sábado, dezembro 31, 2005
Calvin & Hobbes - O Fim há dez anos
Bill Watterson, que tinha iniciado a série Calvin & Hobbes a 18 de Novembro de 1985, decidiu terminá-la cerca de dez anos depois, em 31 de Dezembro de 1995, faz hoje precisamente dez anos.
Eu conheci a série no primeiro número do jornal Público, que comprei por curiosidade, como faço sempre que sai um novo jornal.
Desde essa data, devido à qualidade do jornal, mas em especial atraído por aquela primeira tira de Calvin & Hobbes, passei a ser leitor compulsivo e assíduo do jornal e da série.
Leio/vejo desde então as peripécias do duo - mais as participações esporádicas da amiga (?) Susie, da mãe, do pai (um grande cromo, também ele) e da "baby-sitter" Rosalyn.
As transformações do tigre, em boneco de peluche (gosto mais do que de pelúcia) ou num verdadeiro, consoante há ou não presença de alguém além do amigo inseparável Calvin, é um achado genial de Watterson, entre outros factores que fascinam na leitura das tiras diárias, a preto-e-branco, ou nas páginas dominicais, a cores.
O sucesso da série fez com que, a certa altura,estivesse a ser publicada em 2400 periódicos, simultaneamente.
Apesar disso, Watterson resolveu "matar" as suas personagens, em litígio com a Agência Universal Press Syndicate, por se recusar a comercializar as personagens.
Admire-se a posição personalizada do autor, lamente-se o desaparecimento das suas personagens.
BILL WATTERSON
Síntese biográfica
Bill Watterson (aliás, William B. Watterson II) nasceu em Washington, D.C., em 1958.
É licenciado em Ciências Políticas.
Foi galardoado com o troféu Reuben, por duas vezes (1986 e 1988), na qualidade de "Melhor Cartunista do Ano".
(Note-se que, em inglês dos E.U.A., os autores de cartunes e de bandas desenhadas são classificados unicamente como cartunistas ou "cartoonists").
Tertúlia BD de Lisboa - 20º Ano - 254º Encontro
Porno 2005 - Uma banda desenhada curta, autoconclusiva, de José Lopes
O Convidado Especial que vai ser alvo de incentivo público, pela parte dos participantes da Tertúlia BD de Lisboa chama-se José Lopes (*).
Como aqui no blogue já foi divulgado, é sempre na primeira 3ª feira de cada mês que se efectuam os encontros de bedéfilos na citada tertúlia.
Por conseguinte, já no próximo dia 3 de Janeiro, num restaurante do Parque Mayer, lá estará a realizar-se o 254º Encontro que, como sempre, é faseado. Assim:
1ª fase - Jantar, entre as 20h e as 21h30.
(Não é indispensável participar no jantar. Há quem lá chegue depois disso).
2ª fase - Entre as 21h30 e as 22h30.
Sorteio de peças de banda desenhada, oferecidas pelos próprios participantes.
Um bom momento de interactividade, em que as pessoas a quem calham as peças sorteadas ficam a conhecer - se por acaso ainda não conheciam - os ofertantes,e a contactar com peças de BD, revistas ou álbuns, que talvez nunca folheassem, por não fazer parte das suas preferências.
3ª fase - Conversa com o Homenageado e/ou Convidado Especial. Em seguida, entrega pelo organizador, do Diploma de Honra da Tertúlia BD de Lisboa.
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(*) O Convidado Especial da 254ª edição da Tertúlia BD de Lisboa, que assina apenas por José Lopes as suas bandas desenhadas, tem por nome completo José Carlos Moreira Lopes.
Nascido em Nampula (Moçambique), em Março de 1977, veio viver para Portugal aos quatro anos, onde adquiriu a respectiva nacionalidade.
Tem já várias bandas desenhadas publicadas, a maioria em fanzines, uma em fanálbum e outra no jornal Mundo Universitário. Títulos e anos de publicação:
As Aventuras de Alexander Search - O Arquitecto (Ag. 97)
Tales of Tomorrow - Lembra-te de mim (Nov. 01
Há uma luz que nunca se apaga (Fev. 02)
Uma mosca presa na teia de um sonho (Out. 04)
Há Alguém lá em cima que gosta de mim (Set. 05)
Neste encontro da TBDL, que se avizinha, será distribuído o nº 98 do fanzine gratuito "Tertúlia BDzine", com a sua mais recente bd A Queda.
No cucuruto deste "post" está visível/legível a banda desenhada Porno 2005, inédita até ao momento em que foi reproduzida aqui no Divulgando BD.
Isto quer dizer que, pela primeira vez, se estreia uma banda desenhada neste blogue.
Um fim-de-ano positivo, bloguística e bedefilamente falando :-)
O Convidado Especial que vai ser alvo de incentivo público, pela parte dos participantes da Tertúlia BD de Lisboa chama-se José Lopes (*).
Como aqui no blogue já foi divulgado, é sempre na primeira 3ª feira de cada mês que se efectuam os encontros de bedéfilos na citada tertúlia.
Por conseguinte, já no próximo dia 3 de Janeiro, num restaurante do Parque Mayer, lá estará a realizar-se o 254º Encontro que, como sempre, é faseado. Assim:
1ª fase - Jantar, entre as 20h e as 21h30.
(Não é indispensável participar no jantar. Há quem lá chegue depois disso).
2ª fase - Entre as 21h30 e as 22h30.
Sorteio de peças de banda desenhada, oferecidas pelos próprios participantes.
Um bom momento de interactividade, em que as pessoas a quem calham as peças sorteadas ficam a conhecer - se por acaso ainda não conheciam - os ofertantes,e a contactar com peças de BD, revistas ou álbuns, que talvez nunca folheassem, por não fazer parte das suas preferências.
3ª fase - Conversa com o Homenageado e/ou Convidado Especial. Em seguida, entrega pelo organizador, do Diploma de Honra da Tertúlia BD de Lisboa.
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(*) O Convidado Especial da 254ª edição da Tertúlia BD de Lisboa, que assina apenas por José Lopes as suas bandas desenhadas, tem por nome completo José Carlos Moreira Lopes.
Nascido em Nampula (Moçambique), em Março de 1977, veio viver para Portugal aos quatro anos, onde adquiriu a respectiva nacionalidade.
Tem já várias bandas desenhadas publicadas, a maioria em fanzines, uma em fanálbum e outra no jornal Mundo Universitário. Títulos e anos de publicação:
As Aventuras de Alexander Search - O Arquitecto (Ag. 97)
Tales of Tomorrow - Lembra-te de mim (Nov. 01
Há uma luz que nunca se apaga (Fev. 02)
Uma mosca presa na teia de um sonho (Out. 04)
Há Alguém lá em cima que gosta de mim (Set. 05)
Neste encontro da TBDL, que se avizinha, será distribuído o nº 98 do fanzine gratuito "Tertúlia BDzine", com a sua mais recente bd A Queda.
No cucuruto deste "post" está visível/legível a banda desenhada Porno 2005, inédita até ao momento em que foi reproduzida aqui no Divulgando BD.
Isto quer dizer que, pela primeira vez, se estreia uma banda desenhada neste blogue.
Um fim-de-ano positivo, bloguística e bedefilamente falando :-)
quinta-feira, dezembro 29, 2005
Príncipe Valente - A melhor edição portuguesa
Capa do volume relativo ao período 1937-38, onde se inicia a saga "Príncipe Valente Nos Tempos do Rei Arthur"
Já escrevi no jornal Mundo Universitário, acerca desta edição da obra Príncipe Valente, sob chancela de Livros de Papel, uma crítica que mereceu ser reproduzida no que foi o primeiro volume editado.
Mas seria uma lacuna incompreensível deste blogue "Divulgando BD" se nele não ficasse prova insofismável do meu apreço pela surpreendente edição portuguesa de uma das mais extensas sagas plasmadas em narração figurativa, sob o título original de Prince Valiant In the Days of King Arthur.
Inigualável trabalho a ser levado a cabo sob responsabilidade do estudioso e faneditor Manuel Caldas - com o apoio logístico e financeiro de José Manuel Vilela, livreiro e alfarrabista de Lisboa -, Príncipe Valente Nos Tempos do Rei Arthur (título que, mais do que traduzido, foi ligeiramente interpretado, mas não traído), a superior qualidade gráfica dos três volumes já editados é bem demonstrativa do rigor e da exigência de Caldas enquanto editor, e da paixão que ele permanentemente votou, no papel de leitor, à obra-prima realizada por Harold Rudolf Foster.
As aventuras, inseridas em ambiente medievo, deste valente príncipe, sempre mereceram de Manuel Caldas a sua incondicional admiração - desde a tenra idade em que as conheceu nas páginas coloridas do entretanto desaparecido jornal portuense Primeiro de Janeiro -, e até já lhe dedicou o extenso e bem documentado livro Foster e Val, há alguns anos editado por ele próprio.
Inconformado, todavia, no que concerne ao registo visual dessas aventuras em terras lusitanas, um tanto pelo facto de as várias edições sempre terem ficado inconclusas, mas em especial pela deficiente impressão que todas tiveram, Manuel Caldas há muito que ansiava ser ele próprio a editar algo que não deturpasse a beleza das imagens que imenso o fascinaram, desde o primeiro momento em que as viu.
E assim aconteceu que, de repente, no decorrer deste ano de 2005, assistiram com júbilo todos os apreciadores dos Clássicos da Banda Desenhada, ao explodir dos resultados da tarefa homérica a que Manuel Caldas, lá discretamente escondido na Póvoa de Varzim, meteu ombros, traduzindo as legendas, restaurando as pranchas, fazendo o grafismo das capas sob desenhos de Hal Foster, escrevendo a estupenda introdução, mais as preciosas anotações no fim de cada volume, onde esmiuça as falhas, ou evidencia as qualidades, de cada vinheta, de cada imagem, de cada pormenor.
Saravá, amigo Manuel Caldas.
Já escrevi no jornal Mundo Universitário, acerca desta edição da obra Príncipe Valente, sob chancela de Livros de Papel, uma crítica que mereceu ser reproduzida no que foi o primeiro volume editado.
Mas seria uma lacuna incompreensível deste blogue "Divulgando BD" se nele não ficasse prova insofismável do meu apreço pela surpreendente edição portuguesa de uma das mais extensas sagas plasmadas em narração figurativa, sob o título original de Prince Valiant In the Days of King Arthur.
Inigualável trabalho a ser levado a cabo sob responsabilidade do estudioso e faneditor Manuel Caldas - com o apoio logístico e financeiro de José Manuel Vilela, livreiro e alfarrabista de Lisboa -, Príncipe Valente Nos Tempos do Rei Arthur (título que, mais do que traduzido, foi ligeiramente interpretado, mas não traído), a superior qualidade gráfica dos três volumes já editados é bem demonstrativa do rigor e da exigência de Caldas enquanto editor, e da paixão que ele permanentemente votou, no papel de leitor, à obra-prima realizada por Harold Rudolf Foster.
As aventuras, inseridas em ambiente medievo, deste valente príncipe, sempre mereceram de Manuel Caldas a sua incondicional admiração - desde a tenra idade em que as conheceu nas páginas coloridas do entretanto desaparecido jornal portuense Primeiro de Janeiro -, e até já lhe dedicou o extenso e bem documentado livro Foster e Val, há alguns anos editado por ele próprio.
Inconformado, todavia, no que concerne ao registo visual dessas aventuras em terras lusitanas, um tanto pelo facto de as várias edições sempre terem ficado inconclusas, mas em especial pela deficiente impressão que todas tiveram, Manuel Caldas há muito que ansiava ser ele próprio a editar algo que não deturpasse a beleza das imagens que imenso o fascinaram, desde o primeiro momento em que as viu.
E assim aconteceu que, de repente, no decorrer deste ano de 2005, assistiram com júbilo todos os apreciadores dos Clássicos da Banda Desenhada, ao explodir dos resultados da tarefa homérica a que Manuel Caldas, lá discretamente escondido na Póvoa de Varzim, meteu ombros, traduzindo as legendas, restaurando as pranchas, fazendo o grafismo das capas sob desenhos de Hal Foster, escrevendo a estupenda introdução, mais as preciosas anotações no fim de cada volume, onde esmiuça as falhas, ou evidencia as qualidades, de cada vinheta, de cada imagem, de cada pormenor.
Saravá, amigo Manuel Caldas.
quarta-feira, dezembro 28, 2005
Quim e Manecas, de Stuart, festejam Natal
Esta sequência de índole natalícia, foi publicada, tal como as outras duas que ilustram o presente "post", no "Pajem", suplemento da revista "Cavaleiro Andante", na derradeira fase da série, entre 1952 e 1953
Sim, de facto o Natal já passou. Mas, ao folhear um álbum em que foram reeditadas, pelo Clube Português de Banda Desenhada - CPBD, algumas peripécias daquela famosa dupla da banda desenhada portuguesa, deparou-se-me a sequência aqui reproduzida, em que se vêem Quim e Manecas à volta de uma árvore de Natal. Não resisti a falar deles, já que os ecos da recente época natalícia ainda não se extinguiram totalmente.
Mas também porque, afinal, neste ano de 2005 perfazem-se noventa anos que aquela famosa série foi iniciada, o que aconteceu em 1915 (bom, eu deveria ter comemorado a efeméride em 21 de Janeiro, data em que a série se mostrou pela primeira vez, mas por essa altura eu ainda não tinha o blogue...).
Manecas, corajoso, atrevido e com carradas de imaginação, prega uma incrível partida ao amigo Quim, se calhar para este não se armar em respeitável senhor a ler um jornal
Quim e Manecas
Este "gag" cheio de imaginação,em que apenas participa Manecas, tem a particularidade de se ver a assinatura de Stuart na primeira vinheta
Sim, de facto o Natal já passou. Mas, ao folhear um álbum em que foram reeditadas, pelo Clube Português de Banda Desenhada - CPBD, algumas peripécias daquela famosa dupla da banda desenhada portuguesa, deparou-se-me a sequência aqui reproduzida, em que se vêem Quim e Manecas à volta de uma árvore de Natal. Não resisti a falar deles, já que os ecos da recente época natalícia ainda não se extinguiram totalmente.
Mas também porque, afinal, neste ano de 2005 perfazem-se noventa anos que aquela famosa série foi iniciada, o que aconteceu em 1915 (bom, eu deveria ter comemorado a efeméride em 21 de Janeiro, data em que a série se mostrou pela primeira vez, mas por essa altura eu ainda não tinha o blogue...).
Manecas, corajoso, atrevido e com carradas de imaginação, prega uma incrível partida ao amigo Quim, se calhar para este não se armar em respeitável senhor a ler um jornal
Quim e Manecas
Este "gag" cheio de imaginação,em que apenas participa Manecas, tem a particularidade de se ver a assinatura de Stuart na primeira vinheta
terça-feira, dezembro 27, 2005
Postais de Natal e Ano Novo
José Pires todos os anos, pelo Natal, monta o seu cavalo de pau, e visita os amigos, mas desta vez aconteceu-lhe um percalço só possível pela sua bem humorada imaginação
Um engraçado episódio protagonizado pelo "Pai Natal", em duas vinhetas, demonstrativas do humor de Pedro Massano.
Mota aproveita a sua personagem preferida, a "Ave Rara", para a enviar, com votos amigáveis, em breve voo natalício
Composição de J. Mascarenhas, em que aparece a sua personagem de referência, o "Menino Triste", tendo no verso o texto de votos do autor e da Cris Lou, sua argumentista preferida:-)
Linóleo da autoria de José Ruy, reproduzido em papel azul,com o texto no verso
Imagem de personagem extraída da obra "A Verdadeira História de Portugal", da autoria de Ricardo Ferrand
Reproduzo, nas imagens acima, alguns dos postais que recebi na ponta final deste Dezembro de 2005, a desejarem-me felicidades para o Natal e Ano Novo.
Agradeço aos amigos que mos enviaram, e a todos aqueles que também me fizeram chegar, por e-mail, os seus votos, ilustrados ou não.
Retribuo (com a reprodução de um postal onde consta a minha imagem caricaturada por Ricardo Ferrand), desejando a todos um Novo Ano com plena saúde e boa banda desenhada.
Um engraçado episódio protagonizado pelo "Pai Natal", em duas vinhetas, demonstrativas do humor de Pedro Massano.
Mota aproveita a sua personagem preferida, a "Ave Rara", para a enviar, com votos amigáveis, em breve voo natalício
Composição de J. Mascarenhas, em que aparece a sua personagem de referência, o "Menino Triste", tendo no verso o texto de votos do autor e da Cris Lou, sua argumentista preferida:-)
Linóleo da autoria de José Ruy, reproduzido em papel azul,com o texto no verso
Imagem de personagem extraída da obra "A Verdadeira História de Portugal", da autoria de Ricardo Ferrand
Reproduzo, nas imagens acima, alguns dos postais que recebi na ponta final deste Dezembro de 2005, a desejarem-me felicidades para o Natal e Ano Novo.
Agradeço aos amigos que mos enviaram, e a todos aqueles que também me fizeram chegar, por e-mail, os seus votos, ilustrados ou não.
Retribuo (com a reprodução de um postal onde consta a minha imagem caricaturada por Ricardo Ferrand), desejando a todos um Novo Ano com plena saúde e boa banda desenhada.
segunda-feira, dezembro 26, 2005
Autógrafos desenhados (I) - Aragonés
Estes desenhos originais pertencem à minha primeira "colheita" de "autógrafos-desenhados", oferecidos por autores estrangeiros.
Foi com emoção e orgulho que vi fazer estes desenhos por Sergio Aragonés, em 1980, no evento "Lucca 14 - Salone Internazionale dei Comics, del Cinema d'Animazione e dell'Illustrazione".
Note-se que, apesar de os italianos chamarem, à banda desenhada,"fumetto", no singular, e "fumetti" (fumos), no plural, os organizadores de eventos preferem a expressão anglófona "comics".
O Salão de Banda Desenhada de Lucca, em Itália, foi o primeiro dos eventos bedéfilos, e é hoje o decano entre os seus congéneres. Também foi onde debutei neste tipo de acontecimentos ligados à BD.
Entretanto mudou de nome, passou a ser Festival Internazionale del Fumetto, del Gioco e dell'Illustrazione, embora seja mais conhecido por Lucca Comics & Games, e continua a ser realizado na pequena e vetusta Lucca, cidade de aspecto medieval, dentro de muralhas, situada entre Pisa e Florença.
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ARAGONÉS
Foi com emoção e orgulho que vi fazer estes desenhos por Sergio Aragonés, em 1980, no evento "Lucca 14 - Salone Internazionale dei Comics, del Cinema d'Animazione e dell'Illustrazione".
Note-se que, apesar de os italianos chamarem, à banda desenhada,"fumetto", no singular, e "fumetti" (fumos), no plural, os organizadores de eventos preferem a expressão anglófona "comics".
O Salão de Banda Desenhada de Lucca, em Itália, foi o primeiro dos eventos bedéfilos, e é hoje o decano entre os seus congéneres. Também foi onde debutei neste tipo de acontecimentos ligados à BD.
Entretanto mudou de nome, passou a ser Festival Internazionale del Fumetto, del Gioco e dell'Illustrazione, embora seja mais conhecido por Lucca Comics & Games, e continua a ser realizado na pequena e vetusta Lucca, cidade de aspecto medieval, dentro de muralhas, situada entre Pisa e Florença.
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ARAGONÉS
Síntese biobibliográfica
Sergio Aragonés nasceu em 1937 em Castellon, Espanha.
Em 1997 foi galardoado com o "Reuben Award", troféu que equivale, na Banda Desenhada, ao Óscar no Cinema.
Para além do valor simbólico deste prémio, sublinhe-se o facto de Aragonés ser o primeiro autor independente, e não nascido nos Estados Unidos, a receber o citado galardão, criado em 1946.
Sergio Aragonés tem como obra de referência "Groo, the Wanderer".
sábado, dezembro 24, 2005
Blogues, sítios e portais portugueses sobre Banda Desenhada - Os meus favoritos (II) - "Kuentro"
O "Kuentro" é um blogue com tendência para "paparazzo", um dos que se destaca nesse aspecto dentro da blogosfera bedéfila. Isto sem sentido depreciativo, apenas porque, como se sabe, os "paparazzi" estão na constante tarefa de fotografar tudo e todos.
Exactamente o que faz Jorge Machado-Dias. Ou, por vezes, alguém por ele: o Dâmaso Afonso, o João Monsanto, em suma, quem quer que seja que tenha à mão máquina fotográfica, e que lhe forneça material visual para ilustrar o blogue.
Essa é uma das facetas do "Kuentro", mas não seria razão suficiente para o eleger como merecedor de destaque na minha presente ronda por esta específica blogosfera. Na realidade, nota-se nos textos, que o mentor daquele blogue é também atento observador da cena BD, pormenor visível em muitos "posts".
Como editor que é do "BDjornal", ele aproveita a oportunidade para o divulgar. O mesmo que faz em relação à minha "Tertúlia BD de Lisboa", de que é assíduo participante.
O blogue "Kuentro", iniciado no Verão de 2003, já se pode considerar antigo - tendo em conta a relativamente curta vida da blogosfera nacional. Todavia, só está visível desde Outubro de 2004, porque o "blogger" teve um problema qualquer, que não vem ao caso, e apagou todos os "posts" anteriores.
Para quem ouve falar de pessoas em foco na BD - autores, editores, críticos, estudiosos e divulgadores - e não as conhece, o "Kuentro, tem o mérito, entre outros, de mostrar-lhes as imagens delas, em instantâneos. Nem sempre os mais favoráveis, "hélas"...
Seja como for, se quiserem visitar o Kuentro - há lá muita coisa para ver/ler - o endereço é:
http://kuentro.weblog.com.pt/
sexta-feira, dezembro 23, 2005
Banda Desenhada na Internet (Portugal) - Blogues, sítios e portais de BD - de A a Z - Os meus favoritos (I) - "Mania dos Quadradinhos"
Antes de mais, a minha opinião: um excelente blogue. Por outro lado, um comentário, não depreciativo, mas que não posso deixar de fazer.
Este é um dos vários blogues que, teimosamente, insistem em preservar a antiga expressão portuguesa, muito bonita inquestionavelmente, mas com um aspecto algo perverso: mantém uma conotação vagamente infantil, que a expressão "Banda Desenhada" tende a ultrapassar no espírito dos não especialistas.
Coordenado e redigido por Rezendes, este blogue tem atraente apresentação, onde o fundo negro faz realçar as imagens de fotos e desenhos.
Rezendes (de que sei o resto do nome, mas que não tenho o direito de mencionar), é alguém que conheço há muitos anos. Como sócio-fundador que fui do Clube Português de Banda Desenhada - CPBD, e, por conseguinte, presença habitual durante muitos anos na sede da colectividade, ali o conheci.
Rezendes chegou a encarregar-se, sozinho, da feitura de um número do "Boletim do CPBD" e organizou, creio que sem quaisquer ajudas, uma exposição de banda desenhada em Santo António dos Cavaleiros, local onde residia (reside?) e onde exercia (exerce?) a função de professor.
Voltando ao blogue: quanto aos textos, ali se incluem notas biográficas sobre autores e "heróis", não se furtando o bloguista de ir buscar nomes pouco conhecidos dos bedéfilos mais novos, ou daqueles que só têm olhos para os super-heróis e para as personagens das "mangás".
Exemplificando, um dos "posts" mais recentes tem a ver com José Cabrero Arnal - autor espanhol clássico, mas celebrizado em França -, especialista dum género habitualmente pouco valorizado, o cómico animalista, e as respectivas personagens, o cão Pif e o gato Hercule.
Deslizando ao longo do blogue - bastante extenso, mas sempre com múltiplos motivos de interesse para qualquer bedéfilo -, é fácil encontrar artigos bem documentados sobre séries famosas, designadamente The Katzenjammer Kids, personagens conhecidas em Portugal sob vários nomes (Necas, Tonecas, Barbaças e Leocádia, ou Sobrinhos do Capitão, por exemplo), criados ao sabor da imaginação dos editores das várias revistas de banda desenhada onde as suas peripécias foram reproduzidas.
Tratando-se de alguém com cultura abrangente, o "blogger" Rezendes fala igualmente de Cinema, pelo menos quando as personagens também foram "heróis" da BD - caso de Roy Rogers, entre outros.
Completa o blogue uma extensa lista de "weblogs" e "sites", portugueses e estrangeiros, dedicados à Narração Figurativa (vulgo Banda Desenhada), que demonstram a forma atenta, especializada e selectiva com que o bloguista Rezendes observa o universo dos Quadradinhos.
Vale a pena visitar a Mania dos Quadradinhos no endereço
http://quadradinhos.blogspot.com/
quinta-feira, dezembro 22, 2005
Castelos na Banda Desenhada (IV) - Fictício - Autor: Harold Foster
Castelo de Camelot,imaginado por Harold Foster, na sua obra Príncipe Valente Nos Tempos do rei Arthur, reproduzida na prancha datada de 19 de Junho de 1936.
A vinheta que aqui se mostra foi extraída do terceiro volume editado (sendo todavia o primeiro na ordem cronológica da obra de Hal Foster), publicado pela editora "Livros de Papel", pertencente a Manuel Caldas e José Manuel Vilela.
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"Post" remissivo
Neste tema Castelos na Banda Desenhada podem ser vistos os seguintes textos:
(I) Fictício- Autor: António Vaz Pereira;
(II) Faro - Autor: José Garcês
(III) Trancoso - Autor: Santos Costa
quarta-feira, dezembro 21, 2005
Críticas e Notícias sobre BD na Imprensa (X) - "Banda Desenhada", no jornal Diário As Beiras
Atenção: para ampliar devidamente este recorte e permitir a leitura, são necessárias duas acções: 1ª - clicar em cima, como é habitual; 2ª - Mantendo o cursor em cima desta primeira ampliação, esperar que apareça, no canto inferior direito, um ícone (quadrado, de cor alaranjada, com quatro setas azuis, uma em cada ângulo do quadrado) e clicar-lhe em cima.
Coordenada e redigida por João Miguel Lameiras, a rubrica "Banda Desenhada" teve início a 14 de Maio de 1994, e é publicada nas edições de sábado do jornal "Diário As Beiras" (a sede é em Taveiro), com distribuição mais visível em Coimbra.
De carácter abrangente, os textos de Lameiras tanto podem falar de festivais de BD (nacionais e estrangeiros), como fazer crítica a obras de autores estrangeiros e portugueses.
É exactamente sobre o que se vai editando entre nós, tanto na área das editoras profissionais como na dos editores amadores (faneditores), que incide o mais recente texto a que tive acesso, no jornal publicado em 10 de Dezembro.
No artigo reproduzido neste "post", o crítico/divulgador coimbrão aponta para o aparecimento,em datas recentes, de "um punhado de autores portugueses a mostrar que, afinal, a BD nacional continua viva".
Como prova do que afirma, Lameiras refere o regresso de José Carlos Fernandes, com o 5º volume da Pior Banda do Mundo, mais uma incursão do veterano José Garcês pela BD de temática histórica, com a História de Faro, e saúda Miguel Rocha que, após uma ausência de dois anos, está de novo visível com o volume O Tempo das Papoilas, onde se reúnem duas histórias, sendo uma a Borda de Água (que Lameiras classifica como o melhor e mais equilibrado trabalho de Rocha), e Um Passeio no Campo, "mais uma história de iniciação, passada no ambiente da lezíria ribatejana onde o autor viveu a sua infância", conforme palavras do crítico.
Um espaço literário/bedéfilo que se recomenda a quem tiver acesso ao jornal. É pena que não seja distribuído em Lisboa, mas quem tiver algum amigo em Coimbra, pode tentar obter o exemplar de sábado. Vale a pena o esforço.
Coordenada e redigida por João Miguel Lameiras, a rubrica "Banda Desenhada" teve início a 14 de Maio de 1994, e é publicada nas edições de sábado do jornal "Diário As Beiras" (a sede é em Taveiro), com distribuição mais visível em Coimbra.
De carácter abrangente, os textos de Lameiras tanto podem falar de festivais de BD (nacionais e estrangeiros), como fazer crítica a obras de autores estrangeiros e portugueses.
É exactamente sobre o que se vai editando entre nós, tanto na área das editoras profissionais como na dos editores amadores (faneditores), que incide o mais recente texto a que tive acesso, no jornal publicado em 10 de Dezembro.
No artigo reproduzido neste "post", o crítico/divulgador coimbrão aponta para o aparecimento,em datas recentes, de "um punhado de autores portugueses a mostrar que, afinal, a BD nacional continua viva".
Como prova do que afirma, Lameiras refere o regresso de José Carlos Fernandes, com o 5º volume da Pior Banda do Mundo, mais uma incursão do veterano José Garcês pela BD de temática histórica, com a História de Faro, e saúda Miguel Rocha que, após uma ausência de dois anos, está de novo visível com o volume O Tempo das Papoilas, onde se reúnem duas histórias, sendo uma a Borda de Água (que Lameiras classifica como o melhor e mais equilibrado trabalho de Rocha), e Um Passeio no Campo, "mais uma história de iniciação, passada no ambiente da lezíria ribatejana onde o autor viveu a sua infância", conforme palavras do crítico.
Um espaço literário/bedéfilo que se recomenda a quem tiver acesso ao jornal. É pena que não seja distribuído em Lisboa, mas quem tiver algum amigo em Coimbra, pode tentar obter o exemplar de sábado. Vale a pena o esforço.
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Imprensa - Críticas e notícias sobre BD
segunda-feira, dezembro 19, 2005
Tertúlia BD de Natal de 2005
Na realidade, o que vai acontecer amanhã, na Tertúlia BD de Lisboa, é apenas um jantar de Natal, embora em local diferente do poiso que é usado durante o resto do ano. Apenas se mantém o nome de tertúlia porque há um elemento fundamental nesta reunião: toda a gente que lá vai tem em comum o gosto pela banda desenhada, quer seja autor (desenhador ou argumentista), editor, crítico, estudioso, divulgador, coleccionador ou apenas (mas o mais importante, afinal) leitor.
Em conformidade com o critério estabelecido há já alguns anos nos nossos encontros natalícios, não vai haver Homenageado nem Convidado Especial, que é a componente essencial para a qual foi criada esta tertúlia. Não havendo nenhum autor/artista de BD, consagrado (ou apenas já veterano) nesse dia para homenagearmos, ou um jovem (ou, não sendo já muito jovem, ainda demasiado novo para ser homenageado), neste caso para incentivarmos, não se cumpre a razão essencial da existência da Tertúlia BD de Lisboa.
Como sabem todos quantos já alguma vez participaram nesta variante "tertúlia de Natal" (esta realizada sempre na terceira 3ª feira de Dezembro), todos os participantes oferecem, para ser sorteada, uma qualquer peça, considerada como prenda de Natal.
Pode ser um álbum, uma revista, um fanzine.
Ou até qualquer objecto (emblema, miniatura, porta-chaves, t-shirt) que reproduza personagens de banda desenhada.
Também são admitidos desenhos originais.
(Para esta última hipótese, não são aceites desenhos improvisados "ao momento" nas toalhas de papel).
O sorteio colectivo das prendas contempla todos os participantes que, obviamente, saem da tertúlia com uma peça diferente da que ofereceram.
Esta tertúlia de Natal realiza-se sempre em restaurantes diferentes. Mas têm prioridade para nela participar os "tertulianos" mais assíduos.
Em conformidade com o critério estabelecido há já alguns anos nos nossos encontros natalícios, não vai haver Homenageado nem Convidado Especial, que é a componente essencial para a qual foi criada esta tertúlia. Não havendo nenhum autor/artista de BD, consagrado (ou apenas já veterano) nesse dia para homenagearmos, ou um jovem (ou, não sendo já muito jovem, ainda demasiado novo para ser homenageado), neste caso para incentivarmos, não se cumpre a razão essencial da existência da Tertúlia BD de Lisboa.
Como sabem todos quantos já alguma vez participaram nesta variante "tertúlia de Natal" (esta realizada sempre na terceira 3ª feira de Dezembro), todos os participantes oferecem, para ser sorteada, uma qualquer peça, considerada como prenda de Natal.
Pode ser um álbum, uma revista, um fanzine.
Ou até qualquer objecto (emblema, miniatura, porta-chaves, t-shirt) que reproduza personagens de banda desenhada.
Também são admitidos desenhos originais.
(Para esta última hipótese, não são aceites desenhos improvisados "ao momento" nas toalhas de papel).
O sorteio colectivo das prendas contempla todos os participantes que, obviamente, saem da tertúlia com uma peça diferente da que ofereceram.
Esta tertúlia de Natal realiza-se sempre em restaurantes diferentes. Mas têm prioridade para nela participar os "tertulianos" mais assíduos.
sexta-feira, dezembro 16, 2005
Bocage - Homenagem pela Banda Desenhada
Prancha da autoria de Manuel Ferreira (desenho) e Maria das Mercês de Mendonça Soares (argumento), na revista "Camarada" - 2ª série, nº6, 8º ano, 20 de Março de 1965
Durante o corrente ano de 2005 houve várias homenagens ao vate setubalense Bocage. Ainda há pouco visitei uma exposição que lhe era dedicada na Biblioteca Municipal Luís de Camões, em Lisboa.
São merecidas todas as homenagens, e este bloguista resoveu associar-se com o presente "post".
Duzentos anos após a morte de Manuel Maria Hedois Barbosa du Bocage, nascido em Setúbal em 1765, falecido em Lisboa quarenta anos depois, corria o ano de 1805, também a blogosfera e a Banda Desenhada lhe dedicam um tempo, umas imagens e umas palavras de preito e homenagem, simultaneamente.
Aqui o bloguista, na adolescência, fez uns cadernos, manuscritos em letra desenhada, com as poesias que mais o impressionavam.
Uma dessas poesias foi um soneto de Bocage, que tomo a liberdade de "recitar", e gostaria que os meus invisíveis amigos o relessem.
[JÁ BOCAGE NÃO SOU... À COVA ESCURA]
Já Bocage não sou!...À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento
Eu aos céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.
Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa... Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse pura!
Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:
Outro Aretino fui... A santidade
Manchei... Oh! Se me creste, gente ímpia
Rasga meus versos, crê na eternidade!
Durante o corrente ano de 2005 houve várias homenagens ao vate setubalense Bocage. Ainda há pouco visitei uma exposição que lhe era dedicada na Biblioteca Municipal Luís de Camões, em Lisboa.
São merecidas todas as homenagens, e este bloguista resoveu associar-se com o presente "post".
Duzentos anos após a morte de Manuel Maria Hedois Barbosa du Bocage, nascido em Setúbal em 1765, falecido em Lisboa quarenta anos depois, corria o ano de 1805, também a blogosfera e a Banda Desenhada lhe dedicam um tempo, umas imagens e umas palavras de preito e homenagem, simultaneamente.
Aqui o bloguista, na adolescência, fez uns cadernos, manuscritos em letra desenhada, com as poesias que mais o impressionavam.
Uma dessas poesias foi um soneto de Bocage, que tomo a liberdade de "recitar", e gostaria que os meus invisíveis amigos o relessem.
[JÁ BOCAGE NÃO SOU... À COVA ESCURA]
Já Bocage não sou!...À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento
Eu aos céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.
Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa... Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse pura!
Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:
Outro Aretino fui... A santidade
Manchei... Oh! Se me creste, gente ímpia
Rasga meus versos, crê na eternidade!
quarta-feira, dezembro 14, 2005
Nuno Nunes - 1935/2005
Reprodução da autobiografia manuscrita, realizada por Nuno Nunes para a Tertúlia BD de Lisboa, em Outubro de 1990
Capa da revista "Camarada" - nº8 - 2ª série - 1º ano, de 29 de Março de 1958, com uma banda desenhada em cuja última vinheta aparece escrito: "Texto e desenhos de Nuno Nunes"
Nuno Nunes
Síntese biográfica
Nuno Nunes foi o nome artístico que usou para assinar as suas escassas bandas desenhadas; Nuno S. Nunes foi como apareceu identificado na ficha técnica da revista "Camarada", enquanto director artístico, primeiro, e adjunto gráfico, depois.
De nome completo Nuno Alexandre Ribeiro Simões Nunes, nasceu em Angola (Lobito) a 3 de Março de 1935, faleceu em Lisboa no passado dia 7 de Dezembro.
Como ele conta na autobiografia que propositadamente escreveu para a Tertúlia BD de Lisboa, começou cedo a fazer desenhos, e ele próprio os publicou, em 1945, naquilo que classificou de "jornal infantil" e a que deu o título de "A Pulga", com a tiragem mínima de um exemplar.
Todavia, no que se refere a Nuno Nunes ser publicado em revista de bom nível gráfico e com boa tiragem, só aconteceu na revista "Camarada" (2ª série), em 1958.
Para dar uma amostra do estilo que ele cultivava, aqui se apresenta a reprodução do episódio cómico Histórias do meu amigo Matias, na capa/1ª página da revista "Camarada", datada de 29 de Março de 1958.
Nuno Nunes foi homenageado duas vezes na Tertúlia BD de Lisboa.
A primeira, como autor/artista de banda desenhada, em Outubro de 1990.
A segunda, em Julho de 1996, na sua qualidade de director artístico da revista "Camarada" (2ª série), no ciclo "Editores, Directores Artísticos, Orientadores Gráficos, Chefes de Redacção e Coordenadores de revistas de banda desenhada", levado a efeito naquela tertúlia.
Capa da revista "Camarada" - nº8 - 2ª série - 1º ano, de 29 de Março de 1958, com uma banda desenhada em cuja última vinheta aparece escrito: "Texto e desenhos de Nuno Nunes"
Nuno Nunes
Síntese biográfica
Nuno Nunes foi o nome artístico que usou para assinar as suas escassas bandas desenhadas; Nuno S. Nunes foi como apareceu identificado na ficha técnica da revista "Camarada", enquanto director artístico, primeiro, e adjunto gráfico, depois.
De nome completo Nuno Alexandre Ribeiro Simões Nunes, nasceu em Angola (Lobito) a 3 de Março de 1935, faleceu em Lisboa no passado dia 7 de Dezembro.
Como ele conta na autobiografia que propositadamente escreveu para a Tertúlia BD de Lisboa, começou cedo a fazer desenhos, e ele próprio os publicou, em 1945, naquilo que classificou de "jornal infantil" e a que deu o título de "A Pulga", com a tiragem mínima de um exemplar.
Todavia, no que se refere a Nuno Nunes ser publicado em revista de bom nível gráfico e com boa tiragem, só aconteceu na revista "Camarada" (2ª série), em 1958.
Para dar uma amostra do estilo que ele cultivava, aqui se apresenta a reprodução do episódio cómico Histórias do meu amigo Matias, na capa/1ª página da revista "Camarada", datada de 29 de Março de 1958.
Nuno Nunes foi homenageado duas vezes na Tertúlia BD de Lisboa.
A primeira, como autor/artista de banda desenhada, em Outubro de 1990.
A segunda, em Julho de 1996, na sua qualidade de director artístico da revista "Camarada" (2ª série), no ciclo "Editores, Directores Artísticos, Orientadores Gráficos, Chefes de Redacção e Coordenadores de revistas de banda desenhada", levado a efeito naquela tertúlia.
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Biografias - Autores portugueses,
Nuno Nunes
terça-feira, dezembro 13, 2005
Críticas e Notícias sobre BD na Imprensa (IX) - "Coluna da Nona Arte", Jornal de Almada
Reprodução parcial da rubrica "Coluna da 9ª Arte", publicada no "Jornal de Almada" de 9 Dezembro 2005
A "Coluna da 9ª Arte" não foi a primeira rubrica sobre Banda Desenhada a publicar-se em jornais portugueses. Mas, pelo facto de estar no 22º ano de existência (data de estreia: 6 de Março de 1983), constitui, actualmente, o mais antigo espaço jornalístico do género em publicação, pese embora o escasso impacte que consegue, devido ao facto de estar inserido num semanário de índole regional, o "Jornal de Almada".
O coordenador e redactor assina por "Alfa Zulu" pseudónimo de um bedéfilo bem conhecido por outro pseudónimo, o de "Luiz Beira". Permito-me abrir a boca para dizer isto, porquanto o recorte que é reproduzido no cabeçalho deste "post" tem a caricatura do dito cujo "Alfa Zulu", mas quem conhece o "Luiz Beira" sabe que o retrato/caricatura (da autoria de Eugénio Silva) até está parecido com o original.
Ao longo dos anos, o citado crítico e divulgador, e também animador cultural (foi ele o fundador do GBS-Grupo Bedéfilo Sobredense, responsável pelo evento Sobreda BD) criticou/divulgou obras de BD nacionais e estrangeiras, entrevistou autores, maioritariamente portugueses, mas também de outras nacionalidades, fez crónicas e reportagens.
Em suma, trata-se de um esforçado bedéfilo, com acção meritória no panorama da divulgação da BD Portuguesa.
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Imprensa - Críticas e notícias sobre BD
segunda-feira, dezembro 12, 2005
Jornais com Banda Desenhada (I) - Mundo Universitário - 5 Dez.- BD de Álvaro
Como sabem os estudantes universitários que costumam retirar - do móvel distribuidor azul no átrio de entrada da sua Faculdade - um exemplar do quinzenário gratuito Mundo Universitário, há sempre uma banda desenhada, a cores (aliás, o jornal é todo impresso em policromia) na penúltima página, coordenada por este mesmo bloguista.
Quem sacar um exemplar (qualquer pessoa o pode fazer) irá encontrar a banda desenhada que está reproduzida logo a seguir ao cabeçalho deste "post".
A autoria completa (argumento e desenho) é de Álvaro, que assim passa a ser o primeiro autor a repetir a colaboração.
Aliás, gostaria que ficasse claro por que motivo os autores são sempre diferentes: é porque conheço dezenas de autores de BD, novos e veteranos, que raramente têm tido oportunidade de colaborar em qualquer publicação, e vejo que acolhem com satisfação o meu convite.
Por outro lado, considero agradável, para os habituais leitores do Mundo Universitário, esta diversidade. Umas vezes gostarão mais de um autor do que do anterior, mas não poderão deixar de reconhecer que, por este critério, estão a tomar conhecimento com diversos autores e variados estilos gráficos.
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Álvaro
Síntese biobibliográfica
Nome completo: Álvaro José Teixeira Santos. Naturalidade: Parede. Data de nascimento: Agosto de 1970. Habilitações literárias: Licenciado em Arquitectura. Ocupação: Actividade docente.
Currículo artístico em síntese: Tem bandas desenhadas distribuídas por várias publicações.
Por exemplo: no BDN, suplemento infantil do jornal "Diário de Notícias" (1990), no semanário "Sete" (1993), no álbum de que foi editautor, As Insustentáveis Incompatibilidades dos Seres (1998), colaborou com cartunes e bedês no "site" "Interdinamica" (sem acento circunflexo), e nos seus próprios fanzines "A Vida Não Deve Ser Aqui", "As Insustentáveis Conformidade dos Seres", "Bunker" e "Marco Mendes", em 1999 e 2000.
Colabora em fanzines de outros faneditores (do G.L., por exemplo). Para o "Tertúlia BDzine" cria o Xatoman, onde são publicados vários episódios daquele anti-super-herói, em 2000 e 2001.
Faz uma sequência para o fanzine "Cadavre Exquis aliás Cadáver Esquisito", e desenha repentisticamente, à mesa do restaurante onde se realiza a "Tertúlia BD de Lisboa", um cartune que será reproduzido no fanzine (género "slimzine") "Improvisos na toalha de mesa"; faz também duas tiras para o fanálbum "Novas 'fitas' de Juca e Zeca", e participa, com uma bd a cores, em formato A3, no fanzine "Efeméride".
Neste jornal Mundo Universitário é ele quem inicia o espaço de Banda Desenhada, a 6 de Dezembro de 2004, com a bd autoconclusiva Espírito de Natal. Um ano mais tarde (já passou um ano, ups!), repete a dose, com a bd que pode ser visionada lá no cocuruto do "post".
Álvaro passou a ser, a partir da mais recente edição do Mundo Universitário (nº27, de 5 Dez.), o único autor de BD - ou banda-desenhista, se preferirem - a ter direito, até agora, a repetir colaboração.
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Quem estiver interessado em conhecer a lista de autores/artistas que colaboraram até hoje naquele quinzenário, pode ver neste blogue o "post" de 29 Nov.05.
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Este texto constitui colaboração "pro bono" deste bloguista para o jornal gratuito Mundo Universitário.
domingo, dezembro 11, 2005
Língua Portuguesa em mau estado: na BD, no "Cartoon" e na Internet (IV) - "Benvindos" (??)
Benvindos, não! Bem-vindos, sim.
Como costumo dizer, os artistas (da banda desenhada, do "cartoon", da música, e não só) envolvem-se profundamente no seu universo de criatividade, e desligam-se de pormenores que talvez lhes não mereçam tanta consideração, como será o caso da língua portuguesa.
Terá sido isso que aconteceu com Zé Paulo, na página inicial de A Família Slacqç, publicada no nº 12 da revista de banda desenhada Visão (Maio de 1976), onde, como se pode ver na imagem digitalizada, aparece escrito em subtítulo "4º Episódio - Wilkommen! Benvindos!"
Ora o vocábulo "Benvindo", ou "Benvinda", só existe como nome próprio, em especial no feminino. A forma correcta de escrever é "bem-vindo" (ou "bem-vindos").
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"Post" remissivo
Deste mesmo tema há 3 "posts" afixados anteriormente, nas seguintes datas:
Out. 27 - "vê-mo-nos"; Nov.12 - "pareçe"; "esqueçendo"; Nov. 28 - "gingeira"
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Lingua (Língua) portuguesa em mau estado
VISÃO - revista de Banda Desenhada, 1975-76 (II)
Continuando a análise da trajectória da revista, mas dando um salto para o sexto número, verifica-se que a capa, ilustrada por Pedro (Pedro Massano), apresenta a data de 15 de Junho, mas no editorial são pedidas desculpas pelo enorme atraso, o que significa que apareceu no mercado bem mais tarde.
Nesse mesmo texto são avisados os leitores de que, devido a problemas económicos e outros a nível de entendimento (desentendimento, se calhar seria mais o caso), iria ser aproveitado o mês de Agosto para reestruturar a actividade interna da editora Edibanda - Sociedade Editorial de Banda Desenhada, Lda., entidade sediada em Lisboa, de existência tão efémera quanto a respectiva revista.
O interregno foi maior do que o previsto. O nº7 tem a data de 10 de Outubro. O nº8, de 10 de Novembro, respeita a nova periodicidade mensal. Mas o nº9 só sairia a 20 de Janeiro de 1976. A partir do nº10, datado de Fevereiro, os responsáveis da revista, surpreendem os leitores - e os estudiosos de hoje - ao passarem a classificar a publicação como álbum, vocábulo que aparece na capa nessa edição, e continua presente nos restantes números: 11 (Abril)e 12 (Maio), ambos de 1976.
No que se refere a autores/artistas revelados, além dos já citados na primeira parte deste artigo (Victor Mesquita, Zé Paulo, Carlos Barradas, Zepe, Pedro, André e o argumentista Machado da Graça), que pontificam no número de estreia, haverá que citar mais alguns nomes de elevada qualidade: Duarte (José Luís Duarte), Lobinho (Isabel Lobinho), Pilar (António Pilar) e Corujo Zíngaro (Carlos "Zíngaro", hoje músico conceituado), entre vários outros autores de menor dimensão.
Nota para os bloguistas:
Este 2º artigo sobre a revista "Visão" ainda não completa o trabalho encetado no "post" anterior, que continuará com mais um texto e, seguidamente, com a publicação de notas biográficas relativas a alguns dos autores/artistas que nela colaboraram.
sábado, dezembro 10, 2005
VISÃO, revista de Banda Desenhada, 1975-76 - (I)
Foi há trinta anos, contas redondas, que surgiu a revista "Visão". A capa apresentava o subtítulo: "Para uma nova Banda Desenhada Portuguesa", que constituia a finalidade programática dos seus mentores e colaboradores.
Lançada em 1 de Abril de 1975, prometia sair nos "dias 1 e 15 de cada mês", ou seja, a periodicidade previa-se quinzenal. Apresentava-se em formato tipo B4, em papel "couché" de elevada gramagem, com capa e contracapa a cores, enquanto o miolo, constituído por 36 páginas, alternava umas a cores com outras a preto-e-branco.
No conjunto dos apenas doze números publicados, a "Visão" constituiu uma "pedrada no charco", pelo estilo gráfico e conteúdo ficcional que nada tinha a ver com a banda desenhada a que se estava habituado nas revistas portuguesas.
O desenho da capa do nº1 - uma imagem relacionada com a bd Matei-o a 24 - estava identificado por Mesquita, nome (mais propriamente, apelido) que se repetia no cabeçalho da página três, ao lado do título Eternus 9 - Regresso do Nada, mas agora já se apresentando com o nome próprio: Victor.
Esta obra, que ficaria incompleta no conjunto dos doze números, apresentava-se em três pranchas sem palavras, suficientes para revelar um estilo que impressionava pela imaginação e beleza dos pormenores, além de se basear numa ficção com algo de esoterismo.
Victor Mesquita foi um dos autores importantes da "Visão", embora também já fosse conhecido dos leitores da revista "Mundo de Aventuras", onde debutara.
Entretanto, nesse número inicial da novel revista, apareciam os primeiros colaboradores sob nomes ou psedónimos que a maioria dos bedéfilos desconhecia: André, "Zepe", Zé Paulo, Carlos Barradas, e os argumentistas "Vícaro", Machado da Graça e Carlos Soares. Mas o traço e a ficção desses desconhecidos iriam gradualmente ganhando apreciadores, e vários entre eles iriam ter obras publicadas posteriormente.
André, por exemplo, tornar-se-ia conhecido a seguir pela personagem Tónius, o Lusitano, mas aqui iniciava-se com uma série humorística, a cores, que continuaria em números seguintes, intitulada Gemadinha, o herói de Pedras Baixas, sob argumento de "Vícaro" (pseudónimo de Victor Mesquita). Esta mesma dupla assinava outra bd, em apenas duas páginas, a preto-e-branco, sob o título Imundus, uma estranha alegoria.
Na página onze podia ler-se uma apresentação sob o título "Diálogo para uma nova Banda Desenhada", assinada pelas iniciais M.G. (Machado da Graça).
"Zepe" (pseudónimo ainda hoje usado por José Pedro Cavalheiro) criava um "gag" numa só prancha, a preto e branco.
Zé Paulo (José Paulo Simões) assinava Abril Águas Mil, episódio humorístico que deixava espaço para, em rodapé, apresentar a ficha técnica, onde aparecia o nome de Victor Mesquita como director, e os de Machado da Graça, José Maria André, Pedro, Nobre, Carlos Barradas, Artur Tomé, Mário António Martins e C. Soares, como colaboradores.
Clave sem Sol, banda desenhada a preto-e-branco, tinha autoria de Carlos Barradas e Carlos Soares. A qualidade dos desenhos de Barradas era absolutamente excepcional, apoiados por ficção invulgar de um ainda hoje desconhecido Carlos Soares.
Victor Mesquita, com diversificado talento e participação repetida, surge de novo no mesmo exemplar de estreia, a desenhar mais outra obra em entregas parciais, titulada Matei-o a 24, sob argumento de Machado da Graça, e em cujo conteúdo se basearia para criar uma ilustração para a capa, como já foi dito anteriormente.
As três primeiras pranchas apresentadas nesse número, a cores, mostravam o início do episódio passado em Lisboa, tendo como protagonista um homem novo, Eduardo, traumatizado por cenas ocorridas na guerra colonial. Trata-se, neste caso, de uma banda desenhada que se apresenta em estilo realista, bem conseguido.
Os Loucos da Banda, desopilante episódio em seis pranchas, a cores, escrito e desenhado por Zé Paulo, ecléctico e prolífico, e talvez também o mais "louco" entre todos os autores que se revelaram na "Visão".
Este número histórico iniciava uma fase totalmente diferente na banda desenhada portuguesa, revolucionando-a tanto ao nível temático como estilístico.
Nota para os bloguistas:
O presente trabalho sobre a "Visão" será continuado noutros "posts", incluindo notas biográficas dos autores mais representativos da revista. A partição do texto tem por finalidade evitar uma excessiva extensão).
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