terça-feira, janeiro 17, 2017

Críticas e Notícias Sobre BD (XXXI) - Tintin no País dos Sovietes, agora a cores





Grande novidade, a que tem estado a ser badalada nos média - imprensa, blogosfera e redes sociais: a primeira aventura de Tintim, No País dos Sovietes, a única que ainda permanecia, teimosamente, impressa a preto e branco, acaba de ser editada em quadricromia!

Na imprensa, o matutino Diário de Notícias, na sua edição de sábado, dia 14.1.17, deu grande destaque ao assunto, puxando-o para a primeira página, sob o título: O Livro Em Que Nasceu Tintin Finalmente Ganhou Cor.

E no seu suplemento Mais Artes, o tema teve direito a duas páginas, com um interessante texto escrito em Bruxelas por João Francisco Guerreiro. Com a devida vénia a este jornalista, aparentemente tintinófilo, retirar-lhe-ei do artigo alguns excertos. Ei-los:

"(...) Tintin no País dos Sovietes é "o primeiro livro [de toda a série] Tintin" e nele é bem visível que não tem o mesmo traço de Hergé quando chegou ao décimo álbum", nota a directora do Museu da Banda Desenhada de Bruxelas, Carine Schmitz. Quando iniciou a série de As Aventuras de Tintin, Hergé "tinha apenas 21 anos" e, por essa razão, é normal que tenha defeitos".
O próprio autor chegou a classificar o seu primeiro trabalho como um "álbum mal desenhado" (...)
"(...) Do ponto de vista da narrativa encontram-se falhas (...) As bananas que aparecem numa das cenas do livro e um posto de combustível da Shell são elementos introduzidos pelo autor que não existiam na Rússia daquela época. (...)"
"(...) Uma aventura em que Tintin é enviado de Bruxelas em reportagem para Moscovo. (...) Neste livro, Tintin escapa a 22 tentativas de assassínio", comenta o director artístico dos Estúdios Hergé (...)
"(...) Hergé escreveu a história sem nunca ter estado na Rússia, sob as orientações da direcção do jornal católico, conservador, anticomunista Le Vingtième Siècle. Baseou-se no livro de um suposto cônsul belga, em Moscovo, naquela época. O conjunto de tiras de BD em que Tintin descobre que os bolcheviques ameaçavam o povo para conseguirem a vitória nas eleições tem sido apontado como uma transcrição quase integral dos relatos desse cônsul que "viveu em Moscovo".
Este pormenor é repetidamente escrito na imprensa e em blogues especializados na obra de Hergé. Mas uma descoberta recente vem apimentar a história. "Este cônsul nunca existiu", garante o director artístico dos Estúdios Hergé, com base nas investigações que desenvolveram para a reedição de Tintin no País dos Sovietes. (...)"
"(...) Tintin já vendeu 230 milhões de álbuns. É publicado em 77 línguas. O novo livro a cores tem uma primeira tiragem de 300 mil exemplares para o grande público e de 50 mil para coleccionadores. (...)"

A edição que acaba de ser posta à venda na Bélgica, Tintin au Pays des Soviets, apresenta-se num álbum cartonado, com 140 páginas, sob chancela Casterman, com o PVP de 14,95 euros.

Está prevista a sua edição em Portugal no decorrer deste ano. Não foi divulgado ainda o nome da editora. E fica-se com uma curiosidade: qual será o PVP em Portugal.    
  
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Os interessados em ver as 30 anteriores postagens deste tema "Imprensa - Críticas e Notícias sobre BD" (com início em 15 de Julho de 2005) poderão fazê-lo, bastando para isso clicar nesse item visível aqui por baixo no rodapé 

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