domingo, maio 08, 2011

Autógrafos desenhados (XV) - Tito







Terminou hoje, domingo 8 de Maio, o Salão Internacional de Banda Desenhada - Moura BD 2011, de cujo programa falei aqui no "post" de Abril 21, em que destacava as presenças de autores de BD portugueses e estrangeiros.

Neste fim de semana, ponta final do Salão BD, em que me foi possível estar presente, contactei com todos eles. Como é óbvio, os nossos compatriotas estavam em maioria: andaram por lá os consagrados Victor Mesquita (um dos homenageados do Salão), José Ruy, José Pires, o argumentista Jorge Magalhães, João Amaral, a argumentista belga Monique Roque (viúva do homenageado póstumo, Carlos Roque), a banda-desenhista (de origem francesa) Catherine Labey, radicada em Portugal há muito; e alguns representantes da nova vaga, entre os quais Luís Diferr, Álvaro, Paulo Monteiro, Susa Monteiro, Carlos Páscoa, Véte, João Sequeira, Miguel Ferreira, argumentista (estes dois vencedores do concurso), o divulgador Luiz Beira, o Director do Festival da Amadora, Nelson Dona, e, claro, Carlos Rico, força motriz do Moura BD, ele também autor de BD e cartunista.
Quanto aos estrangeiros, o nome mais importante era o de Tito, embora tenham estado presentes, no primeiro fim de semana, autores granadinos.

Sendo o Salão BD de Moura um simpático evento, mas de pequena dimensão, quase familiar, uns tantos visitantes e os autores convidados acabam por almoçar e jantar juntos, ou a ficar a conversar nas esplanadas. Enfim, como small is good (em várias circunstâncias, eis uma delas), estabelece-se um convívio quase permanente.

Daí que surja a oportunidade de se obter aquilo a que chamo "autógrafos desenhados" com a maior das facilidades.
Assim aconteceu com o espanhol Tito, de que reproduzo o desenho original no topo do "post", e de que acrescento alguns dados biográficos.
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TITO

Síntese biobibliográfica

É curioso o nome artístico adoptado por Tiburcio de La Llave, um espanhol nascido em Valdeverdeja (região de Toledo) a 4 de Maio de 1957, mas que tem feito a sua vida em França, na região parisiense, para onde os pais o levaram quando tinha apenas seis anos.

Em 1974 vamos encontrar o adolescente Tiburcio a frequentar o liceu de Sèvres, como estudante de artes gráficas.

As suas primeiras bandas desenhadas publicou-as num fanzine, intitulado Cyclone, criado por ele mas onde contou com a colaboração de dois dos seus companheiros liceais, Vuillemin e Loustal, hoje igualmente nomes sonantes da BD.

Aos vinte anos começa a trabalhar num estúdio de publicidade, mas a sua atracção pela banda desenhada não se desvanece.

Tanto assim que em 1980 faz a sua estreia profissional com a série Jaunes (sob argumento de Jan Bucquoy), que teve pré-publicação no magazine Aïe!, e continuá-la-á no importante magazine Circus.
Com Soledad - obra que deriva claramente das suas vivências em Espanha, ambientada numa aldeia parada no tempo -, o sistema foi semelhante, ou seja, a série foi de início reproduzida nas páginas de uma das mais importantes publicações francesas de BD, o magazine A Suivre (entretanto desaparecido). Ambas as séries foram mais tarde continuadas noutro magazine francês, o Circus.

Em 1983, sempre a viver nos arredores de Paris, Tito iniciou uma terceira série, Tendre Banlieu, dessa vez ambientada nos meios urbanos, em que narra histórias actuais de crianças que vivem uma infância de horizontes limitados por blocos de edifícios característicos das localidades tipo dormitório - talvez haja aqui um pouco de autobiográfico -, cuja publicação se iniciou no magazine Okapi, direccionado para a juventude, com existência iniciada em 1971.

Num balanço da sua produção, vemos que comporta actualmente um substancial número de álbuns:
Jaunes (sete tomos);

Soledad (também sete tomos, sendo que é desta obra a única parcela editada em álbum em Portugal).

Em forma de pré-publicação, foram divulgados inicialmente, na revista mensal Selecções BD (1ª série, nºs 4, 5 e 6, de Agosto, Setembro e Outubro de 1988) os seguintes capítulos:

"Carmen e Sara", "O Pastor", "A Consciência", "A Solteirona" (este com a colaboração do argumentista Pascal Varali), "A Rebelião" (com apoio de Didier Fischer no argumento), "O Solário", e "A Derradeira Felicidade", reunidos em álbum sob o título deste último capítulo.

Tendre Banlieu, a série de maior projecção, já com vinte tomos publicados, mas nunca publicada entre nós.

Endereço dos blogues de Tito:  
http://lesbddetito.blogspot.com/
http://labdsoledad.blogspot.com/
http://bdtendrebanlieu.blogspot.com/
http://bdjaunes.blogspot.com/

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Legendas para as imagens que ilustram o topo do presente "post" (de cima para baixo):

1. Desenho improvisado com o respectivo autógrafo

2. Retrato recente de Tito extraído do "Facebook"

3. Foto antiga de Tito, reproduzido na revista portuguesa Selecções BD (1ª série, nº 4, Agosto de 1988)

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Os visitantes que tiverem curiosidade de ver as postagens anteriores com desenhos originais dos seguintes autores:

(XV) 2011, Maio, 8 - Tito
2011 - daqui para cima

(XIV) 2010, Nov. 5 - Azpiri, Alfonso; (XIII) 2010, Jun. 2 - Hermann, Jacob Klemencic, Niko Henrichon, Gabriel, Fábio, Hippolyte, Rufus; (XII) 2010, Abr. 9 - Juan Cavia; (XI) 2010, Fev. 26 - Solano López
2010 - daqui para cima

(X) 2009, Dez. 9 - Neal Adams; (IX) 2009, Jun. 10 - Gary Erskine
2009 - daqui para cima

(VIII) Set. 26 - Enrique Breccia (VII) Agosto 3 - Carlos Roque (VI) Maio 19 - John Buscema (V) Abril 13 - Mordillo (IV) Março 25 - Moebius (III) Fev. 11 - Quino (II) Jan. 12 - Manara, Milo 2006 - daqui para cima

(I) Dez. 26 - Aragonés
2005 - daqui para cima

Com facilidade poderão satisfazer essa legítima curiosidade, para o que lhes bastará clicar no item Etiquetas: Autógrafos desenhados visível no rodapé.

4 comentários:

João Amaral disse...

Concordo em absoluto. O que festivais como o de Moura têm de bom, é que para além do gozo de vermos as exposições, podemos também conviver e falar uns com os outros. E, as oportunidades de nos encontrarmos não são tantas como isso. Eu conheci Moura, através do José Pires, em 2002. Daí para cá, tornei-me um admirador, já que é um festival que, entre outras coisas, nos proporciona um fim-de-semana diferente. E este último não foi excepção e permitiu-me guardar mais algumas recordações felizes. Por isso, desejo longa vida a um festival organizado por um grande apaixonado da BD: o Carlos Rico. Um abraço.

Geraldes Lino disse...

João Amaral: agradeço a visita.
Pois, acho indiscutível essa componente, que constitui a grande vantagem dos pequenos eventos de província, tanto Festivais como Salões.
E vamos ter em breve mais um: o de Beja, com inauguração no dia 28 do corrente mês de Maio.
Lá nos encontraremos, espero.
Abraço.

Tito disse...

Estimado Lino,

Te agradezco por esta presentación simpática de mi trabajo.

Y después de havernos visto de nuevo en la ocasión del salón de Moura BD 2011, espero que nuestros caminos se crucen de nuevo.

Buena continuación,

Tito

Geraldes Lino disse...

Caro Tito
Agradeço a tua visita ao meu blog. Sim, também espero que nos encontremos de novo. Em Portugal, além da Sobreda BD onde nos conhecemos há uns anos, ainda há mais quatro eventos dedicados à banda desenhada (Amadora, Beja, Viseu e Odemira) onde isso poderá acontecer. Esperemos que sim.
Continuação de bom trabalho e abraço.
GL