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domingo, outubro 09, 2016

Exposição dedicada a Fernando Bento


Fernando Bento é um dos grandes autores clássicos da BD portuguesa, sempre merecedor de todas as homenagens, colaborador principal das formidáveis revistas Diabrete e Cavaleiro Andante, para as quais realizou algumas obras marcantes da banda desenhada portuguesa.

Assim, tal como se pode ver no convite que ilustra o topo do post, o Clube Português de Banda Desenhada-CPBD inaugura uma exposição com pranchas originais, uma forma de expor BD cada vez mais rara, tendo em vista o facto de os autores actuais usarem, quase exclusivamente, as ferramentas virtuais da internet.

O CPBD, beneficiando do facto de a viúva do ilustrador/autor de BD ter um valioso acervo de pranchas originais, tem o privilégio de mostrar uma quantidade considerável desse tipo de material de existência quase inacreditável.

A expo é inaugurada no próximo dia 15 de Outubro, sábado, pelas 15h30, na sua actual sede na Amadora. 


Clube Português de Banda Desenhada - CPBD
Avenida do Brasil, 52-A
Amadora



A estação de metro Reboleira fica a cerca de cinco minutos da sede do CPBD.  

Para ajudar à localização do local, aqui fica uma planta da área: 

 
O grafismo do convite deve-se a Dâmaso Afonso, membro dos corpos gerentes do CPBD
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Nota: O Clube Português de Banda Desenhada apresenta, no dia 15 de Outubro de 2016, um programa intensíssimo e bastante diversificado:

1. Às 15h30, abertura da exposição dedicada a Fernando Bento;
2. Às 15h45, inauguração da mostra de imagens reproduzidas da revista ABCzinho, 95 anos após a publicação do seu nº1;
3. Às 16h00, o Dr. António Mega Ferreira, assumido apreciador de BD, iniciará a sua palestra "Eu e a BD", que terminará às 17h30.
4. Às 17h30 será inaugurada uma exposição dedicada à saga Star Wars.

Falarei, em posts seguintes, de mais estas duas componentes do evento polivalente desse activíssimo dia 15 do corrente.
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FERNANDO BENTO

Síntese biobibliográfica

Fernando Trindade Carvalho Bento nasceu em Lisboa, a 26 de Outubro de 1910, faleceu na mesma cidade a 14 de Setembro de 1996.

A sua principal actividade profissional nada teve a ver com arte: foi toda a vida empregado comercial numa empresa multinacional petrolífera. Mas acabou por finalmente usar o seu talento fazendo cartazes, cenários e figurinos para peças de teatro de revista.

As suas primeiras bandas desenhadas foram publicadas em 1938 num simples suplemento do jornal República, e continuou a fazer BD noutro suplemento, o Pim-Pam-Pum, do jornal O Século.
Só mais tarde passou a colaborar em revistas de BD, Diabrete (1941-1951) e em seguida no Cavaleiro Andante (1952-1962). 

No Diabrete, em que foi o grande suporte gráfico, criou várias séries cómicas, mas brilhou especialmente em histórias de aventuras, adaptadas literariamente por Adolfo Simões Müller ou Maria Amélia Bárcia, casos de " A Ilha Misteriosa", de Júlio Verne, "As Minas de Salomão", de Rider Haggard, "A Ilha do Tesouro", de Robert-Louis Stevenson, "Matias Sandorf", "Miguel Strogoff", "Viagem ao Centro da Terra", "Um Herói de 15 Anos", estas quatro de Julio Verne, além de várias outras obras do mesmo autor, "Aventuras de Tom Sawyer", de Mark Twain, "O Príncipe Feliz", de Oscar Wilde, "O Soldadinho de Chumbo", de Hans Christian Anderson, "Branca de Neve e os Sete Anões", dos Irmãos Grimm, e de biografias realistas, designadamente "Luís de Camões". 

No Cavaleiro Andante, revista que se seguiu ao Diabrete, da mesma editora, voltou a ser o colaborador principal, em que até a maioria das ilustrações para as capas foram de sua autoria. A sua produção foi copiosa, merecendo destaque as adaptações de "Beau Geste", "Quintino Durward", "A Abóbada", "O Escaravelho de Oiro", "O Mistério do Tibet", entre muitas outras.    

Após o desaparecimento do Cavaleiro Andante, em 1962, a sua produção na área da banda desenhada, embora reduzida, teve um ponto alto com a realização, em 1973, da biografia de um ciclista, "Um Campeão Chamado Joaquim Agostinho" para o jornal A Capital.

Em 1990, sob livre adaptação literária feita por Jorge Magalhães de obra homónima de H.A.Calahan, um autor quase desconhecido, Bento, já com oitenta anos, levou a efeito com brilhantismo a tarefa de transformar em imagens sequenciais "Regresso à Ilha do Tesouro", de que foi editada a primeira parte directamente em álbum, totalmente em quadricromia. Em iniciativa póstuma, a revista Selecções BD (2ª série, 1999-2001) publicou a 2ª parte, de novo sob trabalho literário de Jorge Magalhães.

A sua derradeira participação em BD foi um curto episódio de duas pranchas, a cores, com o seu estilo inconfundível e com a qualidade gráfica de sempre, dedicado à personagem "Maria Jornalista" no Notícias Magazine, suplemento dos jornais Diário de Notícias e Jornal de Notícias, em 1994, dois anos antes de falecer.

O Clube Português de Banda Desenhada foi a primeira instituição a distinguir Fernando Bento, premiando-o com o troféu "O Mosquito", em 1983, pelo "Conjunto da sua obra", acção seguida em 1995 pelo Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, na sua 6ª edição, tendo o autor recebido também homenagens nas Jornadas de BD da Sobreda e nos Salões BD de Porto e Viseu.     

É um dos raros autores portugueses de BD com direito a ter uma rua com o seu nome em Lisboa, inaugurada em Maio de 1999, além de ter outra na Sobreda, inaugurada em 2002.
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Os interessados em ver postagens anteriores relacionadas com o Clube Português de Banda Desenhada-CPBD poderão fazê-lo clicando no respectivo item visível em rodapé  

sexta-feira, abril 01, 2011

Castelos na Banda Desenhada (XXVIII) - Fictício


Matias Sandorf, de Júlio Verne, foi um dos diversos romances adaptados à banda desenhada por Fernando Bento, ao longo da sua extensa colaboração nas revistas Diabrete e Cavaleiro Andante.


Na sequência das homenagens que têm sido prestadas àquele categorizado artista autor de BD, no centenário do seu nascimento, também este bloguista se associa, elaborando três postagens consecutivas. Desta vez retomo um tema que muito me atrai, qual seja a das imagens de cenários em que se incluem castelos, quer sejam reais ou fictícios.


No caso presente, trata-se de impressionante castelo fictício, alcandorado sobre inacessíveis penhascos, numa imagem plena de fantasia e virtuosismo estilístico, bem representativo da criatividade de Fernando Bento.
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Os interessados em visionar as vinte e sete anteriores imagens de castelos, poderão fazê-lo, bastando clicar no item Etiquetas: Castelos na Banda Desenhada que se vê aqui por baixo no rodapé