José Abrantes é o autor da banda desenhada (em quatro pranchas) de homenagem ao grande poeta Fernando Pessoa.
Esta bedê, intitulada "Pessoa em Apuros", foi publicada na revista Selecções BD nº40 (1ª série), Agosto de 1991
Retrato de Fernando Pessoa, de Álvaro de Campos, de Alberto Caeiro, de Ricardo Reis...
Retrato de Fernando Pessoa, de Álvaro de Campos, de Alberto Caeiro, de Ricardo Reis...
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Biografar figuras históricas é recorrente na Banda Desenhada, mas já não o é tanto no que concerne a poetas, excepção feita (na BD portuguesa), muitas vezes a Luís de Camões, poucas a Fernando Pessoa, mas ambos homenageados por esta forma de arte sequencial devido à sua enorme dimensão enquanto expoentes da escrita poética.
Fernando Pessoa é a personalidade que hoje tem todo o direito a ser destacado, porque se completa o número redondo de 120 anos após o dia do seu nascimento, 13 de Junho de 1888, em Lisboa - uma efeméride digna de registo.
De seu nome completo Fernando António Nogueira Pessoa, ele viria a ser, incontestavelmente, um dos maiores vultos da literatura portuguesa no campo da Poesia.
A sua obra, traduzida em inúmeras línguas, divide-se pelos seus numerosos heterónimos, uns mais conhecidos e prolíferos - Álvaro de Campos, Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Bernardo Soares-, alguns outros menos divulgados, como acontece com Alexander Search, Barão de Teive, Pantaleão, e mais uns tantos, umas dezenas...
Fernando Pessoa, lisboeta nascido no Largo de S. Carlos, nº4 - 4º andar, esquerdo (defronte do homónimo teatro lírico), viveu uns anos na África do Sul, mas regressou a Lisboa, onde morou em vários locais da cidade, tendo falecido no Hospital de S. Luís dos Franceses, na Rua Luz Soriano (Bairro Alto), aos quarenta e sete anos, a 30 de Novembro de 1935.
Consta que a sua morte talvez tenha sido devido a cirrose por excesso de álcool ingerido ao longo da sua curta vida nos mais variados locais que costumava frequentar, designadamente Martinho da Arcada (Terreiro do Paço), Brazileira (Chiado), restaurante Pessoa (Antiga Casa [de Pasto] Pessoa, Rua dos Douradores), para apenas citar os que continuam visitáveis, passe a publicidade...
Consta que a sua morte talvez tenha sido devido a cirrose por excesso de álcool ingerido ao longo da sua curta vida nos mais variados locais que costumava frequentar, designadamente Martinho da Arcada (Terreiro do Paço), Brazileira (Chiado), restaurante Pessoa (Antiga Casa [de Pasto] Pessoa, Rua dos Douradores), para apenas citar os que continuam visitáveis, passe a publicidade...
8 comentários:
Está, de facto, espectacular! Parabéns ao José Abrantes!
Oh Inês, no momento em que vi que já havia um comentário, ainda ia a meio do texto! De qq forma, obrigado pela tua atenção ao blogue. Bjs.
Não posso deixar de escrever que, mesmo com muitos anos a desenhar BD, o José Abrantes tenha cometido um verdadeiro atentado na segunda página. Como nós lemos da esquerda para direita, as vinhetas que se situam à esquerda de uma vinheta maior, regra geral do mesmo tamanho que a soma dos tamanhos das vinhetas à esquerda, devem ser lidas primeiro antes da vinheta à direita, lendo de cima para baixo. A 1a vinheta, a "2a/5a" vinheta e a "3a/2a" vinheta não obedecem esta regra.
Depois temos também uma confusão com a "3a/2a" vinheta e a "5a/4a" vinheta, devido à junção dos balões. O leitor que não tenha percebido o esquema geral (há quem só lê vinheta a vinheta, não dando a "mirada pela página inteira" que também os mestres têm em conta), acaba por pensar que "5a/4a" vinheta é a vinheta que deve ler após a leitura da "3a/2a" vinheta, só reparando no fim, por causa da seta, que saltou por cima da "4a/3a" vinheta ("oohhh..."). E mais, a seta já ninguém usa (parece algo que existe para dizer "ó estúpido, agora lê-me esta vinheta"), hoje em dia usam a junção de balões ou a penetração de balões entre as duas vinhetas para indicar a direcção de leitura, largamente utilizada pelos comics e manga (e franco-belga?), muito ideal para o instinto natural de leitura. E é devido a este recurso do balão que após a leitura da "5a/4a" vinheta eu li a 8a vinheta e não a "2a/5" vinheta.
Mas o pior foi mesmo o José Abrantes pretender que o leitor leia a "2a/5a" vinheta após a leitura da "5a/4a" vinheta! Nem pensar, só lemos da direita para esquerda quando descemos para um " nível inferior" da página!
Não obstante, foi pena que também tenha cometido estes erros crassos no final da história...
Sei que pareceu uma maneira estúpida de falar, a minha pretensão era mesmo armar em estúpido, e por isso peço desculpa.
Um pequeno reparo, visitante anónimo: quando diz "mesmo com muitos anos a desenhar BD", não parece estar a tomar em consideração o seguinte pormenor: esta banda desenhada foi feita em 1991 (data da sua publicação na revista Selecções BD, indicada sob a reprodução da última prancha). O que quer dizer que José Abrantes tinha menos 17 anos de experiência de fazer BD.
Aceito a crítica, ó exigente anónimo. Se bem me recordo, quando fiz esta bd não fiz grandes planificações. Fiz tudo num impulso, mais interessado em criticar a moda de adulação da obra pessoana, tão em voga na época, que outras coisas - sempre abominei o snobismo cultural, além de outros, é claro! - . Para mim, esta história peca sobretudo por ser mais "guiada" pelos diálogos" que pela parte visual o que, para mim, é grave pecado numa banda desenhada.
Parafraseando uma famosa frase de Pessoa, "Primeiro estranha-se, depois entranha-se", “estranha-se” que não sejam mais as BDs que abordam e utilizam o vasto património luso, repleto de figuras características e interessantes, “entranha-se”, porque mesmo apesar das pequenas incorrecções na construção da BD, já anteriormente salientadas, relativizadas pela sua criação em 1991, esta é uma grande BD de um autor que cada vez mais mostra uma grande competência, capacidade criativa, demonstrando que iremos poder continuar a encontrar e a apreciar novos bons trabalhos com o seu carimbo!
Abraços e boa iniciativa essa a de partilhar essa obra antiga aqui no blog!
Como grande apaixonado por Fernando Pessoa e por BD agradeço o aviso em relação a estes posts.
Passaram 120 anos desde que nasceu o Génio, ams a sua poesia ficará por cá eternamente.
Abraço
parabens descobri muitas coisas sobre fernando pessoa que nao sabia parabens geronimo beijinhos duma amiga
adeus a tudos ;-)
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