quinta-feira, setembro 20, 2007

Banda Desenhada em edição checa

Prancha de banda desenhada (4ª de 6) intitulada Svatebni kosile, sob traço de Karolína Rasochová e guião de Lukas Houdek, baseada no poema homónimo de Karel Jaromír Erben

Este ano fui até Praga, e por lá andei oito dias, deslumbrado com aquele centro histórico bem conservado e/ou bem recuperado, que nos transporta ao passado.
Quanto a Banda Desenhada - e é disso que estamos a falar - também por lá se encontram comic-books e álbuns do Astérix, naturalmente traduzidos em idioma checo.
Resolvi comprar alguma coisa menos previsível, que pudesse dar uma ideia da diversidade de obras que se editam na República Checa.

Capa da estupenda peça Kytice, conjunto de poemas em banda desenhada

Kytice - Komiks é uma das três peças que achei valer a pena comprar, mesmo não sabendo decifrar a língua checa. Trata-se, neste caso, de um belo livro, em capa cartonada, formato A4, onde se incluem treze poemas de Karel Jaromír Erben, transformados em outras tantas bandas desenhadas, todas elas plasmadas em estilos diversos.
Seleccionei, da versão desenhada por Karolína Rasochová, a prancha visível no topo deste "post".
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Uma mangá foi outro tipo de obra que optei por comprar, para poder mostrar neste blogue quando chegasse a Lisboa (o teclado dos computadores locais não tinha acentos, circunflexo e agudo, nem til, c com cedilha também não existe, o que tornava inviável fazer qualquer texto legível).
É de Warcraft - Drací Lov, mangá desenhada por Jae-Hwan Kim, sob argumento de Richard Knaak, que reproduzo acima duas páginas, e a capa sob este texto.


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Há dois géneros de banda desenhada que, habitualmente, são relegadas para plano inferior, tanto pelos leitores-compradores-coleccionadores, como pelos críticos: a infantil e a humorística.
O que é perfeitamente injusto. E até, em relação ao quase desprezo (não assumido) votado à BD infantil, absolutamente despropositado. Se não se promover esse nicho, como haverá novos leitores?
Pois foi desse registo infantil que seleccionei a terceira peça. Aqui vai ficar, logo abaixo, uma imagem, a da prancha inicial.


Prancha do episódio cujo título encima a página. Lucie Lomová é a autora, desenhadora e argumentista.
O título da obra pode ser visto na capa que abaixo reproduzo.

5 comentários:

Unknown disse...

Olá Lino:
Referes que:"Há dois géneros de banda desenhada que, habitualmente, são relegadas para plano inferior, tanto pelos leitores-compradores-coleccionadores, como pelos críticos: a infantil e a humorística."

Contudo, no caso português parece-me que um dos casos de maior êxito comercial é exactamente a BD humorística (está bem que no formato de tiras, mas é BD). Veja-se o caso das séries editadas pela Bizâncio, p.e.

Abraços
J.Mascarenhas

Anónimo disse...

Ouvi uns rumores que uma editora vai lançar o Warcraft em português.

Geraldes Lino disse...

Olá Mascarenhas
Sou incondicional admirador da série Calvin & Hobbes, gosto muito de uma outra intitulada Zits, os Peanuts e a Mafalda são duas referências de topo na BD mundial. Mas estamos a falar de séries que, para além da qualidade intrínseca que possuem, têm grande vantagem de poder ser lidas aos "solavancos", digamos assim, dando ao leitor/visionador o prazer imediato do desfecho do "gag" ao fim de cada tira. Páras, quando te apetece, e retomas mais tarde, sem problemas de te lembrar o que leste anteriormente. Esse será, eventualmente, um dos grande trunfos das séries publicadas em tiras diárias (que têm de ter graça isoladamente, não têm de estar dependentes do que está para diante) e seguidamente vão ser recolhidas em álbum, mantendo essa facilidade de leitura, tira a tira.
Mas pretendo referir-me (e não é fácil estar sempre a pormenorizar) àquele tipo de bandas desenhadas de longa metrage, ou seja, extensas, publicadas inicialmente em revistas e posteriormente em álbuns, como acontece com os Túnicas Azuis, os Schtroumpfs, o Astérix ou o Lucky Luke, entre outras populares séries (e, como dizes, de grande êxito comercial), que arrancam comentários do género "farto-me de rir com esse gajo", mas os respectivos desenhadores ficam geralmente em segundo plano. Quando se fala em grandes autores de BD, raramente se mencionam os nomes de Peyo, Uderzo ou Morris, por exemplo. E posso dizer-te, com a longa experiência na participação em júris de concursos de BD, que as bandas desenhadas em registo humorístico raramente ganham prémios ou, no mínimo, ficam bem classificadas.

Geraldes Lino disse...

Viva drkartoon
Ainda bem. Trata-se de uma mangá de elevada qualidade.

Geraldes Lino disse...

Correcção: metrage, não, carago, metragem. Abraço tb para ti, Mascarenhas.