terça-feira, abril 30, 2013

Coleccionadores e Colecções de BD (VIII) - Ernesto Assis



 
 





Apesar de ter feito as entrevistas, que tenho andado a reproduzir, a coleccionadores de banda desenhada, há quase trinta anos, para uma revista já desaparecida, considero que elas continuam a ter interesse.
Isso porque, do meu ponto de vista, as opiniões expressas pelos coleccionadores, e as suas ideias acerca das colecções de BD, não serão assim tão diferentes das que poderão exprimir coleccionadores actuais.

Apenas haverá a dificuldade, nestas entrevistas recuperadas da revista Coleccionando - neste caso, o nº 9, datado de Outubro/Novembro de 1984 -, conseguir ter a noção do valor indicado na aquisição das revistas antigas mencionadas, onde surgem importâncias em escudos, centavos e até "tostões", palavras absolutamente estranhas para as gerações mais recentes, já nascidas no berço dos euros... 
Consola-me pensar que haverá visitantes deste blogue que ainda são desse tempo remoto da nossa antiga moeda, e saudosos como eu dessas colecções de histórias aos quadradinhos já desaparecidas, e que actualmente deixaram de ter sucessoras em Portugal (o mais que há é fanzines bem feitos, como é o caso do Zona).

Quando conheci Ernesto Assis - o entrevistado revisitado hoje - no Clube Português de Banda Desenhada, ele não era um coleccionador compulsivo na verdadeira acepção do termo, daqueles que se caracterizam por serem extremamente ciosos das suas colecções, sempre preocupados em colmatar as eventuais lacunas. 
Essa sua não característica fica bem clara nas respostas e descrições que faz. Todavia, uma outra faceta bem valiosa o caracterizava: o profundo conhecimento que demonstrava acerca de autores e personagens da BD.  

Em seguida reproduzo na íntegra a entrevista que lhe fiz nesse ano de 1984
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Se não fossem os coleccionadores
não se poderia hoje historiar a BD

- opinião de Ernesto Assis 

Na sua singeleza, esta afirmação constitui uma justa homenagem a todos aqueles que, obstinada e pacientemente, recuperam e guardam velhas colecções de BD.
Ela é bem demonstrativa da clarividência e justeza de julgamento de um homem que é, indubitvelmente, um dos pioneiros do estudo da Banda Desenhada em Portugal.

Ernesto Assis possui uma personalidade bastante curiosa. Apesar de ser, há décadas, um apaixonado da Banda Desenhada, ele é perfeitamente capaz de vender, por tuta e meia, exemplares de revistas - nacionais e estrangeiras - que terá comprado na semana anterior com grande sacrifício para a sua magra bolsa.
Também é homem para oferecer números antigos do Notícias da Amadora contendo artigos artigos seus sobre banda desenhada, ficando ele sem qualquer exemplar!

Ao longo da sua vida - iniciada em 26 de Setembro de 1931 - Ernesto Francisco Loureiro de Assis tem sido muitas coisas, entre elas pintor de letras. Mas a sua faceta que aqui interessa registar é a de ter sido um dos primeiros estudiosos a publicar artigos sobre BD na Imprensa.

Apesar de uma certa dispersão que o caracteriza, aliada ao seu aspecto simples ou até descuidado, Ernesto Assis com frequência espanta aqueles interlocutores que só o conhecem superficialmente. Ele é fértil em subtis apreciações sobre autores e personagens da BD, além de ter um manancial inesgotável de conhecimentos sobre pequenos pormenores relacionados com velhas revistas de histórias aos quadradinhos.

É em relação a este último tema que achámos oportuno ouvi-lo. Todos quantos o conhecem sabem que ele já possuiu - ou, pelo menos, passaram pelas suas mãos com destino a terceiros - valiosas colecções de revistas de BD, ou exemplares raros que descobriu nas suas andanças pelos alfarrabistas de toda a Lisboa.

Daí a pergunta habitual:

- Ernesto Assis: quando começou a coleccionar revistas de banda desenhada?

- Em 1939, ano em que começou a 2ª Guerra Mundial, e em que também me mudei da rua em que nasci na Ajuda, em Lisboa, para outra onde meu pai mais tarde abriria um ferro-velho. Andava na escola primária e foi aí que contactei com o primeiro jornal de quadradinhos, o "Colecção de Aventuras", ao ver o desenho que um meu condiscípulo reproduzia da capa do nº 2 dessa publicação (Red, o Vingador, por Vítor Péon). 

- Atendendo ao que conheço dos seus hábitos, suponho que, neste momento, não terá qualquer colecção completa. 
Mas, ao longo da sua vida, quais as colecções que completou?

- Pergunta difícil de satisfazer, essa. Desde 1939 que não têm conta as colecções completas (menos) e incompletas (mais) que tenho adquirido ao longo dos anos da minha vida conturbada e acidentada. Hoje possuo umas dezenas de exemplares das mais conhecidas e quase a série total do formato maior de "O Senhor Doutor" que é uma dádiva do filho de Chitónio Montalverde, meu amigo dos grandes, já falecido.

- Entre essas colecções que possuiu, quais as que considera mais valiosas quanto ao seu conteúdo e raridade?

- Com receio de ser injusto, ponho em primeiro lugar quanto ao conteúdo "O Diabrete", depois "O Senhor Doutor", e em terceiro "O Mosquito".
Quanto a raridade, é-me difícil dar uma resposta cabal.

- Qual é a revista de BD mais antiga que possui?

- Possuo o primeiro volume, muito estropiado, com a data de Março de 1903, de "O Gafanhoto" nº 1.
Obtive esse volume por troca (e baldroca) de um maço heterogéneo de revistas com o Raul Ribeiro, do Cacém, esse sim, um coleccionador emérito.

- Qual a colecção de BD que lhe deu mais dificuldade a completar?

- Quando tinha colecções - numa altura em que trilhava um caminho mais fixo da minha vida - a primeira vez que senti dificuldades em completar uma colecção foi em 1944, ao começar a tentar adquirir os números de "O Mosquito" (formato grande, o primeiro) que me faltavam, comprando-os a um colega meu da Escola Industrial Marquês de Pombal, à razão de 30 centavos cada um. 
Nessa altura comprava "O Mosquito" avulso, e mais tarde fui assinante.

- Está neste momento a coleccionar alguma revista portuguesa de BD?

- Compro apenas assiduamente o "Mundo de Aventuras". 

- E estrangeiras?

- A última que tentei coleccionar foi a "Chito" (espanhola). Hoje não possuo nada dessa publicação.

- Tem alguma recordação ligada a qualquer das revistas que coleccionou em tempos?

- Quando tinha gosto em ter colecções mais ou menos completas de jornais de quadradinhos, adquiri uma porção enorme do "Diabrete" - quase a primeira série na totalidade - por cinquenta escudos, que ganhei vendendo jornais (o "Notícias da Amadora") calcorreando desde a Amadora até Algés. 
Essa importante parcela do "Diabrete" alienei-a como fiz a tantas outras, forçado pelas circunstâncias da minha vida; presentemente tenho apenas em meu poder uma porção dessa mesma revista que adquiri para estudo.

- Lembra-se de alguma fase da sua infância, ou adolescência, em que, em dias certos, ia à rua comprar uma revista de BD?

- Há realmente revistas que me fazem recordar momentos da minha infância: lembro-me de que, quando ainda era garoto - aí pelos anos de 42 a 47 - comprava "O Mosquito", e mais tarde o "Diabrete". Costumava sair de casa muito cedo, para comprar pão e leite que eram escassos e racionados nessa altura, entrando em bichas. 
Mas às quartas-feiras e sábados, só o fazia depois de adquirir esses jornais nos ardinas, entretendo-me a lê-los enquanto esperava a minha vez. Meus pais ficavam deitados, minha mãe era doente e meu pai trabalhava por conta própria, e eu ia saborear a fresquidão da manhã, mais a excitação da leitura das minhas aventuras preferidas.

- Lembra-se de qual o preço mais elevado que pagou por uma revista?

- Quando tinha os meus dez anos, tais publicações só interessavam aos garotos em idade escolar. Lembro-me que na minha rua eu era o único comprador ou assinante de "O Mosquito" e de "O Pluto" (a única publicação que assinei do princípio ao fim) e todos os meus amigos, do norte ao sul da rua onde morávamos, era à minha porta que se reuniam para ler "O Mosquito", que passava de mão em mão pelos seus entusiásticos leitores.
Pois nessa altura paguei a quantia de dezoito tostões para adquirir o nº 1 do citado jornal que comprei a um conhecido que encontrei no cinema local, o Salão Portugal, na Rua da Memória. 
Para dar uma ideia de como foi caro esse exemplar, posso dar-lhe um exemplo: um ingresso para a "geral" dos cinemas custava dois escudos e cinquenta centavos; uma 2ª plateia, três escudos; e uma 1ª plateia - os melhores lugares, no primeiro piso - oscilava entre os três e quinhentos e os quatro escudos. Isto nos tempos em que os artigos aumentavam um ou dois tostões de longos em longos anos.

- Colecciona álbuns de BD?

- Agora não. Mas quando era empregado da Livraria Bertrand, comprava regularmente os que iam saindo dessa editora, pois tinha desconto.

- Mas mesmo só comprando esporadicamente - como sei que faz agora - segue algum critério? Autores ou personagens, por exemplo?

- Sim, mesmo com sacrifício monetário, compro qualquer publicação - álbuns ou revistas - que se relacione com as figuras de Tarzan, Príncipe Valente e Flash Gordon.

- Colecciona mais alguma coisa?

- Carteiras de fósforos, por série.

- Conte um episódio pitoresco da sua actividade de coleccionador de BD.

- Considero-me um pioneiro do estudo da chamada Banda Desenhada, e das implicações literárias e estéticas que lhe são inerentes. De igual modo fui um peregrino, aí pelos anos de 60 e 70, por tudo que fosse ferro-velho ou alfarrabista.
Adquiri quilos e quilos de jornais de quadradinhos, que depressa dispensava a conhecidos que se interessavam por eles.
Fui eu que primeiro indiquei a Vasco Granja, aí pelos anos de 72 ou 73, um alfarrabista, que lhe vendeu três volumes encadernados, dois de "O Mosquito", correspondendo aos dois primeiros anos, e um da "Colecção de Aventuras", da mesma editora, pela quantia de 160$00; o Vasco ficou com os "Mosquitos" e dispensou-me a "Colecção..." que lhe paguei no fim do mês.
Lembra-se, Geraldes Lino, do volume que troquei consigo por um do "Diabrete"? Foi esse.

- Tem alguma recordação triste relacionada com as suas colecções?

- Sinceramente posso dizer que não. Como desde 1948 faço e desfaço colecções, umas vezes por razões económicas, outras por saturação íntima ou para arranjar espaço, tomo muito a peito a frase de O'Henry, escritor norte-americano, retirada de "O Ladrão Escrupuloso": "O pão que se atira ao lago aparece mais tarde transformado em pudim".
Tomo tal frase como um princípio de renúncia, e esta virtude creio que é uma demonstração de coragem. E como já não somos positivamente crianças...

- No seu entender, qual a influência, para a BD, resultante da actividade dos coleccionadores?

- Acho que os coleccionadores têm influência na BD, e de tomo. Muitas colecções teriam sido transformadas em pasta de papel (e infelizmente isso aconteceu em décadas passadas). 
Se não fosse a actividade dos coleccionadores adultos que salvaram muitos exemplares em perigo de extinção, hoje dificilmente se poderia historiar a carreira desse tipo de publicações.
Por outro lado, é através das colecções adquiridas por esses mesmos, que são adultos hoje, que se revela a evolução dos quadradinhos em Portugal e no estrangeiro, facilitando a visão do que se ganhou e do que se perdeu nas escolas adoptadas através das últimas décadas.

Entrevista por
Geraldes Lino 

                     
Imagens que ilustram o "post":

1. "O Senhor Doutor" - capa do nº 96, Ano II, de 12 Janeiro 1935
2. "O Mosquito" - capa do nº 1, de 14 de Janeiro de 1936
3. "O Diabrete" - capa do nº 220, de 17de Março de 1945
4. "Mundo de Aventuras" - capa do nº 310, de 21 deJulho de 1955
Nota do blóguer: Esta capa, não por acaso escolhida por mim, tem a curiosidade de ter sido desenhada pelo meu amigo João Artur Mamede, bem conhecido pelo pseudónimo de "Jartur" 
5. "O Pluto" - capa do nº 7, de 11 de Janeiro de 1946
6. As duas páginas da revista "Coleccionando" (nº 9, Outubro/Novembro 1984 onde está reproduzida a entrevista.
7. Capa da revista "Coleccionando" (número 9, Outubro/Novembro 1984) 

Nota do bloguer: As revistas de BD que usei para ilustração da postagem são exemplares soltos do meu acervo.           

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Os visitantes interessados em ver os sete artigos anteriores poderão fazê-lo, clicando no item Coleccionadores e Colecções de BD visível no rodapé     


sábado, abril 27, 2013

Publicidade em BD (IV)





Há bastantes anos que ando a reparar na forma como a banda desenhada serve de suporte artístico, ou simplesmente divertido, à publicidade.

Fui registando as revistas de BD - portuguesas e estrangeiras - com bons exemplos de curtos episódios publicitários em imagens sequenciais, usando com propriedade e a-propósito a linguagem da banda desenhada, ou seja: balões de fala, onomatopeias e sinais cinéticos.

É o caso do comic-book que encontrei ao remexer em peças antigas (esta revista tem mais de trinta anos), de onde extraí a estupenda peça publicitária em banda desenhada, usando o Hulk como personagem central. 
Não hesitei nem resisti em afixá-la, tanto mais que o produto que publicita é desconhecido - pelo menos para mim.
(Obviamente que a bd não está assinada, e não é facilmente detectável a autoria).

Ainda na minha faceta de comprador compulsivo de revistas, europeias (incluindo as portuguesas, claro) e americanas, mas não coleccionador compulsivo, note-se, acumulei material, neste quadrante da publicidade, que daria para fazer uma representativa exposição. Há já bastantes anos cheguei a propor essa ideia a um amigo - viva, Carlos Pinheiro - igualmente dono de grande acervo do género, mas por impedimentos vários, nunca se chegou a concretizar o projecto. Que apresentava várias dificuldades, devido ao facto do elevado melindre do tema, que sempre pode levantar suspeitas de intenções pouco claras.

Em compensação, este espaço bloguístico dá-me a possibilidade de mostrar algumas das peças que tinha agrupado ao longo dos anos, desirmanando-as das restantes, mas que, entretanto, por questões de espaço, tive de desagrupar. Daí que esta peça apareça aqui por a ter voltado a encontrar casualmente.    

Imagens que ilustram o presente "post":

1. Bd publicitária intitulada: "Incredible Hulk and the Ultimate Weapon!
2. Capa do exemplar da revista "TARZAN ANNUAL" (Vol. 1 - #3, 1979)
3. Página inicial (estupenda) do "comic book", abertura da peça "A Night at the Opera!", em que consta  a [impressionante] ficha técnica:

Stan Lee apresenta Tarzan Lord of the Jungle
Bill Mantlo - Author
Sal Buscema, Ricardo Villamonte & Joe Sinnot - Artists
John Costanza - Letters
George Roussos - Colors (inglês dos States)
Allen Milgrom - Editor
Jim Shooter - Editor-in-Chief
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Vejam as três postagens anteriores deste tema, na etiqueta intitulada: Publicidade em BD, visível no rodapé

segunda-feira, abril 22, 2013

Livros Sobre BD, Os Meus Livros (XIV) - The World Encyclopedia of Comics


  


 

 




Termina aqui, nesta terceira tranche, o prazer de folhear a obra The World Encyclopedia of Comics, editada (no sentido anglófono) por Maurice Horn, e editada (no sentido genérico) por Avon Books, que abarca uma listagem bastante completa (*) e actualizada considerando a época em que foi escrita (1977), de autores e personagens da banda desenhada, maioritariamente americana, onde todavia não falta uma alargada focagem ao quadrante europeu.
De ambas as componentes, europeia e americana seleccionei, no derradeiro folhear da pioneira enciclopédia de BD, páginas de várias das obras. 
Todavia, destaco e comento apenas a da obra-prima americana - aliás, mundial - "Little Nemo in Slumberland", de Winsor McCay, iniciada num "Sunday Supplement" do jornal New York Herald, a 15 de Outubro de 1905.  
A ideia-base que suporta todos episódios desta obra singular é bem simples: o pequeno Nemo todas as noites é transportado para Slumberland, onde irá encontrar, sonho após sonho, outras personagens que enriquecem uma fascinante galeria, tanto no que representam, como no aspecto físico que McCay lhes criou. 
Destaco, pela importância que têm nos sucessivos episódios, Flip, o anão verde; Impy, o canibal; Slivers, o cão; Morpheus, rei de Slumberland, e sua filha (sempre tratada por princesa, mas cujo nome nunca é mencionado, um pormenor algo insólito).
McCay explora, ao longo destes episódios de carácter onírico, as profundezas do subconsciente. Maurice Horn, coordenador da obra, mas também autor de vários textos, afirma que, pela leitura de cartas escritas por Winsor McCay, se poderá concluir que tais explorações, transformadas em imagens, eram parcialmente autobiográficas e exorcizantes. 
Seja como for, os resultados gráficos e estéticos ficaram a constituir uma obra-prima da Figuração Narrativa.

(*) Com a excepção muito negativa de ignorar completamente a BD portuguesa. 

As imagens que ilustram o topo da postagem pertencem às seguintes obras, de cima para baixo:
1. Little Nemo in Slumberland, de Winsor McCay
2. Song of the Sword, de Reg Perrott
3. Prince Valiant, de Harold Foster
4. Steve Canyon, de Milton Caniff
5. Tarzan, de Harold Foster
6. Tarzan, de Burne Hogarth
7. Nus, de Enric Sió
8. Wolff, de Esteban Maroto
9. Peanuts, de Charles Schulz


A presente postagem é (PARTE 3 DE 3)  
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Os visitantes deste blogue que estiverem interessados em ver os treze "posts" anteriores deste tema, inclusive os dois anteriores dedicados à obra The World Encyclopedia of Comics ( e a 1ª fracção inclui a capa do livro), poderão fazê-lo clicando sobre o item Livros sobre Banda Desenhada-Os meus Livros visível no rodapé

sexta-feira, abril 19, 2013

Salões BD e afins




Inicia-se hoje um ciclo de eventos dedicados à BD no corrente ano, em vários pontos do país, em contraciclo da crise.

Para começar, temos o 18º Salão Internacional de Banda Desenhada de Moura - ou, simplesmente, Moura BD 2013 - que estará aberto ao público de 19 de Abril a 1 de Maio. 

Sem menosprezar todo o restante programa, o período imperdível será no fim-de-semana seguinte - dias 27 e 28 - em que se efectuará a sessão de homenagem a dois autores portugueses, Zé Manel e Vassalo de Miranda, e a um francês, Hugues Barthe.

Para descriminar todas as vastas actividades recorrerei ao site da autarquia,usando o velho truque do copy paste, embora tomando a liberdade de fazer uma ou outra pequena alteração.

Nota deste bloguer: Apesar de não estar assinado, não hesito em afirmar que o autor do cartaz do Salão BD é o omnipresente Carlos Rico, cartunista, autor de BD e, claro, funcionário da Câmara Municipal de Moura, a entidade que suporta este evento de dupla vertente.
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18.º Moura BD e 33ª. Feira do Livro

19 de Abril a 1 de Maio 2013

Programa
  
19 de Abril

18h00    | Espaço da Feira

Inauguração da Feira do Livro e do Moura BD

Visita aos diferentes espaços onde há actividades a decorrer


21h00    | Cine-Teatro Caridade

Apresentação do livro Prisioneiros do Esquecimento de Valdemiro Correia

Histórias da Manta, sobre a Guerra Colonial

                                                                                                                         
20 de Abril
10h00 | 15h00 | Espaço da Feira

Pequeno curso prático de culinária


Museu Gordillo | 10h00 – 12h00
                14h00 – 16h00
Workshop de Cinema de Animação
(inscrições grátis)
14h00    | Arruada com os Gigabombos

Espaço da Feira | 15h30

Lançamento do nº 9 dos “Cadernos Moura BD”(reedição de “O Cabo das Tormentas”, de

Vassalo de Miranda) e do catálogo de caricaturas “Eros uma vez… o humorista Zé Manel”,

 com a presença dos autores e de Osvaldo de Sousa


18h00    | Espaço da Feira
Apresentação do livro Letras ígneas, de Miguel Tiago
21h30    | CTC
Teatro para pais e filhos: Os macacos não se medem aos palmos de Manuel António Pina
  
21 de Abril

Museu Gordillo | 10h00 – 12h00
Workshop de Cinema de Animação
10h00 | 15h00 | Espaço da Feira
Pequeno curso prático de culinária

Espaço da Feira | 15h30
Apresentação da colecção de livros infanto-juvenis “Pippa Palito & Rafa Trivela – Uma dupla brutal”, de António Varela, Carlos Laranjeira e Paulo Gameiro, com a presença dos autores
Espaço Inovinter | 17h00
Workshop de Cinema de Animação: Visionamento dos filmes produzidos
(entrada livre)
18h00    | Espaço da Feira
Apresentação dos livros: “Poesias” de Joaquim Costa (reedição) e
“Joaquim Costa: poeta de Moura”, banda desenhada de Carlos Rico
21h30    | Espaço da Feira
Raízes do Sul
  
22 de Abril

9h30/12h30        | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, Padrinhos de Leitura
14h00/17h00     | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, Padrinhos de Leitura
18h00    | Espaço da Feira
Needlework – Atelier de costura
21h30    | Espaço da Feira
Grupo de Música Popular Ardila

23 de Abril, dia mundial do livro

9h30/12h30        | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, oferta de livros
14h00/17h00     | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, oferta de livros
17h30    | Espaço da Feira
Apresentação do livro Sentir nas letras de Catarina Parreira
18h00    | Espaço da Feira
Needlework – Atelier de costura
21h30    | Espaço da Feira
Pessoa revisitado, pelo Grupo de Teatro Carpe Diem

24 de Abril

9h30/12h30        | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, oferta de livros
14h00/17h00     | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, oferta de livros
18h00    | Espaço da Feira
Needlework – Atelier de costura
21h30    | Espaço da Feira
Espectáculo de comemoração do 25 de Abril
Actuação musical com o Grupo “Outra Margem”

25 de Abril

11h00    | Espaço da Feira
                Hora do Conto
15h00    | Espaço da Feira
Apresentação do livro: Os demónios de Álvaro Cobra, de Carlos Campaniço
17h30    | Espaço da Feira        
Corre, corre cabacinha, pelo Grupo de Teatro Papa-Léguas
21h30    | Espaço da Feira
Actuação musical do grupo “Los quatro vientos”

26 de Abril

9h30/12h30        | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, oferta de livros
14h00/17h00     | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, oferta de livros
18h00    | Espaço da Feira
Needlework – Atelier de costura
21h30    | CTC
“Braguesas, beiroas e outras amantes”, com Fernando Tordo

27 de Abril

10h00    |  15h00  |  Espaço da Feira
Pequeno curso prático de culinária
14h30    | Espaço da Feira        
Apresentação do livro Migração dos Sabores
15h00    | Espaço da feira
Apresentação do livro “A árvore”, de Bruno Rodrigues

Cine-Teatro Caridade | 15h00

Entrega de Prémios do 13º. Concurso Escolar de BD

e do 16º. Concurso de Banda Desenhada e Cartune

Sessão de Homenagens e entrega dos “Troféus Balanito” a

Vassalo de Miranda, Hugues Barthe e Zé Manel.

                Espaço da feira | 16h30

Sessão de autógrafos com Vassalo de Miranda, Hugues Barthe e Zé Manel


21h30    | Espaço da Feira
Projecto Amália Sempre, com Al-Mouraria e Inês Gonçalves

28 de Abril

10h00    |  15h00  |   Espaço da Feira
Pequeno curso prático de culinária

Espaço da feira | 17h30

Teatro: “Ribanho”, pelo Grupo Al-Manijah (Moura)


Espaço da feira | 18h00

Apresentação do livro de Luís Afonso “O Comboio das Cinco”

(edições Abysmo), com a presença do autor

21h30    | Espaço da Feira
Poesia e música da Lusofonia, com José Fanha

29 de Abril

9h30/12h30        | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, oferta de livros
14h00/17h00     | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, oferta de livros
18h00    | Espaço da Feira
Needlework – Atelier de costura
21h30    | CTC
Conservatório Regional do Baixo Alentejo

30 de abril

9h30/12h30        | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, oferta de livros
14h00/17h00     | Espaço da Feira e CTC
Actividades para as escolas: Hora do Conto, visita aos diferentes espaços, actividades de animação, oferta de livros
18h00    | Espaço da Feira
Needlework – Atelier de costura
21h30    | CTC
Blues’in concert

1 de Maio

11h00    | Espaço da Feira
                Hora do Conto
15h00    | Espaço da Feira
Cerimónia de entrega dos diplomas aos Padrinhos de Leitura 2013
17h00    | Espaço da Feira
                Ideal Alentejano
19h30    | Encerramento da Feira do Livro e do Salão Moura BD
  
Notas finais

Salão Moura BD
1) Todos os dias haverá sessões contínuas de Cinema de Animação, no Espaço Inovinter, com entrada livre (parceria entre a Câmara Municipal de Moura e o Cinanima – Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho).
2) Durante os dias de semana, mediante marcação prévia, haverá visitas guiadas às exposições do salão para grupos (mínimo 10 pessoas).

Feira do Livro
Durante a Feira haverá sessões regulares de Hora do Conto, sempre que houver meninos interessados .
Como habitualmente, estará em funcionamento durante a Feira, o espaço da Ludoteca, destinado aos mais pequenos.
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Para ver as postagens anteriores referentes a eventos de banda desenhada, bastará clicar no item: Festivais, Salões BD e afins, visível no rodapé