segunda-feira, maio 25, 2015

Teaser (V) - BD "Nau Negra", de Fernando Relvas








Escreve Fernando Relvas, à laia de intróito, que "Nau Negra é uma obra de ficção em banda desenhada e não uma tentativa de reconstituição histórica. É, contudo, sustentada por referências históricas concretas".

Assiste-se, de facto, ao longo de oitenta e cinco pranchas, valorizadas por notável trabalho cromático, a uma trama ficcional intensa, constituindo figuração narrativa de inquestionável nível.

Entre variadas peripécias, entremeiam-se informações técnicas e comentários jocosos. Fica-se a saber, no primeiro caso, que as naus holandesas são rápidas, enquanto que o Navio Negro, português, é muito grande e lento; e no segundo, que "uma nau cheia de portugueses é uma nau cheia de teimosos".

Enquanto a obra não é editada, fica aqui uma mínima amostragem gráfica em modo de teaser.

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FERNANDO RELVAS

Síntese biobibliográfica (Versão Actualizada)

Fernando Carlos Nunes de Melo Relvas, 20 de Setembro de 1954, Lisboa. 
 

Relvas iniciou-se na BD em 1975, colaborando nos fanzines O Estripador e O Gorgulho. Estreou-se em 1976 a colaborar num jornal, o Gazeta da Semana, com a personagem 'Chico'. 

Voltaria mais tarde aos jornais, designadamente a: Pau de Canela, O Fiel Inimigo (depois apenas Inimigo), Sete, GrandAmadora, Diário de Notícias, Mundo Universitário
Entre todos destaca-se o semanário Sete, onde teve extensa produção bedística, de 1982 a 1987: Concerto Para Oito Infantes e Um Bastardo, Niuiork, Sabina, Ai Este Chavalo Seria Tão Baril Se..., Herbie de Best, Sangue Violeta, Karlos Starkiller Jornalista de Ponta, todas a preto e branco, e Nunca Beijes a Sombra do Teu Destino, A Noite das Estrelas, O Diabo à Beira da Piscina, O Atraente Estranho, estas quatro a cores.

Há bandas desenhadas suas em várias revistas de BD: Mundo de Aventuras, ("0-3-0 O Controlador Louco"), Fungagá da Bicharada, Mosquito (5ª série), no respectivo suplemento "O Insecticida", Lx Comics e especialmente na Tintin, onde teve considerável produção (Espião Acácio, Viagem ao Centro da Terra, Rosa Delta Sem Saída, L123, Cevadilha Speed, Slow Motion, Kriz 3). 
Fez também BD em revistas de temas diferentes, nomeadamente Pão Comanteiga e Sábado ("O Rei dos Búzios").

Em 1990 obteve o 1º prémio do concurso "Navegadores Portugueses", organizado pelo CNC-Centro Nacional de Cultura, com a obra "Em Desgraça - As Aventuras de Vaz Taborda".

Tem obras editadas em álbuns: colaboração no colectivo "Noites de Vidro", aavv (1991); "Em Desgraça - As Aventuras de Vaz Taborda" (1993), "As Aventuras de Piri-Lau O Nosso Primo em Bruxelas" (1995), "Karlos Starkiller Jornalista de Ponta" (1997) - recolha da série homónima publicada no semanário Sete; "Uma Revolução Desenhada: o 25 de Abril e a BD" (1999).

Enquanto profissional da BD e Ilustração, editou ele próprio os seus prozines (Ananaz Q Ri e Ménage à Trois), mas colaborou também nos fanzines Édito e Quadrado (2ª série).

Em Setembro de 1989, no V Salão Internacional de Banda Desenhada do Porto participou numa exposição colectiva; em Março de 1997 foi-lhe dedicada uma exposição, pela Bedeteca de Lisboa,  intitulada "Relvas à Queima-Roupa", com edição de catálogo; em 1998 foi um dos vários autores portugueses incluídos na exposição "Perdidos no Oceano", organizada em França pelo Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême, na edição desse ano.


Em Setembro de 2002 foi homenageado pela Tertúlia BD de Lisboa. 

Publicadas em língua inglesa tem as seguintes obras: Palmyra (2007), The Chinese Master Spy (2008), Li Moonface (2011), Ask a Palmyra: How Can Transgenic Fish Make You Sex Crazy? (2013).

Em 2012 realizou o seu primeiro filme de animação, "Fado na Noite", ambientado em Lisboa, nos meados do século XIX. O filme foi financiado pela RTP e Ministério da Cultura. 

Em 2013 foi-lhe atribuído um Prémio Nacional de BD/2012, na alínea "Clássicos da 9ª Arte", incidindo sobre o livro editado em 2012 "Sangue Violeta e Outros Contos", no Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, onde, além disso, esteve representado na exposição "Relvas a Três Tempos". 


Durante 2014 realizou, mais uma vez como autor completo - argumento, desenho, legendagem e colorização -, a obra "Nau Negra", terminada em fins de Setembro.


Geraldes Lino 
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6 comentários:

Fernando Dordio disse...

Não conhecendo pessoalmente o Fernando Relvas, mas reconhecendo-o como um dos grandes autores da BD portuguesa, custa-me ver nestas pranchas uma coisa que poderia ser melhorada e automaticamente iria melhor a obra - a legendagem.
Está muito fria, rígida e não está adequada ao restante, que está realmente bom

Pepe disse...

Hey hey

É pena não referires que o prémio de 2012 na BD Amadora foi o de Clássico da 9ª Arte pelo livro editado em 2012 "Sangue Violeta e outros contos"...

Mas entendo, é um livro sem importância para o (não)mercado de BD em Portugal...

Não se enquadra em nenhuma parteleira e nenhum rótulo das gentes da BD lusa.

Inté

Geraldes Lino disse...

Fernando Dordio

Agradeço a visita.

Também não aprecio muito a fonte usada na legendagem.
Já sugeri ao Relvas que desse a opinião dele a este respeito.

Geraldes Lino disse...

Caro amigo Pepedelrey

Obrigado pela visita.

Estás um bocado azedo... mas tens toda a razão pela lacuna. Já acrescentei esse pormenor na biografia do Relvas.

Abraços.

Fernando Relvas disse...

Caro Dordio

Compreendo a reacção à minha escolha, aliás está bem acompanhado no que toca à letra, a escolha é já um compromisso entre a minha escolha inicial e as reacções de pessoas ligadas à arte, o que vai, provavelmente, determinar um retrocesso e escolher de novo uma letra mais fria, límpida e de fácil leitura, discreta e afastada da habitual letra-bd, inserida em espaços rectangulares.

Caro Lino

Como vês, não usei o novo acordo ortográfico.

Caro Pepe

Podes dar sinal de vida?

Um abraço

FR

Geraldes Lino disse...

Caro Relvas

De facto, apreciei a rapidez da tua reacção no que se refere ao [des]acordo do ano de desgraça ortográfica de 1990.
GL