in revista/suplemento Tabu do semanário Sol, de 20 Out. 07
Há sempre quem goste de posições bombásticas e afirme que hoje em dia já não se publica banda desenhada portuguesa, a não ser nos álbuns.
Neste blogue mostra-se a inconsistência desse tipo de opiniões, muitas vezes a camuflar o simples desconhecimento do que se passa à sua volta.
Há sempre quem goste de posições bombásticas e afirme que hoje em dia já não se publica banda desenhada portuguesa, a não ser nos álbuns.
Neste blogue mostra-se a inconsistência desse tipo de opiniões, muitas vezes a camuflar o simples desconhecimento do que se passa à sua volta.
Uma das várias provas é a série semanal, em duas pranchas cada episódio, Na Terra como no Céu, da autoria completa (argumento, desenho, legendagem e colorido) de Nuno Saraiva, um dos autores mais importantes da moderna banda desenhada portuguesa.
Filosofia de Ponta, com argumento do falecido Júlio Pinto parecia ser o zénite da carreira do N.S. - como o Nuno às vezes assina -, mas esta obra agora em publicação semanal veio mostrar que este ainda jovem autor consegue ter capacidade ecléctica, onde cabem as valências de desenhador, argumentista, legendador e colorista, qualquer delas em elevado nível.
A fim de satisfazer a curiosidade dos mais estudiosos, que gostam de fazer fichas para os autores, informo datas: esta série "Na Terra como no Céu" começou a publicar-se em 16 de Setembro de 2006, apenas com uma prancha semanal, e assim se manteve até Dezembro daquele ano; no início de 2007, a banda desenhada passou a ser mostrada em duas pranchas.
Prancha final (2 de 2) da banda desenhada Tintin por Tintin
(NOTA "A POSTERIORI": A PEDIDO DE VÁRIAS FAMÍLIAS heeuuhhh... foram só dois visitantes que pediram, ok, pronto, 'tava a brincar, exagerei um bocadinho... VOU AFIXAR OUTRO "POST" SÓ COM ESTA PRANCHA. ISTO PORQUE, ASSIM, ELA FICARÁ AMPLIÁVEL, COMO ACONTECE COM A DE CIMA, E OS MEUS AMIGOS PODERÃO VISIONÁ-LA, E SABOREAR O EPISÓDIO NA TOTALIDADE.)
Esta bedê Tintin por Tintin representa uma brincadeira bem humorada em que a personagem principal é um leitor adolescente, tintinófilo precoce, que, após ter finalmente visto/lido (na edição francesa!) o controverso episódio Tintin au Congo, em falta na sua biblioteca, acaba por descobrir que há muito mundo (bedéfilo) para além do Tintin, quando se depara com bandas desenhadas assinadas por uns tais Milo Manara, Eleuterio Serpieri, Mattioli, Crepax, Liberatore, e até com uns portugueses bastante "frescos", um tal Júlio Pinto, que descrevia umas cenas sugestivas, ilustradas por "um desenho marado dum gajo português qualquer", como o próprio Nuno Saraiva, ironicamente, se autoclassifica.
Tenho muita pena que neste blogue apenas seja possível ampliar a imagem de topo, porque os meus amigos visitantes poderiam também desfrutar e gozar com esta segunda prancha.
Grande Nuno, um abraço!
Como aqui se fala de Tintin, logo, está implícito Hergé, acrescento este "post" à série dedicada a lembrar o centenário do nascimento de Georges Remi, sendo o XIV (14º), a seguir ao "post" de Set.27, onde existe um "post" remissivo relacionado com esse tema
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"Posts" anteriores desta rubrica
Nov. 23 - Algarvio (Alexandre Algarvio)
Nov. 18 - José Pedro Costa e Arlindo Fagundes
Nov. 11 - Derradé
Out. 31 - Agonia Sampaio;
Out. 25 - Manaças (Pedro Manaças);
Out. 16 - Álvaro
" 12 - Pedro Alves
" 10 - Lam (João Lam)
" 3 - Autores: Ricardo Reis, Cristiano Baptista e André Oliveira
Set. 25 - Autor: Antero Valério
Agosto, 14 - Gui e Joca
Agosto, 13 - Joba e ML
Julho 12 - Luca
Junho 4 - Esgar Acelerado
Maio 31 - Algarvio
" 28 - Ricardo Cabral
" 14 - José Carlos Fernandes
" 12 - Filipe Andrade (desenho), Filipe Pina (argumento)
" 1 - Vasco Gargalo
Abril 24 - Zé Manel
" 18 - Arlindo Fagundes (arg. e desenho), José Pedro Costa (cor)
Março 30 - Pedro Nogueira
" 23 - José Lopes (MU nº 61)
" 16 - Zé Paulo (MU nº 60)
" 7 - Lam (MU nº 59)
" 1 - Ricardo Correia (desenho), André Oliveira (arg.), Ana Maria Baptista (colorido)
Fev.12 - Pedro Zamith
" 7 - Nazaré Álvares
" 7 - Marco Mendes
Jan. 23 - Ângela Gouveia
" 16 - Filipe Goulão
2007 - (lista acima)
Dez.6- A.Rechena
Nov.28 - José Lopes
" 21 - Pedro Alves
" 14 - Nuno Saraiva
" 8 - Pedro Morais
Out.31 - Ricardo Ferrand
" 24 - Algarvio
" 17 - Ricardo Cabral
" 11 - Álvaro
" 5 - Pedro Massano
Set.27 - Derradé
" 24 - Nuno Saraiva
Ainda em 2006, mas após as "férias grandes" (entre 8Jun. e 24Set, lapso de tempo em que o MU não foi editado), a lista de colaboradores vê-se daqui para cima
Jun.8 - Estrompa
Maio 31 - António Valjean
" 24 - Pedro Nogueira
" 20 - Zé Manel
" 16 - Ricardo Cabral e Jorge Cabral
" 12 - Pepedelrey
" 4 - J.Mascarenhas
Abril 5 - Cheila
Março 29 - Pedro Manaças
" 20 - Júcifer (Joana Figueiredo)
" 15 - Pedro Nogueira
Fev.14 - A.Rechena
" 8 - Derradé
Jan.19 - Pedro Alves
2006 (lista acima)
Dez.12 - Álvaro
Nov.24 - Luís Valente
" 15 - Paulo Marques e Bruno Silva
Out.28 - Fritz
" 13 - Francisco Sousa Lobo
2005 (Lista acima. Neste ano houve mais autores publicados no MU, mas cujas pranchas não foram reproduzidas aqui no blogue)
Que crueldade, essa 2ª prancha não estar num post autónomo (nem que fosse só por alguns dias) para poder ser lida...
ResponderEliminarSubscrevo integralmente o pedido de Gustavo Carreira e proponho a transformação do mesmo em abaixo-assinado.
ResponderEliminarLino, entao duas pranchas a serem publicadas regularmente significam que se publica bd com regularidade na imprensa portuguesa?
ResponderEliminarSe todos pensassem assim ainda estavas a escrever em tabuletas de barro!
o comentario anterior nao era para ser anonimo, e o Relvas, pa!
ResponderEliminarCaros Gustavo Carreira e Fernando Wintermantel:
ResponderEliminarTem toda a pertinência o vosso coincidente comentário. Aliás, num dos "posts" queixei-me exactamente de o "blogger" ter alterado a parte técnica do funcionamento deste blogue que, ao princípio, ampliava pelo menos duas imagens.
E, curiosamente, por causa destas duas pranchas e também do "post" que afixei no meu outro blog, o http://fanzinesdebandadesenhada,blogspot.com, onde mostrei um fanzine em duas imagens, numa delas, a primeira (a que é ampliável), mostrava uma prancha de BD, e na segunda (a não ampliável) reproduzi a capa do fanzine, bastante original, só em texto, que, hélas!, ficou ilegível, de que tive bastante pena. E, por causa desses dois casos tão próximos e infelizes, ocorreu-me a hipótese de, em casos futuros (e se calhar ainda vou modificar estes dois "posts"), em casos futuros, dizia, fazer dois "posts" seguidos.
A minha ideia transmitiu-se pela atmosfera da blogosfera :-) (dá para pensar que isto da telepatia tem muito que se lhe diga), e encaixou-se na mente do visitante Gustavo Carreira (Requiem). Incrível. O que fico a estranhar é ter havido telepatia com alguém que nem sequer conheço. Ainda se a ideia tivesse sido do meu amigo Fernando Wintermantel...
Mas, como dizia acima, estou a pensar que começo já a usar esse esquema com este "post" e com o outro do blogue Fanzines de Banda Desenhada.
Voltem cá amanhã.
Caros Gustavo Carreira e Fernando Wintermantel:
ResponderEliminarTem toda a pertinência o vosso coincidente comentário. Aliás, num dos "posts" queixei-me exactamente de o "blogger" ter alterado a parte técnica do funcionamento deste blogue que, ao princípio, ampliava pelo menos duas imagens.
E, curiosamente, por causa destas duas pranchas e também do "post" que afixei no meu outro blog, o http://fanzinesdebandadesenhada,blogspot.com, onde mostrei um fanzine em duas imagens, numa delas, a primeira (a que é ampliável), mostrava uma prancha de BD, e na segunda (a não ampliável) reproduzi a capa do fanzine, bastante original, só em texto, que, hélas!, ficou ilegível, de que tive bastante pena. E, por causa desses dois casos tão próximos e infelizes, ocorreu-me a hipótese de, em casos futuros (e se calhar ainda vou modificar estes dois "posts"), em casos futuros, dizia, fazer dois "posts" seguidos.
A minha ideia transmitiu-se pela atmosfera da blogosfera :-) (dá para pensar que isto da telepatia tem muito que se lhe diga), e encaixou-se na mente do visitante Gustavo Carreira (Requiem). Incrível. O que fico a estranhar é ter havido telepatia com alguém que nem sequer conheço. Ainda se a ideia tivesse sido do meu amigo Fernando Wintermantel...
Mas, como dizia acima, estou a pensar que começo já a usar esse esquema com este "post" e com o outro do blogue Fanzines de Banda Desenhada.
Voltem cá amanhã.
Caro Fernando Relvas
ResponderEliminarQue surpresa agradável representa a tua visita ao meu blogue (que tu próprio criaste, tecnicamente, aí nesse país distante onde agora vives).
Mas vê-se que há muitíssimas luas que não o visitavas, porque não tens visto a prancha semanal, a cores, que o Mundo Universitário publica na sua rubrica BD (sob minha coordenação) há três anos.
Também há revistas que publicam pranchas de BD a cores, de autores portugueses, como acontece com a Motociclismo, a Underworld, a Visão Júnior, a Forum Estudante, a P'Almada, a Atlântico, a Elegy Ibérica, e durante muito tempo (deixaram há pouco tempo de publicar) a Maxmen e a MegaScore.Isto em pranchas a cores. Depois há vários jornais que, ou a preto e branco ou a cores, também publicam tiras (o semanário Sol publica uma tira ao alto, a cores, "sol aos quadradinhos" e uma prancha, também a cores, "As Tias").
Não te estou a querer dizer que isto está uma maravilha (tenho bem a noção das misérias deste país, e não é por acaso que tu, um autor de BD talentoso, emigraste para a Croácia, que, presumo, também não deve ser lá grande coisa no quadrante da BD).
Portanto, sem querer dizer, de maneira nenhuma que isto está bom para a BD (não está bom para nada, mas também nunca esteve, nada de pensar que estou a ser saudosista), estou apenas a esclarecer-te que o panorama da publicação de BD nos jornais e nas revistas não especializadas em BD é um pouco melhor do que geralmente afirma o portuga, com a sua tendência para o "choradinho", e com geral desconhecimento (pouca gente se dá ao trabalho de espreitar todas as revistas, como eu faço, para ver se publicam alguma coisa).
Já agora, digo-te uma coisa que não sabes: eu comprava o semanário "Sete" só por causa das tuas bandas desenhadas...
Abraço e saudações bedéfilas.
Ah, quanto ao choradinho estou de acordo, choram-se por ai lagrimas tao quentees que os polos estao a derreter... quando nao se faz mais nada sempre ha o fado.
ResponderEliminarQuanto as publicacoes, nao estou de acordo pela simples razao que isso nao vem alterar as condicoes concretas em que se podem contar historias com bonecos nessa terra. Nao me parece que a situacao seja neste momento muito diferente de ha vinte anos atras... e safa, vinte anos ja?
Coninuamos na mesma de há muitos anos: temos dificuldade em entendermo-nos.
ResponderEliminarInsisto que não quis dizer que as condições para os autores de BD tenham melhorado (nem melhoraram para os artistas de outras áreas mesmo que geralmente mais conceituadas).
Se há alguém que esteja sempre a dizer que isto a que se chama portugal é apenas um quintal ibérico, que um tal afonso henriques "que queria ser rei no lugar do rei" nos legou, e aqui estamos nós num país pobre, com iliteracia galopante, com a maior taxa de analfabetismo e menor índice de escolaridade entre os países europeus.
Portanto, julgo que dá para perceber que, se estou a destacar um pormenor que me parece melhor, é apenas para contrariar (enho tendência para fazer de "advogado do diabo") quem diz - com desconhecimento de causa, e isso é que me irrita - que não se publica nada de BD portuguesa, sem nunca terem espreitado sequer alguma das revistas ou jornais que mencionei anteriormente, e há mais, especialmente em jornais e revistas fora de Lisboa (ainda há pouco tempo estive nos Açores, e encontrei lá uma revista que tinha estado a publicar uma bd de autor português ao ritmo de algumas pranchas por número).
Agora, tal como tu, tenho bem a noção - e ela vem de há muitos, demasiados, anos - que as hipóteses de publicação de BD nacional funciona apenas em casos pontuais, como aconteceu contigo, a publicares umas vezes na revista Tintin, outras vezes no semanário Sete.
O panorama não se modificou, não dá para ninguém viver só da BD, embora haja autores que têm sido publicados em álbum com alguma frequência, casos de José Carlos Fernandes, Miguel Rocha, Luís Louro.