domingo, janeiro 28, 2007

Festivais, Salões BD e afins (Angoulême) - 34° Festival Internacional

Infelizmente, devido a problemas de tecnologia - compra da "Blogger" pela "Google" - apenas hoje, domingo, estou a ter possibilidade de escrever algo no blogue acerca do Festival de BD de Angoulême.
Antes de mais, quero dizer que estou muito desiludido com as alterações radicais sofridas - sofridas, eis o termo exacto! - pelo festival. Tenho-o visitado, grande parte das vezes para sobre ele escrever para revistas - Jornal da BD, Selecções BD (1ª e 2ª séries) - e jornais - Diário Popular, semanário O País - para onde escrevi diversas crónicas e reportagens.
Especialmente no que se refere à localização: em vez de estarem, como estiveram ao longo de vinte e cinco anos que venho a Angoulême, as duas grandes "bulles" (enormes tendas assim baptizadas por aquele termo que significa "balões da BD") que sempre existiram no centro histórico, na "Place New York" e "Champ de Mars", foram deslocadas para um local periférico chamado "Montauzier", bem mais distante do que o CNBDI-Centre National de la Bande Dessinée et de l'Image, (sim, a Amadora repetiu o nome) que era, até agora, o polo mais afastado do centro.
Embora esse pormenor possa parecer despiciendo, à primeira vista - e, que fique claro, o serviço de "navette", ou seja, um autocarro especial sempre em constantes viagens abarcando os diversos polos, esteve impecável -, para mim, do meu ponto de vista, significou a perda de factores extremamente importantes: uns, de ordem subjectiva, obviamente, têm a ver com o espírito e a atmosfera de festa que se sentiam fortemente, pormenores que, embora possam parecer pouco importantes, caracterizavam flagrantemente o evento; outros, de ordem objectiva, relacionam-se com a proximidade do público em geral que sempre observava com curiosidade os locais mais visíveis, e acabava por, de certa forma, aderir e respeitar a BD; e também com a constante movimentação dos "festivaliers", entre uma "bulle" e outra, o que d
ava àquela zona da cidade bulício e alegria, que se comunicava a toda a gente.
Neste momento, estou com a convicção de que me despeço de Angoulême, em definitivo, com alguma nostalgia.
(*)
Acabado o amargo intróito, resta-me incluir a lista de prémios e premiados.

Grande Prémio da Cidade de Angoulême - José Muñoz


Este prémio é outorgado em votação realizada pelo conjunto dos anteriores galardoados. O argentino José Muñoz, que já esteve em Portugal mais do que uma vez, é o criador, em conjunto com o seu argumentista habitual, Carlos Sampayo (*), da personagem Alack Sinner, divulgado inicialmente entre nós no jornal de BD Lobo Mau.

(*) Comentário a propósito:
Há algum tempo, num "post" em que falei sobre o fanzine "Mesinha de Cabeceira", ao mencionar as bandas desenhadas publicadas, por escrever de improviso - como praticamente, quase sempre faço - cometi a omissão (imperdoável, reconheço) de não indicar o nome de dois argumentistas. Penitenciei-me, invocando a meu favor o facto de eu próprio ser argumentista (muito pequeno, até agora, publicados, tenho apenas três argumentos e meio, neste último caso um que fiz a meias com o próprio desenhador) e, por conseguinte, seria de esperar o meu cuidado em respeitar os argumentistas, não repetindo a secundarização a que eles geralmente estão sujeitos.
Mas, mais uma vez, nesta distinção que acaba de se registar em relação a José Muñoz, se nota o papel subalterno que tradicionalmente lhes cabe: Carlos Sampayo, o autor dos argumentos das obras desenhadas por Muñoz (quando se fala de Alack Sinner, por exemplo, diz-se sempre "da autoria de Muñoz & Sampayo"), Sampayo, dizia, nem sequer foi mencionado no momento da entronização de Muñoz...

Prémio do Melhor Álbum:
Non Non Bâ, de Shigeru Mizuki
Pela primeira vez, uma mangá aparece como obra vencedora.
Shigeru Mizuki, veterano autor de oitenta e quatro anos, é considerado um mestre no Japão, embora o seu nome fosse praticamente desconhecido na Europa.

Prémios "Os Essenciais":
Black Hole, de Charles Burns
Lucille, de Ludovic Debeurme
Lupus, de Frederik Peeters
Le photographe, de Emmanuel Guibert e Didier Lefèvre
Pourquoi j'ai tué Pierre, de Olivier Ka e Alfred

Prémio Revelação:
Panier de Singe, de Jérôme Mulot e Florent Ruppert

Prémio do Património:
Sergent Laterreur, de Touïs e Frydman

Note-se que esta obra derrotou uma lista de nomeadas onde havia mais as seguintes cinco:
- Golgo 13, de Takao Saito (uma mangá)
- Little Nemo, de Winsor McCay (numa edição da Delcourt, feita na enorme dimensão "broasheet", exactamente igual à dos jornais americanos onde inicialmente a obra foi publicada)
- Hato, de Osamu Tezuka (outro autor japonês, este já bem nosso conhecido, logo, outra mangá)
- Service des cas fous, de Gébé
- Les vents de la colère, de Tatsuhiko Yamagami (mais uma mangá!)
Para quem ainda não se convenceu da importância que a BD japonesa está a alcançar, estas três mangás nomeadas para tão importante prémio deve ser suficientemente esclarecedora.

Prémio do público:
Pourquoi j'ai tué Pierre, de Olivier Ka e Alfred (premiado outra vez)

Prémio: Fanzines e Banda Desenhada alternativa:
Canicola, fanzine italiano de Bolonha

Prémios dos "partenaires" (editoras, entidades oficiais e privadas,) do Festival:

Grande Prémio RTL
Henry Désiré Landru, de Christophe Chabouté

Prémio René Goscinny:
Lucille, de Ludovic Debeurme

Prémio da Escola da Imagem (École de l'Iimage):
Ben Katchor

Num quadrante bem diferente, registo a homenagem prestada a Goscinny através da inauguração da Rue Goscinny (onde tive o gosto de estar presente) , atitude semelhante à que havia sido tomada em relação à existência da Rue Hergé, ambas localizadas em pontos centrais da cidade.

Nota importante:
As ilustrações das capas dos álbuns premiados podem ser vistos no site do Festival, no endereço:
http://www.bdangouleme.com/
(*) Comentário a posteriori:
Tive conhecimento, no ano seguinte, que devido à forte pressão do comércio local (que sentira a falta dos forasteiros durante aqueles quatro dias) e até de uma parte considerável dos "angoumoisins" (habituados à animação que transformava o pacato centro histórico de Angoulême num ambiente fervilhante), os poderes locais fizeram marcha atrás, e o núcleo do festival, que tinha sido deslocalizado para um longínquo descampado, voltou a ocupar os dois espaços nobres que sempre tinham sido seus.
Então porque não voltei? Aquele hiato arrefeceu-me, e no fundo eu já lá ia por inércia adquirida em vinte e cinco anos de particpação, em especial porque as revistas para onde tinha feito reportagens ou crónicas - o Jornal da BD e a [revista] Selecções BD (lª e 2ª séries) já tinham desaparecido, além de que, agora na internet, uma boa parte dos entusiastas da BD tinha acesso a todas as informações.
Por tudo isso, a partir de 2008, inclusive (estou a escrever isto em Janeiro de 2010), deixei de lá ir. Mas não garanto que num próximo ano não volte, nem que seja apenas para matar saudades..

terça-feira, janeiro 23, 2007

BD nos jornais (XLIX) - Mundo Universitário - Autora: Ângela Gouveia

Prancha da bd Bate_Bate Coraç@o, da autoria de Ângela Gouveia

in Mundo Universitário nº 54, de 22 Jan.07
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Post remissivo
Nesta rubrica "BD portuguesa nos jornais" têm sido reproduzidas bandas desenhadas extraídas de diferentes periódicos. Todavia, é do semanário Mundo Universitário (MU) que tem saído a contribuição mais volumosa.
Isto porque os autores variam de número para número, logo faz todo o sentido mostrá-los a todos (o que não acontece, por exemplo, com a bd do semanário Sol, sempre da autoria (competente e talentosa de Nuno Saraiva, que também já colaborou no MU). Portanto, a seguir ver-se-á uma lista, quase completa, dos nomes dos autores publicados no MU, e respectivas datas dos posts:

Jan. 16 - Filipe Goulão
2007 - daqui para cima

Dez.6-A.Rechena
Nov.28-José Lopes; Nov.21-Pedro Alves; Nov.14-Nuno Saraiva; Nov.8-Pedro Morais;
Out.31-Ricardo Ferrand; Out.24-Algarvio; Out.17-Ricardo Cabral; Out.11-Álvaro; Out.5-Pedro Massano;
Set.27-Derradé; Set.24-Nuno Saraiva
Após as "férias grandes", lapso de tempo em que o MU não é editado, a lista de colaboradores vê-se daqui para cima:

Jun.8-Estrompa;
Maio31-António Valjean; Maio 24-Pedro Nogueira; Maio 20-Zé Manel; Maio 16-Ricardo Cabral e Jorge Cabral; Maio 12-Pepedelrey; Maio 4 - J.Mascarenhas;
Abril 5-Cheila;
Março 29 -Pedro Morais; Março 20-Joana Figueiredo; Março 15-Pedro Nogueira;
Fev.14-A.Rechena; Fev.8-Derradé;
Jan.19-Pedro Alves
2006 (lista daqui para cima)

Dez.12-Álvaro;
Nov.24-Luís Valente; Nov.15-Paulo Marques e Bruno Silva
Out.28-Fritz; Out.13-Francisco Sousa Lobo
2005 (Neste ano houve mais autores publicados no MU, mas cujas pranchas não foram reproduzidas aqui no blogue).

BD nos jornais (XLVIII) - Os Fazedores de Letras - Autoras: Mariana Perry e Patrícia Espinha

Prancha inicial (1 de 5) da bd As Cerejas, com desenho de Mariana Perry e argumento-poema de Patrícia Espinha.

in Fazedores de Letras #66, Ano XIV, Janeiro e Fevereiro, Bimensal (*)

Fazedores de Letras tem o subtítulo "Jornal da Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa".
A dita publicação tem mais aspecto de revista: formato um pouco menos que A4, capa e contracapa em papel de maior gramagem, as medidas e aspecto com que se apresenta são mais de revista do que de jornal, além de que, nos anteriores 65 números, "se bem me lembro", assim era chamada pela anterior equipa editora.
Mas, claro, visto que os actuais responsáveis preferem que seja jornal, assim (contrariado) lhe chamarei. Posto isto, sigamos para outra área, a da BD.
A que é publicada neste número, sob o título As Cerejas, da autoria de Mariana Perry, merece ficar como pequena obra de referência em Fazedores de Letras. Com um desenho de linhas fluidas e elegantes, corresponde esteticamente ao tema erótico transmitido de igual modo pelo poema-argumento, escrito por Patrícia Espinha (já minha conhecida desde há alguns anos, por trabalho anterior de semelhante qualidade, no mesmo suporte).
Para minha satisfação, e, claro, de todos os universitários apreciadores de BD, a banda desenhada continua a merecer a consideração dos novos elementos, onde, para além do Director, Eduardo Oliveira, e do trio da Direcção, se inclui (algo não muito vulgar) um "Grupo de Organização" (seis pessoas) e também um "Grupo de Revisão" composto por três elementos. Trata-se, pelos vistos, de um trabalho colectivo apoiado em numerosos colaboradores, pormenor pouco habitual entre nós.
Daqui endereço o meu voto de manterem a louvável iniciativa da publicação do [jornal] Fazedores de Letras, com uma invulgarmente longa existência de catorze anos.

(*) Já agora, daqui chamo a atenção para os editores, e em especial para o trio responsável pela revisão, do erro crasso que é o de o vosso jornal mostrar, na capa, a classificação de bimensal. O ritmo de publicação, de dois em dois meses, chama-se bimestral.

BD nas revistas não especializadas - Visão Júnior - Autores: Pedro Morais e Luís Almeida Martins

Prancha da série Júnior, Joana e Gão, no episódio "Número errado", da autoria de Pedro Morais (desenho) e Luís Almeida Martins (argumento)

Uma raridade, em Portugal, a Banda Desenhada dedicada à infância. Pedro Morais, a desenhar, e Luís Almeida Martins, a escrever os argumentos, abriram uma clareira nessa terra do nada, onde metem, mensalmente, um simples mas imaginativo episódio com as três personagens que criaram, Júnior, ele, Joana, a amiga, e Gão, um simpático bicharoco que reúne características mistas de gato e cão (não é por acaso que ele se chama Gão).

Esperemos que venham a ter guarida num álbum, para se darem a conhecer a quem nunca comprou esta interessante revistinha, que todos os pais (quem diz pais, quer dizer também mães, obviamente), deveriam comprar.

A imagem da bd curta, autoconclusiva, que acima se reproduz, foi publicada na revista Visão Júnior (nº 32, de Janeiro 2007)

sábado, janeiro 20, 2007

Festivais, Salões BD e afins - (Coimbra) @Comics - Evento de BD em Coimbra

Cartaz do evento @Comics, da autoria de João Carlos Ferreira Gonçalves
Desdobrável do evento @Comics, fazendo divulgação pública de um evento inédito em Coimbra

Já há Festivais e Salões de Banda Desenhada em vários pontos do país: Amadora, Lisboa, Moura, Beja, Almada (mais propriamente, Sobreda) e Viseu. Estranhamente, Coimbra, uma cidade universitária, parecia alheia à BD, ao nível de eventos. Até agora.
A partir de Fevereiro, dias 2 e 3, há que juntar a chamada Lusa-Atenas ao percurso obrigatório dos bedéfilos.
Parecendo apostar os seus organizadores, neste início, na componente cultural, o forte da programação - a decorrer ao longo dos dois dias mencionados -, incide em palestras, debates e workshops, o que cria, desde logo, uma inédita atmosfera cultural.
Essa programação apresenta-se com aliciantes fortes, tanto na variedade de temas, como na categoria dos participantes.
Observe-se, por exemplo, a lista de temas das palestras e debates, que decorrerão ao longo dos dois dias, respectivos oradores e moderadores (estes últimos ainda não completamente definidos, no momento em que estou a afixar este "post"):

Tema do 1º dia, 2 de Fevereiro: "Banda Desenhada Norte-Americana e Oriental"
Palestra "A BD e o Cinema", por João Miguel Lameiras;
Debate "Banda Desenhada como propaganda política", por Nuno Saraiva.
Moderador: Ernesto Costa;
Debate: "BD como fonte de valores éticos e morais", por Pedro Massano

Tema do 2º dia, 3 de Fevereiro: "Banda Desenhada de Autor/BD Sátira"
Palestra "Evolução da BD franco-belga e italiana no Século XX", por Pedro Moura
Debate: "BD portuguesa: que futuro?, por Leonardo De Sá, Marco Mendes e Miguel Carneiro
Palestra "BD sátira: impacto no mundo", por Osvaldo de Sousa (das 16h às 17h30); mais tarde, das 18h às 19h o mesmo orador orientará um debate dedicado ao mesmo tema.

Neste último dia, sábado, realizar-se-á a cerimónia de entrega de prémios do Concurso de "Cartoons", que terá a presença dos três jurados, Carlos Pessoa, Leonardo De Sá e Osvaldo Macedo de Sousa.

Entremeando os momentos de debate e/ou palestras acima descritos, a realizar em espaços que presumo adjacentes, haverá dois workshops, sendo um deles intitulado "Iniciação à Banda Desenhada", o outro "Mangá*: traços e coloração", para os quais ainda não estão indicados formadores no e-mail que recebi, nem no site da entidade organizadora, um grupo de gente nova, activa e culta, responsável pela Secção "Actividade @ Comics - PGI Departamento de Engenharia Informática" (Pinhal de Marrocos, 3030-290 Coimbra).

(*) O acento na palavra "Mangá" é de minha responsabilidade, visto que, se é assim que se deve pronunciar, é assim que se deve escrever.

Local do evento:
IPJ - Instituto Português da Juventude - Coimbra
Rua Pedro Monteiro, 73
3000 - 329 Coimbra

Para mais informações, incluindo o regulamento de um concurso de "cartoon", convém consultar o "site" da organização, no endereço:
http://comics.no.sapo.pt

terça-feira, janeiro 16, 2007

BD portuguesa nos jornais (XLVII) - Jornal Mundo Universitário - Autor: Filipe Goulão

Prancha com a bd " A Tela Branca", da autoria (desenho e argumento) de Filipe Goulão

Após interregno na sua edição, mais ou menos coincidente com as férias escolares, o jornal semanário (gratuito) Mundo Universitário voltou a estar presente em muitas Universidades, do Norte ao Sul do país.
Apresenta-se sob diferente grafismo, bastante bonito e apelativo.
Filipe Goulão, o autor que convidei desta vez para colaborar, é ainda jovem, mas meu conhecido já de há anos (foi um dos autores que editei no fanzine Ad Hoc). Inquestionavelmente, realizou uma bd de acerada crítica e muito nível gráfico.
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"Post" remissivo
Nesta rubrica "BD portuguesa nos jornais" têm sido reproduzidas bandas desenhadas extraídas de diferentes periódicos.
Todavia, é do semanário Mundo Universitário que tem saído a contribuição mais volumosa. Isto porque os autores variam de número para número, logo faz todo o sentido mostrá-los a todos (o que não acontece, por exemplo, com a bd do semanário Sol, sempre da autoria (competente e talentosa de Nuno Saraiva).
Portanto, a seguir ver-se-á uma lista, quase completa, dos nomes dos autores publicados no MU, e respectivas datas:

Dez.6-A.Rechena
Nov.28-José Lopes; Nov.21-Pedro Alves; Nov.14-Nuno Saraiva; Nov.8-Pedro Morais;
Out.31-Ricardo Ferrand; Out.24-Algarvio; Out.17-Ricardo Cabral; Out.11-Álvaro; Out.5-Pedro Massano;
Set.27-Derradé; Set.24-Nuno Saraiva
Após as "férias grandes", daqui para cima:

Jun.8-Estrompa;
Maio31-António Valjean; Maio 24-Pedro Nogueira; Maio 20-Zé Manel; Maio 16-Ricardo Cabral e Jorge Cabral; Maio 12-Pepedelrey; Maio 4 - J.Mascarenhas;
Abril 5-Cheila;
Março 29 -Pedro Morais; Março 20-Joana Figueiredo; Março 15-Pedro Nogueira;
Fev.14-A.Rechena; Fev.8-Derradé;
Jan.19-Pedro Alves
2005 (lista daqui para cima)
Dez.12-Álvaro;
Nov.24-Luís Valente; Nov.15-Paulo Marques e Bruno Silva
Out.28-Fritz; Out.13-Francisco Sousa Lobo

sábado, janeiro 13, 2007

Críticas e notícias sobre BD na Imprensa (XVI) - Diário Desportivo - Artigo sobre Roussado Pinto e Enciclopédia O Mosquito

Reprodução da página XIV do suplemento "Fim-de-Semana", do Diário Desportivo - nº 5, 12 Jan. 07

No leque de publicações de distribuição gratuita surgiu há alguns dias um de índole desportiva, com o título de Diário Desportivo. Não teria aqui cabimento qualquer "post" sobre o novel jornal, não fosse o facto de, na edição de ontem (6ª feira, 12 de Janeiro) dele constar um suplemento com uma página totalmente dedicada a Roussado Pinto e à Enciclopédia O Mosquito, uma das numerosas revistas a que esteve ligado este nome de referência na Banda Desenhada portuguesa.

Por curiosidade minha recorrente, eu tinha espreitado a ficha técnica do nº 1, e lá tinha visto o nome de Zaida Roussado Pinto. Agora que vi esta página, e li as palavras elogiosas, de carácter biográfico (não assinadas), de imediato pensei serem escritos por ela, admiradora principal e colaboradora durante anos de seu pai José Augusto Roussado Pinto.

Uma das coisas que se fica a saber é que o D.D. inicia, neste número, "(...) a publicação de inesquecíveis histórias dos mais relevantes personagens de BD (...)".

Infelizmente, fiquei sem saber se hoje, sábado, o jornal iniciou a publicação de alguma banda desenhada, porque não consegui encontrar nenhum exemplar do jornal (acordei tarde, hélas...).
Peço aos bedéfilos mais madrugadores, que se ponham em campo para me conseguir algum. Pago bem :-)

Este artigo estava inserido numa rubrica intitulada "Artigos genéricos sobre BD na Imprensa". Decidi passá-la para a rubrica mais abrangente "Críticas e Notícias sobre BD na Imprensa". Agora, em Março de 2016, estou a mudar todas estas notícias para a rubrica "Imprensa - Críticas e notícias sobre BD"

BD portuguesa nos jornais (XLVI) - Semanário A Voz da Póvoa - Autor: Agonia Sampaio

Tira publicada na rubrica "Banda Desenhada", da autoria de Agonia Sampaio

in semanário A Voz da Póvoa - 21 Dez. 06

sexta-feira, janeiro 12, 2007

BD portuguesa nos jornais (XLV) - Semanário Sol - Autor: Nuno Saraiva

Prancha da série "Na Terra como no Céu", da autoria de Nuno Saraiva. Título deste episódio: "O Método Champenoise"

in suplemento-revista Tabu, pertencente ao semanário Sol - 30 Dez. 2006
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"Post" remissivo
Neste tema podem ser vistos os autores indicados, nos "posts" e meses registados na lista abaixo:
(XLIV) Jan.12-Luís Afonso; (XLIII) Jan.12-Luca; (XLII) Jan.12-Joba e ML; (XLI) Jan.12-Carlos Rico; (XL)Jan.12-Paula Cabral e Manuel Moniz; (XXXIX)Jan.12-Artur Correia e António Gomes de Almeida; (XXXVIII)Jan.12-Agonia Sampaio;
2007 (ver a lista acima)

(XXXVII) Dez.6-A.Rechena; (XXXVI)Nov.28-José Lopes;(XXXV)Nov.21-Pedro Alves; (XXXIV)Nov.14-Nuno Saraiva; (XXXIII)Nov.8-Pedro Morais;(XXXII)Out.31-Ricardo Ferrand; (XXXI)Out.24-Algarvio; (XXX)Out.17-Ricardo Cabral; (XXIX)Out.11-Álvaro; (XXVIII)Out.5-Pedro Massano; (XXVII)Set.27-Derradé; (XXVI)Set.24-Nuno Saraiva;(XXV)Jun.8-Estrompa; (XXIV)Maio31-António Valjean; (XXIII) Maio 24-Pedro Nogueira; (XXII) Maio 16-Ricardo Cabral e Jorge Cabral; (XXI) Maio 12-Pepedelrey; (XX)Maio 20-Zé Manel

BD portuguesa nos jornais (XLIV) - Semanário Sol - Autor: Luís Afonso

Tira de banda desenhada da série "Sol aos Quadradinhos", da autoria de Luís Afonso

in suplemento-revista "Tabu", pertencente ao semanário Sol - 30 Dez. 2006

Nota do bloguista: Apesar de não aparecer escrita, sob a tira, a tradicional frase "continua no próximo número", a série "Sol aos Quadradinhos" é mesmo uma narração contínua, onde se assiste (lê-se e visiona-se) a uma comédia, contada e desenhada pelo humorista Luís Afonso, em que um recluso propõe ao director do presídio, onde se encontra, que patrocine as despesas da construção de um túnel. O "nonsense" da situação está a ser dominado com perícia e imaginação pelo autor.

Tira da série "Sol aos Quadradinhos", reproduzida no suplemento-revista Tabu do semanário Sol -1 Dez. 06

Voltámos aos tempos das histórias aos quadradinhos, com continuação de número para número, envolvidos no respectivo "suspense", esperando, entre incrédulos e divertidos, o desenrolar da ficção bem humorada.
O que irá o preso propor a seguir ao director? Qual a justificação (plausível q.b.) que dará? O preso, já tornado personagem mediática, demonstra agora ser melómano, propondo que a fuga se faça ao som da música de Wagner... Onde chegará a imaginação do seu criador?

BD portuguesa nos jornais (XLIII) - Diário do Alentejo - Autor: Luca

Tira de banda desenhada da série "RIbanho", da autoria de Luca (*)

in semanário Diário do Alentejo - 12 Jan. 2007

(*) Foi publicado recentemente um álbum constituído por compilação de várias tiras desta série. Quem adquiriu o álbum ficou a saber que Luca é o pseudónimo adoptado pela dupla Luís Afonso (Lu), neste caso no papel de argumentista, e Carlos Rico (Ca), autor dos desenhos

BD portuguesa em jornais (XLII) - Semanário Sol - Autores: Joba e ML

Prancha da série "As Tias", da autoria de Joba (desenho) e ML (argumento)

in semanário Sol - 30 Dez. 06

BD portuguesa nos jornais (XLI) - Jornal Sporting - Autor: Carlos Rico

Tira publicada sob o título "Cartoon", da autoria de Carlos Rico

in Sporting - Órgão Oficial do Sporting Clube de Portugal, de 9 Jan 2007

BD portuguesa em jornais (XL) - Diário dos Açores - Autores: Paula Cabral e Manuel Moniz

Tira de banda desenhada da autoria de Paula Cabral (desenho) e Manuel Moniz (argumento)

in Diário dos Açores (publicado em Ponta Delgada, Ilha de S. Miguel), 28 Dez. 2006

BD portuguesa nos jornais - (XXXIX) - Diário do Sul - Autores: Artur Correia e António Gomes de Almeida

Reprodução de prancha da banda desenhada da autoria de Artur Correia (desenho) e António Gomes de Almeida (argumento), que faz parte do livro "Nabos na Cozinha - Culinária para Principiantes".

in jornal Diário do Sul (Évora), de 30 Dez. 2006

BD portuguesa em jornais (XXXVIII) - Diário do Minho - Autor: Agonia Sampaio

Prancha inicial da bd O Nascimento de Jesus, da autoria de Agonia Sampaio

in Diário do Minho - 10 Dez. 06

sábado, janeiro 06, 2007

BD portuguesa nos fanzines (VII) - Autores: João Maio, Joana Figueiredo, Zamith, Abranches, Lemos, Coelho, Pepe, Chambel, Feitor & S.G.



 Prancha (a 5ª de 7) da autoria de João Maio Pinto, excerto da bd (sem palavras) Pennies from Heaven

 O Mesinha de Cabeceira, neste passo tornado "Popular", é um fanzine - aliás, mais prozine, afinal o editor é, em certa medida, um profissional da BD, visto que trabalha numa Bedeteca... - apresenta edição de alto nível estético, com colaboração artística de valor no panorama portuga.
A capa e uma prancha estão visíveis há algum tempo já, no meu outro blogue, o Fanzines de Banda Desenhada (http://fanzinesdebandadesenhada.blogspot.com) .
Agora aqui, apenas como "teaser" para a aquisição da peça, ficam visionáveis pranchas (uma de cada, e é um pau) de todos os participantes. 
Excepção feita para o André Lemos, autor da prancha da bd Ícones Populares, em exposição virtual no blogue acima citado.

 Gang - Raped by Dolphins, estranho episódio em cinco pranchas (reproduz-se a segunda), criado pela imaginação, e complementado pelo traço, de Joana Figueiredo.  Pedro Zamith: um estilo inconfundível, uma imaginação delirante. Às imagens das três pranchas apenas falta a força das suas cores, marcantes num universo pictórico singular. 

De talento ecléctico e estilo que se adequa, a cada momento, ao tema em que agarra, Filipe Abranches é um dos autores-artistas que desde há muitos anos deslumbra os mais exigentes.
 Jorge Coelho - de quem conheço a trajectória desde muito jovem - está em progressão artística acelerada: cada bd que faz constitui sempre um salto qualitativo, nos planos estético e estilístico. No que se refere ao quadrante ficcional, desta vez baseou-se num argumento elaborado por "Marte" (ele próprio desenhador quando lhe apetece...). 
  Uma prancha (de oito), plasmada por Pepedelrey sob argumento de Nuno Duarte

Truculento, desconcertante, gozão, são alguns dos adjectivos que caracterizam o Pepedelrey (pseudónimo que nós, os que o conhecemos há muitos anos, simplificamos para Pepe), é o autor de uma das mais extensas bedês (oito, pranchas, oito!) que enchem esta mesinha de cabeceira de papel (zine também já chamado, em maré de alternância, por "meseira de cabecinha"). O Pepe é assim: sempre assoberbado de trabalho, constantemente a queixar-se da falta de tempo, mas quando lhe dá uma veneta, sai obra de visionamento recorrente obrigatório. Só lhe faltou, neste caso, ser o autor do argumento, parte realizada por Nuno Duarte, alguém de créditos já firmados nessa área.

 
Se há títulos compridos, este então é compridíssimo, tipo fusão entre grafismo, título e legenda. E o desafio "ao bruto que suava" (só entenderá quem vir/ler a peça) apenas termina no fim da segunda prancha. Onde se prova que também as palavras podem ser eróticas. 

Sim, João Chambel, editor de antigo e invulgar fanzine, salvo erro o Uivo da Selva (cito de cor, e a minha memória é uma caca), já andou em tempos pelos trilhos da BD. Todavia, sem favor, a prancha reproduzida acima, é de excelente nível, embora, claro, tenha mais a ver com Ilustração. Mas está lá a componente sequencial logo que se visiona a prancha seguinte e, hélas, última. Volta, Chambel (caro amigo e vizinho), a BD não te esquece. 


 
Sucessos Pop ilustrados #5 - Quem és tuuuuuuuuuu? Uma balada de David Dryfountain, com desenho de José Feitor, e texto de S.G.

Há muitos anos houve um semanário intitulado Sete que tocava vários sectores da arte e da cultura, onde cabia, obviamente, a banda desenhada. O Fernando Relvas, agora na Croácia onde passou a viver, se fizer aqui uma visitinha, vai lembrar-se das obras excepcionais que por lá andou a espalhar; bem assim os manos Colombo, o Vasco (sempre cá, ainda bem) e o Jorge agora lá nos States. 
E, em especial - para o caso que quero focar - o António Jorge Gonçalves, que fez muitas bedês do género para o título genérico Disco na Prancheta.

Aliás, foi deste último, e da ideia que na altura desenvolveu, que me lembrei ao ler/ver esta balada dum tal David Dryfountain (David Fonteseca, traduzindo literal e humoristicamente...), desenhada - e bem, com muito humor, em traço descontraído - por José Feitor que, a descansar do seu [fanzine] Zundap (não confundir com a [mota] Zundapp) vai fazendo umas incursões pela figuração narrativa, sempre dizendo que a especialidade dele é mais, tipo, ilustração. Yessssss.

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"Post" remissivo

Acerca do tema "BD portuguesa nos fanzines", podem ser vistos neste blogue mais "posts" indo à coluna "Archives", visitáveis nas datas indicadas abaixo:

(VI) Dez. 20 - Nuno Sarabando
(V) Nov. 24 - Paulo Monteiro
(IV) Nov. 12 - Autor: José Lopes
(III) Nov. 9 - Autores: Aires Melo (desenho), Daniel Maia (argumento)
(II) Nov. 1 - Autores: Rui Lacas, Pepedelrey, J. Coelho, Pedro Nogueira, Renato Abreu
I) Out.14 - Autores: Pedro Figue (desenho), Daniel Maia (arg.) 

Nota: Aos interessados em fanzines, alerta-se para o facto de haver, em relação a este chamado Barsowia (espanhol/galego), um "post" no blogue Fanzines de Banda Desenhada, no mês de Novembro (dia 24).