considero que foram os seguintes:
Victor Mesquita, Pedro Massano (que, na altura, assinava apenas Pedro), Corujo Zíngaro, Isabel Lobinho, Nuno Amorim, Carlos Barradas, Zé Paulo e Zepe.
Victor Mesquita
Foto tirada em Maio 2006, no local onde vive, Aldeia de Irmãos, Azeitão (Foto:G.Lino)
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VICTOR MESQUITA
Lisboa, Abril 1939
- Victor Mesquita: O que significou para ti a Visão?
VM - A Visão foi a aventura possível. E, como se diz, eu estava no tempo e no sítio certo. Foi um sonho que já vinha da minha infância, um sonho não formulado, mas que despoletou o sentido de rara oportunidade que era, nessa circunstância socialmente tão conturbada como foi o pós 25 de Abril, de realizar um trabalho qualitativo que fosse um marco para a Banda Desenhada Portuguesa.
- Em Abril de 1975, estudavas ou trabalhavas?
VM - Estava desempregado. No ano anterior tinha sido despedido do jornal A Capital, sem justa causa, e nesse momento vivia de ilustrações e "story-boards" para a Publicidade, que sempre fora a minha profissão.
- Que fizeste em BD depois de 1976, após o fim da Visão?
VM - Por ordem cronológica: a trilogia "Lisboa com Tejo ao Fundo", que engloba "A Ilha da Bruma" (que tinha sido publicada anteriormente no semanário Expresso); "Os Navegadores do Infinito" e "O Homem que não se chamava Hemingway". E, em 96, a pedido da Câmara Municipal da Amadora, fiz "O Síndroma de Babel".
- Em vez de BD, o que é que tens feito para ganhar a vida?
VM - Publicidade, Pintura e Ilustração.
- Há algum projecto de BD que estejas a realizar, ou que gostasses de concretizar num futuro mais ou menos próximo?
VM - Presentemente estou a trabalhar em três projectos em simultâneo: O Regresso do Eternus 9, onde será introduzido um novo conceito de Banda Desenhada; já em fase bastante avançada; Ernesto Santelmo, cujo protagonista é um engenheiro genético, de origem luso-americana, em confronto com uma nova Máfia. E para finalizar, Mahata Samuri, um mangá, cujo objectivo é ser lançado no mercado japonês.
Posso acrescentar que, actualmente, estou dedicado a tempo inteiro à Banda Desenhada, à Literatura e à Pintura.
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1º "Post" remissivo - Entradas anteriores neste blogue sobre a revista VISÃO:
2005-(I) Dezembro, 10; (II) Dezembro, 11
2º "Post" remissivo - Entradas anteriores neste blogue relacionadas com Victor Mesquita
2006-Maio, 13 (Picado e Contrapicado na BD); Maio, 21 (Lisboa na BD)
Fiquei bastante contente de encontrar o vosso site, visto que sou uma amante de Banda Desenhada. Infelizmente, não falam muito de Banda Desenhada japonesa que, como sabem, tem uma grande influência fora de Portugal. Talvez se falassem dela um pouco mais, quem sabe não contribuiriam para que, um dia, passasse a ser publicada em Português.
ResponderEliminarContinuem com o bom trabalho!
Rita
Olá Rita. Já há várias obras de banda desenhada japonesa (mangá) publicadas em Portugal. E também há gente nova a fazer BD ao estilo "mangá". O facto de a Rita nunca ter visto não quer dizer que não haja.
ResponderEliminarQuer deixar o seu contacto (email, tlf, tlm) para falarmos sobre o assunto?
Por acaso até já tenho material para pôr uns "posts", só ainda não o feiz porque se têm acumulado muitos assuntos.