Umas vezes os textos eram do próprio Vasco Granja, outros eram-lhe cedidos pelos organizadores dos eventos, como se pode ler (ampliando a imagem).
Nessa ampliação também ficará visível a nota que escrevi a lápis no rodapé da página:
- Vasco Granja deu-me este nº em 9/2/83
- Posto à venda em ------------(esqueci-me de acrescentar a data)
Mantendo a tradição, a [revista] Tintin apresentava um espaço dedicado a responder às cartas dos leitores, aqui intitulada "Tu escreves... Tintin responde". Claro que as respostas eram, da autoria de Vasco Granja
Faleceu ontem Vasco Granja, alguém que teve acção muito importante em duas áreas artísticas, a Banda Desenhada e o Cinema de Animação.
De seu nome completo Vasco Oliveira Granja, era natural de Lisboa, onde nascera a 10 de Julho de 1925.
Ligado à Livraria [ e editora] Bertrand, começou a representar o nosso país em meados da década de 1970, no Salone Internazionale dei Comics, del Cinema d'Animazione e dell'Illustrazione, evento que decorria em Lucca (Itália, próximo de Pisa e Florença), precursor dos eventos congéneres, e para o qual convidava vários elementos para o acompanharem nessa representação nacional, entre os quais os autores de BD José Garcês e Carlos Barradas, o cartunista Sam, e alguns divulgadores, casos de António Alfaiate e deste escriba e actual bloguista.
Graças a Vasco Granja, ali tive a honra de apresentar, a partir de 1978, através da projecção de diapositivos, panoramas sobre a BD portuguesa (por exemplo, "Os Visionários da Visão, com fotografias dos autores e imagens das respectivas bedês, mas também de Nelson Dias e da sua "Wania, Escala em Orongo").
Esse e outros trabalhos tive oportunidade de voltar a fazer em Angoulême, onde Granja passou a ser, igualmente, o representante de Portugal, graças ao facto de pertencer a uma grande editora de BD (na época), a Bertrand, e ter também o prestígio de ser um apresentador importante da Televisão portuguesa, onde teve a seu cargo, durante anos, nas décadas de 1970 (a partir de 1974) e toda a de 1980, a tarefa de seleccionar e dar a conhecer filmes de desenhos animados de várias origens, dando preponderância ao cinema do Leste europeu, embora não deixando de mostrar também séries animadas canadianas (de Norman McLaren) e americanas, (em especial de Tex Avery e a Pantera Cor-de-Rosa), tendo ficado associado, para algumas gerações de crianças e adolescentes, à figura inesquecível da Pink Panther, e à respectiva música, dela indissociável.
Vasco Granja teve acção diversificada, chegando a ser director da edição portuguesa da revista Tintin, e foi um dos pioneiros portugueses em duas áreas: como crítico de banda desenhada no jornal República, e enquanto editor, logo em 1972 (Ano I dos fanzines em Portugal), de um dos primeiros zines portugueses, o "Quadrinhos". Acerca deste tema, ver mais pormenores no meu outro blogue, o http://fanzinesdebandadesenhada.blogspot.com/
Ainda na área da BD, foi ele quem adaptou, em 1966, para a língua portuguesa, a expressão francesa "bande dessinée", passando a escrever "banda desenhada", provocando o gradual desaparecimento da nomenclatura tradicional "histórias aos quadradinhos" (ou "histórias em quadradinhos"), embora no seu fanzine acima mencionado tenha optado por um vocábulo muito usado no Brasil, "Quadrinhos", pormenor que nunca explicou muito claramente.
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Numerosos amigos, familiares e admiradores de Vasco Granja, estiveram na noite de ontem, 4 de Maio, no velório que teve lugar na Igreja da Damaia, partindo hoje o funeral, daquela igreja, para o cemitério de Rio de Mouro.
Adeus, amigo Vasco Granja.
De seu nome completo Vasco Oliveira Granja, era natural de Lisboa, onde nascera a 10 de Julho de 1925.
Ligado à Livraria [ e editora] Bertrand, começou a representar o nosso país em meados da década de 1970, no Salone Internazionale dei Comics, del Cinema d'Animazione e dell'Illustrazione, evento que decorria em Lucca (Itália, próximo de Pisa e Florença), precursor dos eventos congéneres, e para o qual convidava vários elementos para o acompanharem nessa representação nacional, entre os quais os autores de BD José Garcês e Carlos Barradas, o cartunista Sam, e alguns divulgadores, casos de António Alfaiate e deste escriba e actual bloguista.
Graças a Vasco Granja, ali tive a honra de apresentar, a partir de 1978, através da projecção de diapositivos, panoramas sobre a BD portuguesa (por exemplo, "Os Visionários da Visão, com fotografias dos autores e imagens das respectivas bedês, mas também de Nelson Dias e da sua "Wania, Escala em Orongo").
Esse e outros trabalhos tive oportunidade de voltar a fazer em Angoulême, onde Granja passou a ser, igualmente, o representante de Portugal, graças ao facto de pertencer a uma grande editora de BD (na época), a Bertrand, e ter também o prestígio de ser um apresentador importante da Televisão portuguesa, onde teve a seu cargo, durante anos, nas décadas de 1970 (a partir de 1974) e toda a de 1980, a tarefa de seleccionar e dar a conhecer filmes de desenhos animados de várias origens, dando preponderância ao cinema do Leste europeu, embora não deixando de mostrar também séries animadas canadianas (de Norman McLaren) e americanas, (em especial de Tex Avery e a Pantera Cor-de-Rosa), tendo ficado associado, para algumas gerações de crianças e adolescentes, à figura inesquecível da Pink Panther, e à respectiva música, dela indissociável.
Vasco Granja teve acção diversificada, chegando a ser director da edição portuguesa da revista Tintin, e foi um dos pioneiros portugueses em duas áreas: como crítico de banda desenhada no jornal República, e enquanto editor, logo em 1972 (Ano I dos fanzines em Portugal), de um dos primeiros zines portugueses, o "Quadrinhos". Acerca deste tema, ver mais pormenores no meu outro blogue, o http://fanzinesdebandadesenhada.blogspot.com/
Ainda na área da BD, foi ele quem adaptou, em 1966, para a língua portuguesa, a expressão francesa "bande dessinée", passando a escrever "banda desenhada", provocando o gradual desaparecimento da nomenclatura tradicional "histórias aos quadradinhos" (ou "histórias em quadradinhos"), embora no seu fanzine acima mencionado tenha optado por um vocábulo muito usado no Brasil, "Quadrinhos", pormenor que nunca explicou muito claramente.
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Numerosos amigos, familiares e admiradores de Vasco Granja, estiveram na noite de ontem, 4 de Maio, no velório que teve lugar na Igreja da Damaia, partindo hoje o funeral, daquela igreja, para o cemitério de Rio de Mouro.
Adeus, amigo Vasco Granja.
5 comentários:
Amigo Lino
Agradeço-te a referêncis biográfica do Vasco Granja, amigo comum que me foi dado conhecer, não através da banda desenhada, mas por circunstâncias (problemas) fiscais, que então tive a oportunidade de resolver ao Vasco.
Eu próprio, quando miúdo, recebi a resposta a duas cartas que mandei para a redacção do Tintin, recebendo deste Homem as primeiras críticas aos trabalhos então enviados. Sem ferir o meu orgulho próprio,escreveu para quem queira ler, que apreciou os desenhos, mas aconselhou-me a persistir para almejar um lugar na BD portuguesa.
Se não fui mais longe - se não vou mais longe - não é porque não tenha sido por ele aconselhado e incitado, mas porque a Musa da Nona Arte teima em não entrar pela porta que eu mantenho escancarada.
Que o Vasco descanse em Paz, tal como viveu.
Que nós jamais esqueçamos quem tanto fez (tal como tu o tens feito, aliás, e como o tem feito o Jorge Magalhães) pela arte que nos mantém unidos e vivos ao papel desenhado e impresso.
Um grande abraço para ti e, se o Jorge aqui vem espreitar, um abraço para ele.
Uma personalidade inesquecível a quem devemos muito. Fica a saudade e a memória de um grande divulgador da BD, do cinema de animação e da cultura em geral.
Amigo Costa
Agradeço a tua visita e as tuas amáveis palavras.
Infelizmente, Vasco Granja há já uns anos que não estava nas melhores condições. Lamentamos todos o seu desaparecimento.
Abraço.
GL
Tem razão, Filipe. Você é o FIL?
Não, o Filipe tem a ver com o "site" htp://www.afilactera.com
Acertei agora?
Mas há que concordar que apenas Filipe não será suficientemente esclarecedor... por agora.
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