Homenagem [em figuração narrativa] por Luís Manuel Gaspar
in revista Ler - Outono de 1999
[No comboio descendente]
No comboio descendente
Vinha tudo à gargalhada,
Uns por verem rir os outros
E os outros sem ser por nada.
No comboio descendente
De Queluz à Cruz Quebrada
No comboio descendente
Vinham todos à janela
Uns calados para os outros
E os outros a dar-lhes trela.
No comboio descendente
Da Cruz Quebrada a Palmela
No comboio descendente
Mas que grande reinação!
Uns dormindo, outros com sono,
E os outros nem sim nem não.
No comboio descendente
De Palmela a Portimão.
Escreveu Fernando Pessoa, todos sabemos. Mas jamais saberá ele que o seu poema deu azo a esta versão em imagens sequencializadas, em notável realização gráfica de Luís Manuel Gaspar, como também nunca terá imaginado que Zeca Afonso, voz única e insubstituível, o teria homenageado no seu repertório de canções de intervenção.
E ainda menos Fernando Pessoa imaginaria ser apresentado ao lado de Zeca Afonso numa das vinhetas desta banda desenhada.
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Linkei este post no meu blogue: http://porosidade-eterea.blogspot.com/2009/06/pessoa-na-bd.html
ResponderEliminarFiquei sensibilizado, Inês. Muito grato pela distinção dada por uma pessoa ligada essencialmente à Poesia.
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