Capa (excelente) da revista Visão (nº 10, de Fevereiro de 1976), da autoria de Zé Paulo, referente à sua própria bd intituladaA Família Slacqç
Continuando a relembrar a memorável revista de banda desenhada Visão (1975-76), estão publicados neste blogue dois textos com ela relacionados.
A fim de completar esta breve homenagem, há nove autores-artistas que considero mais importantes, e cujas palavras e respectivas fotografias actuais aqui ficarão registadas.
De Victor Mesquita, Pedro Massano, Isabel Lobinho e Corujo Zíngaro, já estão publicadas as entrevistas. Hoje é a vez de Zé Paulo. Faltam ainda Carlos Barradas, Duarte, Nuno Amorim e Zepe.
Foto recente (Junho 2006) de Zé Paulo
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ZÉ PAULO (José Paulo Abrantes Simões, Lisboa, Novembro de 1937)
- Zé Paulo: o que significou para ti a Visão?
ZP - Já fazia banda desenhada antes da Visão, no jornal A Capital.
A Visão foi a oportunidade de fazer banda desenhada de outro teor, se bem que, n'A Capital, eu tinha liberdade para fazer o que quisesse, mas estava limitado ao desenho cómico, que era aquilo que eles queriam no jornal. Eu nessa altura era grande admirador do Jacovitti, que era o que respondia melhor à minha faceta anarquista. E o que eu fazia para A Capital era Jacovitti puro.
A primeira história que desenhei na Visão, Os Loucos da Banda, ainda tinha muitas influências de Jacovitti, mas já me estava a libertar.
De certa maneira, na Visão eu podia desenhar cómico e sério, que era o que eu queria. E pode notar-se que eu desenhei muito mais sério que cómico. Ao fim e ao cabo foi isso: proporcionou-me desenhar as histórias que inventava.
N'A Capital, eu tive algumas histórias proibidas pela Censura, o que não acontecia na Visão. Também já era outro tempo.
-Em Abril de 1975, onde é que trabalhavas?
ZP - Era visualizador de uma Agência de Publicidade.
Prancha com o episódio intitulado O tio Hipólito ('tadinho), da bd Histórias que minha avó contava para eu comer a sopinha toda, in Visão nº 7, de 10 de Outubro de 1975
- Que fizeste em BD depois de 1976, após o fim da Visão?
ZP - Após o fim da Visão fiz banda desenhada na revista Mulheres, da Maria Teresa Horta. No jornal Diário de Lisboa, fiz a bd Memórias do último eléctrico do Carmo, e, esporadicamente, mais uma ou outra bd que me era solicitada para vários fins.
Noutro jornal, O Diário, criei Os Direitinhas - uma prancha todas as semanas, durante anos, de que, posteriormente, uma parte diminuta foi publicada em álbum.
-Em vez de BD, o que é que tens feito para ganhar a vida?
ZP - Eu ganhei a vida sempre a desenhar, só não desenhei quando estive na tropa, quando era soldado. Fui sempre desenhador.
Quando deixei a Publicidade, já no ano 2000, passei a pintar quadros, mas que são à mesma desenhos e as minhas histórias, sempre.
E com eles continuo a ganhar dinheiro que me dá para viajar até ao Brasil, Cuba, Holanda - onde tenho um amigo, no Brasil também tenho -, só em Cuba é que não, nem o Fidel.
Prancha inicial do 1º episódio da bd A Família Slacqç, obra de referência assinada por Zé Paulo, publicada no nº 9 (datado de 20 de Janeiro de 1976) da revista Visão
- Há algum projecto de BD que gostasses de concretizar, num futuro mais ou menos próximo?
ZP - Há. Gostaria de fazer uma banda desenhada sobre o cinema de Campolide, que se chamava Campolide Cinema, e que já não existe.
Dele tenho recordações e histórias que me dizem muito. Eu fiz um álbum com desenhos de recordações da minha infância no bairro de Campolide. Obviamente, o Campolide Cinema tem ali lugar de destaque.
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"Posts" remissivos sobre a revista VISÃO de Banda Desenhada:
1ª Parte - Textos generalistas acerca da revista: 2005-(I) Dezembro, 10; (II) Dezembro, 11
2ª Parte - Entrevistas a autores-artistas da revista: 2006- (III) Maio, 30-Victor Mesquita; (IV) Maio, 31- Pedro Massano; (V) Junho, 13 - Isabel Lobinho; (VI) Junho, 15 - Corujo Zíngaro
Há ainda outro "post" (data: Junho 19), este dedicado ao tema "Lisboa na Banda Desenhada", em que se podem observar duas imagens (óptimas, vale a pena vê-las) da autoria de Zé Paulo, ambas extraídas da revista Visão
1 comentário:
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