quarta-feira, junho 28, 2006

Mangá "made in" Portugal (I) - Autores: Ana Freitas (desenho), Nuno Duarte (argumento)

Prancha relativa ao episódio nº 33 da mangá Meia Noite e Três, da autoria de Ana Freitas (desenho) e Nuno Duarte (argumento)

Meia Noite e Três, é o título da mangá (como sabe qualquer bedéfilo, é como os japoneses chamam à banda desenhada, e por extensão para a língua portuguesa pode dizer-se que mangá é a bd feita ao estilo japonês) realizada por dois autores portugueses, Ana Freitas, desenhadora, e Nuno Duarte, argumentista, que vai ficar com a publicação truncada.

Isto porque o episódio nº 38 surgiu no último número (o 56) da revista Kulto, editada até agora como suplemento dominical do jornal Público.

Como dizem os editores, os interessados em continuar a ler/ver a revista, podem fazê-lo no blogue http://kulto.blogspot.com

Capa do número final (56, de 25 de Junho de 2006) da revista semanal Kulto

Com o desaparecimento desta revista/suplemento do jornal Público, editada e distribuída pela última vez em 25 de Junho, acaba-se a oportunidade de publicação semanal de uma página de mangá de manufactura portuguesa.

Mas, como se pode ler em rodapé inserido sob a prancha publicada neste derradeiro nº 56 da revista Kulto,

"Por esta é que pouca gente esperava! O que reservará o futuro para Rafa, DD e Erika? Qual deles esconde o poder do 'Demónio do Sol Nascente'? Não percas brevemente nas bancas a compilação e o final de todas as aventuras de 'Meia-Noite e Três', a primeira Manga Portuguesa"

Fico muitíssimo satisfeito com este projecto, em que estão envolvidas duas entidades: as Produções Fictícias e o Farol de Ideias. Espero que tudo se concretize o mais tardar lá para o princípio do ano 2007.

Só levanto uma pequena dúvida acerca da afirmação: "primeira mangá portuguesa". Isto porque, em fanzines, já foram publicadas mangás anteriormente.

Agora em revista propriamente dita, com distribuição a nível nacional e características comerciais/profissionais (com pagamento aos autores, pormenor fundamental), aí, sim, estamos de acordo de que terá sido a primeira vez, mas isso não a transforma em pioneira.

Com o devido respeito aos meus amigos Ana Freitas e Nuno Duarte, gente nova da BD portuguesa, pelo excepcional trabalho - em talento, muito, e esforço, invulgar - que desenvolveram durante 38 semanas.

3 comentários:

  1. Amigo Lino, é "do mangá" e não "da mangá"! :)

    Abraço,
    Hugo Jesus

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  2. Caro Amigo Hugo de Jesus.
    Tenho hesitado nesse dilema: toda a gente diz "o mangá"(ou quase toda a gente, porque no texto que reproduzi, publicado na [revista] Kulto, alguém, que não eu, escreveu "a primeira Manga Portuguesa". E entre quem escreveu (Nuno Duarte? não sei) e entre Hugo de Jesus, acho que a competência linguística será equivalente.
    No que me concerne, e como dizia no início, tenho tido fortes dúvidas. E decidi escolher o critério que me pareceu mais racional: se "mangá" tem o sentido (não tradução literal, como sabemos) de banda desenhada, será mais coerente dizer "a mangá" (ou o ridículo "a manga") do que "o mangá", ou "o manga", como se generalizou, mesmo entre aquelas pessoas que a palavra "mafia" pronunciam [máfia] e Florida pronunciam [Flórida], respeitando a pronúncia dos italianos e dos americanos,respectivamente. Então por que razão não se há-de respeitar a pronúncia dos japoneses que pronunciam "mangá"? Eu tento ser coerente com a língua portuguesa.
    Um abraço, Hugo de Jesus, e obrigado pela visita ao meu blogue.

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  3. Caro Amigo Jesus
    Gostaria de saber se admites o meu argumento para preferir escrever (e dizer) "a" (e não "o")mangá, e, já agora, se também admites que seja mais correcto escrever (e dizer) "mangá" (visto que é assim que pronunciam os japoneses, tive ocasião de ouvir os autores japoneses que passaram há uns anos pelo Festival BD da Amadora, e confirmei verbalmente com eles).
    Não tenho problemas de ir contra a corrente, se considero, depois de ponderar o assunto, que a maioria nem sempre tem razão, e neste assunto, tenho já bons apoios.

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