sábado, abril 27, 2013

Publicidade em BD (IV)





Há bastantes anos que ando a reparar na forma como a banda desenhada serve de suporte artístico, ou simplesmente divertido, à publicidade.

Fui registando as revistas de BD - portuguesas e estrangeiras - com bons exemplos de curtos episódios publicitários em imagens sequenciais, usando com propriedade e a-propósito a linguagem da banda desenhada, ou seja: balões de fala, onomatopeias e sinais cinéticos.

É o caso do comic-book que encontrei ao remexer em peças antigas (esta revista tem mais de trinta anos), de onde extraí a estupenda peça publicitária em banda desenhada, usando o Hulk como personagem central. 
Não hesitei nem resisti em afixá-la, tanto mais que o produto que publicita é desconhecido - pelo menos para mim.
(Obviamente que a bd não está assinada, e não é facilmente detectável a autoria).

Ainda na minha faceta de comprador compulsivo de revistas, europeias (incluindo as portuguesas, claro) e americanas, mas não coleccionador compulsivo, note-se, acumulei material, neste quadrante da publicidade, que daria para fazer uma representativa exposição. Há já bastantes anos cheguei a propor essa ideia a um amigo - viva, Carlos Pinheiro - igualmente dono de grande acervo do género, mas por impedimentos vários, nunca se chegou a concretizar o projecto. Que apresentava várias dificuldades, devido ao facto do elevado melindre do tema, que sempre pode levantar suspeitas de intenções pouco claras.

Em compensação, este espaço bloguístico dá-me a possibilidade de mostrar algumas das peças que tinha agrupado ao longo dos anos, desirmanando-as das restantes, mas que, entretanto, por questões de espaço, tive de desagrupar. Daí que esta peça apareça aqui por a ter voltado a encontrar casualmente.    

Imagens que ilustram o presente "post":

1. Bd publicitária intitulada: "Incredible Hulk and the Ultimate Weapon!
2. Capa do exemplar da revista "TARZAN ANNUAL" (Vol. 1 - #3, 1979)
3. Página inicial (estupenda) do "comic book", abertura da peça "A Night at the Opera!", em que consta  a [impressionante] ficha técnica:

Stan Lee apresenta Tarzan Lord of the Jungle
Bill Mantlo - Author
Sal Buscema, Ricardo Villamonte & Joe Sinnot - Artists
John Costanza - Letters
George Roussos - Colors (inglês dos States)
Allen Milgrom - Editor
Jim Shooter - Editor-in-Chief
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Vejam as três postagens anteriores deste tema, na etiqueta intitulada: Publicidade em BD, visível no rodapé

14 comentários:

  1. Caro Geraldes,

    O lápis é sem dúvida do Sal Buscema, já a arte-final parece ser do Klaus Jansen...

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  2. Caro André Azevedo

    Aceito e agradeço a sua informação, não duvido daquela de que tem a certeza - o desenho inicial da bd publicitária ser de Sal Buscema.

    Isso porque, devo dizer, deixei a postagem a meio, mas tinha em mente ainda escrever os nomes dos autores da página inicial da bd que apresento, "A Night at the Opera - o que ainda irei fazer em seguida -, e o nome de Sal Buscema consta de facto na ficha técnica como um dos artistas.

    Fica a faltar a confirmação de quem terá sido o desenhador a fazer a arte final.

    Haverá alguém, especialista nesta área da BD americana, que queira dar uma achega?

    Agora será talvez mais fácil, porque na ficha técnica que irei completar em seguida, incluem-se mais dois grandes artistas da BD: Ricardo Villamonte e Joe Sinnot.

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  3. Frank Miller na arte-final?

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  4. Viva Álvaro

    Não é impossível. Este comic book foi editado pela Marvel em 1979, tinha Frank Miller 22 anos, e ele começou a trabalhar como "free lancer" para a Marvel (e para a DC) por essa altura.

    Mas por que sugeres o Frank Miller? Reconheces-lhe o estilo dessa época?

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  5. Há umas expressões faciais e erros anatómicos grosseiros que me lembra o Miller. Mas é difícil de topar como estamos a falar só da passagem a tinta, o lápis condiciona quase tudo.

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  6. Não faço ideia se numa simples prancha publicitária haverá também essa divisão de tarefas passagem a tinta do lápis inicial) que sugeres possa ter havido, dado tratar-se de uma peça de dimensões reduzidas, afinal uma curta, curtíssima, de BD.

    O esquema de vários especialistas (o do desenho inicial, vulgo "penciller", o do arte-finalista, vulgo "inker", o do colorista ("colorist") e o legendador ("letterer") que terá surgido nos USA devido à extensão dos "comics", e à urgência na sua finalização, não terá grande indispensabilidade neste caso.

    Isso porque o trabalho para a realização de uma única prancha parece-me que talvez dispense a compartimentação de tarefas à maneira do "taylorismo".

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  7. Não faço ideia se numa simples prancha publicitária haverá também essa divisão de tarefas passagem a tinta do lápis inicial) que sugeres possa ter havido, dado tratar-se de uma peça de dimensões reduzidas, afinal uma curta, curtíssima, de BD.

    O esquema de vários especialistas (o do desenho inicial, vulgo "penciller", o do arte-finalista, vulgo "inker", o do colorista ("colorist") e o legendador ("letterer") que terá surgido nos USA devido à extensão dos "comics", e à urgência na sua finalização, não terá grande indispensabilidade neste caso.

    Isso porque o trabalho para a realização de uma única prancha parece-me que talvez dispense a compartimentação de tarefas à maneira do "taylorismo".

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  8. Fazendo uma pesquisa por algumas bases de dados de comics, encontrei a resposta: é mesmo Klaus Jansen a realizar a arte-final nesta publicidade (http://www.comics.org/issue/32913/).
    E curiosamente é o próprio Álvaro quem fornece parte da resposta: "expressões faciais e erros anatómicos grosseiros que me lembra o Miller". Ora, o "inker" regular do Miller era o Jansen e esses "erros" são característicos do estilo do Jansen.
    Outro pormenor que me levou a considerar que esta pequena bd do Sal Buscema teria de facto um arte-finalista foi o uso do zip-a-tone no veículo blindado, recurso gráfico que não é usado por Sal nos seus desenhos, mas do qual Jansen faz, e bem, uso recorrente.
    Gosto destes pequenos desafios! Obriga-nos a reparar no que estamos a ver e não apenas a olhar.

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  9. André Azevedo: notável a sua pesquisa e respectiva solução. Felicito-o sincera e vivamente.

    Quanto ao Álvaro, que você irá conhecer no próximo dia 7 de Maio, na Tertúlia BD de Lisboa, mostrou-me uma faceta desconhecida para mim, apesar de termos uma boa relação de amizade (incluindo renhidas jogatanas de snooker) há bastantes anos.

    Em contrapartida, um pormenor que estranhei um pouco: a falta de participação neste quase "quiz", de bloguistas que costumam participar na caixa de comentários do blogue "Leituras de BD" (designadamente o meu amigo Santos Costa, o Nuno Neves, o Hugo Silva, o Paulo Costa) e também do respectivo blóguer Nuno Amado.

    Abraço, e até 3ª feira, caro confrade blóguer.
    GL

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  10. Huummmm?? Quê? Qual faceta desconhecida?

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  11. Caro Álvaro: Eu sei que estás sempre a brincar, mas mesmo assim respondo-te a sério.
    Ou seja: apesar de nos conhecermos há anos (embora quase só uma vez por mês na tertúlia), tenho sempre a ideia de que a tua área de eleição é a da BD europeia.
    Portanto a tua participação surpreendeu-me nesta espécie de "quiz" na área dos super-heróis.
    Abraço.

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  12. Quer-se dizer... Leio de tudo. Tou agora a olhar para a estante e tou a ver coisas da América do Sul, Itália, França, Portugal, Espanha, EUA, Japão... Evito é aquelas coisas feitas em série, mecânica e apressadamente para consumo rápido.
    Dos super-heróis li bastante em tempos. Qualé o espanto, "#$%#?
    Também já fui criança.

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  13. Mário Freitas09:33

    Claramente o Klaus Janson (com O e não com E, só esse reparo ;)

    De resto... erros anatómicos grosseiros? Ok...

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  14. Viva, Mário Freitas, sê bem-vindo a este blogue.

    Agradeço a tua participação na interessante troca de impressões que aqui tem estado a decorrer, tendo por base uma bd publicitária.

    Vem a propósito pedir-te o seguinte favor: quando tiveres à venda na tua livraria Kingpin Books algum comic-book com publicidade em forma de BD, ficas a saber que estou comprador.

    Abraço.
    GL

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