segunda-feira, novembro 30, 2015

Conferência - Centenário de Quim e Manecas


Na banda desenhada portuguesa, falar-se da dupla de personagens infantis Quim e Manecas é o mesmo que nomear Stuart Carvalhais, seu criador. Estão indissoluvelmente ligados.

Será provavelmente o que irá sublinhar João Paiva Boléo, crítico e estudioso de BD na sua palestra de amanhã, 30 de Novembro, 2ª feira, pelas 18h30, na Biblioteca Nacional de Portugal.

Com efeito, Quim e Manecas, personagens emblemáticas, têm uma característica singular que fazem deles (com mérito especial para o autor) um marco proeminente da BD nacional: a de terem usado pela primeira vez o balão de fala na banda desenhada portuguesa, e terem sido precursores desse código gráfico na Europa.
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STUART CARVALHAIS

Alguns dados biográficos 

José Herculano Stuart de Almeida Carvalhais nasceu em Vila Real, Trás-os-Montes, a 7 de Março de 1887 (data não confirmada).

A sua primeira banda desenhada data de 1907, foi publicada em O Século - Suplemento Humorístico, em 1907, e intitulou-se "Aventuras de Dois Meninos no Bosque". 

Este início prenuncia a sua futura trajectória mais importante na BD, ou seja, a tendência para a utilização de personagens infantis, concretizada com êxito na criação da dupla Quim e Manecas, a 21 de Janeiro de 1915 em O Século Cómico. Logo nos episódios iniciais vêem-se balões de fala, sendo nesse pormenor precursor em Portugal e até na Europa, antecipando-se ao francês Alain Saint-Ogan. 

Stuart mantém-se a criar episódios para esta dupla de heróis-crianças durante anos - já sem balões de fala, substituídos por legendas didascálicas, presume-se que tenha sido por imposição dos editores - em diferentes publicações, designadamente na Ilustração Portuguesa, em Os Sports, no Sempre Fixe, no Diário de Lisboa, até serem publicados finalmente numa revista juvenil de BD, o muito popular Cavaleiro Andante, no seu suplemento O Pajem, nos anos 1952 e 1953.

Stuart Carvalhais teve actividade prolífica e ecléctica: além de BD, trabalhou em cartunismo, caricatura, ilustração, publicidade, desenhou capas de partituras, cenários, foi aguarelista, entre outras facetas artísticas.

Faleceu a 2 de Março de 1961, no Hospital de Santa Maria, Lisboa.

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