sexta-feira, julho 08, 2011

Críticas e notícias sobre BD na Imprensa (XXIII).Jornal i - Especialista BD - Cristóvão Gomes









Má notícia para a divulgação da banda desenhada nos média. A rubrica "Especialista BD", no jornal i de hoje, dia 8 de Julho, despede-se laconicamente: "Já esta coluna acaba aqui".

Assim descontextualizada, a frase parece fazer pouco sentido. Mas faz, claro. Cristóvão Gomes, que semanalmente tem falado acerca de autores e obras de BD, ocupou a habitual coluna (sempre o mesmo espaço de 28x4,5cm, talvez com dois mil caracteres), a fazer referência crítica, desta vez, a Sammy Harkham (Los Angeles, USA, 1980), autor de BD e editor do (inicialmente fanzine, depois revista, quando passou a ter editora) Kramers Ergo, cujo nº 7 editado em 2008, teve direito a capa dura e dimensões "broadsheet", idênticas às dos jornais americanos dos inícios do século passado, maiores do que o A3.

Esta enorme edição, quer no formato, quer na quantidade de páginas - colaboraram mais de cinquenta autores, designadamente Dan Clowes, Ben Katchor, Seth, Josh Simmons, Adrian Tomine, Chris Ware -, mostra que a BD pode conter muitos aspectos diferentes, bem distantes das bandas desenhadas tradicionais.

Eis a pergunta com que Cristóvão Gomes finalizou o artigo: "Será que uma revista que não se pode ler, vendida a um preço que não se pode pagar, é BD?".

Ele próprio conclui: "A resposta de cada um ditará um final diferente para a BD. Já esta coluna acaba aqui."

É assim que, com um laconismo que soa a triste, Cristóvão Gomes se despede. Cansaço da tarefa? Ou em consequência da crise, os responsáveis do jornal acharam que estava a ser mal gasta a importância que pagavam por uma coluna a falar de BD? Fico sem saber, não o conheço.
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Reproduzo imagens do nº 7 do magazine "Kramers Ergot", em seguida mostro a última edição da rubrica "Especialista BD" no jornal i de 8 Jul.11, e também um número do meu fanzine "Folha Volante", distribuído na Tertúlia BD de Lisboa, onde estão incluídos, entre outros textos, duas edições da rubrica coordenada e escrita por Cristóvão Gomes
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Os interessados em ver os 22 anteriores artigos (com início em 15 de Julho de 2005) do presente tema, poderão fazê-lo, bastando para isso clicar no item Etiquetas: Imprensa - Críticas e notícias sobre BD, visível aqui por baixo no rodapé

4 comentários:

  1. Pelo que se sabe o jornal i foi vendido e o novo patrão avisou logo que ia deixar de pagar a cronistas, logo quem não aceitasse as novas regras terminava a sua colaboração. Não sei se foi o caso mas é sempre de lamentar quando uma voz da BD se cala!

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  2. Viva Verbal.
    Sim, eu também me apercebi de ter havido mudança de dono do jornal i.
    Mas o facto mantém-se, e o que eu escrevi corresponde à realidade: o dono do jornal,qualquer que ele seja, não quer pagar para que se fale de BD, como, se calhar, também vão desaparecer outras rubricas que muito me agradam (Histórias de Lisboa é uma delas).
    Infelizmente, tocou-nos à porta esta desgraçada crise, e as primeiras vítimas são a arte e a cultura...
    Agradeço a sua visita, e o seu esclarecimento.
    Abraço.
    GL

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  3. Santos Costa20:58

    Caro Lino
    Quando eu, há uns três meses atrás, coloquei na mesa do então director Manuel Queirós um projecto, este achou-o interessante e exequível. Dois mail's adiante, nem resposta me retornou.
    Portanto, a coisa já vem de trás e não te admires que, por um dia destes, os autores de BD ainda hão-de pagar para verem publicados, na imprensa, os seus trabalhos. Lembra-te que esta crise (se ainda o não foi) será assacada aos autores de BD, que depauperam o erário púiblico. São uns malandros, uns mandriões, querem viver à "pala" de uma arte "menor".
    Lino, só por respeito a ti e ao teu blogue, não solto aqui impropérios. A cultura em Portugal passa pelos cifrões, e não é um jornal de 8.000 exemplares de tiragem (já dirigi um,regional, que tirava 10.000) que se sentirá obrigado a publicar BD (arte que, para alguns, é para miúdos de poucas letras!).
    Valha-me(nos) o teu blogue. Sem financiamentos, sem grupos de investimento, na ausência de subsídios dos contribuintes, à margem dos compadres,livre como um passarinho e com a carolice que não há dinheiro que pague, sem dever nada a "sacana" algum, vai divulgando.
    Enfim, desculpa lá esta bílis. Felizmente ainda há editoras que apostam forte na BD e que eu, para as compensar, sou cliente fiel. A "ASA" é uma delas.
    Um abraço

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  4. Pois é, caro Costa, a realidade (triste) é a que descreves.
    Grato pelas palavras amáveis.
    Abraço.
    GL

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