domingo, junho 19, 2011

Política e BD (II)






A campanha eleitoral já lá vai há duas semanas, a nova máquina política iniciou entretanto a marcha. Adquire especial sabor confrontar, com a realidade que nos rodeia neste momento, a caricatura política feita em banda desenhada por António Jorge Gonçalves, apesar de ter sido publicada pouco antes da dita campanha (*).

A concretização gráfica repete o traço habitual de AJG, que atinge nível especialmente elevado na 5ª prancha, onde se vêem alguns dos líderes políticos portugueses - da esquerda da página para a direita: José Sócrates, Francisco Louçã, Jerónimo de Sousa, Paulo Portas e Pedro Passos Coelho - excelentemente caricaturados, surgem como que cavaleiros do Apocalipse (excepto Sócrates, que "vai de gatas") sobre fundo vermelho. Metáfora?

(*) Edições sabadais do jornal Público, dias 21 e 28 de Maio, e 3 de Junho)
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ANTÓNIO JORGE GONÇALVES

Biobibliografia

António Jorge de Almeida Gonçalves nasceu em Lisboa, a 19 de Outubro de 1964. O seu interesse pela BD começou cedo: aos quatorze anos já ele era o editautor do fanzine Graphic, visto que o editava e preenchia com bandas desenhadas suas, o que fez durante os treze números do seu magazine amador, publicado entre 1978 e 1979.

Colaborou ainda nos seguintes fanzines: Boletim do CPBD, Jornal da BD (num zine assim intitulado, não na revista homónima editada entre 1982 e 1987), BD Álbum 1, Aqui Banda, Ponta & Mola, Stylus, Videograma, Dossier BD, Cábula, Crocão, Ritmo, Eros, Azul BD Três, entre 1978 e 1985.

Entretanto era aluno da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, onde se licenciou em Design de Comunicação. Posteriormente obteve o grau de Mestre em Design para Teatro pela School of Fine Arts - SLADE, Inglaterra.

Publicou bedês curtas em alguns jornais, designadamente A Capital, Correio da Manhã, Sete (para onde criou a rubrica semanal "Disco na Prancheta"), Diário Popular (num suplemento de BD intitulado "Tablóide", por ser esse o formato do jornal).

Em 1987 participou na Bienal de Jovens Criadores da Europa Mediterrânica, realizada dessa vez em Barcelona.

Em 1989 colaborou com a bd de oito páginas "Lisboa, de Táxi" num projecto internacional da Comuna de Milano intitulado "Eurovisioni - Viaggio a Fumetti Tra le Cittá d'Europa", obra colectiva que teve igualmente a participação de Buzzelli, Mattotti, Crepax e Manara, entre outros.

Em equipa com o argumentista Nuno Artur Silva, A.J. Gonçalves fez a bd de grande fôlego "As Aventuras de Filipe Seems, Detective Particular", cujo início se verificou no semanário Sete em 1992, e que acabou englobada em dois álbuns, "Ana" (1993) e "A História do Tesouro Perdido" (1994).

Naquele mesmo ano de 94 foi-lhe publicada, sob a égide de "Lisboa 94 Capital Europeia da Cultura", a obra "À Procura do F.I.M.".

E com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa - Departamento de Plano Estratégico de Lisboa" realiza a bd "Plano Estratégico de Lisboa", editada em 1995 num álbum de grandes dimensões, com 24 páginas e uma separata desdobrável em quatro partes, com um mapa de Lisboa também desenhado por ele.

A fazer duo com diferente argumentista, Rui Zink, concretiza a novela gráfica"A Arte Suprema" (1997).

Veio a seguir "O Senhor Abílio", obra totalmente sua (argumento e desenho), também em 1997.

Entretanto participou, englobado num conjunto de 17 autores portugueses, na exposição "Perdidos no Oceano", montada no Festival International de la Bande Dessinée d'Angoulême/1998.

"A Tribo dos Sonhos Cruzados - Uma Investigação de Filipe Seems", álbum editado em 2003, constitui o terceiro tomo do percurso do detective criado graficamente por A.J.Gonçalves, sob ficção da autoria do argumentista Nuno Artur Silva.

Em Dezembro de 2010, numa edição do Instituto dos Museus e da Conservação/MNAC - Museu do Chiado - surge a obra "O Grupo do Leão", desenhada por A.J.Gonçalves e texto do escritor/argumentista Rui Zink., num estupendo álbum de grandes dimensões (34x25cm), luxuosamente encadernado, com o miolo em papel couché de elevada gramagem.

A mais recente aparição na BD de A.J.Gonçalves é precisamente a composição de cariz político apresentada neste post, mas inicialmente reproduzida em seis páginas do jornal Público, nos dias 21 e 28 de Maio, e 3 de Junho de 2011 (sempre sábados), ao ritmo de duas páginas em cada exemplar.
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Os visitantes interessados em ver a postagem anterior englobada neste tema, poderão fazê-lo clicando no item "Política e BD" visível aqui por baixo em rodapé

2 comentários:

  1. Viva Lino!

    Sem dúvida que qualquer BD, criada de um modo inteligente e fluído, se torna numa BD de qualidade! Este é realmente o caso deste autor que apresenta aqui um trabalho muito interessante a nível narrativo e gráfico, demonstrando de facto que não existem temas que a BD não possa abraçar com sucesso, sejam eles temas políticos ou qualquer outro tema que o autor queira abordar!

    Um Grande Abraço e os meus parabéns pelo interessante post e ao autor, pelo bom trabalho criado!

    Paulo Marques

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  2. Viva Marques!
    Agradeço a visita e o comentário.
    Abraço.
    GL

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