terça-feira, maio 16, 2017

Porto na BD - Port-The Adventure of a Great Wine // Porto - A Aventura de um Grande Vinho


 
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Mostrar a história do vinho do Porto através da banda desenhada é com certeza uma boa ideia, concretizada num álbum em língua inglesa, e simultaneamente noutro igual no nosso próprio idioma.

Esta iniciativa editorial aconteceu em 1997, ou seja, há vinte anos, com texto de António Luís Ferronha passado a BD por Júlio Gil

Como sempre acontece neste género de banda desenhada, não há vestígios de trama ficcional, e as legendas didascálias são meramente descritivas, complementadas com imagens a maior parte das vezes apenas vagamente sequenciais. Mas indubitavelmente constituem obras úteis na divulgação de diversos temas, neste caso a actividade vitivinícola do Douro, que tem início em tempos imemoriais, muito antes da romanização. Em época posterior, "na Idade Média, os conventos da Ordem de Cister, como Salzedas, Tarouca e S. Pedro das Águias, cultivam a vinha em grandes propriedades no Vale do Douro".

Através da leitura/visionamento desta obra de cariz didáctico, fica a saber-se que o Tratado de Methuen, assinado em 1703, consolida a posição deste vinho de Portugal nos mercados de Inglaterra. Mas em 1754, os ingleses decidem não comprar vinhos na região do Douro, a qual entra em crise. Para a solucionar, os mais importantes agricultores durienses propõem ao primeiro ministro Sebastião José de Carvalho e Melo a criação de uma companhia reguladora. O futuro Marquês de Pombal aceita a ideia, e em 10 de Setembro de 1756 institui a Companhia Geral da Agricultura dos Vinhos do Alto Douro.

A banda desenhada tem vinte e oito pranchas, realizadas com o traço elegante que caracterizou aquele ilustrador/autor de BD, constituindo uma obra muito interessante, completada por uma breve cronologia que se inicia no Séc. XX a.C., com vestígios de graínhas de vitis em estações arqueológicas na região duriense, e continua no Séc. IV d.C., como se deduz pelos vestígios de um lagar («torcularium»), fragmentos de recipientes («dolia») e outros vestígios do «castellum» da Fonte do Milho (Concelho da Régua), atestando o cultivo da vinha e a vinificação na época romana.    
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JÚLIO GIL 

Síntese biobibliográfica

Júlio Coelho da Silva Gil, 1924, Lisboa. Arquitecto de formação, fez bandas desenhadas para Jornal da MP (2ª série), Camarada, Lusitas, Fagulha, e em livros didácticos para o ensino técnico, designadamente um intitulado Leituras.
Num panorama pouco fértil no que respeita a heróis de BD, Julio Gil criou o herói Chico, para o qual escreveu os argumentos e realizou os desenhos sequenciais dedicados a cinco episódios: Chico e o Castelo Espanhol, Chico e as Jóias Roubadas, Chico e o Campeão Desaparecido, Chico e o Tesouro de Brés, Chico e o Ídolo. 


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