quarta-feira, setembro 06, 2017

Terror em BD por Jayme Cortez




Ontem, 5 de Setembro, em Lisboa, começou o MOTELX/2017, ciclo cinematográfico dedicado ao terror, que conta com duas presenças de prestígio: Alejandro Jodorowsky e Roger Corman.

Ocorreu-me participar nessa onda terrorífica noutra arte, a da banda desenhada. Para tal limitei-me a agarrar numa das muitas revistas brasileiras que tenho dedicadas ao tema, a Calafrio.

Com um interesse adicional, o de nesta edição haver várias referências a Jayme Cortez, autor nascido em Portugal (Lisboa, 1926), emigrado para o Brasil em 1947, mais tarde naturalizado brasileiro.

Uma dessas referências é a banda desenhada O Imortal, uma curta de apenas três pranchas (ver topo do post), bem representativa do estilo que Cortez desenvolveu ao longo da sua obra realizada no Brasil.

A revista Calafrio tinha a chancela da Editora D'Arte, sediada em São Paulo, sendo editor e director Rodolfo Zalla, que é claramente admirador de Jayme Cortez, tendo-se em conta o espaço que lhe atribui neste nº19, datado de 1983.




Reinaldo de Oliveira, encarregado da correspondência com os leitores inclui um anúncio em  relação ao livro "Curso Completo de Desenho Artístico", de Jayme Cortez, uma edição que engloba três livros anteriores do autor, "Mestres da Ilustração", "A Técnica do Desenho" e "Manual Prático do Ilustrador".



Um poema de Bocage, ilustrado por Jayme Cortez, na contracapa da revista.




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JAYME CORTEZ

Síntese biobibliográfica

Teve início em 1941, no Pim-Pam-Pum, suplemento infantil do jornal O Século, a actividade de autor de banda desenhada de Jayme Cortez. Entre 1943 e 1947 colaboraria na revista infanto-juvenil O Mosquito, para onde realizou, como autor completo (argumento e desenho), várias histórias ilustradas: "Uma Estranha Aventura", "Os Seis Terríveis", "O Regresso dos Seis Terríveis", "Os 2 Amigos na Cidade dos Monstros Marinhos" e "Os Espíritos Assassinos".

Emigraria para o Brasil em 1947, onde começou a colaborar no jornal Diário da Noite com uma tira semanal ilustrada, "Caça aos Tubarões", seguida por uma tira diária intitulada  "O Guarany".
Além destas obras iniciais na área da BD releve-se igualmente "O Retrato do Mal" (1974), "Sergio do Amazonas" e "Zodiaco", esta última publicada em 1975.

Cortez fez parte do grupo que organizou a primeira exposição mundial de banda desenhada em 1951, em São Paulo.

Teve grande actividade na área da ilustração, merecendo destaque a que fez para o poema Amarílis, de Bocage. Também como capista tem a seu crédito considerável produção, desenhando inúmeras capas para publicações das editoras La Selva, Novo Mundo, Continental, Outubro, Jotaeme, Abril, entre várias outras.
Leccionou banda desenhada na Escola Panamericana de Arte, e foi autor dos livros "Mestres da Ilustração", "A Técnica do Desenho", "Manual Prático do Ilustrador" e "Curso Completo de Desenho Artístico", este último em quatro volumes, num total de 520 páginas, onde se incluem cerca de 3000 desenhos de cinquenta desenhadores. Esta obra engloba os três livros anteriores.

Jayme Cortez em Portugal, na revista O Mosquito, teve por companheiro Eduardo Teixeira Coelho, que consideraria publicamente como um grande mestre, que sempre insistia com ele sobre a importância do desenho do natural, do uso do modelo vivo. 

A E.T.Coelho em Portugal, e a Messias de Melo, no Brasil, Cortez reconheceu dever-lhes parte importante dos seus conhecimentos relativos ao desenho.

Jayme Cortez Martins nasceu em Portugal, Lisboa, a 8 de Setembro de 1926, e faleceu no Brasil, em São Paulo, a 4 de Julho de1987, com a nacionalidade brasileira.        

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 Os interessados em verem curtas de BD anteriores poderão fazê-lo clicando no item Curtas de BD (Autores estrangeiros) visível no rodapé  

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