quinta-feira, agosto 30, 2007
Televisão e BD (II) - Ver BD na TV
http://www.youtube.com/watch?v=QuoXtkta8O8
Inegavelmente, tratou-se de iniciativa sem precedentes na área da televisão portuguesa, o programa VerBD, transmitido pela RTP2 ao longo de cinco domingos, entre 29 de Julho e 26 de Agosto.
Mesmo tendo a noção da restrita audiência que caracteriza o segundo canal da televisão estatal, por se direccionar a uma faixa de público com mais exigências culturais, portanto minoritária, não será exagerado considerar que as cinco partes constitutivas do VerBD - transmitidas cerca das 13h dominicais, e em repetição à noite, a rondar a uma hora da madrugada - terá tido alguns milhares de espectadores, o que se poderá considerar como significativa ressonância pública. Logo, terá sido atingido o possível objectivo dos responsáveis do programa - Pedro Vieira Moura, no papel de entrevistador, e Paulo Seabra, realizador, ambos com trabalho meritório no VerBD, nessas áreas -, que se presume tenha sido o de dar a conhecer algo da Banda Desenhada em Portugal, passado e presente.
O relativo êxito que terá sido supostamente obtido - julgo não haver ainda feedback - pelo programa, não impede que se discorde do critério adoptado pelo seu idealizador, o crítico e bloguista Pedro Vieira Moura, no que concerne à escolha de personalidades do pequeno universo da BD portuguesa para serem entrevistadas.
Embora seja do senso comum a noção de subjectividade que isso envolve, e que reconheço, mas que não impede que, por meu turno, defenda diferente ponto de vista, igualmente subjectivo, admito.
Para quem não viu a totalidade dos cinco programas, ou episódios – ou até para os que, por qualquer motivo, não viram nenhum – vou nomear, pela ordem casual dos meus apontamentos, as individualidades que foram vistas e ouvidas, entre autores, estudiosos, críticos, divulgadores e orientadores de cursos.
Autores: Filipe Abranches, Isabel Carvalho, Pedro Nora, Diniz Conefrey, José Carlos Fernandes, António Jorge Gonçalves, Luís Henriques, André Lemos, Susa Monteiro, Miguel Rocha, David Soares..
Estudiosos, críticos, divulgadores, orientadores/formadores de cursos de BD:
João Paulo Cotrim, António Dias de Deus, Leonardo De Sá, João Paulo Paiva Boléo, José Pedro Cavalheiro-Zepe (professor de BD e Ilustração, também autor de BD), Domingos Isabelinho, João Miguel Lameiras, Geraldes Lino, Marcos Farrajota e Jorge Nesbitt, este último não na condição de crítico ou afim, mas por ser responsável dos cursos de BD e Ilustração do AR.CO - Centro de Arte e Comunicação Visual, e o escritor Diniz Machado, por ter sido director da marcante revista Tintin.
Dirá no fim do ciclo de cinco episódios, Pedro Moura, em "voz off" (logo, sem nunca ser visto, demonstrando louvável modéstia), ao jeito de justificação das ausências: "Gostaríamos de ter mostrado outros autores (…)".
Ora isso teria sido perfeitamente possível com diferente critério, isto é, se não tivessem sido ouvidos, duas e três vezes, em questões diferentes, sempre os mesmos autores, os tais onze referidos no programa, havendo entre eles quem apenas tenha escassíssimas bedês publicadas, portanto nitidamente privilegiados nesse aspecto, em detrimento de muitos outros que ficaram de fora, com obra de maior volume (sem faltar qualidade) e de que aponto apenas os nomes dos que têm tido actividade recente, mesmo que descontínua: Pedro Massano, Zé Paulo, Arlindo Fagundes, José Pires, José Garcês, José Ruy, Santos Costa, Artur Correia, Baptista Mendes e Eugénio Silva, entre os veteranos de prestígio, neles incluindo Jorge Magalhães, que assim seria um argumentista presente, ainda que único (Cotrim também o é, mas não falou nessa qualidade). E, de gerações posteriores, Nuno Saraiva (gritante e inexplicável a sua ausência, quer como talentoso e prolífico autor, quer como fundador do curso de BD no AR.CO e nele professor), Pedro Burgos, Luís Louro, João Amaral, João Fazenda, Rui Lacas, Ricardo Ferrand, Pepedelrey, J.Coelho, Rui Gamito, Estrompa, Horácio, Pedro Morais, J.Mascarenhas, José Lopes, Jorge Mateus, Daniel Lima, Algarvio, Pedro Nogueira, Ricardo Cabral, Miguel Montenegro, Daniel Maia, Eliseu Gouveia-Zeu, além de Álvaro, Rui Ricardo, Pedro Alves, Carlos Rico e Luís Pinto-Coelho, estes últimos cinco inseridos na área da BD humorística e/ou caricatural, sempre injustamente depreciada e ostracizada, e José Abrantes na BD infantil, outro género menosprezado. Mas também imprescindível, em entrevista viável pela internet, Fernando Relvas, um muito importante autor português a residir na Croácia. Entretanto, na área das autoras, apenas houve lugar para duas, Isabel Carvalho e Susa Monteiro, tendo ficado de fora várias outras, concretamente Teresa Câmara Pestana, Alice Geirinhas, Ana Cortesão, Ana Freitas, A.Rechena e Joana Figueiredo-Júcifer.
Pode parecer uma galeria demasiado extensa. Mas, repito, ao longo de cinco episódios houve convidados, entre autores e comentadores, que falaram várias vezes, e, em especial no último,
em que voltaram a ser vistos e ouvidos quase todos os intervenientes. Em vez disso, bem poderia ter sido aproveitado esse derradeiro tempo para mostrar breve imagem do rosto e uma simples vinheta de cada um dos autores-artistas da lista que enunciei. Porque, da forma como foi apresentado o programa, os telespectadores não especialistas poderão ter ficado com a noção errónea de que aqueles onze autores são os únicos a trabalhar, ou os mais importantes na BD portuguesa actual. A galeria (forçosamente incompleta) que apresentei daria imagem mais abrangente, e bem mais justa. Isto porque todos os que citei têm andado a encher, grão a grão, o acervo da actual BD lusa, bem mais volumosa do que pensa muita gente pouco atenta ao que se edita à sua volta, em jornais, nas revistas não especializadas em BD, em álbuns comerciais e institucionais, na internet e nos fanzines.
Na área da crítica e ensaísmo, há pelo menos três estranhas omissões: João Ramalho Santos, autor de textos com notável qualidade e evidentes conhecimentos sobre BD nacional e estrangeira na extinta revista Ler, e presentemente no quinzenário JL-Jornal de Letras Artes e Ideias, o jornalista Carlos Pessoa, autor de vários livros da especialidade, entre outros aqueles onde foram recolhidos os seus numerosos textos sobre heróis da BD publicados no jornal diário Público, Pedro Cleto, que semanalmente assina a rubrica "Aos Quadradinhos" no Jornal de Notícias, e tem escrito frequentes artigos de análise no BD Jornal, e Sara Figueiredo Costa, com interessantes críticas no seu blogue Beco das Imagens e na revista mensal Os Meus Livros. Por outro lado, é bem compreensível que o entrevistador e responsável literário do programa não se tenha incluído neste lote, ele que escreve com lucidez e elevado nível estilístico no seu blogue Ler BD.
Disse mais Pedro Vieira Moura, à laia de justificação, no programa de despedida:
"(…) Há porventura outras perspectivas. Esta foi a nossa.".
É óbvio que assim teria de ser. Só que a selecção de convidados para o programa (e sou insuspeito nesta crítica, visto que também lá consto) aparenta demasiado tratar-se de um círculo fechado, onde, para agravar, há autores que, fora do programa, se costumam assumir mais da área da ilustração do que da banda desenhada.
Mas que fique bem claro: não obstante a componente algo controversa que acabo de focar, há que reconhecer a qualidade global do programa, com excepcionais enquadramentos e pormenores visuais de elevado nível – ambas as facetas por mérito do realizador, Paulo Seabra – e a oportunidade e invulgaridade da iniciativa, bem como algumas ideias brilhantes, a crédito de Moura. Em especial, a que se infere da frase sempre presente no início das transmissões: "Aviso ao telespectador: Não há sincronização entre o som e a imagem nos próximos 24 minutos", o que tinha o mérito de permitir observar o entrevistado em pormenores dinâmicos ou meditativos, enquanto se ia ouvindo a sua fala com nitidez e sem interrupções, por ser gravação. Excelente resultado obtido.
Ainda de relevar, com aplauso, a útil iniciativa da abertura do blogue homónimo, no endereço http://programaverbd.blogspot.com/
que permitia visionar o alinhamento do programa seguinte.
Depois destes indiscutivelmente valiosos, apesar das minhas reticências, cinco programas vezes vinte e cinco minutos – um espaço e um tempo nunca antes conseguidos para a nossa figuração narrativa –, esperemos que haja uma próxima jornada, um VerBD II correspondente a um segundo volume da banda desenhada portuguesa, abarcando então os autores em actividade, agora excluídos.
Assim se fará justa divulgação pública de tantos não contemplados neste primeiro VerBD, apesar de terem obra digna, embora mais em registo mainstream, género aparentemente maldito em alguns círculos elitistas, e quase banido em absoluto deste programa, em favor da bd alternativa cultivada pela maioria dos onze autores ora seleccionados.
Geraldes Lino
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Há um "post" anterior sobre este mesmo tema, com data de Jul.28, 2007. Para o visitar, basta clicar nesta data na coluna "Archives"
segunda-feira, agosto 27, 2007
Álbuns imprevisíveis e difíceis de obter (IX) - Postais de Viagem - Autora: Teresa Câmara Pestana
Duas vinhetas com imagens de forte atmosfera africana - Pormenor da obra Postais de Viagem
Teresa Câmara Pestana é um nome já desde longa data bem vincado no fandom português, enquanto autora-artista de banda desenhada, mas também como editora do muito premiado fanzine Gambuzine, para o qual igualmente produziu obra gráfica.
Talvez insatisfeita com as pequenas dimensões das bandas desenhadas que tem feito - maioritariamente episódios curtos autoconclusivos - as quais foram sendo publicadas ao longo de muitos anos, uma parte na Alemanha, onde viveu durante larga temporada, Teresa C. Pestana (assinatura que usa nestes postais) abalançou-se à realização, a "solo", duma obra de maior fôlego, de que ela é autora única das duas componentes fundamentais da BD: argumento e desenho.
Intrigante a notável componente literária, resultante de vivências da autora na costa oeste africana, nela sobressai a análise séria e isenta de preconceitos, que a autora do texto faz a crenças, cultos, exorcismos, rituais, superstições, misticismos e cerimónias mágicas, tudo isto dedicado aos deuses venerados pelos povos africanos. Por onde igualmente perpassa a constatação, obtida no terreno, da decadência da igreja católica.
Capa da obra, com boa apresentação visual
Em atraente edição realizada num papel couché de boa gramagem, Postais de Viagem é obra singular, caracterizada graficamente por imagens de violentos contrastes claro-escuros, aliás uma faceta estilística habitual na composição e traço de Teresa Pestana. Em contraponto às citadas componentes positivas e de elevado nível, há que lamentar a caótica composição do texto, umas vezes com grandes espaçamentos, despropositados e incompreensíveis, outras sem espaço nenhum, junto aos sinais de pontuação, além de distraída correcção ortográfica.
Título da obra: Postais de Viagem
Autora: Teresa C. Pestana
Capa e contracapa em cartolina, com impressão a preto, branco e azul.
Miolo com 56 páginas a preto e branco.
Formato: 16,5x23,5cm.
Tiragem: não indicada na publicação [500 exemplares].
Montagem gráfica de Axel Blotevogel.
Data da edição: não indicada[Julho 07].
Editora: não indicada [Teresa Câmara Pestana].
Local da edição: não indicada na peça[Apartado 67 - 3200 Lousã]
Elementos não incluídos nesta edição independente, visíveis no sítio http://www.gambuzine.com/
sábado, agosto 25, 2007
Castelos na banda desenhada (XXII) - Fictício - Desenhador: Civiello
Incluído no episódio Os Filhos da Noite, iniciante da obra Korrigans, surge a imagem de um castelo assustador, alcandorado num penhasco agreste, cuja base se submerge sob a violência das ondas.
Todo este cenário faz parte do início da presente obra, localizada na província do Ulster, ano mil e cem da nossa era, na primeira noite de Novembro...
Vinheta com pormenor do castelo, vendo-se as tortuosas e íngremes escadarias
E se a componente que mais impressiona à partida qualquer apreciador de BD, é a visual, há que reconhecer a importância do argumentista, que, neste caso, se apresenta pelo nome de Mosdi, com a sua imprescindível quota-parte na criação da impressionante atmosfera da obra.
Imagem em perspectiva de picado, duma grande beleza, focando uma torre do castelo
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"Post" remissivo
Castelos na Banda Desenhada é um tema criado em Novembro de 2005. Os 21 "posts" escritos até agora estão visíveis através de um simples clique no rodapé desta postagem.
quinta-feira, agosto 23, 2007
Álbuns BD imprevisíveis e difíceis de obter (VIII) - Babinsky - Autores: Luís Henriques e José Feitor
Prancha (página) inicial da adaptação da obra literária Babinsky em banda desenhada, pelo traço de Luís Henriques
Babinsky, personagem que ocupa lugar na pequena História pelo apodo de "o salteador de Praga", teve a sua atribulada vida passada à ficção pelo escritor Gustav Meyrink, e publicada num livro editado na cidade de Leipzig em 1915.
José Feitor, argumentista e ilustrador, foi desta vez, adaptador literário, tarefa de dificuldade não despicienda, atendendo à brutal síntese que teve de fazer do texto original, para construir as curtas legendas nas línguas portuguesa e inglesa.
Desenhada por Luís Henriques ele (ou o editor?) optou pelo alinhamento de uma prancha por página, com a legenda no verso. No total de trinta e sete pranchas, uma única aparece subdividida em várias vinhetas sequenciais.
Assim, a obra em banda desenhada Babinsky constitui uma narração de elevado nível gráfico e estilístico, em estética ímpar na banda desenhada portuguesa. Todavia, quem conhece Luís Henriques, sabe que se trata de um cultor habitual deste género, todo feito de hachures constituídas por miríades de finíssimos traços, técnica com raízes em Gustave Dorée (respeitando as diferenças, claro) ou, próximo de nós, espacial e temporalmente, na obra exemplar de Lima de Freitas, dois nomes de elevado gabarito na ilustração de cariz clássico.
Capa do álbum, absolutamente depurada de imagens
Babinsky, salteador de Praga, viveu muitos anos dos seus horríveis expedientes, que incluíram numerosas vítimas, muitas por estrangulamento. O cerco sobre ele apertou-se, a partir do momento em que começaram a desaparecer raparigas. A trama passa pela prisão do facínora, depois por um enforcamento falhado, e desenrola-se até à sua estranha redenção, que se caracteriza por ódio aos indivíduos violentos, tudo narrado com economia de texto mas sempre em tom de sátira, complementado por fascinantes imagens.
Babinsky, o salteador de Praga - Autores: Luís Henriques (desenho), José Feitor(adaptador literário da obra "Der Golem", escrita por Gustav Meyrink) - Álbum em formato ao baixo, dito italiano (31x11cm de altura), com capa e contracapa em cartolina castanha - Miolo composto por 80 páginas - Papel de elevada gramagem, em tom creme - Tiragem: 500 exemplares - Edição bilingue (português e inglês) - Produção de Imprensa Canalha http://www.imprensacanalha.blogspot.com/
Data da edição: Maio de 2007
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"Posts" anteriores da rubrica "Álbuns de BD imprevisíveis e difíceis de obter"
(VII) Agosto 20 - Os Problemas Fiscais de Porfírio Zap - Autor: José Carlos Fernandes
(VI) Junho 30 - A Aventura de Cabral ou A Invenção do Brasil - Autor: António Martins
(V) Jun. 17 - A la recherche du trésor de Rackham le Rouge - Autor: Hergé
(IV) Abril, 1 - Aquaventura em Almada - Autores: Carlos Laranjeira (desenho), Paulo Rebelo e Isabel Laranjeira (argumento)
(III) Fev. 9 - Everest - Autor: Ricardo Cabral
2007 (Daqui para cima)
(II) Setembro 1 - As Bodas de D. Dinis e Isabel de Aragão em Trancoso - Autor: Santos Costa
(I) Ag. 8 - O Passeio de Inês - Autores: Carlos Rocha (desenho), José Carmo (arg.)
2006 (Daqui para cima)
terça-feira, agosto 21, 2007
Violência/Tortura na BD (I) - Autor: Reg Perrott
The Song of the Sword (A Canção da Espada, na tradução de José Pires) é um episódio que estava inédito em Portugal, até que, em Fevereiro deste ano foi editado no fanzine Fandaventuras.
Trata-se de uma banda desenhada englobada num total de treze pranchas, a cores (também reproduzidas a cores neste fanzine), publicadas inicialmente na revista inglesa juvenil Mickey Mouse Weekly, no final da década de 1930.
Logo na prancha inicial o leitor-visionador é colocado em presença de uma cena de início de tortura (e por trás, na vinheta da esquerda, perfila-se um pelourinho, onde, eventualmente, os presos continuarão a ser torturados).
Não é muito vulgar, na banda desenhada, este tipo de cenas, considerando que a BD sempre tem sido considerada, absurdamente, como mero entretenimento para a juventude, mesmo quando se sabe que, em muitas obras desta arte, como em qualquer outra, há violência e sexo em imagens explícitas.
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Para os interessados em ver esta prancha completa, e a capa do fanzine, alusiva à mesma obra, sugere-se a visita ao blogue "Fanzines de Banda Desenhada", no endereço:
http://fanzinesdebandadesenhada.blogspot.com/
segunda-feira, agosto 20, 2007
Álbuns de BD imprevisíveis e difíceis de obter (VII) - Os Pesadelos Fiscais de Porfírio Zap - Autor: José Carlos Fernandes
A faceta nobre da banda desenhada é a de, essencialmente, ser forma de arte autónoma. Todavia a sua capacidade de transmitir mensagens atrai, por vezes, entidades que decidem aproveitá-la de forma meramente pragmática, contratando um artista que aceite colaborar no projecto.Prancha da página 15 do álbum (portanto anterior à que se situa no topo do "post"), onde se pode observar Porfírio Zap a ler e a ouvir música, adormecendo na última vinheta. Note-se que esta cena, passada na realidade, tem uma tonalidade soalheira, enquanto que a cena reproduzida em cima já se apresenta com um matiz azulado, apropriado para o pesadelo em que se embrenha a personagem. José Carlos Fernandes é um autor/artista completo. escreve o argumento, passa-o a desenho, faz a legendagem e pinta as pranchas.
Os Pesadelos Fiscais de Porfírio Zap é, na base, obra institucional: uma entidade oficial, a Direcção Geral dos Impostos decidiu utilizar a BD como veio transmissor didáctico. Assim nasceu esta obra que ilustra, de forma transversal e imaginativa, um conceito social básico - os impostos, que fornecem ao Estado os fundos indispensáveis para que os serviços públicos funcionem.
Um tema ingrato, mas que José Carlos Fernandes conseguiu transformar num episódio com laivos de humor e subtil sentido crítico.
Os Pesadelos Fiscais de Porfírio Zap; Autor (argumento, desenho, legendagem e cor): José Carlos Fernandes. Capa brochada a cores, 31 páginas de b.d. a cores; Formato: 16,5x23,5cm.; Coordenação do Grupo de Trabalho de Educação Fiscal: João Paulo Paiva Boléo.Álbum editado em Maio 2007; Tiragem não mencionada. Edição da Direcção Geral dos Impostos - Lisboa.
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"Posts" anteriores da rubrica "Álbuns de BD imprevisíveis e difíceis de obter"
(VI) Junho 30 - A Aventura de Cabral ou A Invenção do Brasil - Autor: António Martins; (V) Jun. 17 - A la recherche du trésor de Rackham le Rouge - Autor: Hergé; (IV) Abril, 1 - Aquaventura em Almada - Autores: Carlos Laranjeira (desenho), Paulo Rebelo e Isabel Laranjeira (argumento); (III) Fev. 9 - Everest - Autor: Ricardo Cabral
2007 (Daqui para cima)
(II) Setembro 1 - As Bodas de D. Dinis e Isabel de Aragão em Trancoso - Autor: Santos Costa; (I) Ag. 8 - O Passeio de Inês - Autores: Carlos Rocha (desenho), José Carmo (arg.)
2006 (Daqui para cima)
quinta-feira, agosto 16, 2007
Concurso de Banda Desenhada, Argumento, Ilustração e Animação - Local da iniciativa: Leiria
(O texto que existia neste "post" foi apagado, e fixado definitivamente em Setembro, 10)
Para pedir um exemplar da ficha de inscrição (que acima se reproduz em tamanho reduzido) e para esclarecer quaisquer dúvidas que surjam aos interessados em participar, será indispensável contactar a Associação ECO, através do e-mail
virusbd.eco@gmail.com
terça-feira, agosto 14, 2007
Banda Desenhada infantil portuguesa (IV) - Mensário Cruz Alta - Autores: Gui & Joca
Os desenhos são da autoria de Joca (João Amaral), sob argumento de Gui (pseudónimo de Isabel Afonso).
O episódio acima reproduzido foi publicado na edição nº 43, de Junho 07
Cruz Alta é um mensário gratuito editado pela paróquia de Sintra. João Amaral ("Joca", neste caso) autor/artista de trajectória significativa na área da BD, com várias obras publicadas em álbum, apesar de habitualmente assoberbado com trabalhos de ilustração e publicidade, não viu impedimento de se prontificar a colaborar a título benévolo, no mensário da paróquia de Sintra, relativamente próxima da localidade onde vive (Mem Martins).
Essa louvável atitude, para além de aumentar a lista de bandas desenhadas em publicação na imprensa, está também a ter o mérito de permitir a revelação de uma argumentista, coisa raríssima na Banda Desenhada portuguesa.
Isabel Afonso (porquê Gui?), ela sim, moradora na paróquia que edita o simpático jornal - tem a capacidade de inventar engraçadas situações para personagem homónima, um jovem também chamado Gui, que usa aparelho dentário e por isso troca os pês por efes ("o Fascoal, aquele desfassarado da frimária", como ele diz).
E já estão publicados dez episódios!
Pena que, tendo o jornal algumas páginas em quadricromia (a primeira, a última, e as centrais) não reproduza a cores, ao menos de vez em quando, a banda desenhada que, afinal, é feita a cores pelo Amaral. Aqui fica a sugestão.
Entretanto, "farabéns" à dupla!
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O presente tema ("Banda Desenhada portuguesa nos jornais") tem já numerosas postagens. Os visitantes interessados podem ver no "post" anterior uma listagem, onde constam os autores antes apresentados.
segunda-feira, agosto 13, 2007
Banda Desenhada portuguesa nos jornais (LXIII) - Semanário Sol - Autores: Joba e ML
Esta série, em publicação no corpo principal do semanário Sol, é sempre composta por quatro vinhetas. Os desenhos, caricaturais, ilustram com graça os diálogos de duas senhoras "balzaquianas", muito "bããe", tipo "tias", que expõem opiniões mais ou menos ridículas ou até absurdas, mas, claro, sintonizadas em função da realidade sócio-política portuguesa.
sexta-feira, agosto 10, 2007
Estética e Convenções Gráficas na Banda Desenhada (XI) - Picado e Contrapicado - Reg Perrott
A vinheta reproduzida pertence à obra-prima da banda desenhada clássica inglesa The Golden Eagle, intitulada em português O Voo da Águia. Esta série de grande beleza foi lançada na revista inglesa Golden (nº 1, de 8 Jan. 1938), e apareceu em Portugal, nas páginas da conceituada revista infanto-juvenil O Mosquito (nº 205, de 14 Dez. 1939), dando a conhecer o notável ilustrador inglês Reg Perrott.
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Para quem ficar com curiosidade em ver uma prancha completa desta bd de Reg Perrott, para saciar a dita cuja [curiosidade] terá de ir ao meu outro blogue Fanzines de Banda Desenhada, no endereço http://fanzinesdebandadesenhada.blogspot.com/
onde também consta a capa do fanzine A Máquina do Tempo, volume 7, uma edição já atrasada de que só agora tive conhecimento, por motivos que lá explico.
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"Post" remissivo
Textos anteriores dedicados ao tema Picado e Contrapicado (datas e autores), visíveis no "Arquivo":
(X) Abr. 20 - Autor: Frank Miller e Lynn Varley
(IX) Fev. 25 - Autor: Kája Saudek
2007 Daqui para cima
(VIII) Agosto 27 - Bill Watterson
(VII) Jun.11 - Autor: Joe Sacco
(VI) Maio 13 - Autor: Victor Mesquita
(V) Maio 9 - Autor: Moebius
(IV) Maio 7 - Autor: Rui Lacas
(III) Abr.11 - Autor: Gibrat
(II) Abr.11 - Autor: Gibrat
(I) Março 17 - Autores: Phil Gimenez e Andy Lanning
2006 Daqui para cima
quarta-feira, agosto 08, 2007
Banda Desenhada portuguesa nos fanzines (XVI) - Autor: Zé Paulo
Prancha (2 de 3) da impressionante banda desenhada da autoria do consagrado autor-artista Zé Paulo.
Esta bd foi publicada no fanzine Tertúlia BDzine.
A capa/página inicial e a prancha final podem ser vistas no meu outro blogue Fanzines de Banda Desenhada, no endereço http://fanzinesdebandadesenhada.blogspot.com/
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Para saber mais acerca de Zé Paulo, basta uma visita ao "post" de Junho, 30, 2006, no meu outro blogue Divulgando Banda Desenhada, no endereço http://divulgandobd.blogspot.com/
sexta-feira, agosto 03, 2007
Tertúlia BD de Lisboa - 275º Encontro - 7 Agosto 07
O professor Vítor da Silva, designer e autor de bandas desenhadas, contemporâneo de Méco nas colaborações em BD para a mesma revista infanto-juvenil, O Papagaio, dirá algumas palavras de saudade dirigidas ao seu amigo e colega de lides artísticas, Méco, aliás António Mendes (Lisboa. 1917-1957)