domingo, novembro 08, 2009

Premiados no Concurso de BD integrado no Amadora BD/2009





Cadência de Quatro Vintenas, título da banda desenhada da autoria de João Martins, galardoada com o 1º Prémio (Escalão A) do Concurso de BD do Amadora BD/2009

ESCALÃO A (dos 17 aos 30 anos)

1º Prémio: JOÃO MARTINS (23 anos, Lisboa)
2º " : BÁRBARA FONSECA (20 anos, Águas Santas)
3º " : GUIRLENE SARAIVA (27 anos, Estoril)
Menção Honrosa: Carlos Martins (22 anos, Corroios)
" " : Vasco Martins (29 anos, Lisboa)
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ESCALÃO B (dos 12 aos 16 anos)

1º Prémio: EVA CARVALHO (16 anos, Almada) *
2º " : DIOGO SILVA (16 anos, Grândola)
3º " : PEDRO FERREIRA (14 anos, Montemuro)
(*) Chama-se Eva Nave Silvares Carvalho, e o seu apelido Silvares remete para aquele que o pai dela sempre usou enquanto editor de fanzines, ilustrador e autor de banda desenhada.
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ESPAÇO PARA COMENTÁRIOS
Não é linear - digo eu, bloguista GL - o fundo temático desta banda desenhada (graficamente muito boa) de título Cadência de Quatro Vintenas.
Na minha interpretação, parece-me que o desenhador/ficcionista quis retratar a decadência de uma casa, e respectivo local onde se situa (pondo também em foco a degradação do meio ambiente (...)
Disse isto por email ao João Martins (que conheço, e só assim me foi possível mostrar a sua bd, que me forneceu também por email), e ele respondeu-me:
"(...) Diria que a 'decadência' que o desenho sugere é uma interpretação sua, pois noutros contextos (particularmente as filosofias orientais) são apenas uma transformação, novos ciclos, diferentes formas da casa existir (...)"
Em seguida, nos comentários, aparece um escrito por Teresa Câmara Pestana:
"Gostei desse João Martins e da casa apodrecida (...)"
Por conseguinte, a minha análise e a da Teresa, enquanto leitores, são coincidentes, mas divergem da do autor.
Levanta-se aqui um tema curioso: o de nem sempre aquilo que é evidente para um autor/artista de Banda Desenhada o é da mesma forma para o leitor/visionador...
Reproduzo mais um comentário de Teresa Câmara Pestana:
"Do mesmo modo que nem sempre sabemos interpretar os nossos sonhos???
Pois é bem possível interpretações vs factos ganham os factos é uma casa podre e nenhum filósofo oriental lá viveria...
Também a necrofilia não faz parte dos padrões estéticos vigentes... ou vigilantes?"
João Figueiredo disse...
"Eu quando vi esta BD ao vivo no festival, a sensação que tive foi a de, não só a casa a apodrecer, mas o definhamento da própria pessoa que o meu imaginário instantaneamente pôs a habitar a casa do João Martins. Na minha opinião, esta BD passa a mensagem pelo que mostra e pelo que não mostra. É uma BD que nos provoca (pelo menos a mim) um sentimento de tristeza e que nos clarifica que tudo, irremediavelmente, acaba.
O João Martins diz que pode também representar um novo ciclo. Pois concerteza, ninguém sabe o que acontecerá a seguir. Talvez o ambiente envolvente da casa se transforme numa urbanização? A casa será demolida? Alguém compra a casa e lhe faz obras?
O que é certo é que a casa primeiro tem vida e vai tendencialmente perdendo-a.
E a pergunta fica no ar: Quem era a pessoa que ali viveu? (supondo que ela morreu entretanto, daí o abandono da casa)."
João Vasco Martins dá o seu ponto de vista de autor:
"Se em princípio temos uma casa habitada por pessoas, no final teremos uma casa vazia, apodrecida, mas nem por isso menos viva: bolor e fungos na cama, florestação pelo telhado e soalho, traças e outras bicharadas alimentam-se dos móveis da sala. Como autor, não deixei claro que esta 'ocupação' da casa seja tão válida como a primeira. Mas olhando a última vinheta, sinto sempre que a casa passou a fazer parte da floresta, e é uma coisa completamente diferente da primeira prancha, mas nem por isso pior ou menos viva.
Claro que posso estar enganado, e esta visão existir apenas na minha cabeça e não no papel:)
Obrigado pelos comentários!"
Joaninha versus Escaravelho expõe a sua opinião no espaço dos comentários, e eu (bloguista) tomo a liberdade de a reproduzir aqui no "post", como tenho estado a fazer:
"Tal como na literatura, só o autor é que pode dizer o que quis transmitir com as palavras que escreveu, não adiante de nada andar a especular sobre o assunto, porque só o próprio é que sabe.
Parece-me que temos de aceitar o que o João diz. Ele é que sabe o que fez...
E nós temos a sorte de ele nos explicar o que desenhou :)"
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DESAFIO AOS VISITANTES DO BLOGUE: QUAL A VOSSA INTERPRETAÇÃO DA BANDA DESENHADA DE JOÃO MARTINS?
Reproduzirei aqui, em síntese, as críticas que foram escritas na caixa de comentários (espantosa, esta interactividade bloguística, que me apraz aproveitar de vez em quando...).
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Depois de escrever isto, recebi comentários de Teresa Câmara Pestana, de João Figueiredo, do próprio autor, João Vasco Martins, a dar o seu ponto de vista de criador da bd, ainda outro de Joaninha versus Escaravelho. Já os reproduzi no corpo do "post".
Terá acabado o diálogo?

12 comentários:

  1. gostei desse joäo martins e da casa apodrecida , quando ele se aperceber que infelizmente näo há mercado de bd em portugal
    é bem vindo ao gambuzine

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  2. Anónimo19:44

    eu também li uma casa a apodrecer ao longo de 80 anos.

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  3. Anónimo01:19

    eu vejo duas cabras. Uma é às bolas, redondas e coloridas, outra é às riscas e tem a cara zangada, tipo Louçã.
    a primeira quer roubar os cardos à segunda, mas vem o tintin e salva toda a gente, e leva as cabras no foguetão, para a lua!
    depois isto aparece na televisão, e há duas casas, uma para cada cabra. Uma cabra chama-se Midam e a outra não sei.
    fim.

    Emmerico Nunes

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  4. do mesmo modo quem nem sempe sabemos interpretar os nossos sonhos???
    pois é bem possivel
    interpretacoes vs factos
    ganham os factos é uma casa podre e nenhum filósofo oriental lá viveria ...
    tambem a necrófilia näo faz parte dos padröes estéticos vigentes... ou vigilantes?

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  5. João Figueiredo14:54

    Eu quando vi esta BD ao vivo no Festival, a sensação que tive foi a de, não só a casa a apodrecer, mas o definhamento da própria pessoa que o meu imaginário instantâneamente pôs a habitar a casa do João Martins. Na minha opinião, esta BD passa a mensagem pelo que mostra e pelo que não mostra. É uma BD que nos provoca (pelo menos a mim) um sentimento de tristeza e que nos clarifica que tudo, irremediavelmente, acaba.
    O João Martins diz que pode também representar um novo ciclo. Pois concerteza, niguém sabe o que é acontecerá a seguir. Talvez o ambiente envolvente da casa se transforme numa urbanização? A casa será demolida? Alguém compra a casa e lhe faz obras?
    O que é certo é que a casa primeiro tem vida e vai tendencionalmente perdendo-a.
    E a pergunta fica no ar. Quem era a pessoa que ali viveu? (Supondo que ela morreu entretanto, daí o abandono da casa).

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  6. Se em princípio temos uma casa habitada por pessoas, no final temos um casa vazia, apodrecida, mas nem por isso menos viva: bolor e fungos na cama, florestação pelo telhado e soalho, traças e outras bicharadas alimentam-se dos móveis da sala. Como autor, não deixei claro que esta "ocupação" da casa seja tão válida como a primeira. Mas olhando a última vinheta, sinto sempre que a casa passou a fazer parte da floresta, e é uma coisa completamente diferente da primeira prancha, mas nem por isso pior ou menos viva.
    Claro que posso estar enganado, e esta visão existir apenas na minha cabeça e não no papel:) Obrigado pelos comentários!

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  7. Tal como na literatura só o autor é que pode dizer o que quis transmitir com as palavras que escreveu, não adianta de nada andar a especular sobre o assunto, porque só o próprio é que sabe. Parece-me que temos que aceitar o que o João diz.
    Ele é que sabe o que fez...
    E nós temos a sorte de ele nos explicar o que desenhou. :)

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  8. Anónimo17:21

    O autor está completamente enganado! O que ele desenhou foi uma história soibre belas virgens moiras, que dançam sobre um Alcorão que arde! Longe, bem longe, um cavaleiro as espia e cheio de gula quer papá-las, mas vem o Wolverine e come-as primeiro!
    Fum!
    Uma das virgens chamava-se Swrybaen! Outra, Derlab!
    As outras não sei. Nem o Wolverine.

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  9. Tendo em conta que este é o terceiro concurso de BD que o João Martins vence (Fibda 2009, Fibda 2006 - com uma bd que o artista construiu em 2-3 dias e que esteve quase a ficar de fora do concurso desse ano) e Concurso de BD - Março a Partir (també de 2006); era capaz de estar na hora de alguma editora nacional(ou estrangeira quem sabe) aproveitar este talento na força do seu processo criativo (penso que o JM tem 21-22 anos).

    Apesar de estar de relações cortadas com o artista em causa, gosto de saber que mais uma vez a sua arte foi reconhecida pela sua criatividade e originalidade.

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  10. E já agora..não vi a BD ao vivo (agradeço ao mestre Lino por partilhar connosco as pranchas),mas para mim esta história representa um renascimento. A casa no final ganha nova vida, novos habitantes e passa a fazer parte de algo muito mais grandioso. Death & Rebirth..ou como todos temos direito a um momento de 'fénix'.

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  11. isto aqui näo tem nada a ver com o tema;
    mas quanto aos festivais e às confusöes geradas por edicöes melhoradas a categoria dos fanzines merece nota explicativa:( agora os fanzines säo feitos em off set, é assim täo dificíl ver as diferencas? que uma publicacäo com issn, isbn, e depósito legal, näo pode ser considerada fanzine?
    o espiríto fanzineiro fanzinista fanzinófilo é um pouco pirata ,säo edicöes arriscadas porque nunca sabemos se se vendem ou näo,olha o meu postais de viagem por exemplo,caixotes por todo o lado que até irrita; vendi no maximo 100,mas continuo a achar que o livro é bom ...pérolas para porcos digo eu mas como sou fanzinista e näo uma vulgar editora vou repetir a brincadeira com um outro fan album qualquer, e faco-o porque sou fan-de-zines,tem gente que edita almofadada por instituicoes , nunca saberäo se as edicöes agradam ou näo,se teem verdadeiramente leitores ou näo,se foram adiquiradas para serem vistas e revistas ou se caíram no colo num desses dias de promocäo de leitura... e se metem na prateleira até um dia qualquer... o que é oferecido e o que é alcancado tem sabor diferente
    essa é a pimenta do fanzine
    básicamente:
    dado o seu caracter passional e fanático corre riscos que nenhuma editora corre ,fanzinista edita porque sim ,porque contesta a modorra editorial,porque cada vez mais faz sentido que se edite com tripas e coracäo para combater a massificacäo a clonice mental, a imbecilidade a estupidez a maldade, a apatia etc etc etc etc , e se näo interessar é porque o mundo é mesmo assim e está cheio de idiotas mas há aqueles os outros como nós , näo fazem mas leem, e qualquer verdadeiro leitor de zines sabe distinguir um zine de outra coisa qualquer; ha fanzinistas que se envergonham de ser zines e colam lá um depósito legal nas suas publicacoes
    esses ainda näo pesacra o sentido da coisa:
    fanzinistas säo os dons. quixotes da edicäo

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  12. trapalhice e pressa
    onde está pesacra ler pescaram

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