Victor Mesquita, nome de referência da moderna banda desenhada portuguesa, estará dia 1 de Março na Tertúlia BD de Lisboa a fazer uma palestra sobre a sua obra "Eternus 9", englobando o conjunto dos dois andamentos: "O Filho do Cosmos" e "A Cidade dos Espelhos".
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De sua autoria, reproduz-se aqui um texto acerca dessas duas partes que compõem aquela importante BD, escrito propositadamente para o blogue Divulgando Banda Desenhada.
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De sua autoria, reproduz-se aqui um texto acerca dessas duas partes que compõem aquela importante BD, escrito propositadamente para o blogue Divulgando Banda Desenhada.
"Eternus 9, Um Filho do Cosmos: este título nasceu da necessidade de criar uma personagem que transcendesse as limitações da capacidade humana, a de nascer sempre sujeita às leis da gravidade terrestre.
Eternus nasceu num ponto do Universo onde essas leis não se fazem sentir. O coraçao de um nascituro ao nascer em tal ponto do espaço, necessariamente não sofre o esforço de bombagem do sangue, da compressão que se dá ao nascer sob atracção da lei da gravidade. Igualmente o cérebro não está submetido a tal violência. As circunstâncias em que Eternus nasceu, seguramente provê-lo-iam de faculdades extraordinárias.
Tal experiência há-de dar-se um dia, não de todo longínquo, e então ficaremos a saber quais serão os resultados - se ainda cá estivermos.
.O título A Cidade dos Espelhos, além de simbolizar a Feira de Vaidades da sociedade de hoje, reflecte nas histórias a intenção mágico/metafórica de criar um portal de passagem entre o autor e o seu alter-ego, se quisermos. Um pretexto para tornar o autor avatar da sua própria criação, um desdobramento distanciado do espelho que a criação reflecte de si mesmo e assim se libertar para um distanciamento que lhe permite ver-se de fora do acto de criar. De ser leitor e criador que se recria integrando-se na aventura deste desdobramento.
Foi o modo que encontrei para justificar trinta e cinco anos de ausência entre mim e a personagem, entre o autor e a recriação de si mesmo. Circunstanciando a realidade do autor (há elementos da minha própria vida no interior da narrativa), o ser intemporal que Eternus representa. Como símbolo da eterna renovação da vida, é não mais que o acto de me transcender a mim próprio, reatando a sequela de Eternus aos 72 anos de idade do autor, metade do meu tempo de vida, note-se. Assim, neste instante reinicio o ciclo da minha própria renovação."
Victor Mesquita
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Em complemento destes textos, e para saber mais acerca de Victor Mesquita, bastará ir à home page, à coluna da esquerda intitulada "Categorias", que está organizada por ordem alfabética, clicar no item "Visão" e depois ir até à postagem datada de 2006, Maio 30, onde está uma entrevista com ele.
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