F Capa assinada por Maia
Localiza-se em Lisboa a Associação Juvemedia, uma entidade sem intuitos lucrativos, cuja finalidade é, basicamente, a de organizar eventos e actividades para a juventude.
Uma dessas actividades, de contornos culturais, é a edição de uma publicação com o título "Juvebedê".
Classifico-a como fanzine por corresponder a vários dos requisitos desse tipo de publicações amadoras, sendo que dois deles são fundamentais:
1) Não é editada por nenhuma editora profissional (a Juvemédia é uma associação de finalidades não lucrativas, sobrevivendo à base de apoios diversos);
2) A publicação Juvebedê não é editada com finalidades lucrativas, visto ser distribuída gratuitamente.
Para alegria deste bloguista, por acaso é totalmente dedicada à banda desenhada, quer em textos críticos e/ou divulgatórios, quer em BD (embora escassa). Neste momento, a mais recente edição apresenta-se datada de Outubro 2005, e tem o nº 33.
Juvebedê
Formato A4, capa a cores, miolo a p/b, agrafada.
Director e Coordenador Editorial - Carlos Fernando Cunha.
Redacção: Alexandra Sousa, Carlos Fernando Cunha e Miguel Coelho (este está em Braga). Como colaboradores há ainda Pedro Cleto e Daniel Maia.
Lisboa
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A propósito de Daniel Maia (eu ainda o conheci quando assinava Daniel Silva,depois passou para Dan e/ou Daniel Maia, agora na capa que se reproduz neste "post" assina apenas como Maia...), é ele o autor do argumento (pois, ele desenha bem, mas também faz o papel de argumentista quando lhe dá na bolha) da bd "Deus dos Tubos" - 1ª Parte, com Arte de Dinis Vale.
Não conhecem? Também eu não. O que posso dizer é que, pelo estilo, parece ter forte admiração pelo próprio Dan, perdão, pelo Daniel Maia, perdão, pelo Maia, o que não lhe fica mal.
A planificação da bd está boa, os contrastes claro-escuros equilibram-se em harmonia. Quanto à história, ainda é cedo para dizer algo de concreto. Publicam-se, para começar, seis pranchas nas páginas centrais. Continua (e conclui) no próximo número (onde é que eu já li isto?).
Quem estiver interessado em ver estas imagens iniciais, e quiser ver o desfecho da história, tem duas hipóteses: ou liga para o argumentista, Daniel Maia, ou pede ao Senhor Director (Olá Carlos Cunha), via email cunha@iol.pt, que o considere assinante, ele esclarecerá as condições que, para meu desespero, não consegui detectar na ficha técnica. Sei que, a sua tiragem de 400 exemplares, além de se destinar aos assinantes, é distribuida pelas Delegações Regionais do I.P.J. (Instituto Português da Juventude) e na Livraria Ler Devagar, onde costuma estar à disposição, gratuitamente, dos clientes. Esta livraria mudou da Rua de S. Boaventura (Bairro Alto), para o palácio que se situa no Alto de Santa Catarina, já na periferia do B.A.
Há muita informação disseminada pelo corpo do Juvebedê (na ficha técnica diz: "O Juvebedê é uma publicação (...)".
O pormenor de escreverem"o Juvebedê" deve vir do tempo em que admitiam a publicação como magazine amador, logo, um fanzine.
É habitual os editores de fanzines chamarem-lhes revistas, oque, em última análise, está certo: o magazine, publicação que deu origem ao neologismo fanzine. é sinónimo de revista.
Como escreveram os editores do Argon, pioneiro português, editado em Janeiro de 1972:
"Este fanzine é uma revista".
Mas, voltando à informação.
Aparece a rubrica "Os Álbuns Portugueses em Destaque" nos versos das capa e contracapa.
São referenciados criticamente: "Baby Blues 17 - Secos e Molhados", "Giuseppe Bergman" 9, "A Trilogia Nikopol", "Lucky Luke" 37, (Quer dizer: Os Álbuns de Autores Estrangeiros Editados em Portugal), "Cravo e Ferradura" (Ah, agora sim, Zé Bandeira, um português, viva!), "Red & Rover" 2, "Viagem Com Quino e Mafalda", "A última obra-prima de Aaron Slobodj" (mais um português, isto vai), "Sin City-A Cidade do Pecado" 1 - 2ª edição (O que é bom vende bem, ah grande Frank Miller, que eu conheci ainda jovem, no mais antigo evento bedéfilo que se realizava na italiana e linda Lucca, estava-se na gloriosa década de oitenta do século passado, ai, ai, o tempo passa), "Mutts" III, "Humberto Delgado, o General Sem Medo (de José Ruy, pois de quem houvera de ser, está em todas as frentes, o incansável), W.E.S.T. (Weird Enforcement Special Team), obra assinada por Rossi, Nury e Dorison, diz a ficha, além de dar um lamiré do que se passa na trama, localizada nos Estados Unidos, em Agosto de 1901.
Uma rubrica orientadora para a escolha entre o que se vai editando... e é muito, apesar de se estar sempre a dizer que a BD está em crise.
Há também espaço informativo em "JuveBreves".
Fala-se dos troféus Central Comics 2005, fiz parte do júri, puxei pelo Eduardo Teixeira Coelho para o Troféu Especial do Júri, mal sabia eu que, em 31 de Maio, o grande autor/artista português nos deixaria), fala-se de BDJazz no Diário de Notícias, regista-se o 3º Encontro de BD de Santo Tirso, Junho 17,18 e 19, haja Zeus que voltou a haver quem trabalhe para a BD no Norte, oh carago, está-se atento à publicação das pranchas diárias de José Carlos Fernandes que apareceram no matutino "Diário de Notícias", ao longo de dois meses a partir de 1 de Julho, faz-se saber que houve uma Tertúlia (este vocábulo não me é estranho) sobre BD em Braga, no dia 15 de Julho, organizado por "A Velha-a-Branca - Estaleiro Cultural" (que nome giro), com a presença de Arlindo Fagundes, Carlos Dias Tavares, Paulo Patrício, Pedro Costa (olá Arlindo Fagundes, olá Paulo Patrício, um abraço para vocês), e acontece que houve um ateliê de BD, entre Abril e Maio, e os alunos apresentaram os seus trabalhos sob a forma de um fanzine. Alto e pára o baile, isto tem a ver comigo, mais um fanzine, ora aí está uma boa notícia, obrigado Juvebedê!
Um pormenor relativo a este Juvebedê nº 33: faz parte dele uma separata, impressa apenas de um lado, com a indicação "Última Hora", com breves referências críticas a várias recentes edições, designadamente "1602" (volumes I e II), "Wolverine: Snikt", "Quarteto Fantástico - Imaginautas", "Cloudburst - Dilúvio Mortal", "Batman - Cidade Destroçada", "Hellblazer - Nas Ruas de Londres". Só que esta separata parece ter sido feita em menor quantidade, pelo que, na caixa cheia de exemplares que o Carlos Fernando Cunha (e sua mulher, Alexandra) levaram à Tertúlia BD de Lisboa, no dia 4 de Outubro, não havia nenhum exemplar que tivesse esta separata, só eu tive direito a uma, que me foi amavelmente oferecida pelo casal, com a indicação de que já não havia mais!
Enfim, além desta separata, há muito mais para ver e ler no fanzine Juvebedê.
A sério: há ali povo atento (Carlos Cunha, Miguel Coelho) ao contexto editorial, e a tudo quanto mexe na BD. Só lhes fica bem.
4 comentários:
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