quarta-feira, abril 09, 2014

Cartune por Autor de BD (I)


O Cartune com que se inicia a 101ª etiqueta deste blogue é de António Jorge Gonçalves. Que não é um cartunista de raiz. De facto, nos seus inícios, foi a BD que teve preponderância, tanto a fazer bandas desenhadas para o fanzine Graphic, que ele próprio editou, em 1978, como mais tarde, em 1992, a transformar em desenhos sequenciais os argumentos de Nuno Artur Silva dedicados à personagem Filipe Seems, Detective Particular, para o semanário Sete, e em 1997, dessa vez em co-autoria com Rui Zink, a desenhar a novela gráfica A Arte Suprema.

Mas como, infelizmente, por muito talento que um autor tenha para a BD, não lhe é possível viver só dela em Portugal - a menos que se trabalhe para os Estados Unidos, como hoje em dia está a acontecer com alguns novos autores portugueses -, o AJG (como por vezes assina, outras apenas J) tem feito ilustração, caricatura, participação em peças de teatro com projecção de desenhos improvisados, e até foi criador gráfico e técnico de uma performance de desenhos luminosos nas muralhas do castelo de S. Jorge. 
Enfim, o meu amigo António Jorge tem sido suficientemente ecléctico para dar vazão à sua criatividade e para sobreviver economicamente.

O cartune que aqui se apresenta, em que contracenam três figuras (ou melhor: figurões) da cena política portuguesa - é quase pleonasmo escrever os nomes de Durão Barroso, Cavaco Silva e Vítor Constâncio - demonstra bem o talento de AJG, colaborador com cartunes semanais em "O Inimigo Público", suplemento do jornal Público (neste caso, a edição é de 4 de Abril de 2014).
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ANTÓNIO JORGE GONÇALVES

Síntese biográfica

António Jorge de Almeida Gonçalves, 1964, Lisboa.

Licenciado em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, e Mestre em Design para teatro pela SLADE - School of Fine Arts, em Inglaterra.

Iniciou-se em publicações amadoras, a primeira das quais foi o fanzine Graphic, no qual teve a dupla função de editautor. Colaborou em vários outros fanzines, designadamente no Boletim do Clube Português de Banda Desenhada, Aqui Banda, Ritmo, Eros, Videograma, entre outros.

Publicou bedês curtas em vários jornais, em especial no semanário Sete, onde criou a rubrica "Disco na Prancheta", também colaborou nos jornais A Capital e Correio da Manhã, e no suplemento Tablóide do Diário Popular.

Em 1989, para a editora italiana Mondatori, realizou a bd "Lisboa de Taxi" para a obra "Viaggio a Fumetti Tra le Citta d'Europa".

Sob argumentos de Nuno Artur Silva realizou várias obras entre 1993 e 2003: Ana, Lisboa às Cores, À Procura do F.I.M., Lisboa '94 Capital Europeia da Cultura, A História do Tesouro Perdido, Plano Estratégico de Lisboa, e A Tribo dos Sonhos Cruzados.

Em 1997, criou com o argumentista Rui Zink, A Arte Suprema, que se pode considerar como primeira novela gráfica portuguesa (assim a classificou o estudioso e historiador Leonardo De Sá).

É numa revista da Portugal Telecom que cria, "a solo", a série O Sr. Abílio, que viria a ser editada em livro, em 1999. 
      

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