Tem-se assistido nos média a um interesse inusitado (ainda bem!) pela exposição de banda desenhada patente no Museu Colecção Berardo (Centro Cultural de Belém), que Pedro Vieira de Moura intitulou "Tinta nos Nervos - Banda Desenhada portuguesa".
Ainda outro sinal desse interesse jornalístico acaba de ser dado na mais recente edição da revista Time Out Lisboa (nº172, 12 a 18 Jan), suplemento A Semana, no artigo "BD que fala português".
Todos os artigos na imprensa são importantes para a exposição, logo para a BD, e não obstante o texto estar interessante e entusiástico, infelizmente começa por uma afirmação, deixada sem esclarecimento, que pode criar, à partida, uma noção errónea do que já se passou em Portugal nesta área.
Leia-se pois o seguinte excerto:
"Poderíamos começar por dizer que "Tinta nos Nervos" é a maior exposição de banda desenhada portuguesa alguma vez feita, e que é uma mostra exaustiva e absoluta, só que isso não seria totalmente verdade. (...)"
"Exaustiva"? "absoluta"? O que vale é que a jornalista terminou o parágrafo de forma estrategicamente ambígua, porque, ou alguém mais conhecedor lhe soprou aos ouvidos que a exposição não corresponderia a esses adjectivos, e eventualmente até já teria havido outras mais abrangentes, ou ela própria se apercebeu da periculosidade de uma tal afirmação.
Ainda outro sinal desse interesse jornalístico acaba de ser dado na mais recente edição da revista Time Out Lisboa (nº172, 12 a 18 Jan), suplemento A Semana, no artigo "BD que fala português".
Todos os artigos na imprensa são importantes para a exposição, logo para a BD, e não obstante o texto estar interessante e entusiástico, infelizmente começa por uma afirmação, deixada sem esclarecimento, que pode criar, à partida, uma noção errónea do que já se passou em Portugal nesta área.
Leia-se pois o seguinte excerto:
"Poderíamos começar por dizer que "Tinta nos Nervos" é a maior exposição de banda desenhada portuguesa alguma vez feita, e que é uma mostra exaustiva e absoluta, só que isso não seria totalmente verdade. (...)"
"Exaustiva"? "absoluta"? O que vale é que a jornalista terminou o parágrafo de forma estrategicamente ambígua, porque, ou alguém mais conhecedor lhe soprou aos ouvidos que a exposição não corresponderia a esses adjectivos, e eventualmente até já teria havido outras mais abrangentes, ou ela própria se apercebeu da periculosidade de uma tal afirmação.
Com efeito, e com toda a consideração que me merece Pedro Moura, pela intensa actividade que tem andado a desenvolver na BD - o seu importante blogue de crítica "Ler BD", mais a função de professor, a nível de ensino superior, de BD e Ilustração - e agora pela qualidade e importância da iniciativa por ele levada a cabo, sozinho, a verdade é que "Tinta nos Nervos" é até uma mostra bastante parcial, seguindo o critério muito pessoal do seu comissário, que deixou de fora alguns nomes extremamente importantes (menciono aqui apenas um: Relvas, Fernando Relvas).
Retornando ao texto sob apreciação, da jornalista Catarina Mendonça Ferreira - que terá a desculpa de não ser, necessariamente, uma conhecedora do tema -, não poderei deixar de lhe dizer que, em termos de "exposição exaustiva e absoluta" esteve mais próxima a organizada, em duas fases, por João Paulo Paiva Boléo e Carlos Bandeiras Pinheiro, na Fundação Calouste Gulbenkian, nos anos 1997 e 2000.
Mais concretamente:
Em 1997 teve lugar a 1ª parte da exposição "A Banda Desenhada Portuguesa - 1914-1945"
No ano 2000 esteve patente a 2ª parte, "A Banda Desenhada Portuguesa - Anos 40-Anos 80".
Nestas duas mostras, realizadas com publicações da época e pranchas originais (tal como esta agora de Pedro Moura, nisso não houve diferença), foram incluídos os autores portugueses de BD com importância pelo seu contributo e qualidade, publicados naqueles períodos estabelecidos pelos comissários, cujo arco de tempo abarcou, afinal de contas, mais de setenta anos de banda desenhada portuguesa.
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Este texto é a "Parte 2 de 3" da postagem anterior, de 9 Janeiro, na categoria Exposições BD avulsas (IV)
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Para ver postes anteriores relacionados com os mais diversos textos publicados em jornais e revistas - categoria que aparece neste blogue, de quando em vez, desde 2005, Julho 15 -, basta clicar na etiqueta Imprensa - Críticas e notícias sobre BD, visível no rodapé.
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