sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Revistas BD (VII) - Estrangeiras: dBD Monographies






Panorama actual das revistas francesas de BD (II)
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Les dossiers de la bande dessinée é o significado da sigla dBD que identifica um magazine francês de banda desenhada já bem conhecido dos mais exigentes apreciadores portugueses da banda desenhada e... suficientemente conhecedores do idioma.
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Baseada na sólida implantação do dossiê de banda desenhada, a sua editora parisiense decidiu lançar um novo mensário complementar daquele, numa versão dedicada à publicação de vários assuntos interessantes, entre os quais monografias de autores de BD.
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Tal como aconteceu com o magazine de que falei anteriormente, o L'Immanquable, também este dBD Monographies HS#05 - ou seja, o nº5 do Hors-Série, uma colecção absolutamente fora de série - estava à venda na loja de jornais e revistas da estação de comboios de Angoulême, primeiro local que obrigatoriamente se depara a quem chega.

Depois de o HS#01 ter sido dedicado em exclusivo à mangá, os nºs 2 e 4 terem tratado do balanço (bilan) editorial francês de 2008 e 2009, respectivamente, e o #3 traçar exaustiva biobibliografia de Van Hamme (haja Zeus, um argumentista a merecer um número especial, só mesmo em França), saíu em Dezembro 2010 o dBD HS#5 consagrado a Hermann (1938, Bélgica), "Le stakhanoviste du dessin", como lhe chamam os editores bem visivelmente na capa.
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Hermann - que ainda o ano passado esteve em Portugal no Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja - está indissoluvelmente ligado aos amantes de BD mais persistentes, que têm bem presentes as imagens vibrantes de várias séries, designadamente Bernard Prince (1966), Comanche (1969) - ambas sob argumento de Greg -, Jeremiah (o seu primeiro solo), Bois-Maury (inicialmente "Les Tours de Bois-Maury"), Nic (1980) - este sob argumento de Morphée, pseudónimo do seu cunhado Philippe Vandooren, Liens de Sang, Manhattan Beach, Zhong Guo, The Girl from Ipanema, Sur les traces de Dracula (várias destas obras já editadas em Portugal pela Vitamina BD).
De novo em obras de sua completa autoria surgem Sarajevo-Tango, Afrika e On a tué Wild Bill. Voltando a trabalhar com um argumentista, desta vez com Jean Van Hamme, desenhou Lune de Guerre (2000), obra editada entre nós pela editora BaleiAzul.
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Um trajecto profícuo, com muito talento espalhado por décadas de produção, tudo isso ressalta da longa entrevista nesta publicação cuja existência só é possível num tão vasto mercado como o francófono, onde decerto haverá suficientes leitores interessados neste tipo tão específico de projecto editorial, dedicado a temas especializados (Mangá, Balanços de produções anuais e Monografias), assuntos competentemente tratados, a que só falta, no caso das monografias, a respectiva biobibliografia do autor, organizada cronologicamente.
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4 comentários:

  1. Anónimo17:37

    Olá.

    "Voltando a trabalhar com um argumentista, desta vez com Jean Van Hamme, desenhou Lune de Guerre (2000), também já editada entre nós pela citada editora"

    Creio que não foi editado pela Vitamina BD mas sim pela Baleia Azul.

    Um abraço

    André Conceição

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  2. Viva André
    Tem toda a razão. Agradeço a visita ao blogue e a oportuna rectificação à postagem.
    Abraço.

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  3. Anónimo23:03

    Nem sequer o Lua de Guerra vendeu grande coisa, infelizmente! Ainda tenho dezenas de prints temáticos queo Hermann assinou, e que lhe foram muito bem pagos!

    José Abrantes

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  4. Viva Anónimo José Abrantes
    Acredito que a edição tenha sido um "flop" (os bedéfilos portugueses não apreciam o estilo de Hermann, nem ao menos os argumentos de Van Hamme?), mas no teu currículo ficará o registo de teres sido também editor profissional/comercial, com a tua chancela "BaleiAzul", que alguns malévolos associaram directamente à tua pessoa, por seres "volumoso" e de "sangue azul"...

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