quarta-feira, agosto 29, 2018

Prancha de BD diária num jornal






Marco Mendes alia ao seu indiscutível talento o mérito de ter conseguido espaço num jornal para colocar uma prancha de BD diária. Um pormenor que sobressai é o de que o próprio Marco é protagonista quase permanente. Ou seja: aquilo a que tecnicamente se classifica de cameo, e que eu aqui no blogue incluo na etiqueta "Autor de BD como personagem da sua banda desenhada".
Não é fácil a tarefa diária, e neste "Diário Rasgado" (*) em publicação no nortenho Jornal de Notícias, Marco Mendes aproveita para tecer as suas considerações pessoais acerca dos problemas sociais e políticos (em que mete figuras tão antagónicas como Donald Trump ou Jerónimo de Sousa), frequentes vezes ele próprio contracenando com a sua namorada, Esra, a quem trata por bambina (e ela corresponde tratando-o por bambino), a qual por vezes também tem acção directa no decorrer da figuração narrativa, em imagens coloridas quase sempre em tonalidades monocromáticas.

Conselho: Para aumentar o tamanho das imagens é necessário clicar-lhes em cima duas vezes. À segunda aparece uma lente, que ao clicar-se-lhe, amplia a imagem.       


Datas de publicação das bandas desenhadas que ilustram o topo do post: 28, 22, 25 e 17 de Agosto de 2018, de cima para baixo  

(*) Já aqui tinha escrito acerca desta banda desenhada em publicação diária num jornal. Cliquem no link abaixo:

http://divulgandobd.blogspot.com/2018/06/bd-diaria-no-jn-por-marco-mendes.html

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MARCO MENDES

Biobibliografia

Marco Alexandre Camarneiro Mendes, Coimbra, 1978 (*).

Em 2000 foi aluno do programa Erasmus, da Academia de Belas Artes da Letónia, e desde 2002 que possui licenciatura em Design de Comunicação (Artes Gráficas), obtida na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.

Actualmente é docente, ilustrador, autor de BD e também artista plástico.

Como docente, tem exercido em diversos cursos, designadamente na Licenciatura em Banda Desenhada e Ilustração, na Escola Superior Artística do Porto (ESAP),- Extensão de Guimarães, desde 2006 até ao presente; e na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), onde, entre 2006 e 2007, foi Professor Assistente Convidado nas disciplinas de Desenho I e Desenho II.

Noutro capítulo, o de Exposições, cursos e workshops, tem tido actividade em diversos locais: foi convidado pelo Museu de Arte Contemporânea de Vigo e Pazo de la Cultura de Pontevedra, para organizar uma exposição com originais de banda desenhada e ilustração de diversos autores portugueses, no âmbito do colectivo "A Mula"; foi organizador e monitor de um workshop de fanzines para crianças, integrado no mesmo evento; na Fundação de Serralves foi monitor de um curso de banda desenhada para crianças dos 7 aos 12 anos.

Em 2004, ele e Miguel Carneiro fundaram o colectivo "A Mula", com vários objectivos: edição de fanzines, organização de workshops e exposições nas áreas da ilustração e banda desenhada.

Já participou em várias mostras individuais de BD e Ilustração: em Dezembro de 2006, sob o título "Diário Rasgado", na Wasser Bassin (Edifício Artes em Partes, Porto); em Setembro de 2007 esteve patente na Galeria Plumba (Porto) a sua mostra "Uma Formiga na Saia do Universo"; e em Março 2008, na Galeria Extéril (Porto), expôs obras recentes.

Colaborou também em numerosas exposições colectivas de banda desenhada e ilustração em diversos locais, nomeadamente Pazo de la Cultura, Pontevedra, Espanha (Abril 2008); Festival Mesa Redonda, Açores (Fev.2008); Espaço Maus Hábitos, Porto, a mostra "Se Cá Nevasse Fazia-se Cá Ski" (Nov. 2007); Komikazen: 3º Festival Internazionale del Fumetto di Realtá, em Ravena, Itália (Out.2007); Bedeteca de Lisboa: "Tropa Macaca" 2006/2007 (Junho 2007); O Espaço (Lisboa) - "Qu'Inferno!" - Colectiva de BD e Ilustração; integrou a exposição "Attention, Work", de autores portugueses organizada pelo colectivo "Stripburger" no Treviso Comic Book Festival, Itália, em Setembro de 2014. Em Janeiro de 2015, pranchas da sua novela gráfica "Zombies" estiveram em exposição em Lisboa, na Abysmo Galeria.

Tem colaborado com bandas desenhadas e textos sobre BD em variadas publicações: revistas Desvio, 365 e Hotel (1998 e 1999); no livro "Salão Olímpico", editado pela Fundação de Serralves (Porto), participou com um texto sobre "Fanzines de Banda Desenhada no Porto" e com uma banda desenhada (2003/2006); no fanzine Quadrado (nº 5, 2003, e nº7, 2006); nos fanzines Hmm... Estou a Ver, Estou Careca e a Minha Cadela Vai Morrer, Cospe Aqui (entre Dez. 2005 e Abril 2006); edição de uma banda desenhada em DVD pelo "Politicando - Centro de Documentação do 25 de Abril na Universidade de Coimbra (2006); no semanário gratuito de Lisboa, Mundo Universitário (Jan. 2007); no fanzine Carlitos, edição de autor, com a colaboração de Lígia Paz (Out. 2007); no fanzine Tertúlia BDzine (Fev. 2008); de novo no semanário Mundo Universitário (Abril 2008); neste mesmo ano foi-lhe publicado o livro "Tomorrow the Chinese Will Deliver the Pandas", e participou em dois números do fanzine Efeméride (nº 3 - Junho 2008, nº 5 - Julho de 2012).
Também em 2012, Maio, foi publicada a novela gráfica "Diário Rasgado", que compila uma série de bandas desenhadas autobiográficas; em 2013 saiu o álbum de desenhos "Anos Dourados"; e no início de 2014 foi a vez de ser editada a novela gráfica "Zombie", pela editora Mundo Fantasma.

Numa diferente experiência, Marco Mendes começou a colaborar com uma prancha diária, em formato rectangular (duas vinhetas sobre outras duas), a cores, no diário nortenho Jornal de Notícias, a partir de 3 de Junho de 2018, sob o título "Diário Rasgado", já por ele usado antes num álbum. 

(*) Nasceu em Coimbra, mas cresceu na Figueira da Foz      
G.Lino (biobibliografia actualizada em Setembro 2018)

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Os interessados em ver textos anteriores das rubricas BD portuguesa em jornais ou Autor de BD como personagem da sua banda desenhada, poderão fazê-lo clicando no respectivo item visível em rodapé            

terça-feira, agosto 28, 2018

Barreiro com Encontro de BD e Ilustração


Inaugura-se no dia 1 de Setembro o evento misto de banda desenhada e ilustração, Barreiro Ilustra BD, no AMAC - Auditório Nacional Augusto Cabrita. Trata-se de iniciativa conjunta do ilustrador e autor de BD João Raz e Câmara Municipal do Barreiro.
O motivo principal do programa é uma exposição de BD e Ilustração, que estará patente ao público até 14 de Outubro.
A mostra incluirá uma homenagem ao ilustrador e autor de BD Bernie Wrightson, recentemente falecido.
No dia 22 de Setembro a exposição servirá de cenário para a presença de numeroso grupo de ilustradores e autores de banda desenhada, entre os quais se conta com os seguintes (sublinho a azul os que conheço):
Ana Pais, Artur Filipe, Carlos Rocha, Catarina Teixeira, Daniel da Silva Lopes, Daniel Maia, Derradé, Diana Marques, Dina Barbosa, Diogo Carvalho, Diogo Mané, Eliseu Gouveia (Zeu), Filipe Duarte, Henrique e Duarte Gandum, Inocência Dias, João Amaral, João Gordinho, João Raz, Luís Belerique, Mariana Flores, Miguel Falcato, Miguel Mendonça, Nuno Saraiva, Osvaldo Medina, Patrik Caetano, Paulo Monteiro, Paulo Montes, Pedro Brito, Pedro Potier, Phermad, Picalima, Quico Nogueira, Rui Ramos, Samuel Santos, Sérgio Santos, Sofia Neto, Susana Resende, Tânia Cardoso.

A ilustração do cartaz é de João Raz.

A entrada é livre.   

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Os interessados em ver posts anteriores relacionados com o tema Exposições BD Avulsas pode fazê-lo clicando nesse item visível e rodapé

segunda-feira, agosto 27, 2018

Francisco Sousa Lobo e a Novela Gráfica - Painel em Berlim


Francisco Sousa Lobo vive em Londres desde 2005. A partir de 1980 tem-se dedicado à BD e a sua produção em livros é já considerável. Eis algumas das suas mais recentes obras, todas novelas gráficas: Deserto/Nuvem (sobre a Cartuxa de Évora), The Dying/Draughtsman/O Desenhador Defunto, The Care of Birds/O Cuidado dos Pássaros..
Por esse motivo foi convidado a participar no painel sobre Novela Gráfica no 18º Festival Internacional de Literatura que se vai realizar na Alemanha, e Berlim, de 5 a 15 de Setembro do corrente ano de 2018.
Francisco Sousa Lobo faz parte da Ordem dos Arquitectos e doutorou-se em Artes, no Goldsmiths College, em Londres. Como artista plástico expôs em Inglaterra e Portugal.
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FRANCISCO SOUSA LOBO
Autobiobibliografia e auto-retrato a pedido de Geraldes Lino


Nasci em Lourenço Marques, cresci em Paris e depois Oeiras. Sempre desenhei, desde que me conheço, acho que descobri esse pequeno mundo aos quatro anos, em Paris, quando não tinha mais lado nenhum por onde fugir.

Depois descobri a literatura juvenil, adaptava enormes romances de Júlio Verne, transformava-os em bandas desenhadas num sótão pouco arejado, e mostrava à família, que me apontava lá para fora. Eram dias de verão, mas havia um sol mais luminoso nessa coisa de ser parte de uma história, de viver as aventuras por dentro.

Depois chegou a altura de escolher uma profissão e a família insistiu que eu desistisse daquelas ideias de seguir pintura ou lá o que era, e fiz-me, dificilmente, arquitecto, e estudei e pratiquei arquitectura durante treze anos. Mais tarde esgotei todas as desculpas que me tinham emprestado e deixei o hábito de arquitecto e segui para Londres para estudar arte. Na arte encontrei muita coisa boa, mas nenhum lugar para o desenho e escrita. Vendi bastantes trabalhos durante dois anos, e depois deixei de vender por aí além. Tive um esgotamento nervoso, como se dizia antigamente.

Ao começar um doutoramento em Goldsmiths comecei a fazer uma banda desenhada sobre o esgotamento, O Desenhador Defunto. Mostrei ao Marcos Farrajota e ele publicou, com a Chili Com Carne. Depois veio um trabalho com o Hugo Canoilas, uma pequena história que eu fiz sobre ele para a Art Review, que correu bem. No seguimento disso fiz um livro sobre o trabalho do Hugo Canoilas, uma espécie de carta aberta a um amigo em forma de banda desenhada – I Like Your Art Much. Para o jornal do programa Próximo Futuro da Gulbenkian e Ediciones Valientes fiz O Problema Francisco, um pequeno opúsculo autobiográfico que relata a minha relação com o desenho e a saúde mental. Mais tarde fiz uma banda desenhada ficcional chamada O Cuidado dos Pássaros, sobre Peter Hickey, um observador de aves e crianças.

Também tenho publicado várias histórias curtas em antologias (Zona de Desconforto, Quadradinhos, Desassossego), fanzines (Preto no Branco, Durty Cat).
 
Actualmente estou a trabalhar em três novos livros. Um chama-se Os Quarenta Ladrões, e será composto por quarenta entrevistas a artistas e críticos sobre a questão da influência. Outro é sobre a Cartuxa de Évora, e outro ainda sobre um rapaz niilista de treze anos, e também se passa em Évora.

Nota do blogger: A afirmação de que nasceu em Lourenço Marques, e não Maputo, tem a ver com o facto de Francisco Sousa Lobo ter nascido em 1973, ainda aquela cidade moçambicana tinha aquele nome. 
  
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Quem estiver interessado em ver notícias sobre palestras tratadas anteriormente, basta clicar no item Palestras visível no rodapé