Quando se fala de banda desenhada, ainda há muita gente preconceituosa que a deprecia, e muitos outros, ignorantes nesta área, que unicamente a associam ao Tio Patinhas e similares, alegando tratar-se de mero entretenimento infanto-juvenil.
Contrariando tais preconceitos difíceis de erradicar entre nós, de vez em quando a BD portuguesa constitui fulcro de grandes exposições implantadas em locais de prestígio, como já aconteceu por várias ocasiões em Lisboa, designadamente as seguintes: na Fundação Calouste Gulbenkian, em organização da dupla João Paulo Paiva Boléo e Carlos Bandeiras Pinheiro; no Museu da Cidade e no Museu República e Resistência, ambas sob responsabilidade do presente bloguista; e no Museu das Comunicações, em comissariado conjunto de Leonardo De Sá e Carlos Pessoa.
Ainda falando de BD em Museus, mas dessa vez fora da capital, a BD esteve albergada num bem prestigiado, o Museu de Física da Universidade de Coimbra, numa exposição organizada pelo triunvirato constituído por João Ramalho Santos, João Miguel Lameiras e João Paulo Paiva Boléo.
A iniciar bem o ano de 2011, e mais uma vez, a arte narrativa sequencial ocupará um espaço importante: o do Museu Colecção Berardo, no Centro Cultural de Belém, com um numeroso conjunto de pranchas, em representação de quarenta e um autores portugueses.
Será esse o panorama gráfico - patente entre 10 de Janeiro (com inauguração às 19h30) e 27 de Março - que espera os visitantes da mostra imaginativamente intitulada Tinta nos Nervos.
Como disse em entrevista à Lusa o seu comissário Pedro Moura, "o propósito é mostrar uma panorâmica de alguma da banda desenhada portuguesa a partir de um foco estético, ou de banda desenhada de autor, uma BD que está preocupada com uma expressão pessoal, uma experimentação formal."
E que autores considerou Pedro Vieira Moura corresponderem a tal premissa? Os seguintes (por ordem alfabética do nome artístico de cada um deles):
1. Alice Geirinhas
2. Ana Cortesão
3. André Lemos
4. António Jorge Gonçalves
5. Bruno Borges
6. Carlos Botelho
7. Carlos Pinheiro
8. Carlos Zíngaro
9. Cátia Serrão
10.Daniel Lima
11.Diniz Conefrey
12.Eduardo Batarda
13.Filipe Abranches
14.Isabel Baraona
15.Isabel Carvalho
16.Isabel Lobinho
17.Janus
18.João Fazenda
19.João Maio Pinto
20.José Carlos Fernandes
21.Jucifer (Joana Figueiredo)
22.Luís Henriques
23.Marco Mendes
24.Marcos Farrajota
25.Maria João Worm
26.Mauro Cerqueira
27.Miguel Carneiro
28.Miguel Rocha
29.Nuno Saraiva
30.Nuno Sousa
31.Paulo Monteiro
32.Pedro Burgos
33.Pedro Nora
34.Pedro Zamith
35.Pepedelrey
36.Rafael Bordalo Pinheiro
37.Richard Câmara
38.Susa Monteiro
39.Teresa Câmara Pestana
40.Tiago Manuel
41.Victor Mesquita
----------------------------------------
Título da mostra:
Tinta nos Nervos
Banda Desenhada Portuguesa
Local:
Museu Colecção Berardo
Praça do Império
Lisboa
Horário:
Dias úteis, das 10h00 às 19h00
Sábados, das 10h00 às 22h00
Preço:
Entrada livre
-------------------------------------------
Para ver as anteriores postagens relacionadas com o presente tema bastará clicar no item "Etiquetas: Exposições BD avulsas"
Contrariando tais preconceitos difíceis de erradicar entre nós, de vez em quando a BD portuguesa constitui fulcro de grandes exposições implantadas em locais de prestígio, como já aconteceu por várias ocasiões em Lisboa, designadamente as seguintes: na Fundação Calouste Gulbenkian, em organização da dupla João Paulo Paiva Boléo e Carlos Bandeiras Pinheiro; no Museu da Cidade e no Museu República e Resistência, ambas sob responsabilidade do presente bloguista; e no Museu das Comunicações, em comissariado conjunto de Leonardo De Sá e Carlos Pessoa.
Ainda falando de BD em Museus, mas dessa vez fora da capital, a BD esteve albergada num bem prestigiado, o Museu de Física da Universidade de Coimbra, numa exposição organizada pelo triunvirato constituído por João Ramalho Santos, João Miguel Lameiras e João Paulo Paiva Boléo.
A iniciar bem o ano de 2011, e mais uma vez, a arte narrativa sequencial ocupará um espaço importante: o do Museu Colecção Berardo, no Centro Cultural de Belém, com um numeroso conjunto de pranchas, em representação de quarenta e um autores portugueses.
Será esse o panorama gráfico - patente entre 10 de Janeiro (com inauguração às 19h30) e 27 de Março - que espera os visitantes da mostra imaginativamente intitulada Tinta nos Nervos.
Como disse em entrevista à Lusa o seu comissário Pedro Moura, "o propósito é mostrar uma panorâmica de alguma da banda desenhada portuguesa a partir de um foco estético, ou de banda desenhada de autor, uma BD que está preocupada com uma expressão pessoal, uma experimentação formal."
E que autores considerou Pedro Vieira Moura corresponderem a tal premissa? Os seguintes (por ordem alfabética do nome artístico de cada um deles):
1. Alice Geirinhas
2. Ana Cortesão
3. André Lemos
4. António Jorge Gonçalves
5. Bruno Borges
6. Carlos Botelho
7. Carlos Pinheiro
8. Carlos Zíngaro
9. Cátia Serrão
10.Daniel Lima
11.Diniz Conefrey
12.Eduardo Batarda
13.Filipe Abranches
14.Isabel Baraona
15.Isabel Carvalho
16.Isabel Lobinho
17.Janus
18.João Fazenda
19.João Maio Pinto
20.José Carlos Fernandes
21.Jucifer (Joana Figueiredo)
22.Luís Henriques
23.Marco Mendes
24.Marcos Farrajota
25.Maria João Worm
26.Mauro Cerqueira
27.Miguel Carneiro
28.Miguel Rocha
29.Nuno Saraiva
30.Nuno Sousa
31.Paulo Monteiro
32.Pedro Burgos
33.Pedro Nora
34.Pedro Zamith
35.Pepedelrey
36.Rafael Bordalo Pinheiro
37.Richard Câmara
38.Susa Monteiro
39.Teresa Câmara Pestana
40.Tiago Manuel
41.Victor Mesquita
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Título da mostra:
Tinta nos Nervos
Banda Desenhada Portuguesa
Local:
Museu Colecção Berardo
Praça do Império
Lisboa
Horário:
Dias úteis, das 10h00 às 19h00
Sábados, das 10h00 às 22h00
Preço:
Entrada livre
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Olá, Lino
ResponderEliminarNão vejo lá alguns nomes com significado para a Bd portuguesa, mas as escolhas são escolhas.
Estão lá os melhores... e isso basta.
Não citarei os nomes que o organizador omitiu (até porque, se os omitiu, está no seu direito), mas estou certo que muitos nem sequer foram contactados.
Não falo por mim, uma vez que sou uma espécie de "abencerragem" da coisa e o organizador nem sequer sequer saberá que eu alguma vez rabisquei sequer um traço, mas há aqueles que estão aí, "perto do lume" e não constam na lista.
Estas exposições valem o que vale; como "outsider" nem me sinto assim desconsiderado, apesar de uma dúzia de álbuns editados e 5 anos de uma página diária num semanário português, a colaboração do Mundo de Aventuras e por aí...
Julgo mesmo - e daí às certezas é um passo - que os únicos que saberão da minha mísera existência no mundo das pranchas és tu, o Carlos Bandeiras Pinheiro, o Boléo e o Magalhães - claro, sem contar com os inúmeros leitores de mais de 1.000 pranchas publicadas.
Boa sorte e um bom 2011.
Desculpa,
ResponderEliminarRepeti três vezes sequer no fôlego de um parágrafo.
Trata-se da trapalahad da escrita à pressa, sem pachorra para a necessária revisão. Porventura, daí, o meu ostracismo, que não me flagela.
Caro Santos Costa,
ResponderEliminarrepetirei esta resposta também no meu próprio blog.
Não poderei, como imagina, acompanhar a discussão se for neste espaço, nem quero massacrar o Geraldes Lino, mas terei todo o gosto em continuar o diálogo no lerbd.
Gostava apenas, para já, de o convidar a visitar a exposição e a consultar o catálogo, ou mesmo tentar acompanhar as discussões que me são possíveis através dos meios de comunicação que se interessaram ou interessam por este gesto expositivo.
Apesar de detestar futebol, sinto-me como um seleccionador que, mal faz escolhas, começa a escutar as críticas e as alternativas - todas elas válidas e aceites por mim enquanto ponto de partida à discussão. Não fiz, de forma alguma, esta selecção e esta exposição CONTRA os autores que não estão presentes. Há muitos autores que não estão presentes, como é natural, e não aceito qualquer presunção sobre o que conheço, quem conheço ou seja o que for. Fiz uma exposição cuja curadoria é "assinada", ao contrário de muitas outras que partem do pressuposto de serem consensuais e absolutas. E penso que o meu trabalho crítico (mau ou bom, pouco importa, pois sei não agregar grandes amores) é vincado o suficiente para se perceber as razões da minha visão. Em nenhuma entrevista utilizei as palavras "os melhores autores", "os mais x" ou "os que são mais y"; sempre sublinhei que se trata de uma perspectiva, uma visão pessoal, um posicionamento (tal como quando aconteceu com o "Verbd"). Aberta, claro está, a críticas, alternativas, discussões, mas não desconfianças ou insultos, coisa que não digo em relação ao Santos Costa, claro, mas a outras vozes paralelas e "anónimas"... Se fizesse uma exposição com 500 autores, ainda haveria muitos de fora. Infelizmente, claro.
Espero vir a ter oportunidades futuras, noutros locais, junto aos festivais, por convite ou iniciativa própria, a mostrar outros desenhos e agrupamentos. Esta foi a que as circunstâncias e a minha visão do momento me ditaram, sem desrespeito a ninguém. Pensar o contrário - isto é, que não escolhi beltrano ou cicrano porque "x" - é patético.
Muito obrigado,
Pedro
Caro Pedro Moura
ResponderEliminarNão me massacra nada que tenha usado o espaço dos comentários, até me deu muito gosto que tenha vindo espreitar o meu blogue, assim podendo responder directamente a Santos Costa.
Claro que, tal como ele, há muitos autores que se terão sentido discriminados, mas a justificação que o Pedro Moura deu foi clara, invocando uma visão pessoal.
E antes de mais, volto a felicitá-lo (como já o fiz ontem, pessoalmente, na inauguração da mostra) pela qualidade gráfica com que se apresenta a exposição, bem como o excelente catálogo, de que tenciono falar ainda esta semana.
Quanto ao critério da selecção de autores, tenho bem a noção de como é ingrata a posição de curador de uma exposição colectiva de BD.
Apesar disso - e tal como fiz aquando do programa televisivo VERBD, que você fez com o Paulo Seabra, em que lhe chamei a atenção para a falta bem visível de vários nomes importantes da BD nacional, como era o caso, por exemplo, do Nuno Saraiva, que desta vez, muito justamente, você seleccionou -, ocorreu-me ontem, perante o panorama das obras expostas, perguntar-lhe o porquê da gritante ausência de Fernando Relvas - pelo menos esse - cujo estilo se incluiria perfeitamente num conjunto que vai de Bruno Borges a Victor Mesquita, passando por José Carlos Fernandes - logo, bastante heterogéneo, apesar de você se basear, essencialmente, na BD alternativa.
Com toda a consideração,
GL
Olá, Lino
ResponderEliminarSó um acrescento à tua lista de Museus que acolheram exposições de BD. Falta o Museu da Física da Universidade de Coimbra, que em 2003, no âmbito de Coimbra, Capital da Cultura, acolheu a mostra "Coimbra na Banda Desenhada", comissariada por mim, pelo João Ramalho e pelo Boléo. Abraço
Olá Lameiras
ResponderEliminarTens razão, peço desculpa pela falha, culpa da memória e da forma improvisada com que escrevi o texto, bem visível visto que nem sequer incluí datas ou temas desenvolvidos nessas exposições realizadas em museus.
Mas graças à maleabilidade bloguística, vou acrescentar "a posteriori" esse dado.
Abraço.
GL
Espero que se torne anual e que no próximo ano haja espaço para os Andrades, Tércios, Platis, Lemos, LaFuentes, Coelhos e Teixeiras desta vida bedéfila, que já foram mais longe do que muitos dos que estão espostos e que também mereciam ser divulgados.
ResponderEliminarCaro (desconhecido?) Diogo Semedo.
ResponderEliminarOxalá que Pedro Moura, que por iniciativa própria conseguiu abrir as portas do Museu Colecção Berardo (ele escreveu algures, modestamente, que se limitou a ser um Martim Moniz), persista na ideia, e torne anual o evento.
Isto porque a Bedeteca de Lisboa, equipamento cultural com responsabilidades na área, há muito que deixou de organizar o Salão Lisboa de BD e Ilustração, que era na altura o único evento regular do género na capital. E depois disso, ficou um quase vazio absoluto.
Quanto aos nomes que indica, concordo com eles, embora eu acrescentasse pelo menos um com obra muito importante, chamado Fernando Relvas (já que a exposição inclui Isabel Lobinho e Victor Mesquita, autores com proximidade geracional, e não propriamente alternativos, quadrante maioritariamente representado na mostra).
Mas lá está, visto que a exposição apenas pôde comportar 41 autores, para entrarem uns teriam de ficar outros de fora...
É sempre o problema que emerge neste tipo de iniciativas.