quinta-feira, janeiro 12, 2006

Autógrafos desenhados (II) - Autor: Milo Manara


Desenho original realizado de improviso por Milo Manara - Outubro de 1980, no bar do Hotel Napoleon, Lucca, Itália

Em 1980, o Salone Internazionale dei Comics, del Cinema d'Animazione e dell'Illustrazione, que se realizava na cidade italiana de Lucca, atingia a sua 14ª edição.

Numa daquelas noites de convívio - ou seja, de copos e conversa - no Hotel Napoleon, local quase obrigatório para finalizar o dia como deve ser, e onde se concentrava a maioria dos autores presentes no evento, tive a oportunidade de, pela primeira vez, contactar com Milo Manara. Claro que, após alguma conversa, pedi-lhe para que ele fizesse um desenho num bloco de folhas destacáveis com que, estrategicamente, andava sempre munido.

Manara aceitou o pedido mas, para desenhar, afastou-se para um canto menos visível. Mal terminara, recomendou-me para não o mostrar a ninguém, a fim de evitar ser assediado por outros.

Com a pressa, preocupado em colaborar para que a cena passasse despercebida, nem me ocorreu pedir-lhe para acrescentar a habitual dedicatória. Mas, como é óbvio, o mais importante para mim, no momento, tinha sido obter o desenho que ilustra este "post".

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MANARA

Síntese biográfica


Maurilio Manara - Milo é o diminutivo do nome próprio - nasceu em Luson (Bolzano, Itália), em Setembro de 1945.

Iniciou a sua carreira na Banda Desenhada em 1969 com a obra Genius, em vinte e dois episódios.
Entre 1971 e 1973, sob apoio literário do argumentista Francesco Rubino, realizou quarenta e oito aventuras, com a personagem Iolanda no papel de mulher-pirata.

Após muitas outras obras em que demonstra indiscutível talento - Decameron, Lo Scimmioto, Giuseppe Bergman - começa a dedicar-se aos temas eróticos, sendo Clic o título mais importante, a que se seguiria O Perfume do Invisível, obra de referência na sua bibliografia, mas por cujo êxito comercial se deixou condicionar.

Manara tem consciência de estar a cultivar um tema que o escraviza. Por vezes ainda tenta esbracejar, como aconteceu com a obra singular O Verão Índio. Embora seja de referir que, para a qualidade atingida, muito contribuíu o superior argumento escrito por Hugo Pratt, com quem ele já não mais poderá contar.