terça-feira, agosto 30, 2005

Revistas BD (II) - Estrangeiras: BoDoï - a BD em revista francesa (2ª parte)

Ao continuar a análise do nº 88 da BoDoï, é indispensável falar-se da divertidíssima rubrica "Le Pinailleur" (traduzível por "O Cocabichinhos"), que vive da colaboração dos leitores e das suas sagazes observações, algumas constituindo autênticos achados.

Exemplo de um deles: o leitor Vincent de Houilles faz o reparo (pertinente) acerca da mudança de posição, em vinhetas diferentes, da espada de Abraracourcix (eu sei, a editora portuguesa ASA mudou-lhe o nome e a outros dos intérpretes da série, em álbum recente, mas isso dará para uma conversa específica noutro poste).
Vincent enviou duas vinhetas do episódio Astérix entre os Belgas (Astérix chez les Belges), onde, numa delas, o chefe dos gauleses tem a espada do lado direito do corpo (prancha 9A - pág. 13, 1ª vinheta), como lhe é habitual, e na página seguinte (prancha 10A - 1ª vinheta) a espada já aparece do lado esquerdo.

Entretanto, lendo e visionando, uma vez mais, tantos anos passados, a antiga edição do álbum, também eu reparei que o mesmo volta a acontecer na página 27 (prancha 23B), onde, em duas vinhetas contíguas, exactamente as últimas da página, a espada muda de um lado para o outro do corpo de Abraracourcix, de uma vinheta para a seguinte.

Em ambos os casos, é óbvia a distracção de Uderzo. Mas, se no exemplo descoberto pelo leitor francês, poderá ter havido erro de "raccord", por se verificar em pranchas diferentes, naquela que eu próprio detectei a falha é algo indesculpável, pois acontece no momento em que o desenhador termina a prancha 23B, com as duas imagens do chefe gaulês e mais a sua espada "dançante", em vinhetas desenhadas ao lado uma da outra!

Estes gauleses são loucos... e distraídos.

quinta-feira, agosto 25, 2005

Críticas e notícias sobre BD na Imprensa (VI) "9ª Arte" - Rubrica de BD em jornal de Loulé

Imagine-se alguém apreciador de banda desenhada que, numa qualquer cidade de província, ao comprar o periódico local, se depara com uma página inteira a falar de BD e a mostrar bandas desenhadas, publicadas em continuação ao ritmo de uma prancha semanal... É fácil prever que esse bedéfilo se sentirá entusiasmado com a iniciativa, lerá com eventual curiosidade os artigos e ficará ansiosamente à espera do número seguinte.

Terá sido assim o que aconteceu a numerosos bedéfilos de Loulé, leitores do semanário O Louletano, no dia 30 de março de 2004, dia em que se iniciou a rubrica 9ª Arte, uma página inteira, com muito boa apresentação.



Sob este título em caixa alta, 9ª ARTE - classificação algo discutível que bedéfilos franceses de prestígio deram à BD, na década de sessenta do século passado - mais os subtítulos "Memórias da Banda Desenhada - Pesquisa e coordenação de Jobat" e "Nostalgia", seguindo-se a identificação do autor do texto, José Batista (afinal, Jobat)), assim se apresenta este inesperado suplemento de, e sobre, Banda Desenhada.

Para início, 9ª Arte apresentou o primeiro de três artigos intitulados "ETCoelho, eu e O Mosquito", que ocupou o espaço de três páginas (no mesmo número de semanas), copiosamente ilustradas com desenhos de mestre Eduardo Teixeira Coelho, falecido recentemente.

Na mesma linha de divulgação de biografias de autores de nomeada, José Batista já escreveu acerca de Vítor Péon (oito capítulos, bem ilustrados), de José Garcês e as suas primeiras H.Q. (Jobat parece preferir Histórias aos Quadradinhos, em detrimento de Banda Desenhada), logo após escreveu sobre "Sua Majestade El-Rei O Mosquito", descreveu em seguida, com profundo conhecimento de causa, "O Império editorial da Agência Portuguesa de Revistas" (treze capítulos!).

Outros articulistas têm contribuído para o espaço literário da página, casos de Jorge Magalhães, que analisou a fundo Raul Correia, como co-editor de "O Mosquito" e como novelista, bem como Carlos Alberto, banda-desenhista e pintor (personalidade que mereceu também de José Batista vários artigos complementares. De Magalhães é igualmente o texto "Uma revista 100% Portuguesa", referindo-se à publicação intitulada "Camarada", editada pela extinta organização "Mocidade Portuguesa". Entretanto, o autor José Pires autobiografou-se, e José Batista dissertou sobre Roussado Pinto, enquanto editor de revistas de BD, argumentista (Edgar Caygill) e novelista (Ross Pynn).

No capítulo da BD propriamente dita, têm sido publicads váriasm ao ritmo de uma página por semana, no sistema de "continua no próximo número". Foram contemplados, até agora, o próprio Jobat, através da sua bd Ulisses, seguido por José Garcês, representado por A Maldição Branca, depois Carlos Alberto com A Filha do rei de Nápoles, e José Pires, sob argumento de Benoît Despas com O Perro Negro.

No que se refere à rubrica 9ª Arte - cujo título é recuperado do "Jornal do Cuto", com o mesmo grafismo, suponho que da autoria do próprio Jobat, que foi colaborador daquela revista - e ao excelente trabalho de José Batista, dá-se aqui o devido relevo.
Mas convém acrescentar que o jornal Louletano tinha iniciado a divulgação de BD em 11 de Junho de 2003, pela republicação de A Vida Apaixonada e Apaixonante de Camões, desenhos de José Batista, ilustre louletano.

Como se vê, em Loulé há um jornal e um bedéfilo - bom, há dois, José Batista e José Carlos Fernandes! - que merecem destaque. Divulgando BD fá-lo, justificadamente.

quarta-feira, agosto 24, 2005

Revistas BD (I) - Estrangeiras: BoDoï, a BD em revista francesa (1ª parte)

Após o desaparecimento da sempre lembrada A SUIVRE, parecia que dificilmente poderia ser substituída no apreço dos numerosos bedéfilos portugueses que a coleccionavam.

Mas como que a "reencarnando" - embora com evidentes diferenças - surgiu há 88 números a BoDoï (os franceses lêem bodói e não boduá, como já ouvi).

Este dito octagésimo oitavo número, chegado há pouco às bancas (a sério, não se vende apenas nas "boas livrarias"), refere-se ao período bimestral de Agosto-Setembro.

Mantendo a linha editorial que a tem caracterizado, a BoDoï tem várias bandas desenhadas de continuação, e numerosas páginas de texto. É a esta parte que hoje me refiro. Nelas se incluem:

-uma entrevista a Albert Uderzo, dando já a notícia do seu 33º Astérix, a ser lançado a 14 de Outubro próximo;
-também é entrevistado o inovador Joan Sfar
-inclui igualmente uma entrevista ao muito prestigiado Jacques Tardi.

Ainda nos textos, há a útil coluna INFOS, onde se podem encontrar informações preciosas, como seja a que regista a edição "hors série" do jornal Libération, que consagra seis páginas ilustradas por Loustal a contar a História do Jazz nestes últimos trinta anos.

Muito - mas, oh, muito mesmo! - surpreendente é a novidade que divulgam, em relação ao CNBDI- Centre National de la Bande Dessinée et de l'Image (só a sigla é que é igual à da Amadora), novidade essa que consiste na realização do
1º Fórum da Imagem Desenhada Francesa, em Pekin (sim, na China, exactamente aí!), entre 6 e 9 de Outubro. A minha alma está parva, como dizia a minha mãe.

Voltarei a referir-me ao nº 88 da BoDoï. O merecido é devido.

domingo, agosto 21, 2005

Homem-Aranha em Portugal, ao mesmo tempo em dois locais

Não, não se trata de o Spider-Man ter agora também o dom da ubiquidade, pelo facto de aparecer em simultâneo em dois locais diferentes, cá por estas bandas lusitanas.

Acontece, simplesmente, o seguinte: na continuação dos artigos dedicados ao tema "Heróis-Jornalistas da Banda Desenhada", que o jornal Público tem estado a apresentar, aos domingos, em textos assinados pelo jornalista, "doublé" de crítico de BD, Carlos Pessoa, a personagem apresentada neste Domingo, 21 de Agosto, foi o Homem-Aranha, herói que deu azo ao artigo "Spiderman (sic) - Repórter fotográfico em part-time".

O BI divulgado dá os elementos essenciais. Informa os nomes dos criadores, Steve Ditko, desenhador, e Stan Lee, argumentista. Data de nascimento do herói: 1962. Local: Revista Amazing Fantasy (USA). Profissão: Repórter fotográfico, enquanto Peter Parker. E no que se refere a este pormenor que os leitores sabem desde sempre, é triste dizê-lo mas o jovem Parker só se aguenta no emprego por ser o único repórter a conseguir fotos do Homem-Aranha, por razões óbvias.
Após o bem elaborado, embora necessariamente sintético, artigo desta semana, teremos no próximo Domingo a continuação da série, com a apresentação de Ernie Pike.

Também em continuação, mas neste caso de uma colecção, intitulada "Série Ouro", em edição portuguesa pelas Edições Devir, num lançamento dominical junto com o matutino Correio da Manhã, surgiu neste mesmo dia 21 de Agosto (um Domingo em cheio para os bedéfilos), o bem apresentado volume (nº 9 da colecção) com o título "Homem-Aranha, Regresso às Origens".

Trata-se de um conjunto de volumes, muito bem apresentados, em bom formato (18x26cm, um pouco menos do que A4), capa e miolo a cores, cujos anteriores oito álbuns foram dedicados a:
Capitão América- nº1; Batman- nº2; Quarteto Fantástico-nº3; Mónica (*)-nº4; Elektra-nº5; Star Wars-nº6; Wolverine-nº7; Tex-nº8.

(*) O nome da personagem aparece na capa com a grafia do português do Brasil, "Mônica". Mas se os brasileiros abrasileiram os nomes, nós temos o direito de os aportuguesar. Nenhum bedéfilo português alguma vez terá pronunciado aquele nome com o "o" fechado (ô) mas com ele bem aberto, (ó).

sábado, agosto 20, 2005

Hugo Pratt e Corto Maltese - o fim há dez anos







HUGO PRATT e CORTO MALTESE


Será possível já se terem passado dez anos após a morte de Hugo Pratt? Pois será, um cancro o levou a 20 de Agosto de 1995. Tinha nascido em Rimini, perto de Veneza - ele dizia-se veneziano, era o que sentia, em Veneza tinha passado uma fase importante da juventude -, estava-se em 1927, a 15 de Junho.

Passados quarenta anos e um mês, em Julho de 1967, Pratt vê iniciar-se a publicação de "A Balada do Mar Salgado", sua obra de referência - uma das mais importantes na História Mundial da Banda Desenhada -, na relativamente modesta revista italiana "Sgt. Kirk". Seria ali, portanto, o berço de papel e tinta do herói Corto Maltese.

Pratt traçou-lhe uma imagem elegante, deu-lhe perfil aristocrático, pôs-lhe um brinco na orelha. E aqui cabe perguntar: que outro herói europeu da BD, nascido em fins dos anos 1960, se atreveria a usar tal adereço? A única justificação que terá tido Hugo Pratt, perante a curiosidade dos bedéfilos mais conservadores, é que a mãe de Corto era uma charmosa cigana andaluza.
Outra característica da personagem, do foro psicológico, tem a ver com o seu gosto pelas viagens, mas essa foi herdada do pai, marinheiro inglês. Ou até do próprio Pratt...

Com efeito, Hugo Pratt sempre foi um cidadão do mundo. Nascido em Itália, ainda jovem viajou para a Etiópia, mais tarde foi trabalhar em BD para a Argentina, e de caminho vagueou pela América do Sul. Assim não espanta que a personagem Corto Maltese, seu "alter ego", tenha deambulado também por muitas paragens, China, Sibéria, Pérsia e, claro, Buenos Aires (veja-se Tango), tal como o seu criador.

Ambos chegaram ao fim, estamos agora a falar deles por se ter passado uma conta redonda, dez anos após o desaparecimento de autor e personagem.
Mas se Hugo Pratt não mais voltará, Corto Maltese ainda está ao alcance de um autor/artista da BD que consiga os direitos de o recriar. Sei de um português que atingiria a felicidade se o deixassem ser ele o continuador (não é verdade, Arlindo Fagundes?).
Mas valerá a pena?


sexta-feira, agosto 19, 2005

Fanzines, esses desconhecidos (III) Tertúlia Lisboa dos Fanzines - O quê, como, onde?

O universo da banda desenhada caracteriza-se bastante pelo individualismo dos seus cultores. É bem conhecida a psicologia dos autores de BD, de se isolarem para facilitarem a própria criatividade, conscientes de terem um labor solitário - se calhar como acontece a um pintor, a um poeta, a um escritor...

Também com os editores de fanzines (os faneditores) acontece algo semelhante. Como apaixonado fanzinista que sou - enquanto coleccionador e editor -, resolvi tentar alterar um pouco a situação, propor, a quem tem a ver com os fanzines, uma reunião mensal, onde mostrássemos uns aos outros os nossos zines, onde pudessemos tentar fazer algo em conjunto, exposições dos ditos, ou das pranchas neles publicadas, isto tudo com muita conversa à mistura e umas "bejecas" para molhar as goelas. 

Assim aconteceu no dia 19 de Outubro de 1999, data do início da Tertúlia Lisboa dos Fanzines, apenas dedicada aos fanzines de banda desenhada.

Embora mantendo o dia do encontro - terceira 3ª feira (não é difícil fixar!) do mês -, a tertúlia já mudou várias vezes de horário, a fim de facilitar a participação da maioria dos interessados, e passou por diversos locais. Começou em Entrecampos, no primeiro andar duma pizzaria, a "Don Pasolini", passou depois para o Bairro Alto, para o bar "Meia Nota" (que os muito batidos no B.A. conhecem por "António", nome do patrão), voltou a mudar, dessa vez para a Livraria Ler Devagar. 
Na mais recente mudança escolhi o bar "Estádio", na Rua S. Pedro de Alcântara. Não há lisboeta que saia à noite de vez em quando (já para não falar dos noctívagos encartados), que não conheça este simples e simpático bar, aberto até às duas, porta de entrada para o B.A.).

Convém ainda dizer que, neste caso, se trata de uma pequena tertúlia, com não mais do que seis ou sete participantes mensais. Mas ao longo destes quase seis anos de existência, já por lá passaram cerca de três dezenas de fanzinistas, neles se incluindo autores.

Nomes dos editores (não menciono aqui autores isolados, mas vários faneditores são também autores) e títulos dos respectivos fanzines:

Álvaro ("Bunker" e outros), Bruno Silva ("Funzip"), Gamito ("Vertigens"), Gastão Travado ("Cyber Extractus"), Ilda Castro ("Não fazer nada é que é bom"), J. Mascarenhas ("Cyber Extractus" e outros), Joana Figueiredo ("O osso da pilinha" e outros), João de Ovar ("9 Gunas"), Jorge Coelho ("Vertigens"), José Lopes ("Colecção Doczine"), Marcos Farrajota ("Mesinha de Cabeceira" e outros), Nuno Catarino ("Netcomixzine"), Paulo Marques ("O Mundo do Estranho"), Pedro Alves ("ZineJal" e outros), Pepedelrey ("Ovelhas Anarkis" e outros), Pitchu! ("Sub"), Pedro Zamith ("Nova Gina"), Rafael Gouveia ("Carneiro Mal Morto"). E eu próprio, obviamente ("Tertúlia BDzine" e outros).

Poucos de cada vez, mas, mesmo assim, muita gente já lá esteve. A maioria, moradores de Lisboa (nem todos lisboetas como eu...), outros de cidades vizinhas. Uma prova de que os fanzines representam actividade editorial alternativa com raízes culturais e artísticas eminentemente urbanas.

quinta-feira, agosto 18, 2005

BDjornal - Jornal de banda desenhada e não só

Jorge Machado-Dias e Pedranocharco há anos que se fundem, de tal maneira que não se sabe bem onde acaba o homem e começa a editora. Em "íntima" colaboração já editaram álbuns, elaboraram fanzines, estão agora envolvidos num projecto inédito, sem par entre nós, com raros congéneres no mundo da BD.

Estamos a falar de um mensário (bem, desta vez é bimestral, abrange os meses de Julho e Agosto, esperemos que seja excepção) cujo título, BDjornal, está a ter uma projecção insuspeitada, graças a uma distribuição de bom nível.



Falo assim com conhecimento de causa. Em Lisboa, a minha habitual jornaleira - o termo correcto é ardina, mas tento evitar palavras que possam ser consideradas quase arcaicas... - tem lá tido o BDjornal, com grande satisfação minha. E neste momento que me encontro no Algarve, encontrei hoje à venda, aqui em Faro - num quiosque de nome "Tim Tim", 'tou a falar a sério! - o flamante nº4 do BDjornal, acabadinho de distribuir.

Não haverá bedéfilo, que se preze de o ser, que não se disponha a dar os €2.00 por um exemplar desta "avis rara" do universo editorial da BD, para mais deparando-se-lhe uma capa apelativa constituída por variadas imagens, a saber:

- Vinheta de "A Trilogia de Nikopol", de Enki Bilal, referente a artigo do próprio editor, que tem a ver com o filme "Immortel" ("O Imortal", título português), realizado por ele mesmo, Bilal;

- O rosto de Maria Keil, decana das ilustradoras portuguesas, entrevistada por Pedro Leitão, ele próprio ilustrador e banda-desenhista, com intervenções de Clara Botelho Uma observação: sob o título "Maria Keil conversa com Pedro Leitão" aparece o nome de Clara Botelho. Deveria estar Pedro Leitão e Clara Botelho, não é verdade, senhor editor?
Aproveito a oportunidade para informar que Maria Keil irá ser homenageada, como autora de BD, que também fez, a 6 de Setembro, primeira 3ª feira do próximo mês, na Tertúlia BD de Lisboa.
(Para quem visitar este blogue pela primeira vez, pode saber mais acerca da citada tertúlia num "post" anterior, é só ver no índice aqui ao lado);

- Reprodução de capas das revistas Tex, Dylan Dog e Conan, sob título que remete para entrevista com os responsáveis da brasileira Mythos, uma editora actualmente com presença visível nos escaparates das livrarias especializadas e nas bancas;

- Selos e BD, imagens que são apenas uma pequena amostra do que se pode ver na página 29, a ilustrar artigo de Pedro Cleto, especialista da BD em geral e deste tema em particular, para o qual já tem organizado exposições em eventos bedéfilos;

-A figura de Batman, que se irá mostrar de novo na página 5, onde consta um levantamento de títulos de filmes baseados em adaptações de obras de Banda Desenhada ao Cinema, com o respectivo ano de realização, nomes dos seus realizadores e actores, trabalho efectuado por J. Machado-Dias com a colaboração de Clara Botelho;

- Imagem referente a "Seaguy, o gajo marítimo", como escreve David Soares, autor de BD, também ensaísta e crítico da especialidade;

- Reprodução da primeira prancha da bd "Adélia", de Maria João Careto, editada em encarte de 16 páginas, com duas bedês daquela jovem bejense: "Adélia" e "Allegra". Vale a pena ler/ver.

No miolo do jornal há muito mais para ler e ver, embora sem referência na primeira página (ou capa, para quem assim preferir). Exemplos de textos a merecer leitura:

- "Ghost World" (Mundo Fantasma), uma análise crítica desta obra de Daniel Clowes, escrita por Nuno Franco;

- Parte 2 e conclusão do artigo biográfico "Eduardo Teixeira Coelho", escrito por Leonardo De Sá e António Dias de Deus;

- Fanzineteca - Notícias acerca de fanzines editados recentemente;

- Prémios Eisner 2005, lista e fotos da autoria de João Lameiras, o sortudo colaborador da Editora Devir, que teve direito a estar presente no dia 15 de Julho, na 17ª edição anual dos "Will Eisner Comic Industry Awards", em San Diego, Califórnia;

- Notícia sobre a 23ª edição do Salão BD de Barcelona, levado a efeito entre 9 e 12 de Junho.
Estive lá no primeiro ano, e alguns anos depois. Agora é a vez dos mais novos, e o João Lameiras, com presença em San Diego e Barcelona, começa a parecer-se comigo nas minha primeiras idas a Lucca, Angoulême, Barcelona, num glorioso ano em que fiz uma tripla...

- Notícias sobre os Encontros de BD de Santo Tirso, já na 3ª edição (força, malta jovem, suponho que os líderes do projecto são aqueles que conheci o ano passado no Festival da Amadora, junto a uma modesta banca, a divulgarem os "Encontros", tb no título foram modestos, se calhar realistas) , os quais tiveram lugar entre 17 e 19 de Junho. Fala-se igualmente do novel Festival Internacional de Pinhal Novo (Palmela), realizado de 1 a 3 de Julho;

- Aviso oportuno sobre a exposição patente na Biblioteca Nacional, em Lisboa, visitável desde 30 de Junho até 24 de Setembro, dedicada ao tema "Ilustradores de D. Quixote", onde se podem admirar extraordinárias ilustrações, designadamente de Salvador Dalí, Alfredo de Morais e Eduardo Teixeira Coelho;

- Uma notícia relativa aos 20 anos da Tertúlia BD de Lisboa, com texto parcialmente extraído deste blogue, mas complementado com sugestivas fotografias do próprio J. Machado-Dias.
Em tempo: por incrível distracção minha, escrevi aqui no blogue (mas já emendei) que a tertúlia se realiza na terceira 3ª feira, quando na realidade é na primeira 3ª feira. A confusão deve-se ao facto de eu ser também o organizador da Tertúlia Lisboa dos Fanzines, que se tem realizado sempre na tal terceira 3ª feira, mas que já este mês passará para a última 3ª feira, para evitar confusões;

- Regulamento do Concurso de BD & "Cartoon" - Moura 2005, com a síntese extraída aqui do "Divulgando BD";

- A caricatura de um cota qualquer que me é vagamente familiar. O autor da caricatura chama-se Nelson Santos, diz o editor que é jovem, e classifica-o como promissor talento.
Não pondo em dúvida o talento para um género tão difícil, eu acho que o rapaz começa mal, podia ter escolhido como modelo um gajo menos pencudo;

- Um cartune desopilante, intitulado "fanático da BD", assinado por Pedro Alves, um cartunista que costumava encher-me o email com cartunes diários ('Tão, Pedro, ainda 'tás com o tal problema?).

Por tudo o que ficou dito, o conteúdo deste número está excelente (com excepção da tal caricatura, blaarrrgh :-), e é de esperar que se esgotem os 5000 exemplares, muito bem impressos e com muito sumo.

terça-feira, agosto 16, 2005

Críticas e Notícias sobre BD na Imprensa (V) A Gazeta Cru, bom espaço BD no jornal Blitz

Já aqui falei do suplemento BD (sobre BD pelos textos crítico/divulgatórios de Esgar Acelerado; e com BD, ou seja a bd a cores"Superfuzz", sob argumento de Esgar Acelerado e desenho de Rui Ricardo).

Este suplemento BD, com o título "A Gazeta Cru", já se publica a partir de Julho de 2001, e desde essa data que a banda desenhada Superfuzz (entretanto parcialmente editada em álbum) era realizada pela equipa Rui Ricardo no desenho e Esgar Acelerado no argumento.

De repente, na terça-feira da semana passada, não apareceu o habitual episódio, divertido e autoconclusivo, substituído por um engraçado jogo. Telefonei para o Porto, para o Esgar Acelerado, para saber o motivo da alteração: apenas férias do Rui Ricardo, presumia eu, mas quis saber. 
Fiquei com a novidade digamos que em primeira mão: o Rui Ricardo, por impedimentos pessoais, tinha de deixar de desenhar o Superfuzz e, por conseguinte, o Esgar Acelerado tinha de arranjar substituto, visto que não queria suspender a série.

E aí está um novo desenhador, chamado João Maio Pinto, a concretizar visualmente as peripécias protagonizadas, em especial, pela impagável dupla "patrão Paiva" e "Ricky".

Parabéns à nova equipa, que já criou um prometedor (se for para continuar, espero que sim) super-herói, de nome Mr. Substandard sob argumento de um tal Arnald Peter e desenho de um patusco Johnny M. Chicken.




Sublinho a graciosa ideia do "Esgar Acelerado" (eu sei como ele se chama na realidade, e acho que não haverá muitos bedéfilos também a saber, aceito palpites :) de eleger Rui Ricardo para a rubrica Cromos da BD (*) , com simpáticas palavras de agradecimento.

(*) Cromos da BD - Uma colecção semanal de quadradinhos, muito bem esgalhada, com imagens de personagens da BD, também criada pelo imaginativo, incansável, talentoso, bom argumentista, bom ilustrador, um "topa-a-tudo-e-bem) "Esgar Acelerado" (quem é ele, quem é, este nortenho impagável?), colecção essa inserida na "Gazeta Cru", e que bem merecia ser recolhida numa qulquer publicação, um fanzine, por exemplo, que é o tipo de publicação suficientemente descontraída para dar cobertura aos delírios (positivos) do dito cujo Esgar Acelerado, aliás Emerenciano Osga, "and so on".

Críticas e notícias sobre BD na Imprensa (IV) Jornalistas/repórteres, heróis da BD

Publicou-se anteontem, no jornal "Público", mais um artigo, o segundo da série, a dissertar sobre aqueles "Heróis da BD" que se apresentam sob a capa de jornalistas. Esta série de artigos, já aqui o disse num anterior "post", teve o seu começo naquele matutino na edição de Domingo, há duas semanas (é preciso dizer "duas semanas atrás", como está na moda, tipo inglês, "two weeks ago"?) sob a assinatura do jornalista Carlos Pessoa. No dia 7, como referenciei, o "Herói da BD - alter-ego de jornalista" foi a dupla "Superman-Clark Kent". Neste domingo, 14 de Agosto, foi a vez de Tintin, que ñ tem alter-ego.

Como terá entendido quem tiver lido esse meu "post", não foi por acaso que falei dele (anunciava-se artigo sobre o herói de origem belga para a semana seguinte), e tb não foi por acaso que mencionei o erro que habitualmente se cometia, quando se dizia que o rapaz da poupa nunca tinha escrito uma linha. Obviamente que Carlos Pessoa aproveita a ocasião para, com efeitos retroactivos, desfazer o equívoco.

Já opinei anteriormente no "Divulgando BD". Mas como calculo que poucos serão os que terão pachorra para ir ver "posts" anteriores, repito (ou, fazendo-me eco da asneira que se ouve com frequência, "volto a repetir", poupem-me, por favor :( ,trata-se de uma interessante série de artigos, que valerá a pena acompanhar dominicalmente.

Todavia, quem ñ puder ou ñ o quiser fazer, por ñ gostar do jornal, ou por ñ estar interessado em comprá-lo apenas por causa de um artigo (atenção, só pelo cartoon-bd (*) do Bartoon, de Luís Afonso, e pela tira de BD do Calvin e Hobbes, de Bill Watterson, vale a pena ler o "Público", desculpem lá a publicidade :), posso confidenciar-lhe, aqui q ninguém nos ouve, da minha convicção de que isto vai dar livro. Se já aconteceu com Corto Maltese e com Tintin, por que há-de ser diferente desta vez? Eu podia perguntar directamente ao Carlos Pessoa. Mas calculo que ele respondesse, com aquela precaução tipicamente jornalística: "Ó pá, não te posso dizer nada de concreto. Já se falou nisso, mas sabes como são estas coisas". Assim sendo, aguardemos pacientemente, para ver se este meu "feeling" faz ou não sentido...

(*) Cartoon-bd - Até alguém encontrar melhor definição, classifico assim, desta forma mista, aquele tipo de comentário-crítico, em género "one shot", quer social, quer político, dado através de imagens sequenciais. Ou seja: pelo espírito, momentâneo, efémero, datado (se calhar para o ano já ninguém o entende, é "cartoon", mas pela forma como aparece concretizado graficamente, em imagens sequenciais, é banda desenhada. Como acontece com a excelente série "Bartoon".

Será que vou ter um "comment" do Luís Afonso, a barafustar comigo? Vou esperar pela pancada :)

quinta-feira, agosto 11, 2005

Concurso de BD - Ficha de inscrição

Concurso BD - Festival BD Amadora 2005

Já vários bedéfilos me tinham perguntado se eu sabia alguma coisa em relação ao concurso de banda desenhada organizado anualmente pelo Festival de BD da Amadora (sob a égide da autarquia local). Pois acabo de receber um exemplar do regulamento (aliás recebi três, um endereçado a Geraldes Lino, outro ao fanzine "Tertúlia BDzine", e ainda outro ao fanzine "Folha Volante", ambos editados por mim, claro :).
Ora então vou extrair do regulamento os elementos que considero mais importantes para quem queira participar neste concurso inserido no 16º Festival Internacional de Banda Desenhada / Amadora 2005 (FIBD'A). Eis os pontos a ter em consideração:


16º Concurso de Banda Desenhada - Amadora 2005
Condições de Participação: Pode concorrer quem tenha entre 12 e 30 anos. Os concorrentes serão divididos em dois escalões etários: A - dos 17 aos 30; B - dos 12 aos 16 anos.

Prémios: Antes de mais, um prémio excelente será a publicação. A entidade organizadora não garante que isso aconteça, mas envidará todos os esforços nesse sentido.
Quanto aos prémios pecuniários, serão os seguintes:
Escalão A - 1º prémio: €1000 // 2º prémio: €750 // 3º prémio: €600
Escalão B - 1º prémio: €750 // 2º prémio: €600 // 3º prémio:€500

Tema do concurso
"SONHOS NUMA NOITE DE VERÃO"

Especificações técnicas: Cada banda desenhada (bd) tem de ser constituída por 4 pranchas, originais e inéditas, a preto e branco ou a cores. // O formato das pranchas deve ser A4 ou A3, e têm de estar numeradas. // Na 1ª prancha deve constar o título do episódio. // Os concorrentes têm de ter em consideração a hipótese de as bedês vencedoras poderem vir a ser publicadas em formato A4, portanto as legendas, textos de balões e restante letragem terão de ser legíveis em caso de redução de A3 para A4. Logo, os próprios autores deverão fazer as reduções para testar essa legibilidade, antes de enviar as pranchas para a organização. // Os autores devem fazer duas fotocópias de cada prancha, ficando uma em seu poder e enviando a outra juntamente com o original // As pranchas não podem estar assinadas. Deve ser deixado um espaço em branco a fim de poderem colocar a assinatura posteriormente para efeito de publicação ou outro qualquer. // Todas as pranchas, logo tb as respectivas cópias, devem estar numeradas legivelmente e identificadas com o pseudónimo e escalão no verso. // O pseudónimo deve ser totalmente original, não podendo ter sido utilizado anteriormente.

Calendário: A data limite para entrega das bedês na CMA - CNBDI é a de 16 Setembro (2005, claro). As que não forem premiadas serão devolvidas por correio.
Inscrição: a) Com a inscrição é entregue por cada concorrente o valor de €2.50 para devolução das pranchas, o que deverá ser feito em cheque à ordem do Tesoureiro da Câmara Municipal da Amadora. b) Para efeito de participação, os concorrentes devem recortar ou fotocopiar o cupão publicado na norma distribuida em papel pelo CNBDI
(julgo eu que a imagem que reproduzo do cupão, no "post seguinte" pode ser mandada imprimir, e servirá para o efeito)
preenchê-la e enviá-la juntamente com uma fotocópia do B.I., mais a tal importância de €2.50 em cheque, num envelope devidamente fechado, juntamente com a banda desenhada, tendo inscrito no exterior o pseudónimo e escalão respectivo.
As bedês devem ser enviadas ou entregues directamente, até 16 de Setembro, para

16º Concurso de BD - Amadora
Festival Internacional de Banda Desenhada
CMA/CNBDI - Av. do Brasil, 52 A
2700-134 Amadora

segunda-feira, agosto 08, 2005

Críticas e Notícias sobre BD na Imprensa (III) Heróis-Jornalistas na Banda Desenhada

Um tema interessante este, iniciado ontem, domingo, no jornal Público, que irá debruçar-se sobre "seis retratos de personagens de banda desenhada", na edição dominical, em seis semanas consecutivas. A série apresenta-se sob o título "Heróis–Jornalistas na Banda Desenhada".

Para começar, são publicados dois artigos. Um, assinado por Hugo Real, intitula-se BD e JornalismoUma história de fascínio, traça um panorama generalista, recorrendo inclusivamente a opiniões de Leonardo De Sá, estudioso e crítico, e a José Rodrigues dos Santos (sim, o apresentador da RTP, professor universitário e autor de um estudo sobre a importância da BD na História da Comunicação). O outro, intitulado Superman O super-repórter do Daily Planet, tem autoria do jornalista Carlos Pessoa, também crítico e estudioso da especialidade.

No que se refere a Hugo Real, ele nomeia diversos heróis da Banda Desenhada que se apresentam no papel de jornalistas, especialmente repórteres. Vê-se que não estão nada mal representados ao longo da História da BD, havendo alguns bastante famosos, como acontece com o Super-Homem (visível na profissão através do seu "alter-ego" Clark Kent) e com o Tintim.

Com Tintin aconteceu uma coisa curiosa, que observei atónito durante uns anos: muitos críticos portugueses, recorrentemente, acusavam-no de nunca ter escrito uma linha, ignorância devida ao facto, bem visível, de nunca terem lido o primeiro episódio.
Com efeito, esse episódio inaugural da série, com o título original "Les Aventures de Tintin, reporter du "Petit Vingtième" au Pays des Soviets", só em 1999 foi editado em Portugal pela Editorial Verbo.

Acontece que eu tinha adquirido, uns anos antes, em Angoulême, a edição "fac-simile" desse episódio "maldito" (Hergé nunca o redesenhou, como fez com os outros, nem autorizou a sua modificação, quer na redução do número de páginas, quer na impressão a cor). E nele se via Tintim a escrever – pela primeira e única vez, é um facto – ou, pelo menos, a tentar escrever (à mão, claro), um artigo. Ou, como ele próprio diz, em monólogo na edição portuguesa: "Toca a fazer um belo artigo". E vêem-se acumuladas numerosas folhas, já escritas, continuando o nosso herói a monologar: "Pergunto-me se já terei escrito o suficiente?".

Assim se verificou, muitos anos mais tarde, que o repórter Tintin tinha andado a ser acusado, injustamente, pelos críticos e bedéfilos portugueses, de nunca ter escrito qualquer artigo que lhes justificasse a sua, durante muito tempo, apenas presumível profissão. Que, aliás. ele faz questão de publicitar quando, em "A Ilha Negra", se identifica com a frase "Aqui, o repórter Tintin". Talvez não tenha sido muito prolífico a escrever, pelo menos que o seu criador, Hergé, no-lo mostrasse. Mas, e isso é que não sofre contestação, pelo menos uma vez ele escreveu. E bastante.

quinta-feira, agosto 04, 2005

Fanzines, esses desconhecidos (II) Exposição & Feira de Fanzines BD de Sintra

Os fanzines são magazines amadores, que tanto podem ter a forma de uma qualquer publicação, seja em que tamanho for - podem ser em formato grande, A3, mas também surgem pequeníssimos, em A6, por exemplo - como igualmente por vezes se apresentam sob o aspecto de objecto, ou antes aproveitam qualquer objecto para nele se encaixarem, dependendo da imaginação do faneditor.

Os fanzines abarcam grande variedade de temas. Todavia, a Banda Desenhada é um dos motivos mais frequentes, daí que agora surjam a justificar a realização da
1ª Exposição & Feira de Fanzines de Banda Desenhada de Sintra, integrada num evento já com raízes, a Feira Ecológica de Sintra, a atingir a sua 12ª edição.

Ambas - embora geminadas, cada uma tem as suas características próprias - vão ser levadas a efeito a 7 de Agosto, 1º Domingo do mês. O local em que decorrerão será o Cine-Teatro "Os Aliados", em São Pedro de Sintra.

A organização da Exposição & Feira de Fanzines recai sobre duas entidades, a Feira Ecológica de Sintra, cujo responsável se chama Fernando Winkermantel, e a Tertúlia Lisboa dos Fanzines, iniciada e puxada pelo bloguista deste mesmíssimo "webblog", que pode ser contactado, por algum faneditor que lá queira pôr fanzines à venda, pelo tlm 91 9137027.

Autor do cartaz da Exposição: Ricardo Cabral

Informação útil: o horário é das 10h às 19h.
Portanto, dia 7 de Agosto, Domingo, todos os fanzinistas e apreciadores de banda desenhada estão convidados a aparecer. A entrada é LIVRE!

Concurso BD de Moura - Importante

Data limite para os concorrentes entregarem pessoalmente/enviarem por correio as suas bedês e cartunes: 30 de Setembro (de 2005 :). Estou a falar ainda em relação ao Concurso de Banda Desenhada e "Cartoon" integrado no Salão BD de Moura/2005.
Acontece que no meu "post" datado de 24 de Julho, por tê-lo feito de improviso, dizendo por palavras minhas o que ia lendo no regulamento que o Carlos Rico (principal responsáve do evento)l me enviou por email, falhei esta informação. Um leitor do blogue e potencial concorrente chamou-me a atenção para o lapso. Aqui fica o aditamento.
Felizmente que há tempo suficiente. Mas ñ convém adiar muito o início da bd ou do cartune...