sexta-feira, janeiro 13, 2017
Relvas em exposição retrospectiva
Relvas, Fernando Relvas, bem merece ser conhecido pela actual geração de apreciadores de banda desenhada. Trata-se inquestionavelmente de um dos mais importantes autores da moderna BD portuguesa.
Organizar uma retrospectiva da vasta obra de Relvas - embora ele tenha continuado a produzir BD em tempos recentes - foi uma justa ideia do estudioso e activo curador Pedro Vieira de Moura, que tem encontrado total acolhimento pela Bedeteca da Amadora.
Horizonte Azul-Tranquilo é o título da exposição, que se inaugura amanhã, sábado, dia 14 de Janeiro, pelas 16h00, na Sala de Exposições da Bedeteca da Amadora.
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FERNANDO RELVAS
Síntese biobibliográfica (Versão Actualizada em Jan.'17)
Fernando Carlos Nunes de Melo Relvas, 20 de Setembro de 1954, Lisboa.
Relvas iniciou-se na BD em 1975, colaborando nos fanzines O Estripador e O Gorgulho. Estreou-se em 1976 a fazer tiras de banda desenhada caricatural e de fundo político num jornal, o Gazeta da Semana, com a personagem 'Chico', material posteriormente compilado em livro com o título do jornal.
Voltaria mais tarde aos jornais, designadamente a: Pau de Canela, O Fiel Inimigo (depois apenas Inimigo), Sete, GrandAmadora, Diário de Notícias, Mundo Universitário.
Entre todos destaca-se o semanário Sete, onde teve extensa produção bedística, de 1982 a 1987: Concerto Para Oito Infantes e Um Bastardo, Niuiork, Sabina, Ai Este Chavalo Seria Tão Baril Se..., Herbie de Best, Sangue Violeta, Karlos Starkiller Jornalista de Ponta, todas a preto e branco, e Nunca Beijes a Sombra do Teu Destino, A Noite das Estrelas, O Diabo à Beira da Piscina, O Atraente Estranho, estas quatro a cores.
Há bandas desenhadas suas em várias revistas de BD: Mundo de Aventuras, ("0-3-0 O Controlador Louco"), Fungagá da Bicharada, Mosquito (5ª série), no respectivo suplemento "O Insecticida", Lx Comics e especialmente na Tintin, onde teve considerável produção (Espião Acácio, Viagem ao Centro da Terra, Rosa Delta Sem Saída, L123, Cevadilha Speed, Slow Motion, Kriz 3).
Fez também BD em revistas de temas diferentes, nomeadamente Pão Comanteiga e Sábado ("O Rei dos Búzios").
Em 1990 obteve o 1º prémio do concurso "Navegadores Portugueses", organizado pelo CNC-Centro Nacional de Cultura, com a obra "Em Desgraça - As Aventuras de Vaz Taborda".
Tem obras editadas em álbuns: colaboração no colectivo "Noites de Vidro", aavv (1991); "Em Desgraça - As Aventuras de Vaz Taborda" (1993), "As Aventuras de Piri-Lau O Nosso Primo em Bruxelas" (1995), "Karlos Starkiller Jornalista de Ponta" (1997) - recolha da série homónima publicada no semanário Sete; "Uma Revolução Desenhada: o 25 de Abril e a BD" (1999).
Enquanto profissional da BD e Ilustração, editou ele próprio os seus prozines (Ananaz Q Ri e Ménage à Trois), mas colaborou também nos fanzines Édito e Quadrado (2ª série).
Em Setembro de 1989, no V Salão Internacional de Banda Desenhada do Porto participou numa exposição colectiva; em Março de 1997 foi-lhe dedicada uma exposição, pela Bedeteca de Lisboa, intitulada "Relvas à Queima-Roupa", com edição de catálogo; em 1998 foi um dos vários autores portugueses incluídos na exposição "Perdidos no Oceano", organizada em França pelo Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême, na edição desse ano.
Em Setembro de 2002 foi homenageado pela Tertúlia BD de Lisboa.
Publicadas em língua inglesa tem as seguintes obras: Palmyra (2007), The Chinese Master Spy (2008), Li Moonface (2011), Ask a Palmyra: How Can Transgenic Fish Make You Sex Crazy? (2013).
Em 2012 realizou o seu primeiro filme de animação, "Fado na Noite", ambientado em Lisboa, nos meados do século XIX. O filme foi financiado pela RTP e Ministério da Cultura.
Em 2013 foi-lhe atribuído um Prémio Nacional de BD/2012, na alínea "Clássicos da 9ª Arte", incidindo sobre o livro editado em 2012 "Sangue Violeta e Outros Contos", no Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, onde, além disso, esteve representado na exposição "Relvas a Três Tempos".
Durante 2014 realizou, mais uma vez como autor completo - argumento, desenho, legendagem e colorização -, a obra "Nau Negra", terminada em fins de Setembro, que é editada em Agosto de 2015, numa versão em inglês, redigida pelo próprio Relvas.
Geraldes Lino
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