quinta-feira, setembro 13, 2018
Exposição de BD portuguesa em Bruxelas
"Fête de la BD" é o simpático nome do festival de banda desenhada de Bruxelas, que no corrente ano de 2018 tem início na próxima 6ª feira, dia 14 de Setembro. Ora o evento bruxelense, nesta sua 9ª edição, tem um aspecto que merece relevância para a nossa BD: uma exposição intitulada "Bande Dessinée Portugaise - 22 Auteurs Contemporains".
Por informação de Paulo Monteiro - que está por trás da iniciativa - tive conhecimento dos autores que estarão a representar a BD contemporânea portuguesa, através de 20 pranchas.
Aqui ficam os respectivos nomes (por ordem alfabética):
André Oliveira (argumentista), António Jorge Gonçalves, Diniz Conefrey, Fernando Relvas, Filipe Abranches, Francisco Sousa Lobo, Joana Afonso, João Sequeira, Jorge Coelho, Marco Mendes, Maria João Worm, Marta Teives, Miguel Rocha, Mosi, Nuno Duarte (argumentista), Nuno Saraiva, Osvaldo Medina, Pedro Leitão, Pedro Moura (argumentista), Ricardo Cabral, Sofia Neto, Sónia Oliveira.
Também em Bruxelas, na famosa Grand Place, estará montada uma pequena mostra de 10 pranchas de bandas desenhadas daqueles autores, que estarão a ser apresentadas a quem passa, por Paulo Monteiro e José Francisco.
Uma excelente iniciativa, que conta com o apoio da Embaixada de Portugal em Bruxelas, Instituto Camões de Bruxelas, e Bedeteca de Beja/Município de Beja.
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Os interessados em ver posts anteriores relacionados com o tema Exposições BD Avulsas podem fazê-lo clicando nesse item visível em rodapé
Olha, Lino
ResponderEliminarComo é meu (mau) hábito entro nesta tua casa para barafustar. Enfim, não é propriamente para mostrar indignação pelo que seja ou deixe de ser, pois até fico satisfeito com esta notícia. Vamos lá…
O Paulo Monteiro e o José Francisco, a que se somam mais uma escassa dúzia de entusiastas (tu incluído) têm feito o que podem e não podem pela BD. Honra vos seja dada e um agradecimento pelo excelente trabalho.
Porém, o que é a BD em Portugal?
Para já, estou a pronunciar-me como leitor, e não como autor. Pouco mais do que tertúlias, festivais, exposições, encontros aqui e ali, homenagens (merecidas), blogs e comentadores (necessários), muita festa e tal… Como diz o povo, "passada a festa, esquecido o santo".
E BD portuguesa propriamente dita, editada e exposta nas bancas? Pouco, quase nada – valha a ASA e a LEVOIR e o jornal PÚBLICO, que continuam a apostar, embora mais na produção de autores internacionais, o que também é necessário – numa pobreza franciscana que tem levado a grandes autores, como são José Carlos Fernandes e Rui Lacas a deixarem de produzir, bons argumentistas e desenhadores a ficarem com obra na gaveta (não me incluo aqui), outros à espera do que não virá…
Esta mostra e amostra em Bruxelas pode dar bons frutos. Assim o espero. Certamente serão considerados pelo público daquelas paragens e terão, como merecem, a sua obra internacionalizada. Isto, como é evidente, sem que a produção nacional consiga cativar o público leitor português. Digo, o povo que lê, não aquele que se compraz em “comer e beber e terrim-tim-tim passear na rua”.
Em Portugal, onde se põe rótulo a tudo, a BD já passou por ser catalogada para crianças, para intelectuais, para “geeks”, para adultos (e para adúlteros), mas não tem colado, como se verifica nas grandes livrarias onde este segmento é escondido em prateleiras-gueto que vão diminuindo em tamanho e disponibilidade. Felizmente, lá se vão convencendo alguns municípios e instituições a divulgarem a sua história e os seus valores por esta via. É pouco!...
No meu caso, quando editei alguns dos meus livros de BD, verifiquei que perdiam a cor da capa nas montras e nada de saírem dali. Dar alguns para espalhar o "vício", deu-me a sensação que se aceitavam por caridade. Então pensei, como o outro, "ou emprenha ou sai de cima". Desenho para não perder o vício e a mão, para sentir que vivo e porque é este o remédio que toma em doses diárias sem contra-indicações de bula farmacológica.
Para finalizar. Estive a contar as presenças na distribuição dos prémios Comic Con (não aprecio a designação do evento, mas não tenho nada a ver com isso) e não me parece que tenha somado mais de meia centena num pavilhão que daria, à vontade, para mais do dobro. Ora, este número corresponde apenas aos nomeados, acrescido de um ou outro familiar e amigo.
Abraço
Olha, Costa, compreendo as tuas palavras amargas. Grande parte da tua análise corresponde à realidade, realidade essa que é semelhante em todas as outras áreas, artísticas e literárias. Nascemos em Portugal, aqui continuámos a viver, aqui continuamos a observar, até a sentir na pele, as limitações deste país periférico.
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