quarta-feira, dezembro 10, 2014

Festivais BD - Comic Con Portugal 2014 - Inquérito a autores, editores, livreiros e bloguistas (I) - Jorge Coelho



Na edição de estreia do festival Comic Con Portugal, realizada na Exponor (Matosinhos) houve bastantes presenças de autores portugueses de BD, editores e bloguistas. 

Conversei com quase todos, conversas soltas, mas que me deram a ideia de, quando voltasse a Lisboa, registar aqui no blogue, agora em entrevistas breves - quase um inquérito - algumas opiniões acerca do evento. Resolvi começar por Jorge Coelho, um autor de BD que não só tem trabalhado para os Estados Unidos da América (as duas pranchas que ilustram o presente "post" foram extraídas de uma publicação americana), como também já presenciou um Comic-Con americano.
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G.Lino Jorge Coelho: Como já estiveste, nos Estados Unidos da América, numa "Comic Con" em Nova Iorque, gostaria que fizesses a comparação entre a convenção americana e esta versão portuguesa. 

Jorge Coelho - As comparações são inevitáveis devido ao modelo adoptado. Simplificando, a grande diferença seria a escala. 
Como até agora apenas visitei uma nos EUA, a New York Comic Con, que penso já ter ultrapassado a de San Diego, o que me salta à vista é o tamanho, é muito maior e tem muito mais intervenientes quer a nível de público como de oferta.

G.L. - Pensas que este evento multidisciplinar - onde coexistem banda desenhada, cosplay, videojogos, cinema, televisão, espaços comerciais com BD e diversos tipos de "merchandising"  - fazia falta em Portugal? 

Jorge CoelhoSim, acho que juntar estes diferentes públicos num fim de semana cria um ambiente fértil de partilha e também de comércio. 
A escala a que é praticado aumenta as probabilidades de vendas e interacção e para o público uma oportunidade de "viver" (n)as suas fantasias. Não posso pôr-me de lado, pois enquanto artista passo o ano a desenhá-las! 

G.L. - Surprendeu-te o facto de ter havido uma autêntica avalanche de público - a Comic Con Portugal teve mais de 32.000 visitantes -, apesar de a Exponor, local do evento, se localizar em Matosinhos, a razoável distância do Porto, e as entradas terem um preço algo elevado?

Jorge Coelho - Sim. Tinha expectativas positivas, fundadas principalmente por, desta feita, ser um evento organizado por uma empresa privada, ou seja - tem de resultar. Mas foram superadas.
Quanto aos bilhetes, se repararmos, o preço dos bilhetes está em larga medida à altura de outros eventos noutras áreas.

G.L.- Como autor de BD já com obra editada nos Estados Unidos da América, achas que tiveste vantagem em participar?

Jorge Coelho - Tive certamente, posso até especular que, por não ter livros editados na língua de Camões, a interacção com o público é algo que não tenho tido a oportunidade de praticar em espaço nacional... 
Como o modelo Comic Con aposta também em artistas internacionais, torna-se o evento mais natural para a minha participação por cá.
No fim de contas, penso que foi muito positivo para mim e para o público, pois houve procura e interesse.

G.L.- O que achaste de mais interessante no evento? E que aspectos consideras terem sido menos bem conseguidos? 

Jorge Coelho - O mais interessante seria a tal interacção de públicos e entre públicos e artistas.
Como de costume, as virtudes costumam estar ligadas aos defeitos: a quantidade de pessoas (que foi a força da CCPT) provocou algumas extensas filas o que, convenhamos, não agrada a ninguém. 

G.L. - Muito obrigado pela disponibilidade que mostraste em colaborares neste trabalho.

As imagens que ilustram o topo da postagem são as seguintes:
- Sleepy Hollow #2, BOOM! Studios
Marguerite Bennett, Jorge Coelho, Tamra Bonvillain
pranchas 4 e 5, 15 Novembro 2014

- Logótipo da Comic Con Portugal
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JORGE COELHO

Síntese autobiográfica

Nascido em 1977, Lisboa, Portugal. 
Bem cedo no jardim-escola apresentaram-lhe as canetas, lápis e pincéis. Nunca mais os largou.
 
Queria ser o Homem-Aranha mas eventualmente, num lapso de pragmatismo, optou por ilustração ou melhor, desenhar BD!


Estudou Artes Gráficas e Comunicação na Escola de Artes António Arroio em 1996, com diversos trabalhos de ilustração editorial publicados no Jornal i, Diário de Notícias, revista AdWeek entre outros e ilustração editorial escolar pela Leya Asa II. 
Ilustração de cenários de animação para a série "Angelitos" da Animanostra. Ilustração publicitária para Cafés Tofa, Wall Street Institute, e storyboards para agências de publicidade como a TBWA, Euro RSCG, Brandia, McCan, Partners e BBDO. 

Actualmente trabalha regularmente em Banda Desenhada para o mercado norte americano.

Em Banda Desenhada ilustrou nos livros "Virgin's Trip" El Pep, "Venham +5" nº5, Bedeteca de Beja, "Outlaw Territory" Nº2, Image Comics, "Forgetless" Image Comics e "É De Noite Que Faço As Perguntas", Saída De Emergência, "Polarity" BOOM! Studios e "Venom" Marvel Comics.


Jorge Coelho
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