domingo, setembro 30, 2012

Críticas e Notícias sobre BD na Imprensa (XXVII)




O nome do escritor italiano Emilio Salgari voltou a ganhar visibilidade quando a sua personagem Sandokan apareceu numa série televisiva - em finais da década de 1970 - em que aquele pirata dos mares, "o tigre da Malásia", criou uma nova geração de admiradores.

Mas também um pouco mais tarde, já nos anos de 1980, um admirador da obra de Salgari, dotado para o desenho - Santos Costa - resolveu transformar em banda desenhada excertos de romances do prolífico escritor, no que foi o primeiro autor português de BD a fazê-lo, e até agora o único.
Essa sua primeira incursão no universo salgariano deu-se na importante revista de BD Mundo de Aventuras, em bedês baseadas nas obras "Os Tuaregues", "O Último Tigre" e "A Formosa Judia".
Passaram-se bastantes anos - dezena e meia - e Santos Costa foi desenvolvendo esse núcleo inicial, e o resultado, com uma bem maior extensão, foi recentemente editado em álbum, sob o título Os Piratas do Deserto.
Eurico de Barros, atento e lúcido crítico de cinema,  mas que estende o seu interesse analítico à BD, deu grande visibilidade a esta adaptação de Salgari à figuração narrativa, no jornal Diário de Notícias (edição de 24 do corrente mês de Setembro), na rubrica DN Artes. É desse extenso comentário crítico, complementada por conversa com o banda-desenhista, que aqui em baixo reproduzo alguns excertos (respeitando o uso pelo DN do novo acordo ortográfico AO90).
Imagens que ilustram o post (de cima para baixo):
1. Reprodução da página do Diário de Notícias, rubrica DN Artes, com a foto de Santos Costa e o texto de Eurico de Barros
2. Prancha da banda desenhada reproduzida no texto
3. Capa da obra em álbum "Os Piratas do Deserto", edição ASA, que também ilustra o artigo
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Nona Arte. Em "Os Piratas do Deserto", Santos Costa adapta pela primeira vez em banda desenhada em Portugal um livro do criador de Sandokan e do Corsário Negro
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EURICO DE BARROS
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Foi lido e elogiado por Umberto Eco, Borges,Neruda, Fellini ou Garcia Marquez, e 'Che' Guevara levou livros dele para a Sierra Maestra durante a guerrilha em Cuba. No passado dia 21 de Agosto assinalaram-se os 150 anos do nascimento do italiano Emilio Salgari (...) A coincidir com a efeméride, acaba de sair Os Piratas do Deserto, de Santos Costa, a primeira adaptação para para banda desenhada (BD) em Portugal de um romance do prolífero escritor italiano, feita por um desenhador (também escritor, ilustrador e cartunista) nos seus tempos livres de funcionário público, agora já reformado.

Assim introduz Eurico de Barros o tema. Em seguida, reproduz palavras de Santos Costa:

"Esta aventura foi originalmente publicada no Mundo de Aventuras, em dezembro de 1986, e agora levou um nova versão, mais ampliada", conta o autor. "Afinal, passaram-se 26 anos e tive que adaptar o traço para a obra ser mais homogénea. Eram 32 pranchas que agora foram transformadas em 165. E, graças à editora, Os Piratas do Deserto 'cai' mesmo na comemorações dos 150 anos do nascimento do Emilio Salgari (...)"

"(...) Esta obra foi uma das que sofreu uma maior corruptela por parte do editor português do Salgari, a Romano Torres (...) Eles condensaram os dois livros ["A Formosa Judia" e "Os Piratas do Deserto"] num só volume e alguns capítulos foram amputados. Por isso tive o cuidado de dizer no álbum que é uma adaptaçãolivre da obra de Salgari (...)" 

O tipo de aventura, o traço do desenhador e o preto e branco dão a Os Piratas do Deserto um sabor nostálgico e tradicional, a contraponto da maioria da BD de hoje - esta é a opinião do crítico acerca da obra.

O autor confirma-a:

"É um álbum a contracorrente, sim. Mas eu,quer na BD, quer no cinema, nem sempre acompanho a maré e o público leitor e cinéfilo pode desejar que haja alguma coisa do passado que ainda seja feita hoje. E esta BD é a preto e branco porque também há ainda hoje alguns filmes que o são. É uma opção estética porque se enquadra na obra original, que é do século XIX, com um assunto do século XIX (...)
  
Admirador de Hugo Pratt (opinião de Eurico de Barros), Santos Costa diz não ter "propriamente um estilo".

 "O meu desenho é um desenho saído muitas vezes quase espontâneo, intermédio entre a BD franco-belga e alguns autores ingleses" (...) "Nunca pus a opção de ser um autor de BD a tempo inteiro, nem consegui ser um autor consagrado. E mesmo que conseguisse, não conheço autores portugueses que sobrevivam apenas desta arte. Não se consegue ser umprofissional de BD a tempo inteiro. (...)"

Santos Costa gostava de desenhar outro livro de Emilio Salgari, A Montanha de Luz - informa o articulista. 

"Foi a primeira tradução dele editada em Portugal, um ano antes da sua morte, em 1911. Não estou a planear nada, por causa das condições do nosso mercado, mas gostava que Os Piratas do Deserto não fosse o primeiro e último romance do Salgari a ser adaptado para BD em Portugal."

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SANTOS COSTA

Biobibliografia
  

Fernando Jorge Santos Costa, Lisboa, 14 de Fevereiro de 1951.
Estudou em Viseu, onde completou o antigo 5º ano liceal.
Depois disso, como ele diz, tem vivido entre a escrita e o desenho. Da escrita - apesar de já ter mais de uma dúzia de livros publicados, englobando contos, romances e monografias - aqui só ficará curto registo de argumentos ou adaptações literárias para a banda desenhada, pois é de BD que trata este blogue.
Santos Costa iniciou-se no Mundo de Aventuras - um bom começo. Em 1979, na 2ª série daquela revista, estreia-se com A Caça aos Lobos. E, como aconteceria bastas vezes, numa adaptação literária que ele próprio fez da obra de Aquilino Ribeiro, assim satisfazendo também a sua tendência para as letras. Chegado aos anos de 1980, realiza Os Tuaregues, em adaptação literária de Salgari, tal como fez com O Último Tigre e A Formosa Judia; quanto a D. Quixote e o Lobo, baseou-se em Cervantes, obviamente.
Passou pela História - Fernão de Magalhães -, e pelos contos tradicionais - O Boi Cardil, D. Caio, Branca Flor, A Dama Pé-de-Cabra, Os Dois Compadres, O Velho do Surrão. Há ainda uma lenda, A Truta de Celorico, um conto tradicional africano, e outro chinês, Os Homens de Pedra de Sutilé e A Mulher de Wan His-Liang, respectivamente. É todo um variado leque de temas vertidos para BD naquela prestigiosa revista juvenil.
Uma parte significativa da sua actividade de autor nesta área teve apoio no semanário O Crime, para onde transformou em bandas desenhadas, ao ritmo de uma prancha em cada número, a preto e branco, grande diversidade de casos. Por exemplo, históricos: A Execução dos Távoras (este episódio abrangeu treze pranchas), Zé do Telhado (uma adaptação que durou vinte e uma semanas e igual número de pranchas), João Brandão, Diogo Alves, Alves Reis, O Regicídio e O Atentado a Salazar.
Santos Costa, durante os anos 1990 e primeiros de 2000, nunca vacilou em adaptar, qualquer que fosse o assunto, a desenhos sequenciais, como se percebe por alguns dos restantes títulos: Os Marçais de Foz Côa, O Gang do Multibanco, O Estripador de Lisboa, O Caso "Meia Culpa", A Turista Violada, O Massacre de Fortaleza, O Crime do Padre Frederico, entre outros.
Na área nobre dos álbuns, o seu primeiro aparece em 1985: Batalha de Trancoso, com miolo a preto e branco, numa edição da autarquia homónima; em 1988, no formato de livro, sai O Magriço, um dos Doze de Inglaterra; em 1990, também com apoio da Câmara trancosense, é editada, a cores, a história de uma enigmática personagem local, Bandarra-Poeta, profeta e sapateiro de Trancoso.
Em 1994, surgindo pela primeira vez a história de um partido político em BD, Santos Costa realiza a obra PSD-Partido Social Democrata-20 anos, álbum com capa a cores e miolo a preto e branco, hoje em dia uma peça muito difícil de encontrar.
Após compasso de espera de oito anos, o prolífico autor aparece com três álbuns consecutivos: Registos Criminais (2002), capa colorida e miolo a preto e branco; A Viúva do Enforcado (2003), com apoio da Câmara Municipal do Fundão; e D. Egas Moniz, o Aio, edição patrocinada pela Câmara Municipal de Lamego, estes dois últimos com capa e conteúdo em quadricromia.
Em Fevereiro de 2007 colaborou no fanzine Efeméride (nº2), com o episódio Em Trancoso, inserido na obra colectiva Príncipe Valente no Século XXI.
A sua obra mais recente, datada de Agosto de 2012, tem por título Os Piratas do Deserto, livro de 173 páginas, com a capa a cores, sob chancela da editora ASA.   

Geraldes Lino   
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Os interessados em ver as 26 anteriores postagens (com início em 15 de Julho de 2005) do presente tema, poderão fazê-lo, bastando para isso clicar no item Imprensa - Críticas e notícias sobre BD, visível aqui por baixo no rodapé
  
   

sábado, setembro 29, 2012

Feiras BD (II) - Feira do Livro de Poesia e de BD


Hoje, dia 29 de Setembro, sábado, bem cedo pelas 10h00, tem início uma invulgar iniciativa que faz a junção da poesia com a BD. Daí o título com que se apresenta o evento, Feira do Livro de Poesia e Banda Desenhada, que vai decorrer no Palácio de Laguares - Espaço Guilherme Cossoul de Campolide (Rua Professor Sousa da Câmara, 156) - e deve-se o seu aparecimento à designer gráfica Inês Ramos.

Mas a que propósito lhe surgiu tal ideia? Em certa medida, trata-se afinal da continuação do evento homónimo que Inês organizou na cidade da Praia, durante a sua estada em Cabo Verde.

De facto, aproveitando um espaço que lhe foi cedido no Centro Cultural do Palácio Ildo Lobo, ela organizou todos os sábados, a partir de Novembro de 2011, essa tal feira dedicada à poesia e à BD, tendo até editado um excelente fanzine, o Banda Poética.


Regressada a Portugal, a activa lisboeta não demorou muito a decidir organizar, agora na sua cidade natal, o evento que criara em Cabo Verde, dando-lhe até o mesmo título, e aí temos nós em Lisboa, no bairro de Campolide (já a caminho das Amoreiras) uma inesperada feira onde haverá à venda livros de poesia, fanzines de banda desenhada, e até revistas antigas dehistórias aos quadradinhos, numa pequena componente de alfarrabista.

E conhecendo a energia e capacidade de trabalho da minha amiga Inês, atrevo-me a vaticinar merecido êxito a esta improvável feira. Mais pormenores em: http://feiradolivrodepoesia.blogspot.pt
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Os interessados em ver o "post" anterior poderão fazê-lo clicando no item Feiras BD visível no rodapé.

sexta-feira, setembro 28, 2012

Conferências sobre BD


Graças à tenacidade e espírito de iniciativa de Pedro Vieira Moura, vão realizar-se em Lisboa as 2ªs Conferências de Banda Desenhada em Portugal 2012, em que participarão vários académicos interessados em BD. 
Ou, como o próprio organizador os classifica, "investigadores que têm a BD como seu objecto de estudo", sendo ele próprio incluível nessa categoria.

As conferências vão realizar-se amanhã, 29 de Setembro (Sábado), entre as 10h e as 16h,
no Auditório da Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro 
(Estrada de Telheiras, 146 - Lisboa).

Eis o programa:

10h Abertura

10h20 Sessão 1, INTERTEXTUALIDADES, TRANSMEDIALIDADE, DIÁLOGOS
10h20 Cristina Álvares, "Um caso de migração intermedial de personagens. Bécassine e Corto Maltese em três micro-novelas de Chantal Thomas"
10h40 Renatta Pascoal, "Archi-comics. Partilhas projectuais entre a Banda Desenhada e a Arquitectura "
11h00 Conceição Pereira, "As falhas fundamentais de Glen Baxter"

11h40 Intervalo

11h50 Sessão 2, PÓSCOLONIALISMO
11h50 Isabel Correia, " Indígenas em Nova Iorque [Chloé Cruchaudet]"
12h10 Sandra Silva, "Uma mulher à conquista dos trópicos[Chloé Cruchaudet]"
12h30 Luís Cunha, "Quando a Branca de Neve é negra: caricatura, estereótipo e linguagem"
12h50 Marie M. Silva, "Memória, história e subjectividades: a história oficial francesa revista e corrigida pela banda desenhada"

13h30 Intervalo (almoço)

14h30 Sessão 3, AFECTOS
14h30 Alexandra Dias, "As Pombinhas do Sr. Leitão – ficção narrativa em BD"
14h50 Ana Matilde Sousa, "Moe e manga yonkoma: cuteness “estuplime” na banda desenhada de 4 vinhetas japonesa"
15h10 Pedro Moura, "Fotografias e sonhos em Alison Bechdel: Espaços heterotópicos de representação do eu relacional"

16h Encerramento

Organização: Laboratório de Estudos de Banda Desenhada/Rei Rubro

Nota do bloguista: O cartaz que ilustra o topo do "post" é da autoria de João Maio Pinto
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Quem estiver interessado em ver quais os temas que têm sido tratados anteriormente, basta clicar no item Conferências sobre BD  visível no rodapé

quarta-feira, setembro 26, 2012

Concursos de Banda Desenhada

Por vários motivos que afectaram a entidade organizadora,  só hoje, 26 de Setembro, data já bastante tardia, foi divulgado o regulamento do concurso anual de BD integrado no 23º Festival de Banda Desenhada da Amadora, que se inaugurará exactamente daqui a um mês.

Pormenores que destaco:

Uma óptima notícia, para já: este ano o TEMA é LIVRE.

Continua a existir o abrangente escalão A+ destinado a quem tenha 31 anos ou mais,  o que permite aos que se queixam de haver discriminação para os menos jovens, de ainda poderem concorrer (mas só aqueles que ainda nunca tenham sido editados em álbum, até mesmo os que tenham sido anteriormente premiados pelo Amadora BD). 
(Nota do bloguista: não percebo a intenção desta última exigência... Se foram premiados no concurso da Amadora, mas as bandas desenhadas nunca chegaram a ser publicadas, qual é o problema?) 

Prazo limite de entrega das obras: 8 de Outubro

(O regulamento abaixo publicado foi escrito pela organização obedecendo ao novo acordo ortográfico AO90 e eu limitei-me a copiá-lo)

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23º FESTIVAL INTERNACIONAL DE BANDA DESENHADA
Normas de Participação do
23º Concurso Nacional de Banda Desenhada

AMADORA 2012

ENTIDADE PROMOTORA
a) Em busca de novos valores, incentivando a produção da Banda Desenhada e proporcionando a sua apresentação pública, a Câmara Municipal da Amadora - (CMA), promove o presente concurso de Banda Desenhada, inserido no 23º Amadora BD – Festival Internacional de Banda Desenhada ‘2012, a decorrer nesta cidade entre os dias 26 de Outubro e 11 de Novembro.

TEMA DO CONCURSO
Na edição de 2012, o tema do concurso é “ Tema Livre”.

CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO

a)Podem concorrer todos os autores que tenham mais de 12 anos.

b) Os concorrentes podem apresentar bandas desenhadas realizadas individualmente ou em equipa, com texto em língua portuguesa.
Cada concorrente, ou equipa, pode participar com uma banda desenhada.

d) Os concorrentes são divididos em três escalões etários, conforme as idades, consideradas à data marcada como dia limite para receção das bandas desenhadas.

Os escalões são ordenados dentro dos seguintes limites:
Escalão A - dos 17 aos 30 anos

Escalão A+ - a partir dos 31 anos (sem BDs publicadas em álbum e que nunca tenham sido premiados pelo Amadora BD).

Escalão B - dos 12 aos 16 anos

Caso haja prorrogação de prazo, é considerada a nova data para efeitos de cumprimento dos limites etários estabelecidos.

Em relação às equipas, a colocação no respetivo escalão é feita atendendo à idade do mais velho dos seus elementos.

ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
a) Cada banda desenhada é constituída por 4 pranchas originais inéditas, produzidas nos últimos dois anos, e que podem ser a preto e branco ou a cores.

b) O formato das pranchas a concurso deve ser A4 (210x297mm) ou A3 (420x297mm).

c) As quatro pranchas têm de estar numeradas.

d) A primeira e a última prancha, sendo o princípio e fim da narrativa, deverão apresentar caraterísticas (*) próprias da linguagem da 9ª arte, nomeadamente: esclarecer graficamente o início da história da primeira página com cabeçalho e título ou outra forma que o autor julgue mais adequada; o final da narrativa na última página deverá ser claro.

(Nota do bloguista: neste novo acordo ortográfico, a fonética é que manda. Eu sempre pronunciei na palavra característica a consoante c [carakterística], e sempre ouvi pronunciar assim em Portugal, portanto deve continuar a escrever-se com a consoante intermédia, embora em "caráter" de facto caia a consoante, mas neste caso porque é muda.
Eu não gosto do AO mas já sei algumas das suas regras. Não queiram ser mais papistas ortográficos do que o AO90).

e) Os concorrentes devem ter a noção que, em caso de publicação, as legendas, textos de balões e restante letragem terão de ser legíveis no formato A4, em particular os que originalmente são feitos em A3 que terão de ser reduzidos para metade, pelo que o júri tomará em conta este fator na seleção dos trabalhos;

f)  Os textos, quando os houver, devem ser apresentados, quer pelos concorrentes portugueses quer pelos estrangeiros, em português (exceção para expressões avulso, onomatopeias ou estrangeirismos). 
A legendagem tem que ser facilmente legível por todas as pessoas.

g) Os erros ortográficos e gramaticais pesarão nas decisões do júri, especialmente em caso de empate entre dois ou mais concorrentes.

h) Os autores devem fazer duas fotocópias de cada prancha, ficando uma em seu poder e enviando a outra juntamente com o original.

i) As pranchas não podem estar assinadas. os concorrentes devem deixar um pequeno espaço em branco em cada uma delas a fim de posteriormente as assinarem, para efeitos de exposição ou publicação.

j) No caso de se tratarem de pranchas feitas anteriormente e já assinadas, a assinatura deve ser coberta por uma tira de papel opaco ou por um guache branco.

k) Todas as pranchas e respetivas cópias devem estar numeradas legivelmente e identificadas com o pseudónimo e escalão no verso.

l) O pseudónimo deve ser totalmente original, não podendo ter sido utilizado anteriormente pelo(s) autor(es).

Calendário

a) — A data limite para entrega dos trabalhos na CMA – CNBDI é o dia 8 de outubro de 2012 até às 17:00 horas.

b) — No caso das bandas desenhadas serem enviadas pelo correio, independentemente da data constante no carimbo dos correios, os participantes / autores nacionais e do estrangeiro terão de se assegurar que a bd concorrente chegará à organização sedeada no CNBDI da Amadora até 8 de outubro de 2012, independentemente da data do selo de correio nacional ou internacional.

c) — os trabalhos que cheguem depois desta data, não serão considerados pelo júri, sendo devolvidos ao(s) concorrente(s).

d) — A CMA - CNBDI não se responsabiliza por qualquer trabalho que chegue após o dia da reunião de Júri, independentemente da data de carimbo dos correios.

e) — os trabalhos que não forem premiados serão devolvidos pela cmA por correio registado aos concorrentes.

f) — A CMA não se responsabiliza pelos trabalhos que não forem levantados nas respetivas estações dos correios.

g) — A partir do dia 14 de dezembro a CMA / Amadora BD não se responsabiliza pelo estado de conservação e pela devolução dos trabalhos que não forem levantados nas respetivas estações dos correios.

6) Inscrição
a) — para efeitos de participação, os concorrentes devem recortar ou fotocopiar o cupão publicado nestas normas, preenchê-lo e enviá-lo juntamente com uma fotocópia legível do Cartão de Cidadão [ou Bilhete de Identidade (BI) + cartão de Número de Identificação fiscal, (Nif, vulgo cartão de contribuinte)].
b) — Os concorrentes deverão acompanhar obrigatoriamente os trabalhos de uma biografia e foto do(s) respetivo(s) autor(es).
c) — As inscrições apenas se consideram válidas após a receção da obra concorrente e de todos os documentos solicitados, não sendo suficiente o envio do cupão.

d) — os trabalhos concorrentes, devem ser enviados ou entregues diretamente até 8 de outubro de 2012 (dias úteis, entre as 10:00 e as 17:00 horas), dirigidos a:

23º concurso de BD
Amadora BD – Festival Internacional de Banda Desenhada
CMA/ CNBDI -

Av. do Brasil, 52-A
2700-134 Amadora/Portugal


7) Exposição de obras

a) Todos os trabalhos inscritos para o concurso estão sujeitos a pré-seleção do júri em função do espaço disponível para exposição.

b) A montagem e desmontagem da exposição com os trabalhos que participam no concurso e selecionados pelo júri é da exclusiva responsabilidade da cmA.

c) A exposição estará patente durante o 23º Amadora BD – Festival Internacional de Banda Desenhada.

d) A organização faz o seguro de todas as obras presentes. É também da sua responsabilidade instalar no recinto da exposição um sistema de vigilância.

8) Júri

a) O júri deste concurso é constituído pelo diretor do Amadora BD que o preside, um autor de BD, um autor do cartoon, um argumentista, um crítico e estudioso de BD, um crítico e estudioso do cartoon/caricatura, um representante da imprensa, um criador e investigador de fanzines, o comissário da exposição central do Amadora BD e um professor de uma escola secundária da Amadora.

b) Ao júri cabe realizar a pré-seleção para exposição, decidir e ordenar os trabalhos premiados.

c) O júri reserva-se o direito de não atribuir qualquer ou algum dos prémios se o mérito dos trabalhos não o justificar.

d) O júri reúne em outubro de 2012.

e) Das decisões do júri não haverá recurso.

9) Prémios

a) Porque a BD é antes de mais uma arte para ser fruída através da sua publicação, a organização realizará todos os esforços com o objetivo de editar os trabalhos premiados.

b) Os prémios pecuniários são distribuídos da seguinte forma:

EscalãoA
1º prémio — € 1.000,00
2º prémio — € 750,00
3º prémio — € 600,00


Escalão A+
prémio Único — € 1.000,00

Escalão B
1º prémio — € 750,00
2º prémio — € 600,00
3º prémio — € 500,00


c) Será evitado pelo júri a atribuição de mais que um prémio para o mesmo lugar.

d) Caso se justifique, o júri poderá distinguir alguns trabalhos com a designação de menção honrosa, sem a atribuição de prémios ou troféus.

10) Notas Finais

a) Os originais das bandas desenhadas premiadas são propriedade da entidade promotora.

b) Todos os concorrentes têm direito a catálogo do festival e entrada livre em todas as iniciativas do Amadora BD – Festival Internacional de Banda Desenhada, devendo para tal identificar-se e solicitá-lo na recepção do evento.

c) Os casos omissos no presente regulamento serão resolvidos pela entidade organizadora, não havendo recurso das decisões do Júri.

d) A apresentação dos trabalhos representa a aceitação plena das presentes normas regulamentares por parte dos concorrentes a este concurso.





A entrega desta ficha de inscrição, implica a aceitação plena de todas as normas de participação deste concurso.
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Quem tiver curiosidade em ver regulamentos de concursos anteriores e respectivas entidades organizadoras, poderá satisfazer-se clicando no item Etiquetas: Concursos de Banda Desenhada que está visível aqui em baixo no rodapé



segunda-feira, setembro 24, 2012

Livros sobre BD - Os Meus Livros (IX)

 
A notável obra The Smithsonian Collection of Newspapers Comics merece bem ser mostrada aqui no blogue o mais completamente possível, o que estou a fazer por fracções, sendo esta a segunda.
 
Trata-se de uma extraordinária mostra de bandas desenhadas do período clássico americano, que são praticamente desconhecidas de uma considerável percentagem de público afecto à BD, com especial incidência nas camadas mais jovens, que nem lhes passa pela cabeça ter existido este tipo de figuração narrativa.
 
Aliás, não será de estranhar que assim aconteça: não é com facilidade que um europeu se desloca aos Estados Unidos da América - a Washington, mais precisamente - de propósito para visitar o Smithsonian Institution Press, a fim de ter acesso ao fabuloso acervo daquela prestigiada instituição cultural.
 
E nem mesmo este livro de que aqui continuo a falar - forma mais económica e viável de tomar conhecimento visual com estas grandes obras-primas - está facilmente acessível, ou porque é caro, ou porque está esgotado.
 
No segundo folhear deste precioso livro seleccionei excertos de algumas obras dos anos 1920 a 1930, representativos de grafismos surpreendentemente modernos, que hoje podem causar um espanto compreensível: ao olhar-se para a prancha de Polly and Her Pals, de Cliff Sterret, datada de 1927, ocorre pensar que,oitenta e cinco anos passados, ainda hoje ela seria considerada, por muitos, como exemplo de grafismo artístico de vanguarda.
 
Imagens que ilustram o presente "post":
 
1 e 2 - Polly and Her Pals, de Cliff Sterrett - 1927
3 - Mutt and Jeff, de Bud Fisher - 1925
4 - Gasoline Alley, de Frank King - 1930 
 
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Os visitantes deste blogue que estiverem interessados em ver os oito "posts" anteriores deste tema (inclusive o anterior dedicado à obra The Smithsonian Collection of Newspaers Comics - 1ª fracção, que também inclui a capa do livro), poderão fazê-lo clicando sobre o item Livros sobre Banda Desenhada-Os meus Livros visível no rodapé

sábado, setembro 22, 2012

Coleccionadores e Colecções de BD (III) - António J. Ferreira






Em 1984, ocorreu-me entrevistar coleccionadores de BD para a revista Coleccionando, de que era colaborador. A primeira pessoa de que me lembrei para o efeito foi aquele que era - e é ainda, felizmente - o mais veterano dos coleccionadores de revistas de banda desenhada, António Joaquim Ferreira, que acumula com uma outra faceta, a de ser um dos notáveis estudiosos da especialidade.

A presente entrevista (que fica reproduzida mais abaixo) com A.J.Ferreira, o seu nome literário, foi publicada no nº 4 da citada revista, em Março de 1984. É esta data já recuada que terá de ser tida em conta ao ler-se o texto.

Por exemplo: na 1ª coluna da 2ª página, escrevi: "(...) E como se aproxima dos sessenta anos - nasceu a 25 de Outubro de 1924, em Gouveia (...), agora terá de se actualizar o texto, fazendo as contas; "como se aproxima dos oitenta e oito anos, que fará daqui a três dias (e aproveito para dizer que este meu amigo octogenário está de saúde e faz diariamente os seus passeios, em cujos percursos há por vezes uma breve paragem na livraria/alfarrabista Vilelivros, sita na Calçada (vulgo "Escadinhas") do Duque.

Outro pormenor que implica situarmo-nos nos anos 1980 tem a ver com os valores citados pagos por revistas antigas. Por exemplo: quando lhe pergunto: "Qual o preço mais elevado que pagou por uma peça portuguesa e/ou estrangeira?", e o Sr. A.J.Ferreira me responde "oitenta escudos, há uns cinco anos, por um suplemento grátis de O Mosquito, "Uma Estranha Aventura", de 1946 (...) dá vontade de rir, comparativamente aos valores de hoje... Oitenta escudos são o equivalente, como sabemos, a quarenta cêntimos do euro...

Há outros pormenores que têm de ser inseridos na época em que a entrevista foi feita. Mas acho que vale a pena lê-la, e ficar a conhecer, minimamente, uma personalidade ímpar, um especialista da figuração narrativa com grande prestígio entre coleccionadores, estudiosos e amantes da BD em geral.
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Coleccionar revistas de BD
é um passatempo sem fim... e ainda bem
- curiosa expressão de António J. Ferreira

"Como as bibliotecas não são suficientes, só o trabalho dos coleccionadores poderá preservar as revistas que servirão aos estudos que outros farão mais tarde."

É assim que encara o papel de coleccionador, a personalidade que escolhemos para iniciar esta rubrica. Bem conhecido no nosso pequeno mundo da BD, António Joaquim Ferreira é um nome que, de há uns anos a esta parte, tem aparecido com frequência a assinar artigos sobre Banda Desenhada - ou Histórias aos Quadradinhos, como ele prefere dizer.

Quem consultar o BOLETIM - fanzine do Clube Português de Banda Desenhada - ali irá encontrar, no nº2, referente a Junho de 1977, o seu primeiro estudo sobre o assunto. Trata-se de um artigo sobre coleccionismo de BD, em que analisa as circunstâncias que podem levar um leitor ocasional a tornar-se coleccionador. Este artigo era completado com uma listagem de jornais e revistas infantis portuguesas por ordem cronológica, tendo tido a colaboração de Carlos Gonçalves na parte brasileira.

Aquela primeira experiência agradou-lhe, decerto, pois em breve o seu nome começou a aparecer noutros espaços dedicados à BD: "Correio da Banda Desenhada" (suplemento do Correio da Manhã), "Banda Desenhada" (suplemento de O País, recentemente extinto), "Especial Quadradinhos" (no vespertino A Capital) e no Mundo de Aventuras

António J. Ferreira (ou A.J.Ferreira, a sua forma predilecta de assinar os artigos) é um antigo Controlador de Tráfego Aéreo. Agora que se encontra retirado da sua absorvente profissão, tem finalmente tempo para esmiuçar todos os pormenores que fazem a delícia dos coleccionadores ou dos estudiosos da Banda Desenhada.

É nesse folhear incansável que ele vai encontrar a matéria para os seus artigos, sempre repletos de pormenores de inestimável valor.
Mas não é como estudioso da BD que nos interessa agora ouvi-lo. É, isso sim, na sua faceta de coleccionador, que nunca deixou esmorecer, é nessa busca constante de peças que lhe faltam onde reside um dos prazeres de que não abdica.

Entrar na casa de A.J.Ferreira é como que entrar num Museu da BD. Com efeito, ele acumulou, ao longo da sua vida, numerosas colecções: algumas delas são contemporâneas da sua infância. E como se aproxima dos sessenta anos - nasceu a 25 de Outubro de 1924, em Gouveia - é fácil avaliar a quantidade de raridades que se escondem naquela velha casa do bairro da Graça.

É exactamente isso que justifica a primeira pergunta que lhe fizemos:

- Quando começou a coleccionar revistas de banda desenhada?
- Há mais de cinquenta anos, pois ainda tenho algumas revistas que meus pais me compraram nos anos vinte. Ouvia lerem-me as histórias, aprendia de cor as legendas em verso das Histórias aos Quadradinhos, e coloria os desenhos. Mas só comecei a completar as colecções nos últimos vinte anos.

- Quais as melhores colecções que tem?
- Tomando em consideração a sua raridade, o valor do conteúdo, e o bom estado de conservação... talvez O Gafanhoto, de 1903, e o Notícias Miudinho, de 1924.

- Qual o preço mais elevado que pagou por uma peça portuguesa e/ou estrangeira, e quando?
- Oitenta escudos, há uns cinco anos, por um suplemento grátis de O Mosquito, "Uma Estranha Aventura", de 1946. Nunca fui vítima de grandes especulações. Isto quanto às revistas portuguesas; porque há cerca de nove anos, diante dum bouquiniste das margens do Sena, fui tentado por um exemplar de L'AS, revista francesa de 1938, preço de capa 75 cêntimos; paguei-a a preço de ouro, 50 francos. Devo esclarecer que era uma peça excepcionalmente cara; o mesmo livreiro vendeu-me números de revistas de maior antiguidade, como L'Echo, Le Petit Detective, e Mon Journal, a preços à volta de 5 francos.

- Colecciona mais alguma coisa?
- Colecciono livros policiais do tipo romance-problema, desde os primitivos Edgar Pöe, Emile Gaboriau e Wilkie Collins, até à actual parelha Boileau-Narcejac. 
E colecciono gravações de ópera da escola italiana do período entre Rossini e Puccini. E também revistas de cinema, até fins da 2ª Guerra Mundial.

- Qual a colecção de BD que lhe deu, ou está a dar, mais dificuldades em completar?
- Tenho ainda várias colecções incompletas, algumas com falta de um só número. Por exemplo, o Titã e o Có-Có-Ró-Có. Todas me têm dado muito trabalho... e muito prazer. E mesmo quando julgamos ter completado uma determinada colecção... vimos a descobrir que afinal houve mais uns números extraordinários..., ou uns suplementos..., ou uns números que chegaram a ser impressos mas não foram postos à venda...
Coleccionar revistas é um passatempo sem fim - e ainda bem!

- Conte um episódio pitoresco da sua actividade de coleccionador.
- Faltavam-me dois números para completar a colecção do ABC-zinho, e essa situação eternizava-se. Um dia, na Feira da Ladra, estava à venda um molho de fascículos do Texas Jack antigos. Folheei-os e, no meio deles... estava um dos zinhos em falta.
Da feira segui para um alfarrabista do Bairro Alto. Quando eu entrava, o livreiro estava a acabar de comprar a um jovem cliente um molho de Texas Jack. Folheei-os... e lá estava um ABC-zinho, um só... o outro que me faltava!

- Tem alguma recordação desagradável, em relação à perda, por qualquer motivo, de exemplares ou colecções que tenha possuído em tempos?
- Lamento, como todos, não ter sabido prever o interesse que viria a ter por estas revistas, para as ter adquirido enquanto era fácil encontrá-las.
Das que tive e perdi, só uma peça não consegui ainda recuperar: um volume de vinte fascículos do "Stoerte-Becker", um émulo do "Capitão Morgan", que nunca mais foi reeditado.

- Qual a influência, para a BD, resultante da actividade dos coleccionadores?
- Só a consulta de colecções nos pode dar uma ideia correcta da evolução da arte das Histórias aos Quadradinhos, e só o trabalho dos coleccionadores poderá preservar as revistas que servirão aos estudos que outros farão mais tarde. 
As bibliotecas não são suficientes, bastando dizer que até nós, simples particulares e nada abastados, possuimos peças que não existem na Biblioteca Nacional (onde é afinal o Grão-Coleccionador, mas um pouco cego, um tanto passivo, e demasiado confiante na durabilidade do património)...

Entrevista e foto
Geraldes Lino   

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As imagens que ilustram o topo do "post" são as seguintes:

1. Capa da revista ABCzinho - Ano I - Nº 2 (Desenho de Stuart)
2. António J. Ferreira (foto da época, feita em casa dele, mostrando revistas da sua colecção.  
- Nota: apesar de já se terem passado vinte e oito anos, o rosto do fotografado não apresenta grandes alterações!
3. As duas páginas ocupadas pelo texto de apresentação do coleccionador e estudioso, seguido pela entrevista
4. Capa da revista mensal Coleccionando - número 4, Março 1984 - Preço 70$00

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Os visitantes interessados em ver os dois artigos anteriores poderão fazê-lo, clicando no item Coleccionadores e Colecções de BD visível no rodapé
      

quinta-feira, setembro 20, 2012

Fanzines esses desconhecidos










"Fanzaines"? A ignorância que há sobre os fanzines já chegou ao ponto de aparecer assim escrito, "fanzaines", no programa do 5º Encontro Nacional de Ilustração, que se irá realizar entre 15 de Outubro e 23 de Novembro, nos Paços da Cultura da Junta de Freguesia de S. João da Madeira.

No programa provisório que é apresentado no site daquela entidade vai-se lá ter clicando na alínea "Programa", e em seguida no dia 20 de Outubro de 2012, para tomar conhecimento das actividades daquele dia.

E depara-se-nos, na 7ª linha, esta aberração ortográfica, no que se refere aos fanzines:

Um estúdio frutífero em fanzaines(Nota a posteriori: não sei em que data, mas o absurdo disparate já foi corrigido, alguém responsável terá lido este comentário, haja zeus. Escrevo isto em 4 de Outubro)

E quem são os especialistas que irão falar sobre este tema? Lindomar Sousa e Olímpio Sousa (os irmãos angolanos organizadores do já prestigiado, a nível africano, Festival de Banda Desenhada de Luanda), e J.Mascarenhas (criador da muito conhecida personagem de BD, "O Menino Triste").

Obviamente que não foi nenhuma destas três personalidades ligadas à banda desenhada (eles próprios editores de fanzines), quem escreveu tão incrível barbaridade linguística.

Mas que ela está lá, está (já não está, nota "a posteriori"), escarrapachada no dia 20 de Outubro no programa do evento, visionável no endereço:

http://www.fsjm.pt/quintoencontroilustracao/programa.asp


Imagens que ilustram o "post" (de cima para baixo)
1. Tira de banda desenhada dedicada aos fanzines do autor brasileiro Laerte
2. Capa da obra "Dédalo dos Fanzines - O Catálogo das Publicações Amadoras de Banda Desenhada em Portugal", única obra portuguesa sobre fanzines, da autoria de Leonardo De Sá e Geraldes Lino 
3. Capa do Fanzine das Xornadas de Ourense (Galiza, Espanha)
4. Capa do fanzine francês Sapristi
5. Boa ilustração com imagem arquitectural que talvez tenha a ver com o local do evento


P.S. - Obrigado, Rui Brito, por me teres chamado a atenção para mais esta prova de desconhecimento do fenómeno fanzinístico. 
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As anteriores postagens relacionadas com este tema podem ser vistas, basta para isso clicar no item Fanzines esses desconhecidos visível aqui no rodapé

domingo, setembro 16, 2012

Webcomics (IV) - Margem Sul, por Pedro Brito





















Margem Sul, webcomic by Pedro Brito é o título que surge neste novo espaço internético, apresentado pelo respectivo autor - e simultaneamente, bloguista - como resultante da sua necessidade de querer voltar a produzir banda desenhada.

E por que motivo escolheu Pedro Brito esta forma de fazer BD no espaço virtual da worl wide web? Porque, e cito-o, "dá-me a liberdade de o ir produzindo sem restrições editoriais, prazos e critérios narrativos. E ao mesmo tempo poderei receber de uma forma mais imediata o feedback por parte dos leitores."

Esta intenção foi começada a ser posta em prática no dia 24 de Julho (de 2012, claro), com uma panorâmica citadina, apresentada pela legenda "Barreiro. Duas da manhã".
Na prancha seguinte vê-se um graffiter a pintar um graffiti onde se lê: "Margem Sul 08 Crew".

Autorizado pelo autor, mostro no presente "post"desde a prancha nº 3 até à nº 9 (colocadas de baixo para cima), mas o webcomic já vai agora na 15ª prancha. Vale a pena acompanhar a evolução da trama urbana, com contornos tortuosos, cujos protagonistas, ligados a gangues, representam as intrincadas relações derivadas dos negócios de droga. Todo este enredo transformado em excelentes imagens, no estilo bem pessoal de Pedro Brito.  

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PEDRO BRITO

Síntese biobibliográfica

Pedro Miguel Ferreira de Brito, Barreiro, 4 de Outubro de 1975.
Possui o curso de Design Gráfico obtido no IADE - Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing (Lisboa).

Iniciou a sua vasta produção de BD nos fanzines, designadamente nos seguintes: Almada BD Fanzine, Banda, Boletim do CPBD, Cafénopark, Mesinha de Cabeceira (de que foi co-editor com Marcos Farrajota), Dossier Top Secret, entre muitos outros, incluindo o Mistic Juice, de que foi editautor.

Tem já obra publicada em vários álbuns: "Só Ouves Aquilo Que Te Interessa", "Pano Cru", "O Baeta" (este num mini-álbum da colecção Quadradinho), os três editados em 1998; "Pano Cru", Vol. 2, 1999; "Nem Carne Nem Peixe", 2000; "Pano Cru", vol 3, 2001; "Franco, o Trolha", 2002, todos estes de sua completa autoria. "Baraca", sob argumento de Sandra Amaro, 2002; e "Tu és a Mulher da Minha Vida Ela a Mulher dos Meus Sonhos", sendo Pedro Brito o argumentista e João Fazenda o autor dos desenhos (2000).

Os seus espaços na Net:

http://tomalabonecos.blogspot.com
http://margemsulcomic.blogspot.pt
http://flavors.me/pedro_brito#c5f/blogger  - Neste blogue, no item The Lisbon Studio, está visível uma copiosa mostra fotográfica da exposição montada na Livraria Leya na Buchholz (Lisboa), inaugurada a 4 de Setembro (não sei quando termina). Nessa reportagem fotográfica - não reparei quem era que andava por lá a fotografar toda a gente - estão visíveis os elementos do activo TLS e várias outras pessoas. Indico-as pela ordem pela qual as fui identificando:
Pedro Brito
Joana Afonso
Pedro Potier
Fernando Relvas
Nina Govedarica [Relvas]
Hugo Teixeira
João Sequeira
Miguel Ferreira
Nuno Duarte I (argumentista)
Nuno Duarte II (desenhador)
Pepedelrey
Sandra Oliveira
Osvaldo Medina
Filipe Teixeira
Ricardo Cabral
Jorge Coelho
Ana Freitas
Ana Alves
Gastão Travado
Maria José Pereira
Alex Gozblau
João Amaral
Cristina Amaral
João Figueiredo
Nuno Amado "Bongop"
Filipe Andrade
Jorge Dauphinet Barros
Patrícia Furtado
Ricardo Venâncio
e este bloguista
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Os visitantes interessados em ver os três "posts" anteriores poderão fazê-lo clicando no item "Webcomics" visível em rodapé

quinta-feira, setembro 13, 2012

Autógrafos Desenhados (XIX) - Rick Veitch


Foi em Lucca, Itália, que tive o meu "baptismo" de frequentador de eventos estrangeiros dedicados à banda desenhada. Isto em 1978.

Em minha casa tenho na parede da sala de jantar um enorme cartaz (formato A1) com uma interessante composição em que se podem ver diversas personagens da BD - desde o Yellow Kid a Arzack -, a publicitar Lucca 14 - Salone Internazionale dei Comics, del Cinema d'Animazione e dell'Illustrazione, realizado entre 26 de Outubro e 2 de Novembro de 1980.

Foi neste evento que conheci pessoalmente Rick Veitch, com quem conversei numa esplanada - nas cidades pequenas há mais hipóteses de convívio com os autores - e que me fez rapidamente o engraçado improviso que ilustra o topo deste "post".

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RICK VEITCH

Síntese biobibliográfica

Richard "Rick" Veitch nasceu a 7 de Maio de 1951. Onde? Quanto ao país, está escarrapachado em toda a internet: Estados Unidos da América. Mas no que se refere à cidade, estado, o que quer que seja, parece que é tabu. O único indício que encontrei foi uma frase de Cory Doctorow: "(...) At the age of nineteen, Rick Veitch drove a Pontiac Tempest from Vermont to San Francisco with only $45 and a burning desire to break into underground comics (...)". Donde é deduzível, embora com possibilidades de erro, que seja natural de Vermont.

Concretamente, sabe-se que estudou banda desenhada na Joe Kubert School of Cartoon and Graphic Art, em Denver, New Jersey, onde obteve o seu diploma, o que aconteceu em simultâneo aos seus condiscípulos e amigos para a vida, Steve Bissette e John Totleben, nomes que também se tornariam bem conhecidos, com frequência em associação com Veitch. 

Saído da escola, Richard fez a sua primeira bd, intitulada "Two Fisted Zombies", sob argumento do seu irmão Tom Veitch.

Nos anos 1980, Veitch tornou-se conhecido como desenhador e argumentista em colaborações para a Epic Comics da Marvel, nas seguintes graphic novels: "Abraxas and the Earthman", "Heartburst" e "The One".

Mas a sua obra de maior prestígio foi a "Swamp Thing" para a DC. O nome de Veitch surge no nº 37, onde aparece a importante personagem John Constantine, criada pelo argumentista/escritor Alan Moore.

Quando Moore deixou a série, Veitch substituiu-o como argumentista, mas também colaborando na execução gráfica em equipa com Alfredo Alcala. Nesta sua participação, Veitch conseguiu misturar a componente fantástica com as preocupações ecológicas.

Numa obra recente, The Adventures of Unemployed Man, publicada em Outubro de 2010, vêem-se os nomes dos argumentistas Gan Golan e Erich Origen, e os dos desenhadores Ramona Fradon, Michael Nasser e, obviamente, Rick Veitch   

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Os interessados em ver as 18 postagens anteriores deste tema (onde se incluem grandes nomes da BD, tais como Joe Kubert, Aragonés, John Buscema, Manara, Mordillo, Moebius, Neal Adams, Quino, Solano López, Juan Zanotto, entre muitos outros), poderão fazê-lo clicando no item 
 Autógrafos desenhados 
inserido no rodapé.