sábado, setembro 22, 2012

Coleccionadores e Colecções de BD (III) - António J. Ferreira






Em 1984, ocorreu-me entrevistar coleccionadores de BD para a revista Coleccionando, de que era colaborador. A primeira pessoa de que me lembrei para o efeito foi aquele que era - e é ainda, felizmente - o mais veterano dos coleccionadores de revistas de banda desenhada, António Joaquim Ferreira, que acumula com uma outra faceta, a de ser um dos notáveis estudiosos da especialidade.

A presente entrevista (que fica reproduzida mais abaixo) com A.J.Ferreira, o seu nome literário, foi publicada no nº 4 da citada revista, em Março de 1984. É esta data já recuada que terá de ser tida em conta ao ler-se o texto.

Por exemplo: na 1ª coluna da 2ª página, escrevi: "(...) E como se aproxima dos sessenta anos - nasceu a 25 de Outubro de 1924, em Gouveia (...), agora terá de se actualizar o texto, fazendo as contas; "como se aproxima dos oitenta e oito anos, que fará daqui a três dias (e aproveito para dizer que este meu amigo octogenário está de saúde e faz diariamente os seus passeios, em cujos percursos há por vezes uma breve paragem na livraria/alfarrabista Vilelivros, sita na Calçada (vulgo "Escadinhas") do Duque.

Outro pormenor que implica situarmo-nos nos anos 1980 tem a ver com os valores citados pagos por revistas antigas. Por exemplo: quando lhe pergunto: "Qual o preço mais elevado que pagou por uma peça portuguesa e/ou estrangeira?", e o Sr. A.J.Ferreira me responde "oitenta escudos, há uns cinco anos, por um suplemento grátis de O Mosquito, "Uma Estranha Aventura", de 1946 (...) dá vontade de rir, comparativamente aos valores de hoje... Oitenta escudos são o equivalente, como sabemos, a quarenta cêntimos do euro...

Há outros pormenores que têm de ser inseridos na época em que a entrevista foi feita. Mas acho que vale a pena lê-la, e ficar a conhecer, minimamente, uma personalidade ímpar, um especialista da figuração narrativa com grande prestígio entre coleccionadores, estudiosos e amantes da BD em geral.
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Coleccionar revistas de BD
é um passatempo sem fim... e ainda bem
- curiosa expressão de António J. Ferreira

"Como as bibliotecas não são suficientes, só o trabalho dos coleccionadores poderá preservar as revistas que servirão aos estudos que outros farão mais tarde."

É assim que encara o papel de coleccionador, a personalidade que escolhemos para iniciar esta rubrica. Bem conhecido no nosso pequeno mundo da BD, António Joaquim Ferreira é um nome que, de há uns anos a esta parte, tem aparecido com frequência a assinar artigos sobre Banda Desenhada - ou Histórias aos Quadradinhos, como ele prefere dizer.

Quem consultar o BOLETIM - fanzine do Clube Português de Banda Desenhada - ali irá encontrar, no nº2, referente a Junho de 1977, o seu primeiro estudo sobre o assunto. Trata-se de um artigo sobre coleccionismo de BD, em que analisa as circunstâncias que podem levar um leitor ocasional a tornar-se coleccionador. Este artigo era completado com uma listagem de jornais e revistas infantis portuguesas por ordem cronológica, tendo tido a colaboração de Carlos Gonçalves na parte brasileira.

Aquela primeira experiência agradou-lhe, decerto, pois em breve o seu nome começou a aparecer noutros espaços dedicados à BD: "Correio da Banda Desenhada" (suplemento do Correio da Manhã), "Banda Desenhada" (suplemento de O País, recentemente extinto), "Especial Quadradinhos" (no vespertino A Capital) e no Mundo de Aventuras

António J. Ferreira (ou A.J.Ferreira, a sua forma predilecta de assinar os artigos) é um antigo Controlador de Tráfego Aéreo. Agora que se encontra retirado da sua absorvente profissão, tem finalmente tempo para esmiuçar todos os pormenores que fazem a delícia dos coleccionadores ou dos estudiosos da Banda Desenhada.

É nesse folhear incansável que ele vai encontrar a matéria para os seus artigos, sempre repletos de pormenores de inestimável valor.
Mas não é como estudioso da BD que nos interessa agora ouvi-lo. É, isso sim, na sua faceta de coleccionador, que nunca deixou esmorecer, é nessa busca constante de peças que lhe faltam onde reside um dos prazeres de que não abdica.

Entrar na casa de A.J.Ferreira é como que entrar num Museu da BD. Com efeito, ele acumulou, ao longo da sua vida, numerosas colecções: algumas delas são contemporâneas da sua infância. E como se aproxima dos sessenta anos - nasceu a 25 de Outubro de 1924, em Gouveia - é fácil avaliar a quantidade de raridades que se escondem naquela velha casa do bairro da Graça.

É exactamente isso que justifica a primeira pergunta que lhe fizemos:

- Quando começou a coleccionar revistas de banda desenhada?
- Há mais de cinquenta anos, pois ainda tenho algumas revistas que meus pais me compraram nos anos vinte. Ouvia lerem-me as histórias, aprendia de cor as legendas em verso das Histórias aos Quadradinhos, e coloria os desenhos. Mas só comecei a completar as colecções nos últimos vinte anos.

- Quais as melhores colecções que tem?
- Tomando em consideração a sua raridade, o valor do conteúdo, e o bom estado de conservação... talvez O Gafanhoto, de 1903, e o Notícias Miudinho, de 1924.

- Qual o preço mais elevado que pagou por uma peça portuguesa e/ou estrangeira, e quando?
- Oitenta escudos, há uns cinco anos, por um suplemento grátis de O Mosquito, "Uma Estranha Aventura", de 1946. Nunca fui vítima de grandes especulações. Isto quanto às revistas portuguesas; porque há cerca de nove anos, diante dum bouquiniste das margens do Sena, fui tentado por um exemplar de L'AS, revista francesa de 1938, preço de capa 75 cêntimos; paguei-a a preço de ouro, 50 francos. Devo esclarecer que era uma peça excepcionalmente cara; o mesmo livreiro vendeu-me números de revistas de maior antiguidade, como L'Echo, Le Petit Detective, e Mon Journal, a preços à volta de 5 francos.

- Colecciona mais alguma coisa?
- Colecciono livros policiais do tipo romance-problema, desde os primitivos Edgar Pöe, Emile Gaboriau e Wilkie Collins, até à actual parelha Boileau-Narcejac. 
E colecciono gravações de ópera da escola italiana do período entre Rossini e Puccini. E também revistas de cinema, até fins da 2ª Guerra Mundial.

- Qual a colecção de BD que lhe deu, ou está a dar, mais dificuldades em completar?
- Tenho ainda várias colecções incompletas, algumas com falta de um só número. Por exemplo, o Titã e o Có-Có-Ró-Có. Todas me têm dado muito trabalho... e muito prazer. E mesmo quando julgamos ter completado uma determinada colecção... vimos a descobrir que afinal houve mais uns números extraordinários..., ou uns suplementos..., ou uns números que chegaram a ser impressos mas não foram postos à venda...
Coleccionar revistas é um passatempo sem fim - e ainda bem!

- Conte um episódio pitoresco da sua actividade de coleccionador.
- Faltavam-me dois números para completar a colecção do ABC-zinho, e essa situação eternizava-se. Um dia, na Feira da Ladra, estava à venda um molho de fascículos do Texas Jack antigos. Folheei-os e, no meio deles... estava um dos zinhos em falta.
Da feira segui para um alfarrabista do Bairro Alto. Quando eu entrava, o livreiro estava a acabar de comprar a um jovem cliente um molho de Texas Jack. Folheei-os... e lá estava um ABC-zinho, um só... o outro que me faltava!

- Tem alguma recordação desagradável, em relação à perda, por qualquer motivo, de exemplares ou colecções que tenha possuído em tempos?
- Lamento, como todos, não ter sabido prever o interesse que viria a ter por estas revistas, para as ter adquirido enquanto era fácil encontrá-las.
Das que tive e perdi, só uma peça não consegui ainda recuperar: um volume de vinte fascículos do "Stoerte-Becker", um émulo do "Capitão Morgan", que nunca mais foi reeditado.

- Qual a influência, para a BD, resultante da actividade dos coleccionadores?
- Só a consulta de colecções nos pode dar uma ideia correcta da evolução da arte das Histórias aos Quadradinhos, e só o trabalho dos coleccionadores poderá preservar as revistas que servirão aos estudos que outros farão mais tarde. 
As bibliotecas não são suficientes, bastando dizer que até nós, simples particulares e nada abastados, possuimos peças que não existem na Biblioteca Nacional (onde é afinal o Grão-Coleccionador, mas um pouco cego, um tanto passivo, e demasiado confiante na durabilidade do património)...

Entrevista e foto
Geraldes Lino   

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As imagens que ilustram o topo do "post" são as seguintes:

1. Capa da revista ABCzinho - Ano I - Nº 2 (Desenho de Stuart)
2. António J. Ferreira (foto da época, feita em casa dele, mostrando revistas da sua colecção.  
- Nota: apesar de já se terem passado vinte e oito anos, o rosto do fotografado não apresenta grandes alterações!
3. As duas páginas ocupadas pelo texto de apresentação do coleccionador e estudioso, seguido pela entrevista
4. Capa da revista mensal Coleccionando - número 4, Março 1984 - Preço 70$00

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Os visitantes interessados em ver os dois artigos anteriores poderão fazê-lo, clicando no item Coleccionadores e Colecções de BD visível no rodapé
      

17 comentários:

  1. Caro Geraldes Lino,
    Como coleccionador de BD acho esta rubrica particularmente interessante.
    A forma como o A.J.Ferreira completou a colecção do ABC-zinho foi mesmo estranha…

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  2. Caro (desconhecido) André Azevedo.
    De facto, aquela coincidência é quase surreal, e se não me tivesse sido contada por uma pessoa tão idónea como é o caso do meu amigo A.J.Ferreira, eu duvidaria.
    Mas também é indubitável que estamos constantemente a ser surpreendidos por todo o tipo de coincidências.

    Posso dizer-lhe que o seu aparecimento aqui como seguidor do meu blogue, e ainda por cima a deixar um comentário, foi para mim uma dessas ditas coincidências que quase não dá para acreditar.

    Com efeito, ontem mesmo, talvez umas horas antes de você deixar aqui este comentário, tinha estado a visitar o blogue "Leituras de BD" (coisa que faço com frequência), e tinha estado a ler as cento e tal "bongadas", como lhes chama o "Bongop",relacionadas com o "post" "Opiniões Várias Sobre a Banda Desenhada em Portugal".

    E reparei na sua observação em que contrariava o Nuno Amado, por ele estar a criticar o Machado-Dias pelo facto de este reproduzir sistematicamente no seu blogue "Kuentro" os artigos publicados originalmente na rubrica "9ª Arte", coordenada pelo autor de BD Jobat, aliás José Batista, no jornal "O Louletano" (de que eu, apesar de lisboeta, sou assinante, por causa daquele excelente espaço de BD).

    (Devo dizer-lhe que muito antes do Machado-Dias, já tinha feito eu referência àquela rubrica "9ª Arte" aqui neste blogue, só que apenas o fiz uma vez, na "categoria" "Críticas e Notícias Sobre BD na Imprensa", num "post" datado de Agosto 25, 2005. Confira, sff!).

    Achei piada à sua justificação, auto-classificando-se de cota, e por isso interessado naqueles textos.
    Estive para deixar um comentário, dirigido a si, convidando-o a visitar este meu blogue - o blogue de um cota também - pelo facto de eu estar a tratar, no momento, de um tema que achei que lhe interessaria.

    Não cheguei a escrever esse comentário/convite dirigido a si, porque achei que seria considerado despropositada essa minha intrusão no meio daquela conversa que incidia essencialmente na necessidade de haver uma revista portuguesa de BD portuguesa.

    E então não é que hoje mesmo, vem cá ter você ao meu blogue, como que tendo ouvido o meu pensamento, e lido o convite que mentalmente pensei fazer-lhe, mas que não cheguei a concretizar!!
    Quer coincidência mais espantosa?

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  3. Caro Geraldes Lino,

    Para si sou um desconhecido (não poderia ser para já de outra forma) mas acompanho os seus escritos à já muitos anos, desde que era miúdo e lia o Mundo de Aventuras e depois a 5ª série do Mosquito.

    Não imagina a minha felicidade quando vi que tinha comentado o meu texto sobre o Jonnah Hex editado pela Editorial Ibérica. Soltei um sonoro “Ei pá” e a minha mulher, a Sofia, veio logo ver o que se passava. “o Geraldes Lino fez um comentário no blog” disse-lhe eu, e voltei a reler as sua palavras.

    Tenho 38 anos mas por vezes sinto-me um cota ao ver que há pouco interesse em fazer a história da BD publicada em Portugal e isto em todos os seus aspectos: se já existem vários textos sobre as publicações mais conhecidas, outras há sem referencia nenhuma, ou quase nenhuma, quer em publicações impressas quer no mundo virtual.

    Com o tempo elas irão aparecendo no meu blog mas sempre com a sua divulgação dependente da sua compra. Nestes casos só escrevo sobre publicações que tenho na mão. Sempre é um bom motivo para passar algumas horas nos alfarrabistas.

    E sim é mesmo uma coincidência espantosa o que relata. A vida tem destas coisas.

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  4. Caro André Azevedo
    Sim, de facto há muitos anos que escrevo sobre banda desenhada, e tenho-o feito em várias revistas de banda desenhada, também em revistas não de BD e vários jornais. O último dos quais ainda foi há relativamente pouco tempo - apesar de eu já ser muito "cota": coordenei uma página semanal, com bandas desenhadas autoconclusivas, a cores, entre 2005 e 2008 (quatro anos!) no jornal Mundo Universitário.

    Apercebo-me de que você, sendo ainda um homem novo, conhece bastante de BD, e fiquei surpreendido de conhecer colaborações minhas no Mundo de Aventuras e na 5ª série de O Mosquito.

    Como não as cita, presumo que não conheceu as revistas Jornal de BD e Selecções BD (esta com duas séries), nas quais colaborei bastante, em especial na 1ª série de 44 números.
    (continua)

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  5. (2ª parte da resposta a André Azevedo)

    Quanto à sua queixa de haver pouco interesse em fazer a História da BD em Portugal, é curioso que existe um livro que tem um título muito semelhante (mais uma coincidência!), nem mais nem menos do que "História da BD Publicada em Portugal", editado em Maio de 1995, que teve o seu lançamento na minha Tertúlia BD de Lisboa. E ainda teve uma 2ª parte editada em Maio de 1996, ambos os livros (com as dimensões de 23cm x 33cm altura)publicados pelas Edições Época de Ouro.
    Não conhece estes livros?

    E quanto à divulgação virtual de revistas portuguesas antigas, também tem sido feita no blogue "Mania dos Quadradinhos" - http://quadradinhos.blogspot.pt - com início em Janeiro de 2005, e pode lá encontrar copiosa informação sobre esse tema que especialmente lhe interessa.

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  6. (3ª parte da resposta a André Azevedo)

    Diz você que eu fiz um comentário no seu blogue acerca de um texto sobre Jonah Hex.

    De facto, faço com frequência, mas ao acaso, visitas a blogues, e, por vezes, deixo lá comentários. Mas devo dizer - mea culpa - que não me recordo de qual é o seu.

    Diga-me, por favor, o endereço, para eu voltar lá, agora que já conheço um pouco mais do respectivo bloguista (ou "blogger", como há quem prefira).

    Cordialmente.

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  7. Caro Geraldes Lino,

    Do Jornal da BD tenho poucos exemplares e nenhum com artigos. Por coincidência tenho o Jornal da BD nº 70, encadernado, onde foi publicada a BD do Voss, Poker, que o Geraldes por aqui republicou. Das Selecções BD apenas tenho dois ou três exemplares e não sei precisar se tem algum artigo seu ou não. Mas é uma colecção das muitas que pretendo vir a completar.

    Aqui há alguns anos estive para comprar o livro que refere: História da BD Publicada em Portugal. Na altura não o fiz e agora não o encontro em lado nenhum. E não tinha conhecimento que tinha sido publicado um segundo volume… como também não conhecia o Mania dos Quadradinhos.

    O mundo da BD é realmente muito vasto e considero sinceramente que conheço ainda muito pouco dele!

    Com estima.

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  8. Voltando ainda um pouco atrás:

    quando escrevi "Caro 'desconhecido' André Azevedo", reconheço que a frase ficou ambígua, dando azo a interpretação não correspondente à minha intenção.
    O que eu quis dizer, e assim deveria ter escrito, foi "desconhecido para mim".

    Como aliás você corrigiu, ao escrever na sua resposta "para si sou um desconhecido".

    E corrigiu com inteira razão. Porque, após ter deixado esta sua marca na visita ao meu blogue, pesquisei na blogosfera e verifiquei que o André Azevedo é bem conhecido e conceituado.

    E com razão, tenho de o dizer, após ter lido alguns dos seus "posts" no blogue que dirige, o "BD no Sótão" (título bem sugestivo, e que remete para muitos casos concretos de espaços recônditos dedicados às colecções de BD).

    Mas aproveito para dizer que já conhecia o seu blogue, apesar de iniciado em data recente (meados de 2011), mas, "hélas", tinha-me esquecido do nome do bloguista!

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  9. Falando agora do Jornal da BD, uma das revistas mencionadas neste nosso diálogo: é curioso o André dizer que tem esse nº70 onde foi publicada a banda desenhada curta de Alain Voss, e dizer que não viu nenhum artigo meu.

    Embora tenha a colecção completa dessa revista, como não ando a folheá-la (nem a essa nem a outras que tenho), foi por mero acaso que rememorei a bd "Poker", devido a um amigo ter comprado esse número solto num alfarrabista, ao reparar que num "Suplemento BD" (existente naquele número no verso da capa) havia uma fotografia em que aparecem Morris, Vasco Granja e eu.

    Esse suplemento de uma única página era coordenado por mim, com textos diversos, biografias, entrevistas curtas a autores e até tinha uma secção de respostas a cartas dos leitores, respostas essas da responsabilidade de um tal "Ardina" (como sabe, ardina era o nome que se dava aos vendedores dos jornais, a palavra continua a existir, mas, como tantas outras, caiu em desuso, e passou a dizer-se jornaleiro... ou nem já isso).
    Portanto, num jornal (da BD) havia um ardina, pseudónimo meu.
    (Continua)

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  10. (Continuação)

    Naturalmente o André Azevedo não foi comprador da (revista) Jornal da BD no exacto tempo em que se vendia (entre 1982 e 1987) porque era ainda um miúdo nessa altura, e apenas conhece essa revista por tê-la comprado já encadernada.

    Assim se explica não conhecer a minha colaboração: é que os editores tiraram as capas aos fascículos para os encadernarem, as capas duras tinham a espessura à conta para os fascículos sem capas.

    E por esse motivo, lá se foi o meu trabalho para o lixo, porque esse tal "Suplemento BD" era impresso no verso da capa (por vezes no verso da contracapa) da revista.

    Quando me disseram que a publicação ia acabar, até escrevi no último suplemento (tinha de entregar os textos, escritos à máquina em "linguados" que me fornecia o próprio jornal Expresso, último editor do Jornal da BD,lançado pela Meribérica-Liber), até escrevi mais ou menos isto (estou com preguiça de ir buscar o exemplar): "A minha consolação é que só poderá dizer que tem a colecção completa do Jornal da BD quem o tiver encadernado com as capas das revistas".
    Isto porque eu já sabia, repito, que a intenção dos editores era a de tirrarm as capas dos fascículos, até porque a numeração das páginas era contínua.

    E aí estará a razão por que o André não consegue ver o meu "Suplemento BD" no volume do Jornal da BD que possui.

    Mas poderei oferecer-lhe alguns exemplares com o tal suplemento, porque tenho exemplares repetidos.

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  11. (Continuação)

    Naturalmente o André Azevedo não foi comprador da (revista) Jornal da BD no exacto tempo em que se vendia (entre 1982 e 1987) porque era ainda um miúdo nessa altura, e apenas conhece essa revista por tê-la comprado já encadernada.

    Assim se explica não conhecer a minha colaboração: é que os editores tiraram as capas aos fascículos para os encadernarem, as capas duras tinham a espessura à conta para os fascículos sem capas.

    E por esse motivo, lá se foi o meu trabalho para o lixo, porque esse tal "Suplemento BD" era impresso no verso da capa (por vezes no verso da contracapa) da revista.

    Quando me disseram que a publicação ia acabar, até escrevi no último suplemento (tinha de entregar os textos, escritos à máquina em "linguados" que me fornecia o próprio jornal Expresso, último editor do Jornal da BD,lançado pela Meribérica-Liber), até escrevi mais ou menos isto (estou com preguiça de ir buscar o exemplar): "A minha consolação é que só poderá dizer que tem a colecção completa do Jornal da BD quem o tiver encadernado com as capas das revistas".
    Isto porque eu já sabia, repito, que a intenção dos editores era a de tirrarm as capas dos fascículos, até porque a numeração das páginas era contínua.

    E aí estará a razão por que o André não consegue ver o meu "Suplemento BD" no volume do Jornal da BD que possui.

    Mas poderei oferecer-lhe alguns exemplares com o tal suplemento, porque tenho exemplares repetidos.

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  12. (Continuação)

    Naturalmente o André Azevedo não foi comprador da (revista) Jornal da BD no exacto tempo em que se vendia (entre 1982 e 1987) porque era ainda um miúdo nessa altura, e apenas conhece essa revista por tê-la comprado já encadernada.

    Assim se explica não conhecer a minha colaboração: é que os editores tiraram as capas aos fascículos para os encadernarem, as capas duras tinham a espessura à conta para os fascículos sem capas.

    E por esse motivo, lá se foi o meu trabalho para o lixo, porque esse tal "Suplemento BD" era impresso no verso da capa (por vezes no verso da contracapa) da revista.

    Quando me disseram que a publicação ia acabar, até escrevi no último suplemento (tinha de entregar os textos, escritos à máquina em "linguados" que me fornecia o próprio jornal Expresso, último editor do Jornal da BD,lançado pela Meribérica-Liber), até escrevi mais ou menos isto (estou com preguiça de ir buscar o exemplar): "A minha consolação é que só poderá dizer que tem a colecção completa do Jornal da BD quem o tiver encadernado com as capas das revistas".
    Isto porque eu já sabia, repito, que a intenção dos editores era a de tirrarm as capas dos fascículos, até porque a numeração das páginas era contínua.

    E aí estará a razão por que o André não consegue ver o meu "Suplemento BD" no volume do Jornal da BD que possui.

    Mas poderei oferecer-lhe alguns exemplares com o tal suplemento, porque tenho exemplares repetidos.

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  13. Falando agora do Jornal da BD,uma das revistas mencionadas nesta nossa conversa: é curioso você dizer que tem esse Jornal da BD nº70 onde foi publicada a banda desenhada curta do Alan Voss

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  14. Caro Geraldes Lino,

    Eu percebi o que quis dizer com “desconhecido” pois o Geraldes não me conhece de lado nenhum. Mas quando eu afirmei que “Para si sou um desconhecido” só queria dizer isso mesmo, sem pretender corrigi-lo ou fazer alusões a pretensas famas cibernéticas. Acredite que não sou conhecido por (quase) ninguém no mundo da BD e também não pretendo ser! Tenho o blogue e escrevo porque me dá “gozo” fazê-lo. E até achei graça ao seu “desconhecido”.

    O titulo BD no Sótão até deveria ser mais BD na Garagem, pois é o que realmente se passa comigo. Tenho bastante BD em casa e mostro-a com orgulho, não está escondida, mas é impossível tê-la toda ao meu lado por isso guardo-a na garagem. E até prefiro que assim seja pois ganho o prazer de ter de procurar “aquele” número de determinado titulo nas várias caixas.

    Quanto ao Jornal da BD, estou esclarecido. O que infelizmente se perde com estas compilações. Uma sugestão: porque é que o Geraldes não digitaliza essas páginas do Suplemento BD e as publica no seu blogue?

    De qualquer forma quando for novamente à loja TimTim por TimTim vou procurar por esse suplemento.

    Com estima.

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  15. Viva, caro André Azevedo

    Não é que não tenha já pensado nessa ideia, várias vezes, ou seja, digitalizar textos meus espalhados por vários jornais, revistas e fanzines.

    Cheguei até a digitalizar a crónica entusiástica que escrevi no Boletim do Clube Português de Banda Desenhada acerca da minha primeira ida a um evento bedéfilo, o Salone Internazionale dei Comics, em Lucca, Itália, em 1978 (uma época em que ainda nunca tinha havido nenhum festival BD em Portugal).

    Mas como tenho seguido o critério, desde o início do blogue, de nele divulgar acontecimentos (festivais, exposições, concursos) que por cá vão tendo lugar, sempre me tem acontecido adiar a dita intenção consecutivamente.

    Aliás, devo o prazer da sua visita ao meu blogue, devido à concretização esporádica da citada intenção.
    De facto, a etiqueta "Coleccionadores e Colecções" resultou da reprodução de textos meus numa revista (que já não existe) cujo título era "Coleccionando", para a qual fiz umas tantas entrevistas com coleccionadores, a última das quais foi com o Manuel Caldas.

    Mas, está a ver, ao tempo já que reproduzi a entrevista com o Sr. A.J.Ferreira, e para não abandonar outros temas (o de "Os Meus Livros de BD", por exemplo) e também para não deixar de divulgar notícias de múltiplos eventos (apesar de tudo, a BD mexe bastante, contrariamente ao que apregoam os "profetas da desgraça"), tenho dado azo a grandes hiatos em cada um dos temas que desenvolvo no blogue.

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  16. Boa tarde, este fim de semana descobri em casa do meu sogro um grande saco com livros de BD, todos publicados pela "Meriberica/Liber", existem livros de autores como:

    -Warnausts-Raives "A inocente"
    -Jorge Zentner - Ruben Pellejero "Fm em frequencia modelada"
    -William Vance "Ramiro os guardas do Bierzo"
    -Autheman "Vic Valence - A passageira silenciosa"
    -Jorge Magalhães/Augusto Trigo "Excalibur a espada encantada"
    -Charyn/Boucq "Boca do diabo"
    -Schuiten/Peeters " As cidades obscuras"
    -Jeronaton "A grande passagem"
    Entre muitos outros, como não sou nem entendido nem adepto de BD gostaria de saber onde posso saber se os livros têm algum valor monetário.
    Podem ajudar-me?
    meu email p_ribas@iol.pt

    Obrigado
    Pedro

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  17. Pedro Ribas (?)

    Só agora vi este seu comentário.

    Não é linear responder à sua pergunta.

    Há obras interessantes no acervo do seu sogro, e poderá haver pessoas interessadas na compra de alguma delas.
    Portanto, os livros têm valor, obviamente.
    O difícil é quantificar esse valor, dependente do seguinte factor: se você vender directamente a um interessado, o valor será mais elevado do que se vender a um intermediário (um alfarrabista, por exemplo), visto que ele terá de ter uma margem de lucro.
    Só que a venda ao alfarrabista será mais cómoda, porque poderá vender o conjunto das peças de uma só vez, ao passo que se for você a vendar, muito provavelmente encontrará pessoas que lhe quererão comprar uma peça ou outra (ainda por cima você não tem conhecimentos acerca das obras para saber que preço há-de pedir...).

    Resumindo: sugiro-lhe que passe por um alfarrabista e tente vender o conjunto de uma só vez.
    Receberá menos, mas será mais prático.

    Há um nas Escadinhas do Duque, o Vilelivros.

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