quarta-feira, julho 13, 2011

Lisboa na Banda Desenhada (XVI)


Estive presente em Janeiro de 2007 no lançamento do álbum O 13º Passageiro no ANA-Museu -Aeroporto de Lisboa. Ao folheá-lo, tive de imediato a noção de estar perante uma obra em banda desenhada de muito interesse histórico e rica em imagens daquela Lisboa da já longínqua década de quarenta do século XX.

Apreciei depois mais pormenorizadamente o conteúdo do álbum, que incide sobre um misterioso caso ocorrido em meados de 1943, tendo como personagem fulcral o actor de cinema e teatro Leslie Howard, isto no período conturbado da Segunda Guerra Mundial.

Olhado suspeitosamente pelos alemães como espião dos aliados, o conceituado actor - famoso especialmente pela sua participação no filme "E Tudo o Vento Levou" -, está por essa data em Lisboa, onde vem fazer uma série de conferências, uma das quais no Teatro Politeama.

Após ter ido a Madrid repetir as conferências que fizera em Lisboa, Leslie Howard vai regressar a Londres no dia 1 de Junho de 1943, mas nunca lá chegará, porque o avião da KLM (ao serviço da britânica BOAC) será abatido por uma esquadrilha alemã de junkers, sobre o golfo da Biscaia, tendo morrido os treze passageiros.

Toda esta trama baseada na realidade é descrita no argumento de José António Barreiros, que Carlos Barradas transformou em banda desenhada, eficientemente, em estilo realista, recriando com rigor uma Lisboa antiga - até o já desaparecido Hotel Aviz, onde viveu o magnata arménio Calouste Gulbenkian -, baseado visivelmente em fotografias da época, que trabalhou graficamente de forma eficaz.

(Álbum com a chancela da editora "O Mundo em Gavetas", Data da edição: 2007)
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Os interessados em visitar as anteriores 15 vistas de Lisboa desenhadas por autores de BD, poderão fazê-lo clicando sobre o item Lisboa na Banda Desenhada, inserida no rodapé

6 comentários:

  1. A fotografia que indica ser a página 21 diz-me muito. Como sabes, Lino, (ou ficas a saber), eu moro ali perto na Estrela. Naquele tempo, ainda não existia o meu prédio, mas se hoje lá estivessem, as duas personagens femininas viriam o meu prédio. O Cinema Paris, que se vê ao fundo, está completamente degradado e, ao seu lado, existe uma bomba de gasolina. De frente para o Paris existe actualmente um prédio fantasma, onde só funciona um café e a oficina onde costumo ir arranjar o carro (frequentemente).

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  2. Cantina das Freiras!
    Parabéns pelo blog
    abraço

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  3. E eu cheguei a ir ao cinema Paris... Portanto, ver/ler esta obra em BD, significa um pouco fazer um "flashback" na nossa cidade.
    Abraço.
    GL

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  4. Para qualquer visitante, essa frase "Cantina das Freiras" até pode parecer um código secreto, já que esta banda desenhada "O 13º Passageiro" desenvolve-se numa atmosfera de espionagem :-)
    Olhe LAD: por acaso gostei tanto daquele invulgar restaurante onde nos conhecemos (bom, na realidade trata-se de refeitório de uma associação católica, embora aberta ao público, e popularmente conhecida por "cantina das freiras") que voltei lá hoje. Aquela esplanada lá no alto, com vista para o Tejo, é um achado! E a comidinha é boa e em conta! Só ainda não vi nenhuma freira :-)
    Obrigado pela visita ao meu blogue.
    Abraço.
    GL

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  5. Esta bd sofre de um pequeno problema e outro grande problema. O pequeno é que afugenta muitos leitores de BD devido às poucas páginas do livro dedicada à arte sequencial, e ao excesso de texto corrido. O grande é a terrível legendagem. Quando preciso, dou sempre este livro como exemplo de tudo aquilo o que não se deve fazer.

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  6. Viva Hugo "Central Comics" Jesus.
    O primeiro problema que apontas deve-se ao facto de José António Barreiros (pessoa que só conheci no lançamento do álbum) ser um entusiasta e estudioso daquele período histórico e, por esse facto, ter tanta coisa para dizer que resolveu dar apenas uma pequena parte para o Carlos Barradas desenvolver em banda desenhada.
    Em relação ao segundo problema, considero que, esteticamente, a legendagem tem um aspecto demasiado técnico e está algo desproporcionada em relação às imagens e às próprias vinhetas. Mas olha que, no que se refere a más legendagens e de dar exemplos do que não se deve fazer nessa área específica (e tão importante) da BD, os exemplos abundam. Infelizmente.
    Mas fazes bem, nos cursos que dás, em chamar a atenção para este.
    Abraço.
    GL

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