domingo, junho 22, 2014

Parabéns Calvin & Hobbes - Mesas-Redondas (XI)






Falar de cultura em Portugal implica necessariamente citar o CNC - Centro Nacional de Cultura, e também registar a sua notável abrangência de todas as manifestações culturais, nas quais inclui a banda desenhada.

É o que se depreende do facto de, mais uma vez, a banda desenhada estar implícita no tema da mesa redonda (*) Parabéns Calvin & Hobbes, que terá como participantes Guilherme de Oliveira Martins (Director do Centro Nacional de Cultura), Guilherme Valente (editor na Gradiva), e João Paiva Boléo (crítico e divulgador de BD).

O que se espera ouvir de três apreciadores de banda desenhada, obviamente admiradores de uma série de culto como é Calvin and Hobbes, e do respectivo autor, Bill Watterson?

Para começar, não deixarão de elogiar a trama de suporte da imaginativa relação entre Calvin e o seu urso de peluche. Hobbes, como é sabido, apenas interage com o dono quando não há mais ninguém em cena. 

Estratégia mental de Calvin? Pode admitir-se como explicação do facto esta minha teoria (nunca a vi mencionada por mais ninguém), mas para a confirmar seria necessário que alguém entrevistasse Bill Watterson, o que, dado o seu feitio avesso à exposição pública, não seria nada fácil. Desde o seu abandono da BD, ele apenas concedeu duas entrevistas.

Calvin, Hobbes, e também outras personagens importantes, designadamente o pai, a mãe, a vizinha Sue, a babysitter Rosalyn, a professora Miss Wormwood, e o matulão Moe, actuaram nas tiras diárias (a preto e branco) e nas Sunday pages (a cores), durante dez anos, entre 1985 e 1995, com enorme êxito na imprensa de numerosos países. Pela minha parte confesso que tomei contacto com a série (em língua portuguesa) no jornal Público, logo no número inicial do matutino.

As razões invocadas por Bill Watterson para a decisão de descontinuar a produção da banda desenhada quando o seu êxito era inquestionável, não foram bem aceites pelos admiradores da série, embora fossem compreensíveis tendo em conta o seu carácter algo introvertido.

Apesar de ter deixado de haver novas tiras, há jornais que continuam a publicar as antigas. Entre nós serve de exemplo o Correio da Manhã (já lá vi uma, mas não sei qual a periodicidade). 
E também vem a propósito referir a notícia de que a editora Gradiva se prepara para reeditar os álbuns, não sei se todos.
Duas provas de que o público continua a ver/ler com agrado as tiras de BD imaginadas e desenhadas pelo genial Watterson.

(*) A mesa redonda terá lugar dia 23 de Junho de 2014, pelas 18h30.
Local: CNC - Centro Nacional de Cultura
Rua António Maria Cardoso, 68 - Lisboa


Imagens que ilustram a presente postagem:

1 - Cartaz do evento
2 - Divertida composição dos amigos Calvin e Hobbes a fazerem caretas
3 - Capa de um álbum de origem americana pertencente à colecção  deste blogger
(Editora: Andrews and McMeel, 3ª edição, Março 1990) 
3 - Retrato de Bill Watterson

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BILL WATTERSON

Síntese biográfica

William Boyd Watterson, aka Bill Watterson, Washington, D.C., U.S.A., 5 Julho 1958.
É licenciado em Ciências Políticas.
 

Foi galardoado nos Estados Unidos com o troféu Reuben, por duas vezes (1986 e 1988), na qualidade de "Melhor Cartunista (*) do Ano", e em França, em 2014, foi-lhe atribuído o Grand Prix do Festival International de la Bande Dessinée de Angoulême, todos estes prémios obtidos graças à sua única e notável obra na BD, Calvin and Hobbes, publicada entre 18 de Novembro 1985 e 31 de Dezembro de 1995.

Watterson tem recusado todas as pressões para o aproveitamento das suas personagens na área do merchandising.

(*) Note-se que, em inglês dos E.U.A., tanto os autores de cartunes como os de bandas desenhadas são classificados unicamente como "cartoonists" (ou, aportuguesando, cartunistas).


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Os interessados em ler textos anteriores da rubrica Mesas-Redondas, podem fazê-lo clicando nesse item visível em rodapé.
      

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