Capa do livro Archives Hergé, editado em 1973, de grande interesse para coleccionadores, onde é reproduzida a banda desenhada "Tintin Au Pays des Soviets", a primeira protagonizada por aquele herói de papel criado por Hergé em 1929.
"Dê-me aí dez tostões para eu comprar o 'Tic-Tac' ", uma frase do entrevistado Fernando Burguete.
Título da entrevista que é reproduzida neste "post".
Foi publicada originalmente na revista mensal "Coleccionando", em Setembro de 1987.
Ver abaixo imagens de capas de algumas das revistas mencionadas pelo coleccionador (várias outras que ele menciona já foram reproduzidas em entrevistas anteriores), e que escolhi ao acaso nas minhas próprias colecções:
1) Tic-Tac (Ano I, nº 3 - 12 de Março de 1931) - Capa de Tiotónio. Sob a capa, uma página de BD de Walter Booth
Neste número, o preço ainda era de 5 "tostões", ou seja, 50 centavos
"Pelo Mundo Fora", obra de BD do autor inglês Walter Booth (página publicada no exemplar da revista Tic-Tac cuja capa se vê por cima), era a bd preferida pelo entrevistado (falecido em 2003), a primeira que leu e que o entusiasmou pelas "histórias aos quadradinhos".
2) O Mosquito (Nº 688 - 28 de Janeiro de 1946) - Capa de Eduardo Teixeira Coelho
3) O Gafanhoto (Nº 10 - 12 de Fevereiro de 1949) - Capa de Jesús Blasco
4) Colecção Modernos da Banda Desenhada (Nº 7 - Março 1974)
5) O Grilo (Ano I - Nº 1 - 25 Nov. 75) - Capa de Burne Hogarth
6) Jornal do Cuto (Nº 147 - 15 Agosto 1976) - Capa de Carlos Alberto (?)
7) Zakarella - Revista [mensal] de Mistério, Terror, Fantasia e Crime (Nº 27 - Dez. 1977) - Capa de Carlos Alberto
8) Colecção Galo (Nº 3 -1977)- Capa de Carlos Alberto (?)
9) Spirou (2ª série - Nº 1 - 10 Abril 1979) - Capa de André
10) Tintin (14º Ano - Nº 43 - 6 Março 1982) - Capa de Augusto Trigo
11) Selecções Tintin (Nº 2 - Trimestral - Março 1984) - Capa baseada em Hergé
12) Jornal da B.D. (Nº 165 - 21º Volume, 5º fascículo - 1 Out. 1985)- Capa de José Ruy
Entrevista feita em 1987
Fernando Mário Teixeira de Burguete nasceu em Coimbra (freguesia da Sé Nova), a trinta de Outubro de 1922.
Mas logo aos dois meses já respirava os ares tropicais do Rio de Janeiro, para onde o pai o levara; aos sete anos voltaria a Portugal, agora com rumo a Lisboa.
Tais andanças deveram-se ao facto de o pai, médico, se ter formado em Coimbra, de a mãe ser brasileira e, naturalmente, por interesses profissionais, o pai ter decidido regressar ao seu país, agora com destino à capital, para aqui exercer clínica.
Fernando Burguete não mais deixaria Lisboa. Aqui fez o Curso Geral dos Liceus, aqui viria a ser funcionário da Mabor, durante trinta e seis anos, exercendo vários cargos.
A sua carreira profissional, terminada no princípio deste ano de 1987, culminaria no cargo de administrador - durante dez anos - de uma empresa onde a Mabor tinha capital maioritário.
Apresentado que está o coleccionador nosso entrevistado, façamos-lhe a primeira pergunta:
- Quando começou a coleccionar revistas de Banda Desenhada?
- A primeira revista que comecei a coleccionar em Lisboa foi o "Tic-Tac", mas já tinha tido contacto com a revista "Tico-Tico".
- Das revistas que coleccionava nessa fase, qual a que tem maior significado sentimental para si?
- O "Tic-Tac", por ser a primeira, talvez. A seguir, "O Mosquito". É a tal coisa: o factor sentimental é muito importante. Pode até acontecer que a revista de que gostamos mais não seja a melhor, mas é por ter sido a primeira... Uma das coisas que mais me prendia no "Tic-Tac" eram as aventuras de Rob e Dan.
- Mas não era esse o título da série...
- O título era "Pelo Mundo Fora".
- E bem popular na época. Como posteriormente "O Mosquito" também viria a publicar essa série, suponho que o começou a coleccionar por tal motivo.
- Bem, com o "Tic-Tac" eu passei a gostar muito de banda desenhada. É natural, portanto, que, devagarinho, eu tenha começado a coleccionar outras revistas: "O Mosquito", a "Colecção Aventuras" (que também era de "O Mosquito"), e o "Diabrete".
- Quais as colecções portuguesas que tem completas?
- Tintin, Spirou (1ª e 2ª séries), Jacaré, Jornal do Cuto, Herói (1ª e 2ª séries), Grilo, Super-Grilo, Êxitos da TV, Mundo de Aventuras Especial, (a do "Mundo de Aventuras" normal está incompleta), Mosquito (5ª série), Almanaque Mosquito, Dick Tracy, Visão, Colecção Lince, Modernos da Banda Desenhada, Desporto e Aventura, Colecção Jaguar, Gafanhoto (o do Roussado Pinto, dos anos setenta), Enciclopédia Mosquito, Zakarela, Vampirela, Pantera Negra, Selecções, Jornal do Cuto, Spirit, Videorama, Colecção Galo, Comix, Flecha 2000 (1ª série), Grandes Aventuras de Flash Gordon, Riquiqui, Titã, Jesus, Selecções Tintin, Jornal da BD, etc.
Também colecciono suplementos de jornais: além do "Quadradinhos" (destacável do jornal "A Capital", 1ª e 2ª séries), que era praticamente uma revista, costumo recortar e encadernar as páginas já publicadas (ou ainda a publicar) em diversos jornais: "Correio da Manhã", "O País", "O Dia", "A Capital" eo "Diário Popular".
- E estrangeiras?
- Brasileiras: "Historieta" (8 volumes), "Tim e Tok" (3 vols.), "Os Biónios" (6 vols.); Espanholas: "Camello", "Chito" e "Chito Extraordinário".
- Entre as colecções e peças isoladas que possui, o que é que considera mais valioso?
- Das colecções, é a dos álbuns do Tintin, edição em francês.
Isto é uma opinião pessoal, mas acho que esses álbuns a cores, já antigos, são muito valiosos.
Eu comprava-os à medida que iam saindo na Bertrand do Chiado (que era a única que havia). Lá guardavam-mos sempre.
Também dou muito valor a um pequeno álbum publicitário francês, editado em 1964, "Mission BX 415", e a alguns dos muitos fanzines que possuo.
- O Burguete seria, na altura, um dos raros portugueses a acompanhar a tal colecção dos álbuns do Tintin...
- Sim, naquela altura vinham poucos exemplares. Mais tarde é que a coisa começou a aquecer.
- Qual é a revista mais antiga que possui?
- Actualmente é o nº1 do Tintin, que começou em 1968.
- Diz actualmente porquê?
- Porque eu tinha outras colecções mais antigas, que me desapareceram.
- Está neste momento a coleccionar alguma revista portuguesa de BD?
- O "Jornal da BD". Neste momento não há mais nada. Ou pelo menos, que eu considere revista a sério.
- O "Mundo de Aventuras" acabou a 15 de Janeiro deste ano...
- Estava a comprá-lo também. Por acaso é a minha única colecção incompleta.
- Tem recordações agradáveis ligadas a qualquer das revistas que possui?
- Lembro-me perfeitamente do entusiasmo com que ia procurar o "Tic-Tac" à tabacaria próxima da casa onde morava. Isso era devido, principalmente, ao meu profundo interesse em acompanhar as peripécias da série "Pelo Mundo Fora".
- Nessa altura só conhecia o "Tic-Tac"?
- Na realidade só comprava essa revista. Mas lia "O Senhor Doutor", em casa de uns primos, e "O Papagaio" em casa de uns amigos de infância. Esses primos e esses amigos liam o "Tic-Tac" - e mais tarde "O Mosquito" - em minha casa.
Coisas de miúdos.
- Miúdos bastante entusiastas por aquilo que na época tinha o singelo nome de histórias aos quadradinhos, e que ocupava, em certa medida, o lugar que hoje ocupa a televisão e os jogos de vídeo.
Os vossos familiares apoiavam esse entusiasmo?
- Pois apoiavam. Muitas vezes eu ia ter com a minha mãe e pedia-lhe:
Dê-me aí dez tostões para eu comprar o "Tic-Tac".
Era o preço dele, era um escudo.
E isso porque eu tinha cinco paus de semanada. Ora o eléctrico dos Restauradores a minha casa era cinco tostões, um escudo ida-e-volta; mais vinte e cinco tostões para o cinema, mais qualquer outra despesa, e esgotava o resto.
Por isso lá tinha de ir pedir um reforço, de vez em quando, para comprar o "Tic-Tac".
- Qual o preço mais elevado que pagou por qualquer peça da sua colecção?
- Até hoje, o máximo que paguei foi pelos "Archives Hergé".
São quatro volumes, a uma média de 2.500$00 cada. Isto entre 1976 e 1981.
- Colecciona álbuns?
- Colecciono.
- Qual o critério que segue?
- O da qualidade, sem preocupação de sequência, e colecções completas dos heróis que me agradam.
- Quais heróis?
- Tintin, Astérix, Lucky Luke, Natacha, Comanche, Valérian, Blueberry, Yoko Tsuno, Jonathan, Cavaleiro Ardent, Norbert e Kari, Jonathan Cartland, Buddy Longway, Alix, Luc Orient, Clifton, Inspector Dan, Rocco Vargas, Adèle Blanc-Sec, Corto Maltese e, recentemente, John Difool.
Isto no que se refere a séries com heróis. Mas há outras séries que também me interessam, especialmente "Os Náufragos do Tempo", "Os Passageiros do Vento", etc.
- Colecciona mais alguma coisa?
- Miniaturas automóveis à escala 1/43, onde procuro fazer a história do automóvel por marcas.
- Quantos automóveis é que tem?
- A última vez que os contei eram 2010, mas depois disso já arranjei mais alguns.
- Tem alguma lembrança especial relacionada com o seu interesse pela Banda Desenhada?
- O meu início como leitor de Banda Desenhada nasceu por intermédio de uma velha tia minha que um dia me ofereceu os dez primeiros números do "Tic-Tac". Como nos visitava semanalmente, continuou a levar-me a revista durante alguns meses. Mas por ter adoecido, deixou de nos visitar. Então passei eu a comprar a revista, pois queria continuar a seguir as aventuras do Rob e do Dan, na série "Pelo Mundo Fora".
Numa altura em que os adultos tinham uma certa má vontade contra o hábito da leitura da Banda Desenhada pelas crianças, é curioso que essa minha tia já pensasse de forma mais evoluída, e os outros meus familiares também se não opusessem.
- E tem alguma recordação triste relacionada com as suas colecções?
- Tenho esta: eu vivia com os meus pais numa moradia na Avenida da República. Essa moradia tinha uma cave onde estavam guardadas as minhas revistas de banda desenhada, devidamente acondicionadas por anos e títulos, tudo num armário.
O chão dessa cave era em cimento - escreva, que é importante, já vai ver porquê.
Num Verão em que fomos passar um mês à Ericeira, verificámos que a casa tinha sido assaltada. E provou-se que o assaltante se manteve vários dias na cave da moradia, fazendo fogueiras com as revistas de banda desenhada, para confeccionar a sua alimentação.
Por causa disso parei de coleccionar banda desenhada, com o desgosto que tive. Só mais tarde recomecei a comprar os álbuns do Tintin, a revista Tintin, e as outras que já mencionei.
Ainda hoje recordo o choque que tive nessa altura.
- Imagino. Qual o destino (melhor!) que prevê para as suas novas colecções?
- Ficarão para o meu afilhado, para quem a casa também irá ficar. Caso não as continue, pelo menos manterá as colecções que eu lhe lego.
- No seu caso tem o problema resolvido. Mas qual a solução que acharia ideal para preservar as valiosas colecções que muitos de nós possuímos?
- A entrega a museus. Aliás, já combinei com o meu afilhado: se ele algum dia tiver necessidade de se desfazer das colecções, deverá entregá-las a qualquer museu que as preserve.
- Que museu é que pensa que aceitaria essas colecções?
- Dou-lhe um exemplo do que se passa em França: visitei lá um clube de banda desenhada que estava a organizar um pequeno museu onde já existia um valioso espólio de revistas da especialidade. Esse embrião de museu ainda era primitivo, mas destinava-se a ser de acesso público no futuro.
- Onde é que viu isso?
- Numa cidade pequena, de que não me lembro o nome, próximo de Clermont-Ferrand.
- Por acaso eu também já tenho pensado que se o Estado (ou qualquer entidade privada, género Gulbenkian) desse um bom apoio económico e de instalações ao CPBD, poderia ser o nosso clube a organizar e a manter actualizado um Museu de Banda Desenhada. Sonhos meus, é claro...
Para terminar: qual a influência, para a BD, resultante da existência de coleccionadores?
- Os coleccionadores são os elementos-chave para guardarem as raridades doutros tempos, e fazerem a propaganda, junto da juventude, desses tesouros.
É tendo
em atenção os vinte e seis anos que entretanto se passaram, que esta
entrevista deve ser lida. Repare-se que os preços mencionados pelo
coleccionador ainda são em escudos, além de falar em tostões, até em "paus", formas de linguagem populares na época para referir centavos ou escudos, respectivamente.
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Os visitantes interessados em ver os onze artigos anteriores poderão fazê-lo, clicando no item Coleccionadores e Colecções de BD visível no rodapé
Novas Aventuras de Tintim no Século XXI Criadas por Autores Portugueses é o título da exposição de BD que a partir de hoje, 25 de Janeiro, até 25 de Março, estará patente no Espaço Tintin - Av. de Roma, 39A - Lisboa.
A inauguração está marcada para as 18h00, e estará presente o organizador da exposição - este mesmo blóguer - e alguns dos autores das bandas desenhadas curtas, numa só prancha, dedicadas à célebre personagem criada por Hergé.
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A prancha que ilustra o presente "post" é uma das bandas desenhadas expostas. O seu (talentoso) autor assina simplesmente Santo (chama-se Ricardo Santo).
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Os
visitantes deste blogue que, por mera curiosidade, queiram ver os
restantes quarenta "posts" sobre exposições, poderão fazê-lo
clicando no item Exposições BD avulsas visível no rodapé.
"A Escrita na BD" assim se intitula a palestra que vai ser feita por André Oliveira, ele que é um dos mais prolíficos argumentistas/guionistas de banda desenhada da actual geração.
O que o torna um tanto diferente dos seus pares, antigos e actuais - entre nós não são muitos, mas que os há, há - é que ele, para além de criar argumentos, gosta de fazer cursos para candidatos a argumentistas/guionistas, bem como tem capacidade e conhecimentos testados na prática para poder explanar teorias e conceitos acerca da criação de argumentos/guiões para a BD.
Eis o que certamente irá fazer hoje, 24 de Janeiro, 6ª feira, pelas 21h00, na Biblioteca Municipal de São Domingos de Rana, situada na Rua das Travessas, Bairro do Moinho, Massapés - Tires, S. Domingos de Rana.
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Quem estiver interessado em ver notícias sobre palestras tratadas anteriormente, basta clicar no item Palestras visível no rodapé
Paulo Monteiro junta-se ao restrito grupo de autores portugueses de BD composto por Eduardo Teixeira Coelho, José Ruy e José Carlos Fernandes que têm obra publicada em considerável número de países.
No que concerne a Paulo Monteiro, tão alargada difusão cinge-se, por enquanto, a uma única obra, "O Amor Infinito Que Te Tenho e Outras Histórias"(*). A sua qualidade estética e literária, tendo por base um profundo conteúdo humanístico, é de tal forma elevada que, em França, onde foi editada sob chancela de "6 Pieds Sous Terre", acaba de lhe ser atribuído neste mês de Janeiro de 2014 o prémio Sheriff D'Or, pela livraria Esprit BD, existente desde 1997, situada em Clermond-Ferrand.
Aliás, esta distinção vem juntar-se a duas anteriores, referentes aos prémios:
MELHOR ÁLBUM PORTUGUÊS AMADORA
BD 2011, Portugal
MELHOR PUBLICAÇÃO INDEPENDENTE
CENTRAL COMICS 2011, Portugal
e está ainda nomeado para mais dois
prémios, também em França:
PRIX LYCÉEN DE LA BD MIDI-PYRÉNÉES
2014
PRIX BULLES DE CRISTAL 2014
Tais distinções vêm comprovar a razão pela qual a obra se tem imposto como peça de edição prioritária a editoras dos seguintes países:
Portugal
- O Amor Infinito que te tenho e
outras histórias (edição portuguesa), Polvo, Novembro 2010 (1ª edição), e
Janeiro 2012 (2ª edição)
Polónia
- Nieskończona miłość którą czuję do
ciebie i inne historie (edição polaca), Timof i Cisi Wspólnicy, Março 2013.
França
- L’Amour Infini que j’ai pour toi (edição francesa), 6 Pieds Sous Terre, Junho 2013.
Espanha
- El Amor Infinito que te tengo e
otras historias (edição espanhola), Edicions de Ponent, Julho 2013.
No Brasil,
no Reino Unido e na Sérvia (no prelo)
- The Infinite
Love I have for you and other stories (edição
inglesa), Blank Slate Books.
- O Amor Infinito que te tenho e outras
histórias (edição brasileira), Balão Editorial.
- (…) (edição sérvia, Komiko
Neste momento o
livro está à venda em 8 países -
Bélgica, Canadá,
Espanha, França, Luxemburgo, Polónia, Portugal e Suíça.
Quando sair a
edição no Brasil, no Reino Unido e na Sérvia estará à venda em 15 países J :
Bélgica, Brasil, Canadá,
Escócia, Espanha, França, Inglaterra, Irlanda, Irlanda do Norte, Luxemburgo, País
de Gales, Polónia, Portugal, Sérvia e Suíça.
Paulo Monteiro, conforme me informou hoje mesmo, está a trabalhar no segundo livro, que se chamará “Estrela”.
Em princípio estará acabado em 2016. Ficamos na expectativa de aí vir nova obra de nível superior.
(*) A bd "Porque é Este o Meu Ofício", uma das dez que constituem "O Amor Infinito Que Te Tenho", está reproduzida na íntegra, aqui no blogue, na etiqueta "Curtas de BD (Autores Portugueses), no "post" de Maio 21, 2011
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Os interessados em visitar anteriores "posts" desta etiqueta, relacionados com os autores:
António Jorge Gonçalves, Filipe Abranches, Luís Henriques, Jorge Coelho, Eduardo Teixeira Coelho, Vasco Colombo, Nelson Martins
poderão fazê-lo facilmente, bastando para isso um simples clic no item Autores portugueses editados no estrangeiro, visível no rodapé
Há quatro autores de BD (ou Comics) representados na segunda edição do magazine virtual Calafrios!, responsáveis pelas três bandas desenhadas de terror/horror que compõem o seu miolo.
São eles, por ordem de aparição nas páginas deste magnífico trabalho: Bob Powell, Howard Nostrand, Jack Cole e Jack Katz.
As bandas desenhadas realizadas pelo quarteto mencionado têm os seguintes títulos: "O Poço dos Condenados" ("The Pit of the Damned"), "O Terror da Forca" ("Hangman's Horror") e "O Homem Mais Feio do Mundo" ("The Ugliest Man in the World").
Eis as peças que podem ser vistas, com o bizarro apelo de um colorido que nos transporta para décadas recuadas. Não será de espantar, dado que elas foram publicadas originalmente no comic book "Horrific" nº3, datado de Janeiro de 1953, ainda livre do censório "The Comics Code Authority", que entraria em vigor a 26 de Outubro de 1954.
Este segundo número - que abre com uma sugestiva capa de Don Heck - tem a valorizá-lo um excelente texto de apresentação escrito por André Azevedo (do blogue "BD no Sótão", uma correcta tradução de Patrícia Azeredo, um conto intitulado "A Harpa", talvez da colaboradora Mafalda Santos, aka "Doc" Thor T. Ure, claramente um pseudónimo conotado com tortura, a condizer com o teor da sua "short story". E, "last but not the least", o bem arquitectado trabalho editorial da responsabilidade de Filipe Azeredo (do blogue "A Filactera".
Ficha Técnica
Calafrios! - Vol. 1, nº 2 - Nov./Dez. 2013
Publicado pelo blogue "A Filactera" - Vila Nova de Gaia, Portugal
Director: Filipe Azeredo
Tradutora: Patrícia Azeredo
Colaboradores: Mafalda Santos, André Azevedo
Contacto: afilactera@gmail.com
Para poderem ver todo o webmagazine e folheá-lo lenta e gostosamente ao ritmo da leitura, aqui fica o endereço:
issuu.com/filacterabandadesenhada/docs/calafrios002_novdez2013
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Os interessados em ver o "post" anterior, relacionado com o nº1 de "Calafrios!" poderão fazê-lo clicando no item Terror Magazine visível no rodapé
O acaso ("Hasard" é o título da banda desenhada) tem papel preponderante nesta curta de bd em oito pranchas, situada em plena guerra, mais concretamente na Primeira Guerra Mundial, que ficou conhecida por Grande Guerra (1914-1918).
A peça de narrativa gráfica situa-se no Norte de França, onde um destacamento de soldados avança para as trincheiras, e é lá que os vamos encontrar em Dezembro de 1916.
Acompanhamos um soldado que, por acasos sucessivos, se vai safando de morrer em explosões várias.
De certa maneira, há alguma dose de ironia na ficção do escritor Erich Maria Remarque, ao criar uma forte expectativa nas andanças do soldado que se vai safando da morte por se afastar casualmente - nem que seja apenas para ir buscar tabaco a um outro abrigo que tem um pacote de "Gitanes" (passe a publicidade) - no momento exacto das explosões.
Uma interpretação ligeira de uma curta passagem do romance "À L'Ouest Rien de Nouveau" (" A Oeste Nada de Novo"), aproveitada por Arnü West, que surpreende pela simplicidade, em paralelo com a expressividade, no desenho das personagens.
Uma pequena peça de elevada qualidade, que a cor dada por Albertine Ralenti (mais uma boa colorista) valoriza - de que extraí um excerto, com a devida vénia aos editores da revista L'Immanquable (nº36 - Jan.2014).
Ilustram o presente "post" (de cima para baixo):
1) Prancha inicial da bd "Hasard" (página 30 da revista)
2) 4ª prancha, na página 33
3) 7ª prancha, na página 36
4) 8ª prancha (última) na página 37
5) Capa da revista "L'Immanquable La BD en Avant Première"
José Ruy, nome importante como autor de banda desenhada, está umbilicalmente ligado à revista O Mosquito, editada entre 1936 e 1953, na qual colaborou desde muito novo na área técnica, e mais tarde como autor de BD. Daí que seja considerado um profundo conhecedor daquela publicação, e com frequência convidado para fazer palestras acerca do tema.
Mais uma vez isso vai acontecer, desta vez na Livraria Barata, no Sábado, com início às 17h00, onde José Ruy vai historiar toda a trajectória da revista, com a ajuda de power point, dando naturalmente destaque ao nome mais prestigiado na área dos autores portugueses de BD que nela colaboraram intensamente, Eduardo Teixeira Coelho.
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Quem estiver interessado em ver notícias sobre palestras tratadas anteriormente, basta clicar no item Palestras ou Conferências sobre BD visível no rodapé
O facto de ter criado esta rubrica (ou etiqueta) aqui no blogue não significa, necessariamente, que me sinta fascinado pelo tema que com tanta frequência surge na Banda Desenhada (aliás, como no Cinema, ambas artes afins).
Considero, todavia, que a força estética de algumas cenas constituem momentos espantosos em termos artísticos, pondo à prova a criatividade dos autores de BD.
É o que acontece na sequência que ilustra o topo do presente post, com a violenta reacção de RanXerox - personagem da autoria do argumentista Tamburini e do desenhador Liberatore - no episódio intitulado "Feliz Aniversário, Lubna".
(As imagens que ilustram a postagem foram retiradas da excepcional revista brasileira Animal - Nº 17 - Maio 1991)
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Para ver as seis postagens anteriores bastará clicar na etiqueta Violência/Tortura na BD visível no rodapé
Está a decorrer, desde 7 deste mês, o evento intitulado BDteca - Salão de Banda Desenhada de Odemira, já na sua 8ª edição.
Antes de mais, há que esclarecer: o início da actividade, em 7 de Janeiro, foi apenas o lançamento do concurso anual de BD (que anunciei em "post" anterior, datado de 8 de Janeiro). Há depois um compasso de espera, sem qualquer actividade, e só a 25 de Janeiro volta a movimentar-se o Salão de BD com a abertura de uma exposição com bandas desenhadas da autoria de Luís Henriques (um autor de invulgar qualidade, diga-se).
Esta BDteca é de facto um evento com singularidades, no que concerne à sua planificação.
Mas o melhor é descrever as actividades e respectivas datas, tal como são anunciadas ao público, à imprensa e à blogosfera:
7 Janeiro a 14 Fevereiro - Concurso de BD
25 Janeiro a 27 Fevereiro - Exposição de Luís Henriques
20 Fevereiro - Animação de leitura de BD com Pedro Leitão (sessão dedicada às crianças)
25 Fevereiro a 8 Março - Feira do "Comic Book" e da BD
1 a 21 de Março - Exposição das bandas desenhadas participantes no concurso de BD de 2014
1 Março - 16h00 - Inauguração da exposição e entrega de prémios
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Nota: O cartaz que representa o Salão BD é uma tira extraída de uma banda desenhada da autoria de Carlos Rocha, participante no concurso do ano passado, a quem foi atribuído o 2º prémio.
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Para
ver as postagens anteriores referentes a eventos de banda desenhada, ou que a incluam, bastará clicar no
item: Festivais, Salões BD e afins, visível no rodapé
É compreensível que nos encontros da Tertúlia BD de Lisboa haja desenhadores que, nas toalhas de papel do restaurante, se entretenham a improvisar figuras que têm a ver com a banda desenhada.
Assim aconteceu no restaurante da Casa do Alentejo, na passada terça-feira com Quico,
o Convidado Especial do 255º Encontro da TBDL, que fez uns tantos desenhos,
mas houve quem se me antecipasse e os recortasse, apenas restando para
mostrar aqui no blogue o que está reproduzido em primeiro lugar.
Também Nuno Viegas, participante pela primeira vez na tertúlia, mostrou facilidade em improvisar, pelo que recortei um dos seus desenhos para mostrar aqui no blogue (é o que está reproduzido em 2º lugar).
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Para
o caso de alguém querer ver outras ilustrações improvisadas
reproduzidas nos 17 "posts" anteriores, poderá fazê-lo clicando sobre o
item Improvisos na toalha de mesa, visível no rodapé
O comic jam que se começou a fazer mensalmente em 6 de Agosto de 2008 na Tertúlia BD de Lisboa é, como já aqui tem sido dito - mas convém repetir, pois há sempre novos visitantes -, uma banda desenhada feita de improviso, em que geralmente costuma colaborar gente com talento para o desenho.
Mas, por vezes, acontece haver quem se atreva a participar sem possuir essa condição básica. Foi o que aconteceu comigo, por culpa da insistência do Álvaro (do quarteto que desde Julho de 2013 organiza a TBDL, ele é o encarregado da tarefa de realizar o comic jam).
Não resisti - mea culpa - a participar pela primeira vez (e última, tranquilizem-se), e lá consegui garatujar uma espécie de auto-caricatura (com o Álvaro a soprar-me ao ouvido: "o nariz tem de ser mais comprido").
Mal sabia eu que seria o próprio Álvaro a fazer a vinheta seguinte, e a mencionar uma hipotética filha minha (que eu saiba, só tenho um filho), filha essa que ele próprio gerou graficamente com esplendorosos atributos físicos (!), numa banda desenhada para o fanzine Tertúlia BDzine, e que ele mesmo baptizou de Gertúlia, prova inequívoca de ter "nascido" naquela tertúlia lisboeta.
Para terminar a postagem, e como de costume, aqui ficam os nomes dos autores das seis vinhetas:
1. Quico Nogueira (Convidado Especial) -------- 2. João Amaral
3. Sónia Oliveira ------------------------------------------ 4. Machado-Dias
5. Geraldes Lino ------------------------------------------ 6. Álvaro
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Os
visitantes interessados em verem os "posts" anteriores que contêm os
"comic jam" realizados na Tertúlia BD de Lisboa, poderão fazê-lo com um
simples clique no item Comic Jam visível no rodapé
No 8º Concurso BD de Odemira há três itens essenciais: o tema é livre, todos podem participar desde que tenham mais de 16 anos, sem limite máximo de idade, e as bandas desenhadas podem ter o número de pranchas que o concorrente quiser - apenas uma, por exemplo - com a obrigatoriedade de ser no formato A3.
Mas o melhor é lerem o
REGULAMENTO
O prazo para entrega de trabalhos para o 8º Concurso de Banda Desenhada
decorrerá entre os dias 7 de Janeiro e 14 de Fevereiro.
O concurso é
dirigido a maiores de 16 anos e tem como prémios:
300 euros para o 1º
classificado, 150 euros para o segundo e 75 euros para o terceiro lugar.
O tema é livre e os trabalhos devem ser apresentados em folhas de
formato A3.
- Cada concorrente poderá concorrer com mais do que um trabalho, desde que os envie separadamente e com pseudónimos diferentes.
- Nas folhas dos trabalhos não pode constar qualquer indicação sobre o concorrente, sob pena de ser excluído.
-
Juntamente com os trabalhos deverá ser enviado um envelope que deverá
conter, no exterior, o pseudónimo e, no interior, de forma bem clara e
legível, os seguintes elementos identificativos do autor:
nome,
morada,
nº de telefone,
e se for o caso, a escola que frequenta.
- As folhas devem ser numeradas e assinadas com o pseudónimo no canto inferior direito.
- As folhas deverão ser agrafadas ou presas por qualquer outro sistema.
- Deverão ser entregues 3 cópias dos trabalhos a concurso em formato A3
em papel e igualmente em suporte informático para os trabalhos
realizados em suporte digital.
Art.º 5º
Prazo e modos de entrega dos trabalhos- Os trabalhos deverão ser entregues diretamente no Balcão Único (BU) ou por correio até ao dia 14 de fevereiro em carta fechada
para a seguinte morada:
Município de Odemira
Praça da República
7630-139 Odemira
- A entrega por correio deverá ser feita através de registo com aviso de recepção.
- A entrega em mão poderá fazer-se durante o horário de funcionamento do Balcão Único (BU) de 2ª a 6ª feira, das 9h às 16h.
- O envelope deverá ser entregue fechado e com a indicação, no exterior, da designação do concurso e do pseudónimo.
- Não serão aceites trabalhos cuja data dos correios, seja posterior à data limite.
- Todos os trabalhos recebidos serão registados, numerados e datados.
A entrega de prémios e a inauguração da exposição com os trabalhos
participantes decorrerá no dia 1 de Março, na Biblioteca Municipal,
pelas 16.00 horas.
A mostra poderá ser visitada até ao dia 29 de Março.
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A BDteca/2014 - 8ª Mostra de Banda Desenhada de Odemira iniciou-se a 7 de Janeiro, e só terminará a 29 de Março. Do evento falarei em breve, do concurso é que foi mister que aparecesse já a informação, para dar tempo aos candidatos a concorrentes.
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Ilustram o presente "post" (de cima para baixo):
1) A 3ª prancha da banda desenhada "Uma Cabana Vazia", galardoada com o 2º Prémio da BDteca - 7ª Mostra de BD de Odemira (2013), da autoria de Carlos Rocha
2) Logótipo da autarquia odemirense, organizadora do evento
3) Cartaz do evento BDteca - 8ª Mostra de BD de Odemira (2014), em que é usada uma tira da prancha acima reproduzida
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