sábado, fevereiro 28, 2015

Fanzines Esses Desconhecidos-Bhreu Fanzine nº 0 - Primeiro zine editado na Sertã









Bhreu Fanzine foi lançado na vila de Sertã no mês de Dezembro, editado, escrito e desenhado 
por sócios do  
Clube da Sertã. Trata-se de um fanzine "mix", 
ou seja, 
inclui um misto de temas, entre os quais 
a banda desenhada.


Por conseguinte, o Bhreu corresponde a um dos três itens já antes citados neste blogue fanzinístico, o dos fanzines com BD.

Os restantes dois dividem-se em: 
de BD - todos preenchidos com bandas desenhadas; 
sobre BD - totalmente dedicados a textos de estudo, de crítica e de divulgação da especialidade.

Apesar de não ser editado por um amador, um fã de zines, o Bhreu mantém a condição de publicação amadora pelo facto de ter por editora uma colectividade cultural, sem fins lucrativos.

De resto, corresponde inteiramente às características que se integram no conceito de fanzine: as colaborações são pro bono, a tiragem é pequena, não permitindo uma distribuição a nível nacional, e a periodicidade não existe, sai quando sai, quando há colaborações gráficas e literárias prontas e suficientes para publicar.

O Bhreu Fanzine apresenta-se sob óptimo aspecto gráfico, com perfeita impressão digital - muito idêntica à offset - sobre excelente papel couché.   

O seu conteúdo compõe-se de bandas desenhadas, cartunes, ilustrações, fotografias, composições artísticas, e artigos sobre temas bastante diversificados, abarcando a actividade teatral local, crítica de cinema, bandas e projectos musicais, fotografia, vinhos, arte contemporânea, uma biografia de personalidade local e apontamentos biográficos.

Colaboração de (por ordem alfabética):
André Ventura
Hugo Xavier
João Miguel
Jorge Firmino
Lúcia Leitão
Marco Figueiredo
MC - Margarete Casquinha
Miguel Calhaz
Osvaldo de Campos Antunes
Paulo Belchior
Pedro Antunes
Rui Martins ("Pesadelo" ou apenas "Pesa")
Rui Pedro Lopes
Rui Silva



Ficha Técnica

A frase que aparece escrita na página 2 a apresentar os responsáveis do "Brheu" é desconcertante, a condizer com o espírito fanzinístico, e reza assim:

"Directores, Editores e Ditadores deste fanzine, são todos aqueles que não participam"
 
Título: Bhreu Fanzine
Nº 0 - Dezembro de 2014
Formato: A4 (21x29,7cm)
Nº de páginas: 40
Impressão digital a preto e branco
Tiragem de 100 exemplares
Sem regularidade periódica

Uma produção:
Clube da Sertã

Revisão ortográfica:
Geraldes Lino

Morada: Rua Serpa Pinto
Código Postal: 6100-730 Sertã 
Telefone: +351 918 721 460

http://clubedaserta.pt

Para participar enviar trabalho para o endereço de email.
bhreufanzine@clubedaserta.pt

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Nota: O Bhreu Fanzine é acompanhado por um CD, editado pelo Clube da Sertã, com três "demos" que incluem interpretações de Miguel Calhaz, sendo o primeiro intitulado "Era Uma Vez Um País", que deu azo à realização da banda desenhada homónima, com desenhos de Hugo Xavier, incluída no zine. 

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Imagens que ilustram o presente "post":

1. Capa do Bhreu Fanzine, com fotografia por André Ventura e composição gráfica de Lúcia Leitão

2. Primeira e última prancha da banda desenhada "... Era Uma Vez Um País!?!", com desenhos de Hugo Xavier e argumento de Miguel Calhaz


3. Artigo de opinião sobre o filme "Repórter X", por MC

4. Recolha na Internet de definições de Banda Desenhada, apresentadas graficamente dentro de balões de BD (trabalho de Rui Martins e Lúcia Leitão)

5. Bd "Manif", por Paulo Belchior

6. Cartune "Feliz Natalcool", por Rui Martins

7. Ilustração intitulada "Homem Bhreu", por Hugo Xavier (contracapa do zine)

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Notas pessoais acerca da minha ida à Sertã


Não conhecia a Sertã, e fiquei muito bem impressionado com a vila, pelas paisagens que a rodeiam, pela transparência das águas da ribeira que a atravessa, pela simpatia dos sertaginenses e pela buliçosa vida nocturna.

Esclareço: a vida nocturna a que me refiro tem a ver com o Clube da Sertã, uma colectividade local com grande papel de animação cultural e artística, onde passei as noites de sexta e sábado, 19 e 20 de Dezembro, respectivamente.

Ali assisti a um concerto de guitarra clássica, à inauguração de um núcleo museológico - o "Gabinete de Curiosidades", com a presença da vereadora da C. M. da Sertã, Drª Cláudia Sofia Farinha André -, ali estive inserido num "Seminário sobre Fanzines", complementado com o lançamento do Bhreu Fanzine pela sua activa e discreta coordenadora, Lúcia Leitão, e ali acabei a noite, às tantas da madrugada, a balançar o corpo, mais mentalmente do que fisicamente, ao som do rock cantado e tocado por Rui Martins - aliás "Pesadelo", ou simplesmente "Pesa" -, acompanhado pelos músicos Marco Figueiredo e Pedro Antunes, um trio com quem estabeleci contacto fraterno.

Como é que se me proporcionou mais esta experiência, à pala da BD e dos fanzines? Simplesmente com uma ida minha ao Teatro da Luz assistir a um concerto ao vivo do programa "Viva a Música", organizado por Armando Carvalheda para a Antena 1 da RDP, para ouvir a prestação de uma banda que não conhecia, a "PopXula", composta por Miguel Calhaz, Rui Martins, Pedro Barata, Marco Figueiredo e Fernando Fachada.

Gostei do que ouvi, e quando soube que na caixa do CD estava incluído um folheto com uma pequena banda desenhada, comprei-a de imediato.

No acto da compra conheci Rui Martins, e na breve conversa apercebi-me de que se tratava de um músico e professor de música apreciador de BD, que me falou com entusiasmo do autor da bd curta, Hugo Xavier.

Trocámos contactos, e não demorou muito até que tivesse novidades: o Rui Martins dava-me conhecimento de que o Clube da Sertã estava a preparar um fanzine, o qual teria direito a festa de lançamento em Dezembro, num fim-de-semana (dias 20 e 21), e que me convidavam para fazer um seminário sobre fanzines.

Aceitei - sempre tive, ainda tenho, dificuldade em recusar este tipo de convites. E a verdade é que me foi oferecida uma estada na Sertã ao mais alto nível: fiquei hospedado no muito acolhedor e belíssimo Convento da Sertã Hotel (um edifício histórico, antes praticamente ao abandono, recuperado com rigor e bom gosto), e fiz as minhas refeições no categorizado restaurante "Santo Amaro", pertencente à família proprietária do hotel, de que o rosto visível é o da amável e competente Elsa Marçal.
Fiquei com uma óptima impressão do Santo Amaro, onde comi uma saborosíssima sopa de peixe e uns tradicionais e bem condimentados maranhos.

Um fim-de-semana que sinceramente recomendo a quem gosta de sair de Lisboa de vez em quando.

Geraldes Lino
Militante da BD e dos fanzines, e gastrónomo amador. 
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Os interessados em ver/ler os anteriores "posts" dedicados a este tema, poderão fazê-lo 
clicando no item 
 "Fanzines Esses Desconhecidos" 
 visível no rodapé 

quarta-feira, fevereiro 25, 2015

Workshop de BD no Porto


A minha intenção de divulgar realizações didácticas ligadas à BD, tipo cursos e/ou workshops, é a de dar informações que possam ser úteis a potenciais interessados maioritariamente lisboetas, quando essas iniciativas se realizam na Mui Nobre e Sempre Leal Cidade de Lisboa.

Mas, no caso presente, o workshop de banda desenhada em questão, orientado por Joana Estrela, é na Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto, daí que esta postagem dificilmente terá qualquer utilidade prática (não creio que o meu blogue tenha muitos visitantes portuenses).
Servirá, no mínimo, para registo histórico.   

Quanto à docente, quem é ela?

Sei que Joana Estrela nasceu em 1990, mas não tenho a certeza onde, talvez no Porto, visto que foi lá, na Faculdade de Belas Artes, que estudou Design de Comunicação.

Sei também - não é difícil, na internet sabe-se tudo... - que dela se editou um diário gráfico, intitulado "Propaganda" (sob chancela da editora Plana), em que descreve, por imagens sequenciais, a sua experiência como voluntária na Liga Gay Lituana - LGL, entre 2012 e 2013, e onde se viu envolvida numa festa lésbica, com grande surpresa sua, além de outras experiências por ela descritas na antes citada obra, a sua primeira em figuração narrativa.

Informação acerca do workshop:

Data e hora:
dia 28 de Fevereiro (já no próximo Sábado)
das 16h às 18h00
Local: 
Ó! Galeria
Rua de Miguel Bombarda, 285
4050-381 Porto

Tlm 934 700 820 
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Os visitantes interessados em ver as postagens anteriores deste tema poderão facilmente fazê-lo. Bastará clicarem sobre o item Cursos e Workshops, visível no rodapé

segunda-feira, fevereiro 23, 2015

Comic Jam (2ª fase: nº 20 - Total: 73)



Os autores de BD que são contactados para serem "Convidados Especiais" da Tertúlia BD de Lisboa, já sabem que vão ter uma tarefa: fazer a primeira vinheta da brincadeira gráfica chamada "comic jam", habitualmente com seis vinhetas. 

Trata-se, afinal de contas, de uma banda desenhada feita de improviso enquanto decorre aquele encontro mensal "tertuliano", já com vinte e nove anos de existência.

Desta vez, no encontro de Fevereiro, participaram:

1 - Ricardo Venâncio ------ 2 - Pedro Potier
3 - Patrícia Furtado -------- 4 - Jorge Coelho
5 - Diogo Carvalho --------- 6 - Álvaro

(P.S. - Só me faltava ser o Stan Lino... Mas ó Diogo Carvalho, eu agora tenho barba, e o Stan Lee não :-)
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Os visitantes interessados em verem os "posts" anteriores que contêm todos os "comic jam" realizados na Tertúlia BD de Lisboa, mas também os que foram desenhados nos eventos AMADORABD e ANICOMICS, poderão fazê-lo com um simples clique no item Comic Jam visível aqui por baixo no rodapé.   

sexta-feira, fevereiro 20, 2015

Inéditas de BD (I), Mangá "made in" Portugal (XI) - Marta Patalão e Tiago Bulha








Ikarya The Fairy Who Couldn't Fly é o título da mangá que integra o 11º "post" dedicado ao tema Mangá "made in" Portugal.

Ora esta Ikarya, uma improvável fada que não sabia voar, foi transformada em personagem de BD - neste caso específico, em banda desenhada no registo gráfico japonês, portanto "mangá" - por Marta Patalão (aka Black Kurls), autora dos desenhos, e Tiago Bulha (aka kuenron), o argumentista/guionista, um duo de "mangakas" que vem aumentar o já significativo número de autores de banda desenhada fascinados pelo universo estilístico da bd nipónica.

Ainda um factor digno de relevo: mais uma vez se estreia neste blogue uma banda desenhada. 
Com efeito, esta mangá Ikarya The Fairy Who Couldn't Fly estava ainda inédita, e os seus autores, Marta Patalão e Tiago Bulha autorizaram-me a sua apresentação aqui no blogue. Os meus agradecimentos. 
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Os dez artigos anteriores dedicados a este tema, desde o primeiro postado em 28 Junho 2006, são acessíveis clicando na etiqueta "Mangá made in Portugal" inserida em rodapé (Inéditas de BD é um tema que agora se inicia)

segunda-feira, fevereiro 16, 2015

Improvisos na Toalha de Mesa (XXVIII)

  
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Desenhar o que vem à cabeça é uma incontrolável pulsão que domina grande parte dos ilustradores/banda-desenhistas que participam nos encontros mensais da Tertúlia BD de Lisboa.

Veja-se a recolha que fiz (no encontro do dia 3 do corrente mês de Fevereiro), rasgando pedaços das toalhas de papel do restaurante da Casa do Alentejo. Claro que entre eles há desenhos mais trabalhados (alguns dos participantes habituais já vão "armados" de material de desenho a sério), mas todos são espontâneos, e o conjunto final compõe um painel digno de ser apreciado.

Os dezoito improvisos são da autoria de:

1. Ricardo Venâncio (Convidado Especial da TBDL em Fev.)
2. Ricardo Venâncio
3. Ricardo Venâncio
4. Diogo Carvalho
5. Diogo Carvalho
6. Jorge Coelho
7. João Tércio
8. João Tércio
9. João Tércio
10.Marta Patalão
11.Sara Patalão
12.Joana Morgado
13.Outro Nuno
14.Outro Nuno
15.José Maria Pimentel (Autor da série "Vitinhos" na TV)
16.Joana Vantache
17.Nuno Duarte (argumentista)
18.Gastão Travado 

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Para o caso de alguém querer ver outras ilustrações improvisadas reproduzidas nos 27 "posts" anteriores, poderá fazê-lo clicando sobre o item Improvisos na Toalha de Mesa visível no rodapé  

sábado, fevereiro 14, 2015

Exposições BD Avulsas (Reguengos de Monsaraz) - Humberto Delgado


O 50º aniversário da morte do General Humberto Delgado - assassinado pela PIDE, polícia política do regime ditatorial de Salazar, a 13 de Fevereiro de 1965 - está a ser assinalado em Reguengos de Monsaraz com diversas cerimónias, entre as quais uma exposição de BD, aproveitando o facto de já haver obra em figuração narrativa dedicada exactamente à corajosa personagem, intitulada "Humberto Delgado O General Sem Medo", da autoria de José Ruy
A exposição foi inaugurada ontem, dia 13 de Fevereiro, com pranchas da citada obra, montadas em seis painéis temáticos na Biblioteca Municipal de Reguengos de Monsaraz. e estará patente ao público até 28 do mesmo mês.

E porquê Reguengos de Monsaraz? Porque o General Humberto Delgado, opositor do regime de Salazar, foi assassinado e enterrado por elementos da PIDE num caminho próximo de Villanueva del Fresno (Espanha) a menos de quarenta quilómetros daquela cidade portuguesa situada no Alentejo.

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Os visitantes interessados em ver as anteriores postagens relacionadas com "Política e BD" ou "Exposições BD Avulsas", poderão fazê-lo clicando nos respectivos itens, incluídos em rodapé    

quarta-feira, fevereiro 11, 2015

Argumentos para BD - Workshop


Repito o que já escrevi em postagens anteriores dedicadas ao tema de workshops destinados a escrita criativa. Isto tem a ver essencialmente com quem esteja interessado em escrever argumentos/guiões destinados à banda desenhada: tal como um desenhador que realiza a parte gráfica da BD, o argumentista/guionista - o que escreve o argumento e em seguida o transforma em guião - é também um autor de BD.

Mas escrever argumentos/guiões para BD pode-se aprender? Bom, ter ideias para servirem de tramas ficcionais, exige algum talento inato. 
Mas, como em todas as coisas - artísticas, literárias, técnicas - para além da capacidade maior ou menor de cada indivíduo para uma determinada actividade criativa, há que reconhecer que muita coisa pode ser aprendida. E depende igualmente da capacidade de quem ensina.

André Oliveira é já um conceituado argumentista, com obra de qualidade ficcional publicada em álbuns e na revista Cais. Nesta publicação mensal, há em todos os números uma banda desenhada de duas pranchas, desenhada sempre por um/uma artista diferente, mas permanentemente com argumento/guião do André. 

Qual a finalidade deste workshop? Recorro a postagens anteriores dedicadas ao mesmo assunto e ao mesmo formador:


  • Exercitar a canalização do raciocínio criativo para o argumento;
  • Trabalhar a mente para elaborar enredos e personagens no dia a dia. Imaginar o texto visualmente, numa prancha de BD;
  • Saber aproveitar a inspiração vinda de outros meios;
  • Ganhar motivação para realizar projetos interessantes.
    
A quem se destina?
(Repito a facilidade do copy paste, e vou buscar palavras de André Oliveira para responder)


  • A todos aqueles que tenham vontade em estimular as suas mentes, mais ou menos criativas, para o universo da BD;
  • Aos que já escreveram para BD no passado e pretendem readquirir ânimo e motivação para voltar a fazê-lo;
  • Aos que nunca o fizeram, mas sentem que seria algo que gostariam de experimentar;
  • Aos que já o fizeram, mas ainda não tiveram coragem para retirar o projeto da gaveta e procurar dar-lhe visibilidade.

Para terminar, mais uma vez recorro ao copy paste para repetir as palavras do André:

Dia 21 de Fevereiro (Sábado), das 11h às 18h, 
vou dirigir um Workshop de Escrita Criativa para BD 
nas instalações da produtora Buggin Media, em Oeiras.
Inscrições e mais informações: workshops@bugginmedia.com  | +351918460023 


Podem ver também informações em:
www.andreoliveirabd.blogspot.pt
  
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 ANDRÉ OLIVEIRA

Autobiobibliografia na 3ª pessoa


André Oliveira nasceu em Lisboa, em 1982, e começou a brincar com Banda Desenhada pouco tempo depois. Davam-lhe pequenos blocos agrafados que ele preenchia com gatafunhos e ditava mais tarde as legendas ao avô, que as redigia cuidadosamente. 

Licenciado em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, é hoje copywriter na agência Fuel Design. 

Foi co-editor da antologia de banda desenhada portuguesa Zona (que publicou mais de 100 autores nacionais e estrangeiros), editor de BD da Revista Freestyle, organizador/fundador dos Prémios Profissionais de BD e comissário da Trienal Movimento Desenho 2012, tendo organizado o evento BD ao Forte. 

Escreveu os livros de BD "HAWK" (ilustrado por Osvaldo Medina e publicado pela Kingpin Books), "Tiras do Baralho!" (ilustrado por Pedro Carvalho e publicado pela El Pep) e os três primeiros números da série "Living Will" (ilustrados por Joana Afonso e editados pela Ave Rara, a sua própria chancela editorial). 

Actualmente, edita curtas de Banda Desenhada na revista CAIS, faz parte do colectivo The Lisbon Studio e está a trabalhar em diversos projectos editoriais com vários ilustradores diferentes.

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Os visitantes interessados em ver as postagens anteriores deste tema poderão facilmente fazê-lo. Bastará clicarem sobre o item Cursos e Workshops, visível no rodapé

segunda-feira, fevereiro 09, 2015

Portugueses na Grande Guerra - BD portuguesa em revista não especializada e em álbum





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Apesar de se apresentar como Jornal do Exército, o seu formato e aparência gráfica remetem para uma revista, e na ficha técnica esclarece a sua finalidade: Órgão de Informação Cultura e Recreio do Exército Português.

Sendo irrelevantes tais pormenores para a finalidade deste "post", o que conta para o presente bloguista é o facto de a publicação ter apoiado a BD desde há longos anos.

Com efeito, sempre em curtas bandas desenhadas de duas pranchas, já nela colaboraram uns tantos consagrados da BD nacional, designadamente José Antunes, Augusto Trigo, José Pires e Baptista Mendes.

É precisamente Baptista Mendes o autor em foco nesta postagem, pelo facto de em Julho de 2014 ter sido editado o álbum Portugueses na Grande Guerra, de sua autoria, cujo conteúdo é constituído, quase na totalidade, por episódios publicados inicialmente no Jornal do Exército nos anos 1960 (68 e 69), 1970 (70, 71, 72, 73, 74 e 77) com dois inéditos realizados em 2014 de propósito para o álbum ("O Soldado Milhões" e "José Maria Hermano Baptista").

Sendo o álbum dedicado ao tema antes citado, o alinhamento da edição divide-se em sub-temas, a saber: "Em África" e "Na Europa".
É neste segundo tema que se inclui o episódio "Abnegação", o qual escolhi entre os publicados quarenta e cinco anos antes no citado Jornal do Exército (nº112 - Abril de 1969) para mera comparação. E, para possibilitá-la, ficam reproduzidas as duas pranchas do episódio, na revista e no álbum.

O que se nota de imediato é o facto de o episódio "Abnegação" ser colorido a verde na revista, enquanto que o álbum é todo impresso a preto e branco.

Em seguida ressalta a diferença na legendagem, com fontes diferentes, mas também ligeiras alterações no texto.
Veja-se, por exemplo, na revista, logo no início, o texto inserido no cartucho sob o título:

Em plena batalha de 9 de Abril, um Soldado do 6º Grupo de Baterias de Artilharia foi mandado da sua Bateria em combate, ao Comando do Grupo, levar uma comunicação, acompanhando um Alferes gaseado.

Leia-se agora, no mesmo local, o texto alterado constante do álbum:

9 de Abril. Em plena batalha, um Soldado do 6º Grupo de Baterias de Artilharia é enviado, acompanhando um Alferes gaseado, ao Comando do Grupo onde deve entregar uma comunicação.

Pequenas alterações, mas significativas do cuidado posto na recuperação e melhoramento do trabalho original.

Os episódios seleccionados para este álbum, tal como os restantes publicados na revista, desenhados por Baptista Mendes, caracterizam-se pelo prisma patriótico, são factos bélicos protagonizados por militares portugueses que se distinguem pela heroicidade e virtudes pessoais, coadunando-se obviamente com o espírito do órgão de informação editado pelo Ministério do Exército.

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BAPTISTA MENDES
Biobibliografia

Carlos Fernando da Silva Baptista Mendes, Luanda, Março de 1937.

Já usou diversos nomes artísticos: Baptista Mendes, Carlos Fernando, B.Mendes e Carlos Baptista Mendes.

A viver na cidade de Lisboa desde os onze anos, naturalmente foi nela onde fez a sua escolaridade, que abrangeu o antigo 5º Ano liceal, concluído no então chamado Liceu Gil Vicente, local onde teve os primeiros desenhos expostos publicamente, nos artesanais mas simpáticos "jornais de parede".

Em 1959 começam a ser publicadas bandas desenhadas suas na revista Camarada, essencialmente de cariz histórico assente em sínteses biográficas. 

Iniciou-se com "Matias de Albuquerque", essa primeira sob argumento de Rui de Abreu, mas as seguintes totalmente de sua autoria, texto e desenho. "Salvador Correia de Sá e Benevides e a Reconquista de Angola" (episódio publicado em 26 de Setembro de 1959, quando assinava por Carlos Fernando), "A Tomada de Abrantes", "Os Recrutas do Buçaco", "Honório Barreto", "Diogo Coutinho", "A Defesa de Almeida", "Geraldo Geraldes O Sem Pavor", "Amatus Lusitano", "Chaul", "Dom Francisco de Almeida", "Mem Ramires", "Silva Porto", são uma parte da sua copiosa produção nessa área, nas páginas do Camarada. Isto sem abdicar de, mesmo que escassamente, aflorar na citada revista o género humorístico, como por exemplo, no episódio autoconclusivo (numa só prancha, a cores) reproduzido na primeira página do exemplar datado de 7 de Novembro de 1959, sob o título "Coisas do Carlinhos", também sob assinatura de Carlos Fernando, que facilmente trocava por Baptista Mendes, como se pode ver em data seguinte bem próxima, 5 de Dezembro de 1959, no episódio "A Revolução de 1640.

Colaborou noutras revistas de BD, casos do Cavaleiro Andante, O Falcão, O Pardal, Pim-Pam-Pum (este, na realidade, um suplemento do jornal O Século), Mundo de Aventuras.

A sua actividade transbordou igualmente para suportes de temáticas diferentes, como se percebe pelos títulos: Revista da Armada e Jornal do Exército, tendo feito nestas publicações, mais uma vez, biografias em BD de personagens históricas, entre 1960 e 1983. Posteriormente, em 1994, no Notícias Magazine, suplemento do jornal Diário de Notícias, irá ser autor de episódio curto, autoconclusivo em duas pranchas, a cores, sob o título "Na Pista do Santinhos", dedicado, dessa vez, a uma personagem fictícia, "Maria Jornalista", abordada por diversos autores.

A primeira participação que teve em álbum foi na obra "Grandes Portugueses" (dois tomos cartonados), de igual modo no género biográfico sobre figuras da nossa História, com o aproveitamento de alguns episódios já antes publicados na citada revista Camarada - todos eles numa só prancha e a cores: "O Bravo", dedicado ao rei D. Afonso IV, num dos seguintes passa para "Diogo Cão", depois para "A Conquista de Goa", logo para "Fernão de Magalhães", e por aí fora ao longo desses dois volumes editados nos princípios dos anos 1960. Alguma dessa produção espalhada por tantas e tão diversas páginas irá ser utilizada no volume "Por Mares Nunca Dantes Navegados".

Com trabalho feito propositadamente para álbum é o intitulado "Navegadores - Infante D. Henrique", sob texto de Margarida Brandão. Em data mais próxima, Novembro de 2006, foi editada a obra "História de Trancoso - E Assim Se Fez Portugal". Este álbum indica como autor Carlos Baptista Mendes, sendo a identificação artística que usa de há uns anos a esta parte. Mas sob as vinhetas das bandas desenhadas continua a apresentar-se somente por Baptista Mendes, como fez na prancha colorida do episódio "Viagem a Lisboa", título da sua participação na obra colectiva "Príncipe Valente no Século XXI", publicada no fanzine Efeméride (Nº2 - 13 de Fevereirode 2007). Voltou a colaborar nesse mesmo fanzine (Nº 6 - Parte 1 de 4 - Outubro de 2013) dedicado ao tema "Heróis de BD no Século XXI" com o episódio numa só prancha, a cores, "Aventura em Portugal" dedicado ao herói "Capitão Mistério".

Em Julho de 2014 passa a ter mais um álbum editado, "Portugueses na Grande Guerra (1914-1918)", com recolha de episódios anteriormente publicados na revista Jornal do Exército, nas décadas de 1960 e 1970, com excepção de dois inéditos criados no mesmo ano da edição. 
Geraldes Lino 
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Para os visitantes que quiserem ver postagens anteriores relacionadas com o tema "BD Portuguesa em revistas não especializadas" bastar-lhes-á clicar no respectivo item visível em rodapé