quarta-feira, julho 05, 2017
Banda desenhada portuguesa em revistas não BD - Odisseias de um Motard
Há anos que Luís Pinto-Coelho inventa - ou simplesmente reproduz - cenas divertidas em BD passadas no meio motociclístico a que ele próprio pertence, enquanto motociclista (ou motard como eles preferem)
Eu não sou, mas só por curiosidade, ou seja, por culpa das bandas desenhadas dele, folheio a revista Motociclismo (passe a publicidade não propositada) e de vez em quando até a compro, como aconteceu com a edição nº314 de Junho.
No episódio publicado neste recente número, bem engraçado, o herói Tom Vitoin não tem acção destacada, apenas faz parte de um grupo de amigos, todos montados nas suas motocicletas, que se arrepelam por causa de um companheiro que surge "enlatado" (expressão sardónica utilizada pelos motards para classificar quem anda de carro que, por sua vez, lhes chamam "motoqueiros").
A surpresa de todos eles, e a forma espantada como encaram o amigo que quer deixar de andar de moto (ou "mota", na linguagem popular) para passar a usar automóvel é a base de mais um divertido episódio, a juntar a centenas de outros publicadas naquela revista e entretanto editados parcialmente em álbuns.
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LUÍS PINTO-COELHO
Síntese biobibliográfica
Luís de Almeida e Vasconcellos Pinto-Coelho (Lisboa, 1959), motociclista entre outras coisas, iniciou-se publicamente como autor de BD em 1990, no Moto-Jornal.
Dois anos mais tarde, no nº 14 da revista Motociclismo, debutou a série Odisseias de um Motard - Aventuras e Desventuras de um Motociclista Português, que desde esse ano de 1992 sempre tem mantido à cadência de uma prancha mensal, em episódios autoconclusivos, a cores, com o seu herói Tom Vitoín (nome originado na expressão técnica "V-Twin").
Aquelas "odisseias" estão recolhidas em álbuns (com idêntico título ao usado na revista), editados nos anos 1996, 1999, 2003 (o primeiro, na sua edição inicial, não aparecia numerado, e os outros têm os nºs 2 e 3). O nº 4 foi lançado publicamente no dia 4 de Março, apesar de já estar editado desde Janeiro. Além destes, fez também em 2003, sob argumento de Elisabete Jacinto, "Os Portugas no Dakar", única obra até hoje em que não é autor completo (nas restantes quatro são dele o argumento, o desenho, a legendagem e o colorido).
Em 1995 foi Convidado Especial da Tertúlia BD de Lisboa-TBDL.
Em 2007, doze anos, cento e oitenta e duas pranchas publicadas na já citada revista, e cinco álbuns depois, teve direito a upgrading, passando ao nível mais elevado daquela associação informal através da atribuição do Diploma de Honra, que o classifica como Homenageado da TBDL.
E tem continuado a magicar gags de prancha única, sempre com o seu vagamente alter-ego Tom Vitoin.
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