Francisco Sousa Lobo é um ilustrador/autor de BD cujo talento está consolidado em Portugal nos meios mais atentos aos novos valores da moderna banda desenhada portuguesa, e que também já obteve reconhecimento no Reino Unido.
A prova concreta é o facto de estar programada, para o próximo dia 22 do corrente mês de Junho, a abertura de uma exposição de obras suas, intitulada The Forty Thieves, na 12 Star Gallery, em Londres.
A exposição estará patente ao público até 1 de Julho de 2016.
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FRANCISCO SOUSA LOBO
Nasci em Lourenço Marques, cresci em Paris e depois Oeiras. Sempre desenhei, desde que me conheço, acho que descobri esse pequeno mundo aos quatro anos, em Paris, quando não tinha mais lado nenhum por onde fugir.
Depois descobri a
literatura juvenil, adaptava enormes romances de Júlio Verne, transformava-os
em bandas desenhadas num sótão pouco arejado, e mostrava à família, que me
apontava lá para fora. Eram dias de verão, mas havia um sol mais luminoso nessa
coisa de ser parte de uma história, de viver as aventuras por dentro.
Depois chegou a
altura de escolher uma profissão e a família insistiu que eu desistisse
daquelas ideias de seguir pintura ou lá o que era, e fiz-me, dificilmente, arquitecto,
e estudei e pratiquei arquitectura durante treze anos. Mais tarde esgotei todas
as desculpas que me tinham emprestado e deixei o hábito de arquitecto e segui
para Londres para estudar arte. Na arte encontrei muita coisa boa, mas nenhum
lugar para o desenho e escrita. Vendi bastantes trabalhos durante dois anos, e
depois deixei de vender por aí além. Tive um esgotamento nervoso, como se dizia
antigamente.
Ao começar um
doutoramento em Goldsmiths comecei a fazer uma banda desenhada sobre o
esgotamento, O Desenhador Defunto. Mostrei ao Marcos Farrajota e ele publicou,
com a Chili Com Carne. Depois veio um trabalho com o Hugo Canoilas, uma pequena
história que eu fiz sobre ele para a Art Review, que correu bem. No seguimento
disso fiz um livro sobre o trabalho do Hugo Canoilas, uma espécie de carta
aberta a um amigo em forma de banda desenhada – I Like Your Art Much. Para o
jornal do programa Próximo Futuro da Gulbenkian e Ediciones Valientes fiz O
Problema Francisco, um pequeno opúsculo autobiográfico que relata a minha relação
com o desenho e a saúde mental. Mais tarde fiz uma banda desenhada ficcional
chamada O Cuidado dos Pássaros, sobre Peter Hickey, um observador de aves e
crianças.
Também tenho
publicado várias histórias curtas em antologias (Zona de Desconforto, Quadradinhos,
Desassossego), fanzines (Preto no Branco, Durty Cat).
Actualmente estou a trabalhar em três novos livros. Um chama-se Os Quarenta Ladrões, e será composto por quarenta entrevistas a artistas e críticos sobre a questão da influência. Outro é sobre a Cartuxa de Évora, e outro ainda sobre um rapaz niilista de treze anos, e também se passa em Évora
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