quinta-feira, novembro 25, 2010
Críticas e notícias sobre BD na Imprensa (XX) - Jornal Público
Nuno Nobre, português até agora desconhecido na área da BD, aparece como autor de banda desenhada biográfica dedicada a Angelina Jolie, numa revista intitulada Female Force.
Extraí esta notícia, e respectivas imagens (com a devida vénia, como é uso dizer-se na ética jornalística) do jornal Público de hoje, no suplemento P2, onde se pode ler o seguinte título:
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Female Force A vez de Angelina aparecer aos quadrinhos
E no corpo da notícia continua a mesma onda do vocábulo "aos quadrinhos". Leia-se:
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"Angelina Jolie é a mais recente heroína aos quadrinhos (o negrito, ou bold, é meu). A biografia da actriz vai ser contada na revista Female Force Angelina Jolie. A empresa Bluewater Productions é a responsável pela criação do livro de 32 páginas (comentário meu para o faneditor e bloguista FIL: já não é só você que chama livro a uma revista ou fanzine, no caso com o título de Zona), escrito por Brent Sprecher e desenhado pelo português Nuno Nobre, que trabalhou no projecto entre Março e Julho deste ano - a obra será lançada em Janeiro nos EUA. (...)
(...) Além da actriz que transportou Tomb Raider para o cinema, outras celebridades já passaram a protagonistas de histórias aos quadrinhos (outra vez um negrito da minha autoria) (...)
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Se o jornalista do Público não gosta da expressão "banda desenhada" (ou banda-desenhada, também há quem use hífen), está no seu direito.
Com efeito, o neologismo criado por Vasco Granja na década de sessenta do século passado, é passível de ser discutido por ter traduzido, ou adaptado, o vocábulo francês bande por banda.
Mas, nesse caso, teria a portuguesíssima expressão "histórias aos quadradinhos", ou "histórias em quadradinhos (como é mais corrente dizer-se ou escrever-se no Norte), ou, simplificadamente, poderia usar "aos quadradinhos" (e não "aos quadrinhos").
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A menos que se trate de jornalista brasileiro a trabalhar no jornal Público.
Se assim for, começo por dizer que não tenho nada contra o português do Brasil, nem contra as expressões brasileiras, nesta ou noutra qualquer área.
Mas não acredito que algum jornalista português, a trabalhar num jornal brasileiro, usasse a expressão portuguesa "histórias aos quadradinhos" ou "banda desenhada"...
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(Em tempo, sr. jornalista: também não está correcto escrever Female Force Angelina Jolie como sendo o título da revista).
O título é apenas Female Force, como se vê nas imagens, e o nome que se lhe segue tem a ver com as personagens que foram sendo biografadas em banda desenhada (ou em histórias aos quadradinhos), como é o caso de Carla Bruni-Sarkozy, Margaret Thatcher, Hillary Clinton, Sarah Palin, Michelle Obama.
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Declaro que nada tenho contra o(a) jornalista que escreveu o texto em apreciação, nem sequer o(a) conheço. Esta minha crítica decorre de ter a consciência de que todos nós,os que escrevemos, seja num jornal de âmbito nacional, ou num humilde blogue, estamos sempre a aprender.
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2 comentários:
Caro Lino, não estou em desacordo contigo quando dizes "Mas não acredito que algum jornalista português, a trabalhar num jornal brasileiro, usasse a expressão portuguesa "histórias aos quadradinhos" ou "banda desenhada"...
Mas chamo-te a atenção de que já existe no Brasil um site intitulado: www.estudiobandadesenhada.com.br
talvez devido às leituras do BDjornal...
Caro Jorge
Ao escrever que um jornalista português, a trabalhar num jornal brasileiro, não usaria a expressão "histórias aos quadradinhos" nem tão pouco escreveria "banda desenhada", tive a noção que nesta afirmação poderia haver alguém a contradizer-me, pelo facto de esta última expressão já estar a ser também usada lá há alguns anos.
Julgo que um dos principais responsáveis por isso terá sido um jornalista algarvio, Fernando Vieira, que nos anos oitenta do século passado enchia uma página do jornal Barlavento com pequenas notas sobre fanzines brasileiros que recebia às (muitas) dezenas, e com cujos faneditores estabelecia breves diálogos usando a expressão "banda desenhada".
Não me parece que pelo facto de haver um nicho de pessoas - digamos especialistas - a dizer e a escrever "banda desenhada", que se poderá afirmar que os brasileiros já usam correntemente essa expressão (nos blogues e sítios brasileiros continuo a ver mais frequentemente, tanto nos títulos como nos textos, os vocábulos "quadrinhos" e "gibis").
Repara que também na Galiza já está muito espalhada a expressão "banda diseñada", creio que também por nossa influência transmitida pela constante participação de fanzinistas portugueses (eu enviei para lá muitos exemplares dos meus fanzines).
Tal não significa que em Espanha (na de língua castelhana) se deixe de dizer, e escrever, historietas, tebeos e também "comics" (como bem sabes, o grande festival de BD em Espanha realiza-se em Barcelona, e tem o título de Salon del Cómic, ou, em catalão, Salò del Còmic).
Agradeço a visita ao meu blogue. Grande abraço.
GL
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