"Mudas"? "Sem Palavras"? Hesitei, confesso, na escolha do título para esta nova rubrica que será preenchida com bandas desenhadas compostas unicamente por imagens, sem legendas nem balões de fala.
Optei pela segunda expressão para classificar o tipo de bedês onde se insere a que aqui fica hoje afixada, totalmente muda, que nem sequer tem título, da autoria de Nuno Amorim.

Redescobri a bd ao folhear um exemplar que detectei solto e repetido (tenho a colecção completa encadernada).
E decidi mostrá-la aqui no blogue, por tê-la considerado imaginativa, em que cabe um pormenor brejeiro e um final desconcertante.
Voltando à minha hesitação inicial para o título da rubrica (ou "etiqueta", vocábulo usado no blogue): de início inclinava-me para a classificar como "banda desenhada muda", mas acabei por considerar que o adjectivo não seria totalmente correcto.
Na verdade, uma bd deste género, apesar de não ter nenhum texto, acaba por "falar" connosco, à medida que vamos observando sequencialmente as imagens, e concluindo que elas, por si só, nos narram um episódio.
--------------------------------------------------------------------
NUNO AMORIM
Síntese biobibliográfica
Nuno José Fernandes Amorim, Lisboa, 9 de Abril de 1952.
Licenciado em Arquitectura pela ESBAL - Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (actual FBAUL-Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa).
A meio das funções que começara a exercer em 1973, num ateliê de arquitectos, surgir-lhe-ia a possibilidade de fazer BD na revista Visão, quando ela atingia o seu número sete. Passava-se isto em Outubro de 1975.
Debutaria assim o jovem Nuno nessa invulgar e importante publicação, editada entre Abril de 1975 e Maio de 1976, e nela colaborou com várias bedês, entre as quais ressalta a intitulada "Jim Tónic".
Ainda em 1976 foi editor e director do fanzine "Ovo", onde há ilustrações e bandas desenhadas suas, de Carlos "Zíngaro" e de Pedro Froias (Pedro Massano).