quarta-feira, novembro 30, 2005

Gonçalo Garcia - Um jovem autor de BD que desaparece


Devido a doença prolongada e impiedosa, faleceu hoje, 30 de Novembro, Gonçalo Garcia.

O velório é hoje à noite, e amanhã às 10h, na igreja de Stº António, Nova Oeiras.
O funeral partirá amanhã às 14h daquela igreja, junto às palmeiras, para o cemitério de Trajouce.

A sua esposa Alice e restantes familiares, as condolências da "família" bedéfila.


Gonçalo Garcia nasceu em Lisboa a 14 de Janeiro de 1972.
Na Banda Desenhada participou em várias exposições, do IPJ ou organizadas por ele próprio.

É autor completo (argumento e desenho) das obras em banda desenhada "Neve Carbónica" e "SAD Rent-a-player" publicadas em álbuns, e "Valentim, l'enfant terrible" no fanzine Tertúlia BDzine.

Foi Convidado Especial da Tertúlia BD de Lisboa em Abril de 2001

4ª Mostra de Sintra de Banda Desenhada (Era para haver, mas não houve. Saiba porquê)

Cartaz da autoria de Carlos Marques

Após ter mudado a presidência da Junta de Freguesia de S. Pedro de Sintra, os novos responsáveis anularam o apoio logístico que anteriormente era proporcionado à organização da Feira Ecológica, que tinha lugar no primeiro domingo de cada mês, nos espaços interior e exterior do Cine-Teatro Os Aliados.

Englobadas nessa Feira, de invulgares características, estavam as Mostras de Banda Desenhada, cuja 4ª edição já se encontrava delineada, como o prova o respectivo cartaz, que aqui se reproduz.

As três Mostras de Banda Desenhada, mais a inicial Exposição e Feira de Fanzines, até agora realizadas, tiveram sempre significativa afluência, incluindo visitantes estrangeiros.

Lamenta-se o abrupto fim da feira Ecológica de S. Pedro de Sintra, e com ela o desaparecimento de um foco de divulgação da Banda Desenhada.

Tertúlia BD de Lisboa - 252º Encontro - 6 de Dezembro


Na próxima terça feira vai realizar-se mais uma tertúlia bedéfila, tendo por Convidado Especial Nuno Markl.

Uma curiosidade: à pergunta de quem gostaria em especial que também lá estivesse presente, Nuno Markl disse um único nome: Luís Louro.

E Luís Louro, vai lá estar.

A acompanhá-los estará o habitual grupo de irredutíveis bedéfilos que, ainda e sempre, resistem no Parque Mayer ao assalto dos invasores camarários e dos respectivos camartelos, agora chefiados pelo centurião Carmonus Rodrigus, acolitado pelo seu arquitecto privativo, Frankus Gehryus.

Se por acaso houver algum visitante deste blogue que igualmente gostasse de, pela pela primeira vez, integrar o evento - que, como já aqui foi dito, tem por finalidade principal homenagear um autor consagrado, ou incentivar um novo autor, como é desta vez o caso, esse visitante do blogue pode contactar-me pelo tm. 919137027
-------------------------------------------------------------------------
Nuno Markl 

Síntese biográfica 

Nuno Frederico Correia da Silva Lobato Markl, Lisboa, Julho de 1971.

A sua actividade artística como ilustrador teve início na década de 90, tendo sido publicados cartunes e bandas desenhadas de sua autoria na revista "Ousar", do Instituto Português da Juventude - IPJ.

Entre 1997 e 2003 fez semanalmente um cartune para o "Expresso", sob o título Felizes para Sempre.

A partir de fins desse mesmo ano de 2003, Nuno Markl passou a colaborar no "Inimigo Público", suplemento semanal do jornal "Público", umas vezes com cartunes (sempre que se trata de imagens isoladas, mesmo quando o tema se mantém em todas as vinhetas) e bandas desenhadas, no género de "gags" sequenciais em episódios autoconclusivos numa só prancha, geralmente a preto e branco, ou esporadicamente a cores.

Parte destes cartunes e bandas desenhadas, complementadas por textos, foram reunidas num livro/álbum, em edição datada de Novembro 2005.

terça-feira, novembro 29, 2005

Jornais com Banda Desenhada - Mundo Universitário - Uma montra gratuita para a BD portuguesa

Em publicação desde 11 de Maio de 2004, o jornal quinzenário gratuito "Mundo Universitário", editado em formato tablóide, passou a ser uma importante montra para a BD, ao disponibilizar, em todos os números, uma página inteira - a cores! - para a publicação de Banda Desenhada.

Já estão representados, com bedês autoconclusivas, numa só prancha, os seguintes autores (indicados pela ordem inversa de publicação, com a data do jornal):

21 Nov - Luís Valente
7 " - Paulo Marques (desenho), Bruno Silva (argumento)
24 Out.- Fritz
10 " - Francisco Sousa Lobo
26 Set.- José Lopes
20 Jun.- Rocha
6 " - Kalika
23 Maio- Carlos Marques (desenho), Sílvia Matos e Lemos (argumento)
9 " - Pepedelrey
26 Abr.- J. Coelho
11 " - Zé Manel
28 Mar.- Mota
14 " - Alexandre Algarvio
28 Fev.- Ricardo Cabral
14 " - J. Mascarenhas
31 Jan.- Pedro Alves
2005
6 Dez.- Álvaro
2004

Como se pode ver, até agora ainda nenhum autor foi repetido. Por acaso, essa situação vai verificar-se, pela primeira vez, no próximo dia 5 de Dezembro.

Irá ser Álvaro (criador do anti-super-herói "Xatoman"), o "repetente"!

E na edição seguinte, que será distribuída a 16 de Janeiro, haverá outro reincidente, Pedro Alves (o "Toonman").

Aqui no blogue, considerando que a página é editada sob minha coordenação, a partir de certa altura ocorreu-me reproduzir as pranchas.

Mas para os que gostam de sentir o cheiro do papel, e desfrutar o prazer de folhear um jornal, vale a pena - estou a pensar nos estudantes universitários - sacarem um exemplar dos distribuidores metálicos, de cor azul, que se encontram nos átrios das Faculdades.

Claro que qualquer pessoa pode fazer o mesmo, visto que os tais distribuidores estão em locais acessíveis aos (já) não estudantes.

segunda-feira, novembro 28, 2005

Língua Portuguesa em mau estado: na BD, no "Cartoon" e na Internet (III) - "gingeira" (??)



Gingeira?

Claro que é erro ortográfico. Correcto: Ginjeira

"Cartoon" intitulado Vozes do Além, da autoria de alguém que assina sob o pseudónimo de "Avis Rara"

in jornal Alentejo Popular de 24 de Novembro de 2005

A palavra Ginja não pode dar Gingeira, mas sim Ginjeira.

Aliás, verifica-se erro da mesma "família" no nome de algumas casas especializadas que se dedicam à venda de um licor feito à base de ginjas.

Esse licor, muito popular, chama-se ginjinha (como toda a gente sabe), é servido em copinhos, por vezes feitos de chocolate. 
Como toda a gente também sabe, o licor pode ser "com elas" (as ginjas), ou "sem elas".

Todavia, para espanto de quem respeita a língua portuguesa, algumas dessas casas (uma delas no Cais do Sodré, outra antes de chegar às Escadinhas do Duque, na realidade Calçada do Duque) ambas aqui em Lisboa) ostentam letreiros incluindo a palavra, erroneamente grafada, "Ginginha".

De facto, como todos sabemos, a letra g antes de e ou i tem o som [j], mas o que parece estar esquecido é que a raiz da palavra ginjinha é ginja.

De resto, em relação ao "cartoon", reconheço que se apresenta de uma forma original, sem se verem as figuras das personagens, apenas se vêem as "falas" nos "balões".

(Para saciar a curiosidade de quem estiver intrigado como é que um lisboeta tem acesso a um jornal regional editado em Beja: é que passei por lá na minha ida ao Salão de Banda Desenhada de Moura:-)
-------------------------------------------------
"Post" remissivo

Deste mesmo tema há 2 "posts" afixados anteriormente, nas seguintes datas:
Out. 27 - "vê-mo-nos"; Nov.12 - "pareçe; esqueçendo"

quinta-feira, novembro 24, 2005

Jornais com Banda Desenhada - Mundo Universitário - 21 Nov. - Uma b.d. de Luís Valente

B
Mais uma banda desenhada, a cores (autor: Luís Valente). A bd é reproduzida num óptimo formato (mancha útil: 31,5x 25,5cm), e está visionável no quinzenário "Mundo Universitário".
O M.U. é distribuído gratuitamente em todas as universidades do país. Quem estiver interessado pode procurá-lo nos móveis-distribuidores, de cor azul, que se encontram colocados à entrada das faculdades.
------------------------------------------------------------------------------------
Luís Valente

Síntese biográfica

Luís Miguel Luz Valente, Lisboa, 1972. 
Habilitações literárias: Curso de Design de Comunicação, concluído na Faculdade de Belas Artes de Lisboa. 
Ocupação: Profissional de Ilustração. 
Currículo como ilustrador (incluindo a BD): 
Ilustrações em livros infantis e revistas; 
Participação em dois concursos no Festival BD da Amadora. 
Colaborações: tem uma banda desenhada publicada na revista Selecções BD (2ª série), e agora esta no jornal Mundo Universitário.

Este texto constitui colaboração gratuita para o jornal "Mundo Universitário"

sexta-feira, novembro 18, 2005

Concurso de Banda Desenhada de 2005 de Olhão - Obras e autores premiados

Pormenor (prancha nº2) da bd distinguida com o 1º Prémio (ex aequo), da autoria de Tiago Leal

Pormenor (prancha nº5) da bd distinguida com o 1º prémio (ex-aequo) da autoria de Miguel Mendonça

Com a eficiência habitual, a Junta de Freguesia de Olhão editou um mini-álbum, numa singela encadernação com argolas, onde reproduz as bandas desenhadas que obtiveram prémios, com a particularidade de ter havido duas bedês premiadas ex-aequo com o 1º Prémio, distinguindo Tiago Leal,jovem de 23 anos, natural de Coimbra, e Miguel Mendonça, de 20 anos, nascido em Olhão.

Galardoados seguintes, surgem os nomes de:
2º Prémio - Carlos Rocha, de 30 anos, natural de Angola;
3º Prémio - José Joaquim Fernandes, natural de Quelfes, Olhão, de 61 anos (este último beneficiário da democraticidade de um concurso que não impõe limites de idade aos concorrentes).

Ora bem, haja oportunidade para todos, independentemente da idade, o que interessa é o talento que se tem e o entusiasmo que se preserva.

Bem haja a Junta de Freguesia de Olhão, e o respectivo Presidente, Sr. João Peres, por manterem as características tão "sui generis" desta iniciativa cultural.

quinta-feira, novembro 17, 2005

Castelos na Banda Desenhada (III) - Trancoso - Autor: Santos Costa

Reconstituição do castelo de Trancoso em 1500

Desenho baseado no aspecto actual do castelo

Castelo de Trancoso, imagens da autoria de Santos Costa, autor de Banda Desenhada, ilustrador e escritor, que vive e trabalha, actualmente, em Trancoso.

Do seu currículo constam numerosas obras em BD, espalhadas por diversas publicações, sendo a mais antiga e conceituada (no universo da Banda Desenhada) a revista "Mundo de Aventuras".

As imagens aqui reproduzidas foram retiradas do álbum "Bandarra - Poeta, Profeta e Sapateiro de Trancoso", de sua autoria (texto e desenhos). É exactamente acerca da vida dessa personagem, de nome Gonçalo Anes, ou Gonçalo Eanes, mas que ficou conhecido pela alcunha de "Bandarra" que se tecem as malhas desta biografia, traçada em figuração narrativa.

Como bastas vezes acontece na BD, ela não funciona como arte autónoma, mas serve utilmente para historiar e divulgar personagens e factos, neste caso o do sapateiro, e poeta, mas também autor de profecias que lhe valeram ser preso à ordem da "Santa" Inquisição.

Muitos dos factos em relação à personagem, também nomeada por Gonçalo Anes Bandarra, são descritos em cuidadosa e bem documentada adenda escrita por Santos Costa.

O álbum, cartonado, com capa e conteúdo a cores, teve por editores a Câmara Municipal de Trancoso e o próprio autor, Fernando Jorge dos Santos Costa.

Data da edição: 1990

----------------------------------------------

SANTOS COSTA

Síntese biobibliográfica

Fernando Jorge Santos Costa, Lisboa, 14 de Fevereiro de 1951.

Estudou em Viseu, onde completou o antigo 5º ano liceal.

Depois disso, como ele diz, tem vivido entre a escrita e o desenho. 
Da escrita - apesar de já ter mais de uma dúzia de livros publicados, englobando contos, romances e monografias - aqui só ficará curto registo de argumentos ou adaptações literárias para a banda desenhada, pois é de BD que trata este blogue.

Santos Costa iniciou-se no Mundo de Aventuras - um bom começo. 
Em 1979, na 2ª série daquela revista, estreia-se com A Caça aos Lobos
E, como aconteceria bastas vezes, numa adaptação literária que ele próprio fez da obra de Aquilino Ribeiro, assim satisfazendo também a sua tendência para as letras.

Chegado aos anos de 1980, realiza Os Tuaregues, em adaptação literária de Salgari, tal como fez com O Último Tigre e A Formosa Judia; quanto a D. Quixote e o Lobo, baseou-se em Cervantes, obviamente.

Passou pela História - Fernão de Magalhães -, e pelos contos tradicionais - O Boi Cardil, D. Caio, Branca Flor, A Dama Pé-de-Cabra, Os Dois Compadres, O Velho do Surrão. Há ainda uma lenda, A Truta de Celorico, um conto tradicional africano, e outro chinês, Os Homens de Pedra de Sutilé e A Mulher de Wan His-Liang, respectivamente. É todo um variado leque de temas vertidos para BD naquela prestigiosa revista juvenil.

Uma parte significativa da sua actividade de autor nesta área teve apoio no semanário O Crime, para onde transformou em bandas desenhadas, ao ritmo de uma prancha em cada número, a preto e branco, grande diversidade de casos. 
Por exemplo, históricos: A Execução dos Távoras (este episódio abrangeu treze pranchas), Zé do Telhado (uma adaptação que durou vinte e uma semanas e igual número de pranchas), João Brandão, Diogo Alves, Alves Reis, O Regicídio e O Atentado a Salazar.

Santos Costa, durante os anos 1990 e primeiros de 2000, nunca vacilou em adaptar, qualquer que fosse o assunto, a imagens sequenciais, como se percebe por alguns dos restantes títulos: Os Marçais de Foz Côa, O Gang do Multibanco, O Estripador de Lisboa, O Caso "Meia Culpa", A Turista Violada, O Massacre de Fortaleza, O Crime do Padre Frederico, entre outros.

Na área nobre dos álbuns, o seu primeiro aparece em 1985: Batalha de Trancoso, com miolo a preto e branco, numa edição da autarquia homónima; em 1988, no formato de livro, sai O Magriço, um dos Doze de Inglaterra; em 1990, também com apoio da Câmara trancosense, é editada, a cores, a história de uma enigmática personagem local, Bandarra-Poeta, profeta e sapateiro de Trancoso.

Em 1994, surgindo pela primeira vez a história de um partido político em BD, Santos Costa realiza a obra PSD-Partido Social Democrata-20 anos, álbum com capa a cores e miolo a preto e branco, hoje em dia uma peça muito difícil de encontrar.

Após compasso de espera de oito anos, o prolífico autor aparece com três álbuns consecutivos: Registos Criminais (2002), capa colorida e miolo a preto e branco; A Viúva do Enforcado (2003), com apoio da Câmara Municipal do Fundão; e D. Egas Moniz, o Aio, edição patrocinada pela Câmara Municipal de Lamego, estes dois últimos com capa e conteúdo em quadricromia.

A sua colaboração mais recente em BD foi em Fevereiro de 2007, no fanzine Efeméride (nº2), com o episódio Em Trancoso, inserido na obra colectiva Príncipe Valente no Século XXI.

Geraldes Lino
---------------------------------------------

"Post" remissivo
Neste tema Castelos na Banda Desenhada podem ser vistos os seguintes textos:
(I) Os fictícios- Autor: António Vaz Pereira; (II) Faro - Autor: José Garcês

quarta-feira, novembro 16, 2005

O Autor de BD como personagem da sua banda desenhada (II) - Esgar Acelerado e João Maio Pinto

 
João Maio Pinto, o desenhador, coça a cabeça, enquanto Esgar Acelerado, o argumentista, conversa com Paiva, o "herói" da BD

A tendência de os autores se auto-incluirem nas suas próprias bandas desenhadas é contagiosa.

Dois deles, João Maio Pinto, desenhador, e "Esgar Acelerado", argumentista, surgem, pela mão do desenhador, ele mesmo, a contracenar na prancha da série Superfuzz, no suplemento Gazeta Cru (semanário Blitz, nº 1098 de 15 de Novembro), como intérpretes do respectivo episódio.

João Maio Pinto apenas se coloca na pele de mero figurante, a um canto da vinheta, barafustando contra a demora da entrega do "layout" pelo argumentista.

"Esgar Acelerado", por seu turno, conversa com Paiva, o seu "anti-herói" de estimação, em mais uma situação provocada pela "sui generis" personalidade da personagem (quiçá um alter-ego do ficcionista seu criador).
-----------------------------------------------------------------------------
"Post" remissivo

Deste tema Autor de BD como personagem (...) há um "post" anterior:
(I) 2005, Out. 25 - Goscinny e Uderzo

terça-feira, novembro 15, 2005

Críticas e notícias sobre BD na Imprensa (VIII) "Gazeta Cru", suplemento BD do semanário Blitz - Acabou?

Reproduz-se a que poderá ser a prancha de despedida da estupenda página de banda desenhada da Gazeta Cru

A Gazeta Cru, mais a respectiva e carismática série Superfuzz, estão com a espada de Damocles suspensa sobre a página do "Blitz" onde, semanalmente, os leitores daquele semanário as têm podido gozar.

Conforme é ponto assente na decisão do director interino do "Blitz", segundo me disse o "Esgar Acelerado", coordenador do estupendo suplemento e simultaneamente argumentista da série "Superfuzz", o fim está anunciado acontecer na edição do "Blitz" nº 1098, um 15 de Novembro de má memória para a BD em Portugal.

Em homenagem à "Gazeta Cru", ao Esgar Acelerado, a João Maio Pinto, actual desenhador, e a Rui Ricardo, o anterior, aqui fica a última (será possível? eu não quero acreditar) imagem do suplemento. Será possível, repito? Eu ainda não quero acreditar, pode ser que o director (interino) Vítor Raínho reconsidere...

Jornais com Banda Desenhada - Mundo Universitário nº 25 - Uma b.d. de Paulo Marques e Bruno Silva

Pormenor (uma tira) da bd da autoria de Paulo Marques e Bruno Silva

Como já aqui se tem informado, o quinzenário gratuito "Mundo Universitário" inclui sempre uma página com uma banda desenhada, a cores, uma ou outra vez de autor conhecido, a maior parte das vezes de nomes praticamente desconhecidos do grande público, uns por ainda terem feito pouca coisa publicamente, outros porque o grande público não repara nos novos valores, só tem olhos para os grandes nomes (perdoe-se-me este quase jogo de palavras, um tanto amargo).

O número mais recente deste jornal ainda se encontra disponível, à entrada das universidades, em visíveis expositores, destinados essencialmente ao público universitário (e a quem se queira dar ao trabalho de entrar num qualquer edifício da Universidade Clássica, tipo Faculdade de Letras ou de Direito, e sacar um exemplar).

Nesse nº 25, datado de 7 de Novembro, é reproduzida uma engraçada banda desenhada sob o título Gyga & Byte - Problemas no Cyber-Espaço, da autoria de Paulo Marques (desenho) e Bruno Silva/Paulo Marques (argumento)

Há por lá, no episódio, alguém a quem chamam Dr. Linux, que parece um clone meu. Tenho de esclarecer isso com os autores...

PAULO MARQUES

Síntese biobibliográfica

Um deles, Paulo Marques (nome completo: Paulo Alexandre Freire Marques) nasceu em Ganda, perto de Nova Lisboa, Angola, em 1972. Veio para Portugal em 1975.
A paixão pelo desenho levou-o a criar os seus primeiros heróis: "Cowboy do Espaço", "Estrela", e "Abelha".
Em 1984 ilustrou um panfleto para a Escola Preparatória de Mafra, de carácter pedagógico.
Em 1995 criou "Lunar", um ser influenciado pelas trilogias "Star Wars" e "O Senhor dos Anéis".
Em 1997 dedicou-se à criação da personagem "Estranho", herói da sua predilecção daí em diante.
Em 1999 iniciou colaboração no site "Comics.pt, com a participação na bd "online" "Comics Pteam" #2, e criou ele próprio o site "O Mundo do Estranho"

BRUNO SILVA

Síntese biográfica

O outro, Bruno Silva, (nome completo: Bruno Emanuel Luís da Silva), nasceu em 1974,em Nampula (Moçambique). Possui o curso técnico-profissional de Design Gráfico assistido por computador. Em 2003 foi co-fundador do Grupo Entropia, e do "site" homónimo. Em 2004 participou na exposição colectiva de BD "Urbe Fiction", em Cacilhas, Almada, e começou a editar o fanzine "FunZip". Em 2005 realizou um "workshop" sobre o Grupo Entropia e o "FunZip", no evento de BD "Turanime", em Alvalade, Lisboa, e outro "workshop" sobre o "FunZip" na Feira Internacional de Fanzines, em Cacilhas, Almada.

Este "post" constitui colaboração gratuita com o quinzenário "Mundo Universitário"

segunda-feira, novembro 14, 2005

Tertúlia Lisboa dos Fanzines - Convívio de 15 Nov



Tertúlia Lisboa dos Fanzines

Local: Bar "Estádio", Rua. S. Pedro de Alcântara (Bairro Alto) - das 22 às 23h00

Como acontece há já alguns anos, os editores de fanzines de Lisboa e arredores juntam-se para convívio e troca de impressões acerca de alguns fanzines. Uns, por terem sido editados ultimamente, outros por algum inesperado pormenor, gráfico ou editorial.

A tertúlia de amanhã incidirá sobre:

1. O fanzine das Xornadas, editado em Ourense, Galiza.
Trata-se de excelente zine espanhol (ver a capa acima reproduzida), cujo número mais recente me foi trazido pelo amigo Paulo Monteiro, de Beja - que esteve presente nos Encontros de Banda Desenhada de Ourense, organizados pelo fanzinista e bedéfilo galego Henrique Torreiro.

2.Efeméride, fanzine editado em Lisboa, como homenagem à personagem Little Nemo, de Winsor McCay.
Servirá de tema para troca de impressões com alguns dos autores que nele participaram, devolução de CD's e entrega de exemplares a quem não esteve no lançamento realizado no Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora.

A seguir, se os resistentes estiverem virados para aí, vai-se até ao bar do Teatro "A Barraca", onde há umas excelentes tostas mistas, além de variados espectáculos gratuitos (récitas de poesia e assim).

Lá estão também, e vale a pena ver, quatro pranchas originais de Pedro Massano, que farão parte do seu próximo álbum, já aqui se fez menção a esse projecto, no "post" intitulado "Teatro na BD"

sábado, novembro 12, 2005

Língua Portuguesa em mau estado: na BD, no Cartune e na Internet (II) - "pareçe" (??) "esqueçendo" (??)

Pareçe? Esqueçendo?

No "post" do blogue Kuentro

kuentro.weblog.com.pt

dedicado ao 16º Festival de Banda Desenhada da Amadora, houve vários comentários colocados por bloguistas visitantes, iniciando uma polémica tendo como alvo o autor José Carlos Fernandes.

Um dos comentadores, assinando João Paulo Dias, ao dirigir-se a Luís Graça (texto afixado em Novembro 11, 2005, 04.50 pm), cometeu erro ortográfico grosseiro (e repetiu-o). 
De estranhar em pessoa que demonstra ter cultura geral, e que foi o seguinte:

Escreveu "ao que pareçe" (c com cedilha antes da vogal e? ou i, já agora)
e repetiu, ao escrever "esqueçendo" (uma segunda vez o erro básico de usar o ç antes da vogal e, invalida a hipótese de mera distracção).

No que se refere à BD, considera Victor (ele escreveu Vítor, de facto existe essa grafia, mas o autor em questão usa Victor, que lhe puseram no B.I.) Mesquita o "Moebius" português.

Será que conhece um autor francês chamado Druillet? Aconselho-o a procurar na Bedeteca de Lisboa alguma obra de Druillet, comparar os estilos do trio Mesquita, Moebius, Druillet, e afirmar então, com o competente conhecimento de causa, quem influenciou quem.
---------------------------------------------------
"Post" remissivo

Há texto anterior acerca do mesmo tema; procurar no Arquivo (Archives), no "post" afixado em Out. 27

sexta-feira, novembro 11, 2005

Fanzines, esses desconhecidos (VII) Fanzine Efeméride - nº1 - Homenagem a Little Nemo

Capa do fanzine "Efeméride"

VERSÃO ON-LINE Clique aqui ao lado, se estiver interessado em ver 18 episódios ao estilo de paródias, imaginadas por autores portugueses em homenagem à obra-prima de Winsor McCay.

Foi logo no início deste ano de 2005, ao manusear uma enciclopédia de BD, que reparei na data do início de publicação, 15 de Outubro de 1905, da obra-prima que é Little Nemo in Slumberland ("O Pequeno Nemo no Reino dos Sonhos" na versão portuguesa, com apenas dois tomos publicados, a edição suspensa por problemas de falência da editora americana. Como se vê, também acontece no rico país do Tio Sam).

Logo de imediato me apareceu uma lâmpada acesa por cima da cabeça (ideia luminosa!): convidar 21 autores para, cada um deles, fazer um episódio à maneira de Winsor McCay, o autor do Little Nemo para o tema que imaginei intitular-se Sonhos de Nemo no Século XXI (daí os vinte e um autores), a fim de os publicar, em formato A3 e a cores (uma ideia dispendiosa, reconheço), num novo fanzine meu, cujo título desde logo estabeleci mentalmente: "Efeméride".

Em conversa com Pedro Mota, um dos responsáveis do Festival, ele próprio autor e especialista de BD, fiquei a saber que o tema do Festival seria "O Sonho", e giraria à volta do Little Nemo. Daí que nos tivesse ocorrido fazer-se uma exposição com as pranchas que eu ia tentar arranjar, de autores novos e consagrados, para a edição do fanzine.

Após quase um ano de ter iniciado os contactos, de desistências e substituições de última hora, o projecto inicial dos vinte e um autores ficou reduzido a dezoito (nada mal: o editor José de Freitas, da Devir, deu-me os parabéns por, dizia ele, calcular a trabalheira que terá sido conseguir obter tantas colaborações, dentro do prazo, ainda para mais, benévolas!).

E em Outubro, mês do "nascimento" do Little Nemo, surgiu o fanzine "Efeméride", e esteve visionável a respectiva exposição Sonhos de Nemo no Século XXI, no Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, e vários dos autores de alguns dos dezoito episódios estiveram a dar autógrafos.

Para quem não viu a exposição nem tem ainda o fanzine, o meu amigo Gastão Travado, assessor técnico de elevada craveira, vai dar especial visibilidade a excertos de todas as pranchas e às sínteses biográficas que escrevi acerca dos autores que comigo benevolamente colaboraram.

quinta-feira, novembro 10, 2005

Castelos na Banda Desenhada Portuguesa (II) - Faro - Autor: José Garcês

in A História de Faro em BD

Castelos verdadeiros
Autor: José Garcês
Edição em álbum cartonado

Edições ASA
Data da edição: Outubro 2005

in A História de Faro em BD

Depois de ter iniciado este tema Castelos na Banda Desenhada Portuguesa, com duas imagens de um castelo fictício, seleccionei agora a imagem de um castelo verdadeiro, o de Faro, de que ainda resistem importantes panos de muralhas e algumas torres. 
Claro que, no caso das imagens que ilustram este "post", também elas são, no fim de contas, mais ou menos fictícias, visto que não se baseiam em realidade verificável actualmente, mas sim em gravuras antigas ou descrições.
-----------------------------------------------
"Post" remissivo
Neste tema Castelos na Banda Desenhada pode ser visto outro texto:
(I) Os fictícios- Autor: António Vaz Pereira

5000 visitas ao blogue! Viva a BD! Viva a Blogosfera!


Ponto Um:
Um agradecimento especial aos que me têm ajudado a produzir o blogue:

1. Ao meu assessor técnico principal:
Gastão Travado

2. Aos meus assessores técnicos esporádicos:
Guida Reis, Miguel Braga, Ana Nunes.

Ponto dois:
Um agradecimento, também especial, aos visitantes...

... que me incentivaram:
"Labas", André Batista, Dina, Tiago Leal, este último editor/redactor do blogue www.sonhosdiluidos.blogspot.com

... que me apoiaram:
"zarzanga"

... que se interessaram por algum "post" em especial:
Manuel Correia, "Toonman", Janus (em Edinburgh!)

... que me deram achegas:
"El Mo", que me disse que ia enviar a digitalização da imagem do Castelo de Sabugal inserida em banda desenhada, em edição que não conheço

... que me criticaram negativamente:
o editor/redactor do blogue caixadosfosforos.blogspot.com

Mais uma vez, como fiz sempre que este espaço bedéfilo virtual atingiu a meta dos primeiro, segundo e terceiro milhar de visitas, agradeço a todos por terem dedicado algum do seu tempo a lerem/verem o "Divulgando BD".

quarta-feira, novembro 09, 2005

Festivais, Salões BD e afins (IV) Salão Internacional de Banda Desenhada de Moura - 15ª edição


15º Salão Internacional de Banda Desenhada de Moura
MOURA BD 2005
(12 a 26 de Novembro - horário: todos os dias, das 10h às 12h e das 14h às 18h)

Não imaginam os que nunca foram a este salão bedéfilo, de como, com simplicidade, se consegue dar um panorama aliciante da BD, através dos vários temas que vão sendo seleccionados anualmente.

Acresce que Moura é uma cidade bonita e acolhedora, onde sabe bem ir.

Primeiro, logo à chegada na noite de 6ª feira, como costumo fazer (gosto de aproveitar a ida a uma terra que não a minha, para lhe saborear a atmosfera vivencial), vou ao BC (em Lisboa é o BA, Bairro Alto, em Moura é o BC, Bar do Castelo) com o meu amigo Carlos Rico, beber um copo e pormos a conversa bedéfila em dia;

No dia seguinte, de manhã, fazer como fazem os nativos da terra: ir a um daqueles pequenos cafés, ler o jornal (de Lisboa, são vícios "públicos"), para em seguida rumar ao castelo, onde estão montadas diversas exposições.

Este ano o tema-base do salão é a Ficção Científica.

Por conseguinte, haverá uma exposição retrospectiva da temática FC na história da banda desenhada.

Espero lá encontrar os "americanos" Flash Gordon e Brick Bradford, e os "europeus" Jeff Hawk, Garth, Dan Dare, Luc Orient e Valerian, entre muitos outros.

Vamos a ver se, para "clou" da festa, não conseguiram arranjar algum alienígena, carregado de álbuns, revistas e fanzines de banda desenhada.

Na falta desse hipotético ser vindo de outro planeta, imagino que será o Carlos Rico, incansável organizador e principal responsável do evento, ele próprio banda-desenhista e cartunista, a surgir no palco do Cine-Teatro Caridade, a apresentar as edições especialmente elaboradas para a edição deste ano:

1. "Cadernos BD de Moura", no seu sexto número, desta vez dedicado à obra Ulisses, realizada por Jobat, em narração sequencial.
Este lançamento será efectuado logo no dia inaugural, 12 de Novembro, sábado.

2. Catálogo Ficções no ar do humor, uma produção da Humorgrafe (que é como quem diz: Osvaldo Macedo de Sousa), em edição da Câmara Municipal de Moura.


3. Um livro, escrito por Jorge Magalhães (garantia de correcta pesquisa e texto bem escrito), dedicado ao tema A Ficção Científica na BD Portuguesa.

Dia 26, sábado
Sessão de encerramento

às 15h00 no Cine-Teatro Caridade:

"Sketch" teatral pelo Grupo de Teatro da Escola Secundária de Moura

Entrega dos Prémios dos Concursos de Banda Desenhada e Cartune

Entrega dos Troféus

A - Balanito de Honra a:

1. José Batista "Jobat"
Autor consagrado da BD Portuguesa

2. Jukka Murtosaari
Valor da BD Finlandesa a residir em Portugal

B - Balanito Especial a:

Baltasar
Conceituado caricaturista

Para finalisar:

No Castelo de Moura, às 18h00, haverá um espectáculo de raios laser.

No Cine-Teatro Caridade, às 21h15, será exibido o filme:

"Sin City - A cidade do pecado"

Em tempo: o que aqui fica dito é apenas o resumo de várias outras iniciativas valorizadoras da iniciativa cultural, que atraem forasteiros e parte da população, incluindo aquela mais jovem, para o conhecimento e desfrute da Banda Desenhada.

terça-feira, novembro 08, 2005

Jornais com Banda Desenhada - Semanário Blitz - A Gazeta Cru, suplemento BD vai acabar? SOS!

Reprodução de apenas metade do suplemento "A Gazeta Cru"
in Blitz - 8 Nov. 05

Soube, pelo "Esgar Acelerado", que o seu suplemento de banda desenhada, a Gazeta Cru vai desaparecer, na próxima edição do semanário Blitz do dia 15 de Novembro.

Se isso acontecer, deixa de existir o melhor suplemento jornalístico dedicado à BD que temos!

PORTANTO, E ANTES QUE SE CHATEIEM DE LER O "POST" E FAÇAM "ZAPPING", ATENÇÃO AO PEDIDO QUE VOS FAZ, A TODOS OS BEDÉFILOS/BLOGUISTAS, ESTE "MILITANTE DA BD E DOS FANZINES":

1º - VAMOS TODOS ENVIAR UM EMAIL AO JORNAL BLITZ, A MANIFESTAR O NOSSO DESAGRADO COM A EXTINÇÃO DA GAZETA CRU.

2º - PEÇO A TODOS OS QUE LEREM ESTE "POST" QUE COMPREM, TALVEZ PELA 1ª VEZ, O JORNAL BLITZ NA PRÓXIMA TERÇA FEIRA, DIA 15 DE NOVEMBRO.

3º - PEÇO TAMBÉM QUE, CASO NA SEMANA SEGUINTE JÁ NÃO APAREÇA O SUPLEMENTO (ESPREITEM ANTES DE MAIS O JORNAL) NÃO O COMPREM.
ESTOU A PEDIR ISTO AOS QUE COSTUMAM COMPRAR O BLITZ APENAS POR CAUSA DA PÁGINA DE BD, COMO É O MEU CASO.

Todos ao email, já!

Endereço de Vítor Rainho, Director interino do Blitz
vitorr@blitz.pt
-----------------------------------------------------------------------------------

Para quem não saiba do que se está a falar: o semanário BLITZ tem publicado, desde 7 Julho de 2001, um estupendo suplemento, composto por uma página de bd a cores e uma coluna de crítica a álbuns, revistas e fanzines.

Esse suplemento é coordenado por alguém que tem talento ficcional, sabe escrever ficção e sabe fazer crítica de BD, e até também muito bem desenhar (BD e Ilustração), usa vários pseudónimos, entre os quais Emerenciano Osga e Esgar Acelerado.

Enquanto Esgar Acelerado ele faz, desde sempre, o argumento para a série "Superfuzz", cujo êxito já possibilitou a publicação em álbum de parte dos episódios.

O desenho esteve a cargo de Rui Ricardo em 99% da série(o restante 1% refere-se ao episódio em que argumentista e desenhador trocaram de posições, fazendo o Esgar Acelerado a parte do desenho seguindo fielmente o estilo habitual de Rui Ricardo, criando este o argumento. Um momento de grande originalidade!

Entretanto, com a imprevista saída (por sua própria iniciativa) de Rui Ricardo, passou a responsabilidade da parte gráfica da banda desenhada para outro talentoso da BD, um quase desconhecido João Maio Pinto, que manteve a mesma linha estilística, e o excelente nível de composição anterior.

Mas apesar do interesse da série, e dos incontáveis leitores/admiradores, há alguém no Blitz que, tudo leva a crer, ou tem preconceitos contra a banda desenhada, ou não gosta da arte sequencial, se calhar acha que o espaço está a ser desperdiçado, e vai acabar com o estupendo suplemento. Será possível?

Insisto: vamos todos enviar um email para vitorr@blitz.pt.
Basta dizer algo como isto:

Sou leitor habitual do Blitz, consta que querem acabar com a Gazeta Cru, uma das partes do jornal de que bastante gosto.
Por favor, reconsiderem.

segunda-feira, novembro 07, 2005

Castelos na Banda Desenhada Portuguesa (I) - Os fictícios - Autor: António Vaz Pereira


Castelos Fictícios

- Estão reproduzidas imagens idealizadas pelo autor da banda desenhada
- Novela sequencial Aventuras de Manelito na Terra Oculta, impressa a cores, publicada no género de "história em continuação"
- Autor: António Vaz Pereira (argumento e desenho)
- in revista Camarada - nº 125 - 11 Novembro 1950
------------------------------------------------------------------------------

Inicia-se neste blogue uma nova rubrica.

A escolha do tema tem a ver com algumas das preferências pessoais do bloguista escriba destes textos.

Há quatro temas que especialmente me apaixonam:

1-Banda Desenhada, 2-Fanzines BD, 3-Língua Portuguesa, 4-Castelos

São os assuntos que estão mais presentes nas actividades em que intervenho.
Gosto também, e muito, de Música erudita e Ópera, Pintura, Cinema, Teatro, Literatura, não sou indiferente ao Jazz... Tudo isto apenas como fruidor.

Vejamos, portanto, a nível de intervenção concreta, o que faço:

1. Banda Desenhada
Leio, e colecciono ou não, álbuns e revistas, de origem portuguesa e estrangeira.
Tenho colaborado, com textos dispersos, ou coordenando suplementos e rubricas, em várias revistas, ou até inserindo textos críticos em álbuns (p.e. no "Decameron", obra em BD por Eduardo teixeira Coelho).

2. Fanzines BD
Colecciono desde o primeiro português, datado de 1972.
Edito. Tenho já a meu crédito oito títulos.

3. Língua Portuguesa
Faço revisões ortográficas para editoras e também para os fanzines.

4. Castelos
Sou visitante entusiasta. Tenho vários livros, alguns de bastante qualidade, sobre o assunto. Páro, observo, aprecio, os que aparecem inseridos em bandas desenhadas.
Há muito tempo que andava a desejar fazer um dia uma exposição a eles dedicada, todavia tenho de me refrear nos projectos que imagino.
Mas, aqui no blogue, a pouco e pouco, posso dar vazão a esse gosto muito entranhado na minha sensibilidade.

Para dar alguma lógica aos "posts" que escrever sobre os castelos, dividi-los-ei em duas áreas:

A. Castelos fictícios
B. Castelos verdadeiros (isto é, baseados na realidade)

sexta-feira, novembro 04, 2005

Festivais, Salões BD e afins - Prémios à Banda Desenhada - 16º Festival de BD da Amadora

Vencedores dos Prémios Nacionais de Banda Desenhada atribuídos no 16º Festival Internacional de BD da Amadora - Amadora 2005

Prancha de Banda Desenhada da autoria gráfica de Carlos Alberto

Prémio de Honra Cidade da Amadora
Carlos Alberto

Melhor álbum português
Super-Heróis da História de Portugal
Autores: Artur Correia (desenhos), António Gomes de Almeida - AGÁ (argumento) Editor: Bertrand Editora

Melhor argumento de autor português
A Última Obra-Prima de Aaron Slobdj
Autor (desenho e argumento): José Carlos Fernandes
Editor: Edições Devir

Melhor desenho de autor português
As Aventuras Formativas de Fortunata, Maria e Garção
Autor: Filipe Abranches
Editor: IEFP

Melhor álbum estrangeiro
Sin City - Aquele Sacana Amarelo
Autor: Frank Miller
Editor: Edições Devir

Melhor álbum de tiras humorísticas
Quinoterapia
Autor: Quino
Editor: Teorema

Melhor ilustração para Literatura Infantil
O Pai Natal Preguiçoso e a Rena Rodolfa
Autor: Alain Corbel
Editor: Editorial Caminho

Prémio Clássicos da 9ª Arte
Príncipe Valente: 1943-44
Autor: Harold Foster
Editor: Livros de Papel

Melhor fanzine
Venham mais Cinco
Editor: Toupeira Atelier de BD (Beja)

Prémio Juventude
A Última Obra-Prima de Aaron Slobdj
Autor: José Carlos Fernandes
Editor: Edições Devir

quinta-feira, novembro 03, 2005

Festivais, Salões BD e afins - Salão Internacional de Banda Desenhada do Porto - Evocação virtual


Cartaz da autoria de Rui Duarte

Quatro anos após se ter realizado o derradeiro Salão Internacional de Banda Desenhada do Porto - SIBDP, um grupo de bedéfilos nortenhos resolveu comemorar os vinte anos decorridos desde a data do 1º Salão até hoje.

Essas comemorações serão levadas a efeito entre 5 e 26 de Novembro, e terão um aspecto original: será organizado um "Salão" cujas exposições decorrerão totalmente no espaço da "Internet".

Portanto, já no próximo fim-de-semana, teremos de novo o Salão Internacional de Banda Desenhada do Porto. Mas, atenção. Ninguém se dirija ao bonito Mercado Ferreira Borges, porque, já ficou claro que o evento apenas estará ao alcance dos internautas.

A chave para abrir a porta do Salão tem um aspecto familiar a quem usa a Net:
www.sibdp.com (a partir de 5 de Novembro)

Basta pois esta hodierna versão da clássica frase "Abre-te Sésamo", para se entrar na caverna da Banda Desenhada em versão ciberespacial.

Lá se irão encontrar as versões para o cartaz desta muito especial 12ª edição, da autoria de um valioso naipe de autores/artistas portugueses da BD, entre veteranos e novos:
Arlindo Fagundes e Fernando Relvas, dos primeiros; João Fazenda, José Carlos Fernandes, Miguel Rocha, Pedro Brito, Pedro Morais, Rui Ricardo, dos segundos.

Dos autores internacionais que estiveram presentes, em carne e osso, no Salão "físico" do Porto, voltar-se-á a apreciar o traço e a cor - mas desta vez em exposições digitais -, de Miguelanxo Prado, Schuiten e Peeters, Peter Kuper, Don Rosa, Baru, Berberian, Étienne Davodeau, Lewis Trondheim, James Kochalka, Max, e vários outros, de um conjunto de autores que mostraram obra ao longo das pretéritas onze edições.

Festeje-se, portanto, este Salão "virtual".

Trata-se de uma original ideia, que permitirá aos bedéfilos mais recentes uma visita retrospectiva ao que de melhor aconteceu no Porto, naqueles felizes anos em que se erguia, com esforço físico, um Salão verdadeiro de pranchas de papel e tinta, por um grupo de (então) jovens, alguns dos quais, arquitectos dos salões iniciais, conheci pessoalmente (olá Paulo Amorim, Manuel Pizarro, Pedro Cleto, Paulo Jorge, saravá!), vários deles activistas culturais da Casa de Jovens de Ramalde, sob cujo apoio editavam um interessante fanzine, o "Comicarte".

Nesse fanzine, e na sua feição aglutinadora de amizades e ideias, nasceria a ideia da criação do Salão de Banda Desenhada e do Fanzine, nome inicial do evento.

Claro que todo o trabalho que agora for realizado não poderá ficar em exclusivo no espaço acessível apenas aos internautas, pelo que, no próximo ano será editado um livro sobre o historial do SIBDP.

Festivais, Salões BD e afins - 3ª Mostra de Sintra de Banda Desenhada - Mangás e Super-Heróis

Autor do cartaz: Joana Lafuente

Aí vem o 1º Domingo do mês de Novembro. Com ele, mais uma Mostra de Banda Desenhada, a 3ª em três meses consecutivos.

Naturalmente, o evento já começa a chamar a atenção dos habitantes de Sintra em geral, e nos de S.Pedro de Sintra em particular, local onde se realiza a Feira Ecológica bem como, em simultâneo, a Mostra de BD.

Também alguns lisboetas, através deste blogue, dela tomaram conhecimento, e foram até lá - um bonito passeio dominical. A Feira Ecológica está bem anunciada, por cartazes espalhados à entrada de S. Pedro de Sintra, e com facilidade se localiza o Cine-Teatro Os Aliados, antigo e bonito edifício.

É ali, justamente, que se realiza o certame misto, onde se podem comprar produtos hortículas de agricultura biológica, no primeiro piso térreo, e ver Banda Desenhada no piso superior (onde se situa o balcão do Teatro).

Desta vez, o tema da exposição bifurca-se em duas componentes.
Uma delas é preenchida com mangás (bandas desenhadas japonesas), mas realizadas por quatro autores portugueses: Joana Lafuente, Guilherme Mendes, Vanessa Nobre e Miguel Martins.

O tema que se relaciona com a BD americana, na vertente dos Super-Heróis é preenchida na totalidade com pranchas da autoria de Paulo Marques, um apaixonado leitor e cultor dos "comics", e também autor/artista integrado no estilo gráfico desse tipo de BD nascida nos "States".

O evento engloba igualmente uma Feira de Fanzines, dedicada a esses objectos de cariz literário e/ou artístico que continuam a suscitar reacções de extrema curiosidade, pelo facto de se tratar de magazines amadores quase que apenas conhecidos pelos especialistas do género.

A Mostra é da responsabilidade artística conjunta da Tertúlia BD de Lisboa e do Grupo Entropia, com o apoio logístico da Feira Ecológica de Sintra.

Ambas as exposições que compõem a 3ª Mostra de BD estarão patentes ao público das 10h00 às 19h00, funcionando a Feira de Fanzines, desta vez, apenas até às 16h00.

A entrada é gratuita.

terça-feira, novembro 01, 2005

Terramoto de 1755 na Banda Desenhada

No momento em que coloco este "post", já há uma hora que estamos no dia 1 de Novembro de 2005. Neste mesmo dia, quando forem 09h30, ter-se-ão passado exactamente 250 anos após o terrível Terramoto de 1755.

Hoje, a TV, a Rádio, os jornais, as revistas, todos os "média" irão falar sobre o trágico acontecimento. Aliás, há já alguns dias que assim acontece.

E a BD, irá passar ao lado da efeméride? Pela parte que toca a este blogue, nem pensar.

Pelo singular fascínio do desenho, aqui se "postam" algumas imagens impressionantes de Lisboa sob o efeito do terramoto, por autores/artistas portugueses de Banda Desenhada que quiseram reproduzir, graficamente, essa catástrofe.


Livro escolar totalmente realizado em banda desenhada, da autoria de Eugénio Silva. Título do livro "Lições de História Pátria - 3ª classe" (*), adoptado, portanto, na então chamada escola primária.

Nele não consta a data da edição, mas, por informação do autor da BD, foi editado em 1967. No livro não é indicado quem edita, apenas consta a indicação "distribuidores Porto Editora Lda e Empresa Literária Fluminense". Mas, também por informação de Eugénio Silva, quem fez o livro foi a Porto Editora, a primeira vez que o autor para lá trabalhou.



Vinheta extraída da obra em BD "Sebastião Joseph de Carvalho e Mello - Conde de Oeiras - Marquês de Pombal" com desenhos de Rá e texto de J. Coutinho. Trata-se de uma edição da Câmara Municipal de Oeiras, datada de Março de 1990.


in História de Portugal em Banda Desenhada (volume "A Restauração da Independência" - 1ª edição 1988), obra realizada por José Garcês (desenho), A. Carmo Reis (adaptação literária), sob chancela de Edições Asa.


in "Portugal 8 Séculos em Banda Desenhada". Autores: José Morim (desenho), Maria da Conceição Fernandes (texto). Porto Editora - 1994.

--------------------------------------------------------------------------

Sabe-se que cada imagem vale mil palavras. Estão à vista, parcialmente, algumas sequências gráficas da BD, que confirmam a teoria.

Não obstante, importa ainda escrever-se aqui - o que decerto vai acontecer em muitos outros blogues -, mesmo que ao de leve, mas com emoção, acerca do grande cataclismo que foi esse terramoto acontecido numa manhã tenebrosa, a do dia 1 de Novembro de 1755.

Portugal sofreu nesse dia um dos maiores sismos de sempre, e esta nossa cidade foi a parte do país que mais o sentiu. De tal maneira que nos registos históricos o acontecimento ficou conhecido por "Terramoto de Lisboa".

Com efeito, foi aqui, na capital portuguesa - na época, era a terceira urbe mais populosa da Europa - que, cerca das nove e meia da manhã, se começaram a sentir os tremendos abalos que lançaram o terror nos habitantes, e deixaram marcas indeléveis na cidade. Olhe-se para as ruínas do Convento do Carmo, exemplo impressionante, que dá uma ideia do que terá acontecido a toda a área medieval de Lisboa, desaparecida irremediavelmente.

(*) Uma preciosidade da BD de que darei pormenores em futuro "post"